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quarta-feira, 15 de outubro de 2014

A FARSA DO ENSINO NO BRASIL

Aprender ou ensinar é uma decisão pessoal ou de sociedade.
A decisão formal de ensinar, no Brasil, partiu de  Pedro I, ainda na primeira metade do século XIX, quando foi instituído o ensino da educação escolar.
Muita gente aprendeu bonito.
E hoje?
Até o final da primeira ditadura no Brasil, com Getúlio, apostava-se na importância do professor e no que ele ensinava.
Grandes faculdades de direito, como a de São Paulo e a de Recife,  geraram nomes que chegaram até a dirigir os destinos do nosso país.
E hoje?
Houve um tempo que para concorrer ao cargo de Presidente da República era preciso que seus postulantes fossem donos de notório saber, como Rui Barbosa.
Mas Rui perdeu.
O ensino formal no Brasil perdeu muito com o correr do tempo, enfraquecendo-se enormemente com o advento da segunda ditadura, iniciada em 1964.
Os militares chegaram ao ponto de excluir do currículo a matéria de iniciação musical.
N’alguns programas que pilotei no rádio paulistano bati muito forte na necessidade de se trazer de volta o ensino musical às escolas.
Essa insistência levei ao Congresso Nacional há uns anos (ouça abaixo), quando justifiquei essa necessidade, logo depois transformada em projeto aprovado pela então senadora Roseana Sarney. Mas, infelizmente, essa lei não pegou e, consequentemente, ainda não foi de todo cumprida.
Hoje a realidade é a seguinte: o professor finge que ensina e o aluno finge que aprende, e o resultado é essa incógnita que nos remete a um futuro sombrio.
Apostar na educação é apostar num país livre, vivo, inteligente e feliz. Enfim, como certa vez disse Monteiro Lobato: "um país se faz com homens e livros"!
Viva o saber!

Ouça trecho de Música Brasileira em Debate: 
https://www.youtube.com/watch?v=LDUd0j7zICs

 Esta postagem (vídeo acima) é uma edição da minha participação nas discussões do seminário Música Brasileira em Debate, realizado no Congresso Nacional no dia 30 de maio de 2006. Na ocasião, eu fiz uma explanação da importância da cultura popular para um país, qualquer país, deixando clara a ideia de trazermos de volta às escolas o ensino da música, notadamente da nossa música folclórica tão rica e que tantas pérolas tem dado ao Brasil, como Boi Barroso, Tutu Marabá, Boi da Cara Preta, Prenda Minha e Asa Branca. A íntegra do seminário pode ser acessada pelo Portal da Câmara (Assis Ângelo).



Que tal ler também?
 Sobre Educação e Cultura, na barra lateral direita

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

BRASIL, UM ESTADO LAICO


Por definição, o Brasil é um Estado laico.
Aqui proliferam as preferências políticas e religiosas ou religiosas-políticas.
Mais ou menos de modo pacífico, convivemos com dezenas de legendas supostamente de amor a Deus e à Pátria.
Aqui no Patropi, são muitos os caciques-proprietários de partidos políticos, de seitas e de outros agrupamentos de víeis religiosos.
Desde há muito as estatísticas indicam que o Brasil é o País com o maior número de católicos, seguido dos Estados Unidos.
Não à toa, ontem _ Dia da Santa Padroeira _ quase 200 mil pessoas foram rezar na Basílica de nossa Senhora Aparecida, aqui perto da capital paulista.
No norte, isto é em Belém do Pará, quase 3 milhões de pessoas acorreram ao Círio de Nazaré para igualmente rezar e pedir coisas boas aos céus.
Somos, sim, um País altamente religioso desde tempos e memoriais. E em nome de Deus muitas desgraças são praticadas. Exemplo? O Massacre a Canudos e outra guerras santas ocorridas por ai a fora
Em 1988, o cacique Sarney meteu sua colher de pau na Constituição e tascou a frase no nosso rico dinheirinho:
“Deus seja louvado”.

E ai?

sábado, 11 de outubro de 2014

LIÇÃO NO BOTEQUIM

Conversa entre dois angustiados filósofos cervejeiros, no bar da esquina:

 
 - O que é cultura popular?

 - Coisa muito boa.

- Cultura popular tem a ver com egoísmo, individualismo, centralismo...?

- Claro que não.

- E com ensinamento?

- Claro. Tem a ver com cidadania, solidariedade, respeito, carinho, amor à Pátria, ao próximo, às pessoas.

- Então cultura popular tem a ver com tudo?

- Pois é. Cultura popular tem a ver com quase tudo na vida. Cultura popular é um tesouro construído pelo povo do mundo todo. É a cultura popular que dá a identidade e enriquece um país. Um país sem identidade cultural é um país pobre, sem nada, carente, perdido, à deriva, sem dono, onde todos mandam. Culturalmente, um país rico é o que tem muitas histórias pra contar. Um país rico é também um país que preserva a cultura do seu povo, a memória de seu povo, a sua memória.

- Hic! E cachaça também é cultura popular?

- O ato de beber e ficar bêbado não. Isso é safadeza. Mas cachaça tem a ver, sim, com cultura popular.

- É mesmo?! Eu sabia que sabia de alguma coisa! Hic!

- Pois é. Um exemplo, esta quadrinha: "Jiribita, jiribita/Tu me puxas, eu te puxo/Tu bates comigo no chão/Eu bato contigo no bucho".

- Poxa...

- Pois é. Na cultura popular se acha tudo o que vem do povo ou o que o povo faz. Os ditos, os benditos, as rezas, as procissões, as festas, as brincadeiras, os jogos infantis, cantos de trabalho, cantigas de fazer dormir, contos, fábulas etc.

- Caramba! Contos infantis também? Aquelas histórias da Branca de Neve e os Sete Anões, o Pequeno Polegar, Soldadinho de Chumbo...?

- E amanhã é o dia da criança. Dia de muita brincadeira!

- Hic!
 
Ouça um trecho de conversa entre Câmara Cascudo e Assis Ângelo.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

PAPETE E SAPIRANGA CANTAM JOÃO DO VALE

Na Asa do Vento
Papete e Sapiranga
Cantam
João do Vale


Da terra de Gonçalves dias, Ferreira Gullar e Papete, de batismo (José de Ribamar Viana) João Batista do Vale
Completaria amanhã, 11 de Outubro, 81 anos de idade.
João do Vale, foi um cidadão brasileiro.
Ajudante de pedreiro, pedreiro, marmiteiro, garimpeiro, compositor, cantor, tudo de forma autodidata esse cidadão foi na vida.
A sua vida não foi fácil, como se vê.
Quinto entre os oito filhos da família, sumiu de casa sem as bênçãos dos pais. Arriscou-se a cada esquina. Dançou miudinho. Comeu o pão que o diabo amaçou. E chorou gritando o nome da mãe que não o via.
E assim fez-se gente o João da terra de Gonçalves Dias, Fereira Gullar e Papete.
Enquanto garimpava pepitas, ainda adolescente, dava vida a palavras em cascalho.
Marlene foi a primeira cantora a gravar uma musica sua.
Depois vieram dezenas e dezenas de outros artistas e ele ficou famoso, mas não guardou dinheiro e morreu pobre, sozinho, numa cama de varas de casebre da sua Pereira Natal. (1933-1996).
Esta história será contada no Teatro Martins (Penha-SP), pelo cantor e compositor SAPIRANGA e pelo Multi-instrumentista PAPETE, em única apresentação no dia 17 de Outubro, às 20h. (Centro Cultural da Penha - Penha-SP.
‘Resolvemos contar a história de João do Vale, por ser uma história bem brasileira, de um grande brasileiro, infelizmente já quase esquecido entre nós’, disse ao Bolg o cantor compositor baiano SAPIRANGA, idealizador do espetáculo junto ao pesquisador de música brasileira Bruno Reis. Na Asa do Vento é um espetáculo que reuni 14 músicas e tem a duração de 1:10. Dele participam: O convidado especial Papete (Percussão e Canto), Daniel Velloso (Violão 7 Cordas, Bandolim) e Ana Eliza Colomar (Violoncelo e Flauta). Direção Artística de Marina Machado.
Ah, sim! Participarei do espetáculo lembrando umas ‘coisinhas’ que me ficaram guardadas na memória, dos meus encontros com João.
FERREIRA GULLAR
Ontem, o Poeta maranhense, Ferreira Gullar, de batismo José Ribamar Ferreira, 84 tornou-se imortal da Academia Brasileira de Letras, ABL. Gullar que publicou o seu primeiro livro aos 19 anos,(
Um pouco acima do chão) passa a ocupar a cadeira nº 37, que já pertenceu a Antonio Gonzaga, Alcântara Machado, Getúlio Vargas, Assis Chateaubriand, João Cabral de Melo Neto e Ivan Junqueira. Parabéns ao Poeta!







quinta-feira, 9 de outubro de 2014

TEMPOS DE CRIANÇA

Num tempo ali distante em que, de calças curtas, eu brincava rua a fora, construindo sonhos, erguendo castelos, eu era sem saber a criança mais feliz do mundo.
Todos os cuidados a mim dispensados por minha tia Benedita e minha avó Alcina, pois meus pais Maria e Severino, já haviam partido, reforçavam a beleza da vida que desabrochava.
Qualquer topada era sinal de preocupação.
Um espirro provocava imediatamente uma “Ave Maria cheia de graça”.
Hoje, tantos anos passados, o tempo mudou ou mudamos nós?
As topadas parecem que já nem existem. Existem brigas, desavenças, incompreensões, disputas acirradas por nada...
O tempo mudou ou mudamos nós?
Aqui de lado da janela da cozinha ouço o “gralhar” animado de uma molecada incrível, em formação na escola Conselheiro Antônio Prado, rindo, correndo, repetindo palavras a mando do mestre-educador.
Isso me faz lembrar de brincadeiras como corre-corre, esconde-esconde,  pula-pula, passa anel e até o mais simples dos simples: dedo mindinho, seu vizinho, pai de todos (ou maior de todos), fura bolo e mata piolho (ou cata-piolho)... E o tempo...
Domingo é dia da criança.
Na verdade, dia da criança é todo dia.
Ah! E você já comeu feijão-capitão?

Pois então domingo é dia...

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

NO TEMPO DOS ORADORES


Foto pendurada na parede da sede provisória do Instituto Memoria Brasil mostrando o momento de descontração entre mim e o jogador Sócrates me leva a velha Grécia e à lembrança dos grandes oradores.
Sócrates foi um dos fundadores e líderes do movimento reivindicatório Democracia Corinthiana, aqui em São Paulo.
Esse Sócrates era um bom falador. (Ao lado)
Na Grécia de um punhado de séculos antes do nascimento, andanças e morte do cristo, os púlpitos se multiplicavam pelas praças públicas. Neles, Aristóteles e seus pares os ocupavam para ouvir e dirimir dúvidas da população.
Grandes pensadores, grandes oradores. Era um tempo em que o cego Diógenes andava na luz do meio dia, no sol apino, com uma lanterna acessa procurando o homem honesto.
O nosso Sócrates, de certo modo, fez isso também.
De grandes oradores no Brasil, se tem pouca notícia. O primeiro deles, e talvez o maior de todos, foi, como se sabe – ou se deveria saber - o baiano Rui Barbosa, que chegou ao Senado, mas não à Presidência.
Enquanto rolava a Democracia Corinthiana, praticamente ao mesmo tempo, rolavam as manifestações de liberdade em nosso País.
Lembro de Tancredo Neves o presidente que foi sem ser; Ulisses Guimarães, Mario Covas...
Lembro também de grandes juristas como Afonso Arinos e filósofos como Miguel Reale, com quem tive o prazer de aprender no correr de algumas entrevistas que me concedeu no tempo em que eu chefiava a Editoria de Politíca do jornal O Estado de S.Paulo.
Grandes homens, grandes vozes, grandes oradores! E onde estão os grandes oradores hoje?
Eu sou novo, mas de um tempo em que se ia às praças para assistir – e participar – dos comícios cujos grandes personagens eram os políticos, os próprios candidatos.
E aqui, lembro também, de Leonel Brizola orando num palanque do meu tempo de menino, em Alagoinha, PB.

domingo, 5 de outubro de 2014

MISSÃO CUMPRIDA

Hoje eu acordei logo cedo para votar.
Não, não acordei.
Passei a noite toda passeando pelas estações de rádio: Pan, Estadão, CBN, Band, Globo, entre outras.
Em todo o mesmo assunto: eleições.
Mas às sete horas eu já havia tomado banho, feito a barba penteado o cabelo etc., e tomado um café de luxo com tapioca, bolinho de macaxeira e cuscuz, tudo isso com suco de pêssego bem geladinho, feitos com amor e carinho pela filhona Ana Maria.
Após isso, fui votar numa seção aqui perto de casa.
Missão cumprida, lembrou a história de um passarinho que vendo uma mata pegando fogo sobrevoou sobre ela e depositou do bico um bingo d’água.
Hoje, na urna democrática daquela seção, com o segundo turno ou não, eu também fiz a minha parte.

sábado, 4 de outubro de 2014

VOTO DE ROUPA BONITA

Eu sou de setembro e tinha 37 anos de idade quando fui às urnas para votar pela primeira vez.
Os presidenciáveis eram Collor e Lula. Ganhou Collor e eu perdi.

Naquele ano de 1989 reinaugurava-se o ciclo de eleições pelo voto direto, interrompido em 1964 pelo Golpe Militar.

Naquele ano de 1989 eu exercia a função de chefe de reportagem da editoria política do jornal O Estado de S.Paulo e lembro que recebia muitos telefonemas do candidato alagoano passando sua agenda em São Paulo para o acompanharmos, mas isso não me impediu de escolher o candidato pernambucano.

Quero dizer com isso o seguinte: escolher em quem votar é muito bom, pois prova que acreditamos nas nossas escolhas.
Se deixarmos de votar, perdemos o direito de reclamar.

Amanhã mesmo vou vestir uma roupa bem bonita e sair todo pimpão para votar numa seção aqui perto de casa.


sexta-feira, 3 de outubro de 2014

BRASILEIROS, ÀS URNAS!

Oco e morno, sem ideias e originalidade, mas com estocadas assassinas contra a última flor do lácio, o encontro que reuniu ontem candidatos à cadeira de presidente da República Federativa do Brasil, promovido pela TV Globo, durou até o começo da madrugada de hoje.
A mediocridade imperou durante todo o tempo que durou o encontro.
Dilma foi “poupada” pela incompetência de seus concorrentes em não lhes dirigir questionamentos que certamente interessariam a todos nós.  
Aécio provou-se um blefe.
Marina, sem brilho, como sempre pôs os pés pelas mãos, dizendo asneiras, para talvez convencer a si própria que está no caminho certo.
Já a panfletária Luciana Genro viveu seus minutos de glória, como vendedora de fantasiosas ideologias políticas.
O Verde Jorge não saiu do lugar comum enaltecendo as qualidades da maconha, enquanto seus irmãos nanicos, Fidelix e o tal Everaldo, se lambuzavam nos seus instantes de fama momentânea, chegando quase ao orgasmo.
Mas a noite parecia mesmo do Fidelix, que meteu o pau enquanto pode nas minorias.
No fundo, no fundo, o encontro com os “presidenciáveis” foi um fiasco.
Dilma marcou ponto e ganhou meu voto.
Brasileiros, às urnas!

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

NA GLOBO, UM DEBATE A DESEJAR


Grosso modo, os medíocres postulantes à cadeira de chefe do Palácio dos Bandeirantes pouco ou quase nada acrescentaram, ontem, no debate promovido pela TV Globo.

A porfia foi anunciada às 22h48min, pelo animador Cezar Tralli.

Superautivo, Tralli parecia comandar um programa de calouros.

Foram sete os convidados pela direção da Globo para expor suas ideias aos telespectadores: Alckmin, Skaf, Padilha, Maringoni, Ciglioni, Benko e Natalini.

Dos três primeiros – Alckmin, Skaf e Padilha –, esperava-se que se expressassem com riqueza de ideias e desembaraço nos seus projetos de governança. Mas não foi exatamente isso que ocorreu: Alckmin se defendeu, Skaf acusou sem nada acrescentar e Padilha, dentre eles, foi quem se apresentou melhor.

Os outros candidatos apenas macaquearam, numa tentativa tresloucada de aparecer na telinha a qualquer custo, pois enfim, estavam sendo vistos por alguns milhões de telespectadores.

Padilha o mais lucido de todos saiu-se bem ao colocar com firmeza o seu ponto de vista a respeito, por exemplo, da unificação das policias militar e civil: é contra, como é contra a diminuição de idade para efeito de punição judicial de brasileiros.

Padilha saiu-se bem, também, quando se manifestou sobre a atual crise que atinge as Santas Casas e da corrupção que mina o Brasil e suas instituições.

Padilha marcou ponto, por isso ganhou meu voto.

E como se sabe votarei em Luiza Erundina (deputada federal), Alessandro Azevedo (deputado estadual) e Eduardo Suplicy (Senado), pessoas cujo os perfis nos orgulham.

Viva o Brasil!
Viva a cultura popular!

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

A SECA QUE FAZ CHORAR

Longas estiagens já não surpreendem o calejado povo do Nordeste, ao contrário do que ocorre noutras regiões como São Paulo e Minas Gerais.
Em Minas, no momento, há pelo menos 150 municípios em estado de emergência e alguns outros em calamidade pública.
Em Minas ainda um detalhe surpreende a todos nós: a secagem da nascente do Rio São Francisco, verificada entre ontem e hoje (localize-o no mapa ao lado).
E agora, o que deverá acontecer com o Velho Chico de tantas histórias e importância para o Brasil?
Ah, o Velho Chico!
O Velho Chico de tantas canções (aqui e aqui), de tantas lembranças, de tanta beleza a encher os nossos olhos com seu esplendor, com o seu mundão d’água que jamais pudéssemos imaginar que um dia correria o risco de secar.
E agora, o que deverá ocorrer com o Velho Chico...?
Navegável, o Rio São Francisco é, historicamente, um dos mais conhecidos cartões postais do Brasil, como o Rio Amazonas também cheio de muitas histórias: histórias de encantamento que sobrevivem por gerações e gerações. É lá, nesse rio, que habitam botos, iaras e outros seres da nossa imaginação.
Fora isso, continuam em andamento as obras para desvio do curso do Velho Chico...
E a seca continua no Nordeste, sem que ninguém diga nada.
E a seca continua na capital de São Paulo e em dezenas de municípios administrados pelo governo que insiste negar que seca não há, embora  a população comece já a invadir prefeituras pedindo água, como está ocorrendo no município de Itu.

O tema seca já rendeu centenas e centenas de músicas, como Vozes da Seca e Maringá.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

UMA PALAVRINHA PARA REFLEXÃO

Nestes tristes tempos de desarrumação social e inversão de valores em que as pessoas viram números, peças de reposição nas complexas engrenagens industriais, a cultura popular vale pouco ou quase nada.
Mas é preciso apostar na valorização humana e na formação do homem do amanhã.
E isso só será possível a partir da compreensão da cultura espontânea feita pelo povo e para o povo, como item necessário e insubstituível da democracia.
Não se formará uma sociedade saudável sem o conhecimento da sua historia e seu povo, mas essa obviedade parece muito distante dos olhos e entendimento dos nossos governantes. E isso traz evidentemente, consequências lamentáveis para a própria sociedade. Não é possível uma sociedade sã sem uma boa formação cidadã.
O conhecimento forma.

VISITA AO IMB
Anteontem o Instituto Memória Brasil – IMB recebeu a visita da estudante Mariana que esteve acompanhada dos pais Vanira e Audálio Dantas.(acima em foto-montagem de Darlan Ferreira). Mariana que na próxima 6ª. feira gravará participação no programa Palavra de Mulher, da TV Brasil,  mostrou-se encantada especialmente com o acervo discográfico do Instituto. Na ocasião, Audálio fez a doação de um exemplar do livro que acaba de lançar: “Céu de Luiz”(Edições SESC), sobre o Rei do Baião.
Fica o registro.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

VOTAR BEM PARA UM BRASIL MELHOR

Dilma pisou na bola ao dizer a Marina que não mexeria nas leis trabalhistas, caso seja reeleita.
Ela pisou na bola não por dizer o que disse, mas pela forma como disse: “ isso não mudo nem que a vaca tussa”.
Ora,  a expressão “nem que a vaca tussa” é, como todo mundo sabe ou deveria saber, de origem popular.
De cultura popular eu sei que Dilma pouco sabe.
Eu descobri que Dilma Rousseff desconhece a riqueza da nossa cultura popular desde quando ela pronunciou, em cadeia nacional, o seu primeiro discurso como presidente da República. Na ocasião, ela chegou ao cúmulo de distorcer uma frase minha (acima, no detalhe).
Lula e seus marqueteiros  também desconhecem o que é cultura popular, pois não é à toa que durante seus mandatos foi usada com exaustão a frase “o melhor do Brasil é o brasileiro”, do grande estudioso da cultura popular Luís da Câmara Cascudo (1898 - 1986), com quem tive a alegria de aprender muito do pouco que sei e que procuro transmitir (saiba mais).
Mas relevarei tudo isso apostando que ela um dia aprenderá mais ao se interessar pela nossa cultura popular.
De novo meu voto é dela, como também o será de Eduardo Suplicy (senador), Alessandro Azevedo (deputado estadual) e Luiza Erundina (deputada federal).
Suplicy conheço de longa data, como de longa data conheço Alessandro e Erundina.
Está mais do que na hora de construirmos um Brasil melhor, pois não é admissível que em nosso país ainda haja 13 milhões de brasileiros totalmente analfabetos e outros 143 milhões de analfabetos funcionais. A atual população do Brasil é de 202 milhões de habitantes, segundo dados do IBGE.
Fora isso, também é inadmissível o País viver com mais de 3 milhões de pessoas ainda enquadradas na escala da miséria absoluta.
Enfim, ainda há muita desigualdade neste “Brasil brasileiro” de Ary Barroso.
Viva o Brasil! 

terça-feira, 16 de setembro de 2014

PAPA FRANCISCO PERDOA TOM ZÉ

O iraraense Tom Zé continua sendo o louco mais lúcido que conheço. A prova disso são suas frequentes incursões pelo mundo invisível da música. E aí está mais uma obra que de modo algum pode passar em branco por quem tem a mínima condição de ouvir e raciocinar:  Imprensa cantada - segunda edição: “Tribunal do Feicebuqui”.

Escute uma das músicas: "Papa Francisco Perdoa Tom Zé".

Para Tom Zé, sem dúvida um orgulho musical do Brasil, não há tempo ruim.
Qualquer tempo para Tom é tempo para criar e se fazer ouvir em alto e bom som.

Sem Tom Zé viveríamos, musicalmente falando, um eterno marasmo.  
Embora desconheça as regras - e técnicas - da composição poética dos cantadores ao som da vida, Tom Zé é uma espécie de repentista da MPB. Viva Tom!

Clique aqui para saber mais sobre Tom Zé.
Você pode baixar algumas músicas do álbum no site, antes de chegarem às lojas.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

UMA NOITE DE CANTORIA

Mocinha de Passira e Luzivan Matias atenderam o chamamento, ontem, do brincante Valdeck de Garanhuns para uma apresentação na cidade Paulista de Guararema, a cerca de 70 quilômetros da capital.
Cerca de 40 pessoas de profissão e origem diversas prestigiaram a dupla, que começou a tocar viola e a atirar versos por volta das 21hs.
Elas atenderam a motes do seleto público e se expressaram em diversas modalidades, entre as quais sextilhas, septilhas e até martelos, como Miudinho e Beira-mar.
Antes de as duas artistas se apresentarem, o anfitrião, acompanhado da mulher Regina - famosa xilogravurista - serviu aos convivas saborosos pratos, como vaca atolada.
A exibição de Mocinha e Luzivan (acima), nas fotos de Poliana e montagem de Clarissa provocou muitas risadas e aplausos.
A cantoria foi aberta com uma fala de Valdeck, que não resistiu e logo depois deu de mão de uma viola e aventurou-se a desafiar a legendária Mocinha.
No nordeste e e em todo canto que se apresenta, Mocinha provoca temor entre os cantadores que ousam cantar com ela.
A sua fama é de demolidora.
A cantoria foi dada por encerrada as duas da manhã de hoje, mas mesmo depois disso Mocinha, Luzivan e Valdeck ainda se estenderam por pelo menos mais uma hora se desafiando em glosa.

VIAGEM
Mocinha retorna hoje a sua cidade Passira, em Pernambuco.
Quarta 17, Mocinha se apresentará no programa (já gravado) do humorista Danilo Gentile, no SBT.

HORÁRIO POLÍTICO
O horário político está cheio de aloprados, entre os quais Tiririca. E o que dizer de um tal Skaf, que tem nos seus minguados minutos uns esquisitos imitando repentistas a favor do candidato.
Caricatura pura. Um horror!
E no programa do Alckmin, o Funk come solto.
Fica o registro.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

PENEIRA & SONHADOR, 20 ANOS

Com um pandeiro na mão e milhões de versos querendo ganhar vida e rumo, Peneira (Manuel Elias) e Sonhador (Cícero Onório) há anos cruzam a pé as ruas mais movimentadas da Cidade de são Paulo embolando e embolando temas do cotidiano, para gáudio de quem com eles se defronta.
Quem embola versos é embolador ou tirador de coco.
Peneira e Sonhador são grandes emboladores.
Peneira é Pernambucano e seu parceiro Alagoano.
Os dois são verdadeiros artistas do encantado mundo da cultura popular.
Eles já participaram de vários programas de rádio e televisão (acima comigo em entrevista a Arnaldo Duran, da tv record), e de filmes como Saudade do Futuro, de produção Franco Brasileira, baseado num dos meus livros (A Presença dos Cordelistas e Cantadores Repentistas em São Paulo; Editora Ibrasa, 1986).
Peneira e Sonhador, enquanto tiram coco à base de pandeiros,  oferecem ao público um CD reunindo um punhado de emboladas (ao lado). Simples, porém mal gravado e ditado por razões óbvias como a falta de grana, o CD 20 Sucessos merece ser ouvido por todo mundo.
O CD 20 sucessos, que comemora os vinte anos de existência da dupla,  abre com as faixas Desafio com Cajú e Castanha e segue com Prosa de Rua, Minha vida de Menino e Fartura na minha terra, entre outras.
As duas últimas faixas, A Mulher trabalhadeira e a mulher preguiçosa e Sogra boa e sogra ruim, tratam exatamente do que o amigo aí está entendendo, só que de forma muito bem humorada. Aliás, o disco é todo assim: Cheio de graça.
Se vocês encontrarem a dupla por aí, o que não é difícil, cheguem perto e aplaudam e levem o disco.
Viva Peneira e Sonhador!

MOCINHA DE PASSIRA
Em cinco horas Téo Azevedo produziu um novo CD da poeta-repentista Mocinha de Passira, dessa vez com a também repentista Luzivan Matias. O disco será lançado em janeiro de 2015.
Téo Azevedo, ganhador do Grammy Latino de 2013 e também do Prêmio de Música Popular Brasileira edição 2013, é possivelmente o produtor com o maior número de títulos musicais produzidos  até hoje no Brasil.
Não nos será surpresa se Téo Azevedo entrar no Guinnes Book como o maior produtor musical do mundo. Ah, sim! Amanhã Mocinha de Passira e Luzivan Matias estarão cantando e tocando viola em Guararema, SP, a convite do brincante Waldeck de Garanhuns. Estaremos lá.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

REPENTISTAS SÃO DE OUTRO PLANETA


 
O Mundo da cantoria é um mundo fantástico, incrível, fabuloso.
Quem o conhece sabe disso, quem não o conhece deveria conhecê-lo, pois a partir daí só terá razões para enaltecê-lo.
A cantoria de poetas improvisadores – ou repentistas – ao som de violas tem origens fincadas em passado remoto.
Defendo a tese de que os repentistas – ou trovadores – são seres vindos de outro planeta.
Eles são bem humorados e sábios, tudo que só os seres iluminados são.
Não é raro nas cantorias os assistentes rirem, chorarem e refletirem sobre situações do cotidiano – ou mesmo de histórias que o tempo guarda_ colocadas por esses poetas incríveis.
Entre nós brasileiros esses representantes dos aedos medievais chegaram com os  portugueses.
Os primeiros a se destacarem foram o negro Inácio da Catinguera que chegou a comprar sua própria alforria e Silvino Pirauá, também cordelista junto com Leandro Gomes de Barros.
São muitos e muitos.
As cantorias Brasil afora são frequentes.
Sábado mesmo aqui em São Paulo, o artista Siba, ex- Mestre Ambrósio, promoveu um belíssimo encontro com dois dos maiores representantes  desse universo: Mocinha de Passira  e Andorinha. Ela de Pernambuco, ele da Paraíba.
Acima, registro do encontro.
Mocinha, no próximo sábado à noite, 13, estará em Guararema, SP participando de uma cantoria com o brincante Waldeck de Garanhuns e outros improvisadores.
Voltarei ao assunto.

MILTINHO
A cultura musical popular brasileira, continua sofrendo desfalque: No ultimo domingo partiu para o Céu o cantor e compositor Milton Campos, por todo mundo conhecido por Miltinho. Eu conheci esse extraordinário artista no extinto restaurante da boêmia paulistana Parreirinha, onde comíamos e bebíamos do bom e do melhor ao lado de Jamelão e Inezita Barroso entre outros nomes de vital importância para nossa cultura popular.
Viva Miltinho!!

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

JOÃO PARAIBANO, ADEUS

Hoje faz uma semana que o cantador repentista João Paraibano morreu.
João, de 62 anos, era paraibano da cidade de Princesa Isabel, mas desde adolescente residia em Alagados de Ingazeira, no Agreste Pernambucano. Ele foi vitima de atropelamento por um motoqueiro. Internado num hospital local, sofreu um AVC e depois contraiu uma infecção hospitalar. Transferido para a capital pernambucana, morreria logo depois.
João Pernambucano foi um cantador de renome. Ele fez duplas com outros grandes cantadores, como Valdir Teles. 
A última vez que estive com João foi no Instituto Memória Brasil, IMB, onde gravamos um especial para a televisão.
Para ouví-lo e vê-lo contando a sua própria história, clique aqui.


Eu sou um simples poeta
Que leva a vida a cantar
De dia namoro o sol
E a noite viso o luar
Sou eterno defensor
Da cultura popular

Esse gênio de cantar
Eu trouxe dentro da veia
Crânio sem ser eletrônico
A voz sem ser de sereia
Escondendo as minhas queixas
Cantando a saudade alheia

(João Paraibano)

domingo, 7 de setembro de 2014

CANTORIA NO SUMARÉ

Escondidinho de carne seca e caldinho de feijão antecederam o tirinete poético travado ao som de violas repentistas ontem à noite, na casa do engenheiro Nelson Badra, no bairro paulistano do Sumaré.
As violas repentistas eram empunhadas pela legendária mocinha de Passira, sempre inspiradíssima; e pelo genial Andorinha.
Os dois destravaram os seus instrumentos às 20 horas e se estenderam até o começo da madrugada de hoje, encantando e arrepiando uma seleta plateia constituída por uma trintena de jovens e adultos, que não se cansava de aplaudir os dois repentistas.
A cantoria foi aberta pelo instrumentista Siba (Ex-Mestre Ambrósio), que além de apresentar Mocinha e Andorinha, traçou um histórico do repentismo no Brasil, desde as suas origens.
Com versos de sextilhas e septilhas, desenvolvidos a partir de motes construídos no calor da improvisação pelo circunstantes, como o bem-humorado – e de gênero fantástico – Se Quiser Eu Também Faço/Zero Cal em Zé Limeira, Mocinha de Passira e Andorinha, de modo quase didático, apresentaram outras modalidades como Gabinete, Cinco e Meio, martelo alagoana e martelo agalopado, no qual a dupla, para gaudio da plateia, degladiou-se com tiradas incríveis.
Mocinha e Andorinha levaram a plateia a rir e até a refletir em muitas situações.
Lá para as tantas e para surpresa de muitos, Siba agarrou-se a uma viola e partiu para uma performance ao lado, primeiro de Mocinha, e depois de Andorinha.
Pouco antes, também de modo surpreendente, o poeta Moreira de Acopiara presenteou o público o presente com trechos de alguns de seus longos poemas e que integrarão, em breve, uma peça de teatro.
Às duas da manhã, com Mocinha de Passira ainda incansável, improvisando versos sobre tudo quanto é tema, a cantoria foi encerrada com o tradicional Coqueiro da Bahia e todos cantando o refrão: quer ir mais eu, vamos/ quer ir mais eu, vambora.

O DOMINGO NA PRAÇA

Centenas de pessoas de todas as idades compareceram ontem, a partir das primeiras horas da manhã, à Praça Buenos Aires, em Higienópolis, para assistir a apresentação dos alunos do Colégio Ofélia Fonseca.
Além de apresentação de música e declamação de poemas, os alunos do colégio realizaram uma exposição de desenhos e esculturas, várias delas construídas com materiais descartáveis e outros tipos de materiais, como cascas de árvore.
O ponto máximo do evento que contou com performance de moradores da região, incluindo a de outros colégios, foi a apresentação do Bando de Professores (grupo formado por professores do colégio, incluindo teclado, guitarra, bateria, entre outros instrumentos) e Polaroides Urbanos (ao lado) cujo os integrantes são Daniel Justi (guitarra), Orlando Ozzy Neto (bateria), Tiago Petrozelli (teclado), Rafael Jordão (vocal) e Raphael Lagrasta “baixo”.
Também ponto alto do evento ontem, foi a apresentação do Grupo à Cabidela, formado por Clarissa de Assis (violino), Cristiane Bastos (vocal e cajon) e Maria Helena (violão), que interpretou entre outras músicas, Pessoa Nefasta (Gilberto Gil), A História de Lily Brown (Chico Buarque/Edu Lobo) e Mirante (Marcos Carvalho/Cristiane Bastos/Maria Helena).
O encontro de estudantes, também chamado de festival, na Praça Buenos Aires promovido pelo Colégio Ofélia Fonseca, foi encerrado no começo da noite pelo grupo feminino Sambadela, já bastante conhecido na região.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

BRINCANDO NA PRAÇA


 
 
Amanhã de manhã, na Praça Buenos Aires, ali no bairro de Higienópolis, um bando de crianças e professores, no meio adolescentes, estarão em sadio alvoroço, brincando e cantando e dando vivas à vida.

A programação seguirá tarde adentro.
 
"Alguns dos meus alunos irão se apresentar às 10h, com a música Filhos de Gandhi, do Ben Jor. Vou me apresentar em seguida, 11h20, com o Grupo à Cabidela (Cristiane Bastos, Maria Helena e Clarissa). Mais tarde, às 14h30, também toca o Bando de Professores, que é uma banda que se formou na equipe docente ano passado.”, informa a professora Clarissa de Assis, acrescentando que: “no meio disso tudo, haverá apresentações de dança, música, concurso de fotografias, contação de histórias, ilustrações, dos alunos. A proposta é envolver a comunidade. Familiares, vizinhos de bairro, funcionários, todos estes podem se inscrever no Festival de Artes.”

A iniciativa é da direção do Colégio Ofélia Fonseca, do bairro de Higienópolis. Aqui, o texto do colégio sobre o evento: ‘A escola está inserida em uma realidade e deve desenvolver todo o seu potencial educativo que surge do entorno no qual ela se insere aprofundando sua relação com a comunidade. Para desenvolver essa tarefa educativa temos que pensar as práticas e suas relações com a comunidade, rompendo os limites físicos e construindo um caminho de uma educação baseada em princípios éticos e democráticos que visam a cidadania”.

Da programação consta também uma performance da banda Polaroides Urbanos às 15h50.


Vamos nos juntar a essa festa?

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

OSWALDO MENDES EM REVISTA

Baixinho, troncudo, barbudo de sorriso fácil - simpaticíssimo - gaiato e destemido.
Estas são as características que me fazem lembrar o mineiro Henrique de Souza Filho, Henfil.
Henfil, jornalista, cartunista de traço inconfundível, estaria completando agora 70 anos de idade.
Politicamente, Henfil era um anarquista, digamos assim, com objetivos concretos. Tanto que foi um dos mais dedicados personagens de movimentos sociais do País, como as campanhas pela Anistia  e Diretas Já.
Lembrei disso tudo por uma razão: mexendo no acervo do Instituto Memória Brasil, encontrei um LP raríssimo: Revista do Henfil (acima no clique de Darlan Ferreira).
O LP do extinto selo Discos Bandeirantes traz doze faixas, quatro das quais assinadas por Oswaldo Mendes e Claudio Petraglia.
A Revista do Henfil foi uma obra para teatro baseada nas tirinhas do autor, publicadas em vários jornais e revistas entre os quais Jornal do Brasil, O Estado de São Paulo e O Cruzeiro.
A criação da Revista do Henfil foi uma iniciativa da empresária, produtora e atriz Ruth Escobar, que contratou alguns nomes de destaques da cena brasileira para se integrar à direção e elenco, como Fauzi Arap (1938-2013).
O texto é assinado pelo ator, autor e jornalista paulista de Marília Oswaldo Mendes e o próprio Henfil.
Entre os atores convidados para participar da Revista do Henfil que estreou no dia 1º de setembro de 1978, no Galpão/Teatro Ruth Escobar, estavam no elenco nomes como Paulo Cesar Pereio e Sonia Mamed.
Fauzi Arap foi o primeiro nome chamado para dar texto final à Revista, mas ele desistiu no último momento, levando Ruth Escobar a chamar  às pressas Oswaldo Mendes (abaixo, no clique de Jailton Garcia/Câmera Brasil Imagens) que deu conta do recado.
Henfil morou em Natal, RN - onde foram feitos os primeiros esboços da Revista -, nos Estados Unidos, China, São Paulo e Rio de Janeiro.
Não dá para esquecer os 36 anos da estreia da Revista do Henfil, que à época percorreu várias cidades brasileiras.
A Revista do Henfil foi o embrião que levou à promulgação da Lei da Anistia (Lei n° 6.683), que diz:
Art. 1º É concedida anistia a todos quantos, no período compreendido entre 2 de setembro de 1961 e 15 de agosto de 1979, cometeram crimes políticos ou conexo com estes, crimes eleitorais, aos que tiveram seus direitos políticos suspensos e aos servidores da Administração Direta e Indireta, de fundações vinculadas ao poder público, aos Servidores dos Poderes Legislativo e Judiciário, aos Militares e aos dirigentes e representantes sindicais, punidos com fundamento em Atos Institucionais e Complementares …(vetado).
1º - Consideram-se conexos, para efeito deste artigo, os crimes de qualquer natureza relacionados com crimes políticos ou praticados por motivação política.
Essa é uma história incrível.
Quer saber mais um pouco sobre Henfil?  Então clique:
http://assisangelo.blogspot.com.br/2014/06/viva-hrnfil.html
Oswaldo Mendes em visita ao Instituto Memória Brasil - IMB

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

GRANA E MÚSICA

Dá dó ouvir a programação das emissoras de rádio deste Patropi, 
pois, raramente é possível achar num dial música brasileira que possa agradar ouvidos de bom gosto.
Dá dó também ver coisa que preste na nossa programação televisiva.
As exceções são raríssimas, como Viola Minha Viola e Sr. Brasil, programas da tv cultura.
Fora isso, claro, ha especiais no mesmo canal que não podem deixar de ser vistos, como Ensaio e Móbile, criados, dirigidos e apresentados pelo veteraníssimo Fernando Faro.
E nada mais, além de uma coisinha aqui e ali que mais das vezes passa desapercebida.
Eu lembro isso por uma simples razão: A nossa música, seja a popular ou erudita, está sozinha, abandonada, sem ter onde se mostrar.
Onde andam nossos grandes compositores e intérpretes? 
Cadê Sérgio Ricardo, que a gente não ouve no rádio e nem vê na tv?
Mário Albanese, Roberto Luna, Elzo Augusto, Germano Matias, Martinho da Vila, Osvaldinho da Cuíca, Oswaldinho do Acordeon, Biliu de Campina, Genival Lacerda, Téo Azevedo, Paulinho da Viola, Vidal França, Luiz Vieira, Eduardo Gudin, Fuba de Taperoá, Vital Farias, Claudete Soares, Maria Cleuza, Márcia, Celia/Celma, Claudya? E o que dizer dos grupos de choro e de samba que também andam sumidos?
O fato é o seguinte: Música boa, hoje, não tem vez. 
Por que? 
Simples agora é tudo a grana pela a grana.
Quero dizer com isso também que a canção foi para o espaço, como para o espaço foram quase todos os gêneros musicais brasileiros.
Não é triste? 

terça-feira, 2 de setembro de 2014

EM TERRA DE ANALFABETO, QUEM TEM UM LÁPIS...

Definitivamente, ainda somos um País de analfabetos.
E enquanto essa situação perdurar, continuaremos a ser o que somos: analfabetos, e como tal, inválidos. Inválidos e dependentes, pois, enfim, em terra de analfabeto, quem tem um lápis e voz de comando é rei.
Marina bate em Dilma, que bate em Aécio, que bate em Dilma, que não bate em Marina. Sabem por que? Porque bater não é ofício fácil para todos. A velha máxima: quem apanha nem sempre sabe porquê.  
Tancredo Neves inaugurou uma tal de Nova República. Só inaugurou, porque quem levou avante essa ideia de Nova República na verdade foi o malandro Sarney. Depois vieram outros luminares como Collor, FHC e de tanto insistir, o Lula-Lá que pavimentou o caminho para a mineirinha Dilma passar.
Pois é, vejam: a Nova República começa com um mineiro -que morreu antes do seu tempo-  e segue até agora, com Dilma.
Tudo estava pronto para Dilma continuar no cargo que conquistou há quatro anos. E estava de fato tudo indo muito bem, até que, no meio do caminho, apareceu uma pedra...  um avião enfiou a cara no chão com um ocupante que anunciava aos quatro ventos ser ele o porta-voz de uma “nova política”. Ele estava com 9 pontos no gosto dos eleitores, segundo pesquisas de opinião.  E a coisa começou a complicar.
O concorrente da Dilma, na reescalada ao Planalto, era o netinho de Tancredo, que estava com 20 pontos nas mesmas pesquisas.
Com a morte do porta-voz da nova política, alça voo em céu de brigadeiro a aparentemente frágil, a acreana Marina Silva.
E o bololô se fez!...
Marina bate em Dilma, que bate em Aécio, que bate em Dilma, que não bate em Marina...

sábado, 30 de agosto de 2014

ELBA RAMALHO, A VOZ DO NORDESTE


Aos 63 anos de idade completados no último dia 17, a cantora paraibana Elba Ramalho firma-se definitivamente como uma das vozes mais fortes e vibrantes do nordeste brasileiro.
O seu primeiro disco, Ave de Prata – de autoria do primo Zé Ramalho – foi lançado em 1979.
Eu a conheci nessa época.
Na ocasião o poeta e fotógrafo Paulo Klein reuniu alguns dos principais jornalistas em S. Paulo para apresentar, na sua casa à rua Avanhandava, a nova cantora que vinha do nordeste decidida a conquistar mentes e corações do Brasil.
E conquistou.
Elba, como quase todos os nordestinos, carrega consigo a crença e fé nos mistérios da vida. Para ela, Deus é, simplesmente, “o caminho e a vida”.
Mística, ela não tem medo de dizer com todas as letras que acredita em vida pós a morte e em vida além do planeta Terra.
Ela respira fé em Deus.
Sempre alegre, comunicativa e solidária, Elba Ramalho sempre procurou estar de bem com a vida e com o próximo, transmitindo alegria e esperança.
Ela sempre diz ter ciência de que “a nossa vida é muito curta”.
Elba Ramalho – por que não dizer? – é uma espécie de Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e Gordurinha de saia.
Ela canta o que crê, tanto que não é raro encontrar no repertório de seus discos, canções que falam de amor e paz.
Em 2000, eu tive a alegria de contar com sua participação na gravação do CD Assis Angelo Interpreta Poetas Brasileiros (acima, clique sobre a imagem), há muito esgotado.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

QUI NEM JILÓ

Votos de boa sorte e orações de amigos espalhados por aí como Roberto, Simone, Anastácia, Celia, Celma, Clévisson, Osvaldinho, Miguel, Mara, Geraldo, Darlan, Mocinha, Ivone, Eduardo, Joel, Wilson, Onaldo, Beto, Papete, Roniwalter, e Jorge, e levantaram a bola e me deram coragem nesses dias para, mais uma vez, encarar os mistérios do Centro Cirúrgico do Hospital das Clínicas, acompanhado por uma equipe de capacitados e profissionais do ramo da oftalmologia que estão pelejando para me fazer ver de novo as coisas da vida. Eu estou bem, qui nem jiló.
Solidariedade, carinho, amor, amizade e bem-querer são coisas que guardamos para sempre.

Fica o registro.


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