Seguir o blog

segunda-feira, 6 de março de 2017

A MULHER NA LITERATURA DE CORDEL

O genial cantador Sebastião Marinho era adolescente quando, pela primeira vez, cantou com a mais famosa repentista. Ele tinha 13, 14 anos, e ela bem mais.
Otília Soares foi a poeta repentista que passou o bastão de "rainha" para Mocinha de Passira, a única que vive até hoje da profissão; de poeta repentista.
Otília publicou cordel e Mocinha também.
E o ponto é este: mulher atuando no campo masculino do Cordelismo.
A primeira delas foi Maria das Neves Batista.
Maria das Neves era Nevinha, filha de Francisco das Chagas Batista, paraibano do século 19.
Sua filha Nevinha entra para a história do Cordelismo a partir do momento que publica seu primeiro cordel: O Violino do Diabo ou o Preço da Honestidade, sob o pseudônimo de Altino Alagoano, em 1938.
Cordel é folheto e folheto, nas suas páginas, traz versos. É isso o que é e é o que gostamos...
Olavo Bilac publicou um texto seu num folheto. De Cordel?
Historicamente, a mulher em todos os tempos e em todos os cantos foi tida como menor.
Para o machismo não há explicação, porque se houvesse encontraríamos sua gênese em Eva.
Fazer poesia é coisa difícil de fazer.
Contar história, história da vida, é sempre muito difícil. Agora pensemos: contar a história da vida em versos. É difícil, não é?
As duas primeiras mulheres a publicar versos foram Nísia Floresta e Maria dos Reis, no século 19.
Elas poderiam ter publicado seus poemas em folhetos
A história é longa. Em 1938, a paraibana Nevinha publicou O Violino do Diabo ou o Preço da Honestidade. E ponto. E hoje temos na lembrança de ontem e de hoje muitos nomes femininos e de grandeza poética, incluindo uma das mais novas Julie Ane Oliveira (foto acima), que continua crescendo. Essa menina começou cedinho, com apenas 11 anos de idade, foi quando eu a conheci; filha do cordelista Rinaré.
Antes de relacionar os nomes que seguirão abaixo, quero agradecer a atenção de Sebastião Marinho, Kydelmir Dantas, Moreira de Acopiara, Rômulo Nóbrega e outros nomes queridos de Pernambuco, Sergipe e Piauí.


MULHERES CORDELISTAS

·         Alda Oliveira (Iguatu-CE)
·         Anilda Figueiredo (Crato-CE)
Bastinha Job (CE)
·         Benedita Delazari (SP)
·         Celia Castro (PB)
·         Cleusa Santo,
·         Clotilde Tavares (Campina Grande-PB),
·         Creusa Meira (BA),
·         Cora Coralina,
·         Dalinha Catunda (natural do Ceará)
·         Dalva Moreira
·         Djanira Feitosa (natural do Ceará)
·         Esmeralda Batista (CE),
·         Fanka Santos (Barbalha-CE),
Francinete Fernandes Souza,
·         Francisquinha Confessor (RN),
·         Geni Milanez  (Cerro Corá-RN),
·         Gloria Fontes Puppin (RJ),
·         Helvia Callou (PE),
·         Iracema Mendes Régis (natural do Ceará)
·         Ivonete Morais (natural do Ceará)
·         Izabel Nascimento (SE),
·         Isaura Melo,
·         Josenir Lacerda (natural do Ceará)
·         Josenira Fraga (Guaramiranga-CE),
·         Josy  Maria
·         Julie Ane Oliveira (natural do Ceará)
·         Leila Freitas (natural do Ceará)
·         Lourdes Ramalho (Jardim do Seridó-RN),
·         Luma (CE, Maria Godelivie (PB),
·         Magaret M. P. de Lima
·         Mana Cardoso (Crato-CE)      
           Maria Alda de Oliveira
·         Maria Carlos Pereira
·         Maria das Neves Batista Pimentel,
·         Maria de Fátima Lucas (natural de São da Boa Vista - SP)
·         Maria do Rosário Lustosa da Cruz
·         Maria Godelivie (natural de Paraíba)
·         Maria Jose De Oliveira (AL),
·         Maria Julita Nunes
·         Maria Luciene (natural do Ceará)
·         Maria Matilde Mariano
·         Maria Rivaneide (natural do Ceará)
·         Maria Rosimar Araujo
·         Maria Soledade,
·         Mariane Bigio (natural de Recife)
·         Minervina Ferreira (Cuité-PB),
·         Mirian Carlos Moreira de Souza
·         Mocinha da Passira (Limoeiro-PE),
·         Nalva Poeta
·         Nezite Alencar (Crato-CE),
·         Raimunda Frazão (Catanhede – MA),
·         Rita Maria de Oliveira
·         Rosa Régis (Jacaraú-PB),
·         Ruth Hellmann (Erechim-RS),
Salete Maria
·         Sírlia Lima (Mossoró-RN),
·         Suêldes – poetisa popular
·         Susana Morais (natural de Recife)
·         Tonha Mota (Taperoá-PB),
·         Valéria Albuquerque
·         Vânia Freitas (Fortaleza-CE),
·         Vicência Macedo Maia (BA),
·         Zaira Dantas da Silva (PB),
·         Zuzu Oliveira (Anguera-BA)

domingo, 5 de março de 2017

CHIQUINHA GONZAGA, ELA PRÓPRIA, EM DISCO

Chiquinha Gonzaga foi a mulher que mais compôs música no Brasil.
 Ela nasceu no final do século 19 e morreu em 1935, deixando umas duas mil músicas nos gêneros os mais diversos. Não seria exagero dizer que foi ela que inventou a marcha carnavalesca, em 1889, a pedido dos foliões do Cordão de Ouro do Rio de Janeiro.
A história de Chiquinha é uma história incrível. Ela casou-se quando tinha 16 anos de idade, a mando do pai. Mas o casamento durou pouco e ele foi seguindo na vida até que apaixonou-se, já nos 40, por um jovem português de 16 anos de idade, com quem viveu até o fim da vida.
Esse jovem, João, tinha gosto pela música e criou o selo O Popular, onde Chico Alves gravou o seu primeiro disco, com o samba O Pé de Anjo.
Chiquinha sempre esteve muito a frente do seu tempo.
Chiquinha, maestrina, compunha ao piano.
Até há pouco questionava-se o fato de lea não ter deixado nenhum registro seu ao piano. Mas deixou. Esse registro foi feito num disco O Popular, em que ela ocupa as duas faixas e, de viva voz, identifica-se ao piano, interpretando uma habanera e uma valsa, que não se sabe serem de sua autoria.
O registro de Chiquinha Gonzaga ao piano se acha num audio recuperado no acervo do Instituto Moreira Sales, graças ao colecionador Gilberto Gonçalves. O disco é de 1922.

sábado, 4 de março de 2017

INEZITA É CELIA E CELMA



Em todos os dias e tempos, há heróis derrotados.
O Brasil perde desde Duarte Pacheco Pereira, que chegou à costa da Bahia em 1498, antes de Cabral. Pois, pois.
O que é que a paulistana Inezita Barroso tem a ver com o português Duarte?
Herdamos muitas coisas bonitas dos portugueses...
Eu conversava muito sobre isso com a querida Inezita, brasileiríssima.
Inezita partiu e ficou conosco o seu saber poético e musical.
Aqui mesmo, no Blog do Assis Ângelo, eu disse que Inezita não morreu. E não morreu, mesmo! A prova é nos dias definidos na grade da TV Cultura, em que ela aparece, como sempre, sorridente e grandona.
Mas, claro, sabemos que a Inezita habita o andar de cima, onde um dia todos estaremos.
Inezita é história. 
Eu estive várias vezes em seu programa Viola Minha Viola. E ela na minha casa e eu na dela.
Leram-me hoje notícia dando conta, que, ontem, o jornal o Estado de São Paulo noticiou que os bans-bans-bans da organização Cultura estão fazendo testes com artistas para escolher o novo (ou nova) apresentador (ou apresentadora) do Viola Minha Viola.
Inezita feminina, Inezita plural.
Pra que testes, meu Deus do Céu?
Inezita é múltipla em Celia e Celma.

 
 

POSTAGENS MAIS VISTAS