Agosto, mês de desgosto. É o que diz o dito popular.
Nesse mês, o mês de agosto, historicamente acontecem coisas do arco da velha.
Agosto, mês do cachorro louco.
Na segunda parte do século 19, o arqueólogo de origem anglo-saxão criou , movido pela curiosidade, o Dia Internacional do Folclore.
Até então, não existia sequer a locução "folclore".
O dia 22 de agosto é o Dia Internacional do Folclore.
Muita tragédia ocorreu, e certamente continuará a ocorrer, no mês de agosto; no Brasil e em todo o canto deste planetinha que a gente judia tanto.
No dia 22 de agosto de 1976 ocorreram dois fatos de extrema importância na vida brasileira: a morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek, JK, num acidente automobilístico na Dutra, ali em Rezende, e a minha chegada à cidade de São Paulo, rá rá rá.
Muita coisa de real importância agosto nos reserva.
O rei do baião, Luiz Gonzaga, partiu para a Eternidade num dia 02 de agosto.
Foi no dia 25 de agosto de 1961 que o mato grossense Jânio Quadros renunciou à presidência da república.
Sete anos antes, no dia 24 desse mês, o gaúcho Getúlio Vargas meteu um tiro no próprio peito e entrou para a história.
E hoje, 31, a mineira Dilma Roussef foi impichada no Senado pelo placar: 61 x 20.
Mas, ao contrário de Vargas, ela continua viva. Ah! o espírito folclórico rondou o tempo todo na Câmara e no Senado. Quer ver? Um exemplo: "uma no casco, outra na ferradura". Ou seja: a Dilma foi impichada, mas os seus direitos políticos não foram cassados.
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quarta-feira, 31 de agosto de 2016
segunda-feira, 29 de agosto de 2016
QUEM CASA QUER CASA... E VIVA LUIZ GONZAGA!
https://www.youtube.com/watch?v=8zkn-8ZxHzI
Quem casa quer casa, diz sábio ditado popular.
Quem casa quer casa, diz sábio ditado popular.
A origem da
expressão casamento vem daí, de casa. E o hábito de juntar-se um ao outro, ou a
outra, data de tempos d'antanho. Coisa do começo dos tempos; dos tempos em que
o homem desceu da árvore e passou a se meter a besta só pelo fato de equilibrar
o corpo sobre as pernas. Claro, uma façanha e tanto! Depois disso, o homem passou a
criar muitos maus hábitos. Entre esses maus hábitos, incluiu o de arrastar
mulheres pelos cabelos. O machismo, certamente, vem daí.
Pois bem, aos
maus hábitos, inseriram-se, no correr do tempo, bons hábitos. Entre os bons
hábitos, destaque para a união formal entre o homem e a mulher. Depois, bem
depois, entre homem e homem e mulher e mulher. E há bem pouco tempo, está-se
inserindo o hábito formal e triangular do casamento, ou seja, casamento a três.
Eu, Tu, Ele...ou Eu, Tu, Ela...
Foi na Bahia,
bem recentemente, que um juiz de Direito validou o casamento a três. Mas não há
motivo para espanto, meu amigo, minha amiga que me lê. Lei árabe chancela há
não sei quanto tempo a convivência matrimonial de um homem e seis mulheres.
Desde, claro, que tenha ouro para bancá-las. É né? Não, não se espante: Há
muito e muito tempo, já era permitida a prática de sultões e marajás proverem
haréns. Não sei não, mas passagens do Velho Testamento indicam que o rei Davi
pôs no mundo um milhar de descendentes diretos.
Mas por que
diacho estou falando essas coisas?
Outro dia ouvi
no rádio a notícia de que dedicados cientistas haviam descoberto mais um entre
milhares de planetas: Próxima B, que fica, acho, já do lado de fora da Via
Láctea. E não é tão próximo da gente a Próxima B, calculadamente a 4,2 bilhões
de anos/luz do nosso judiado planetinha Terra.
Pará você não
pirar de vez, meu amigo, minha amiga, 4,2 bilhões de anos/luz significam algo em torno de 74 mil
anos. O cálculo é baseado no calendário gregoriano do velho e bom Papa
Gregório, certo?
Mas eu dizia que
quem casa quer casa.
O hábito de
casar, comumente chamado de "juntar os trapos", continua em prática, como em prática continua também o hábito de
descasar.
O nosso
planetinha acolhe, desorganizadamente, cerca de 7,5 bilhões de pessoas. Não
seria uma boa, parte desse volume de pecadores ir de uma vez para o espaço?
Mas, como vimos, Próxima B está completamente fora do alcance dessa pretensão, pelo menos por enquanto.
O que é que tem
a ver amor com união contratual?
Há mil e poucos
anos a igreja católica teve a brilhante ideia de faturar em cima do homem e da
mulher, de capitalizar o matrimônio. Detalhe: entre os mil e um pecados
cometidos pela madre Igreja está o de não reconhecer a pureza entre sexos. Ou
seja: a igreja não admite abertamente o casamento entre homem e
homem e mulher e mulher etc.
Em junho passado
o Papa Francisco disse que era preciso pedir perdão
aos homossexuais pela forma como a Igreja tem tratado a questão.
Prá mim e muita
gente, todo tipo de discriminação faz mal à saúde.
Quem casa quer
casa...
Eu tenho um
amigo, que tem casa e acaba de casar. Esse amigo passou boa parte da vida namorando uma só mulher. Esse amigo,
chama-se Joel. E a mulher, Gracilda. Ele é paulistano, ela é mineira. No último dia 25 os dois
resolveram unir-se em matrimônio, exatos quarenta anos depois de haverem juntado os trapos. Os dois são jóias raríssimas nesse mundo tão perdido de gentes e
coisas.
TV OSASCO
A TV Osasco levou ao ar ontem, 28, entrevista que
concedi (clicar link acima) ao programa Salada Brasil By Night. Falei sobre a importância musical
do multimídia Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. O competente entrevistador Cícero Walter
tratou o tema com muito carinho e reconhecimento da obra do autor de Asa Branca
e tantos outros clássicos imortalizados na alma do brasileiro. Aliás, por falar na toada Asa Branca, expressei a minha insatisfação pelo espetáculo de abertura da 31ª Olimpíada,
no início deste mês. Falei que faltou ênfase à cultura do Nordeste brasileiro,
faltou Baião, por exemplo. No show de encerramento, foram apresentadas diversas
manifestações culturais, incluindo ritmos como frevo, forró e baião. Um espetáculo e tanto! E lá, muito merecidamente, estavam sendo lembrados Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro.
O coração do povo identifica e canta facilmente a sua cultura.
O coração do povo identifica e canta facilmente a sua cultura.
BIENAL
Amanhã,
às 18:00hs estarei falando sobre cultura popular na Bienal Internacional do
Livro. Vamos lá?
domingo, 14 de agosto de 2016
DIA DO PAI, DO FILHO E DA MÃE
Até aqui, o resultados dos Jogos Olímpicos, Rio 2016, é pífio. Muita gente já fez as malas e voltou para casa. As meninas do Basquete por exemplo. As medalhas insistem a continuar distante do eito dos nossos atletas. Por que será, hein?
Mais não é disso que quero falar.
Em 1909, em Washington, EUA, uma garota de nome Luísa, ouvindo um discurso em homenagem as ma~es, decidiu fazer o mesmo com seu pai João, veterano da Guerra Civil Norte-Americana. E assim surgiu o Dia dos Pais.
Hoje é Dia dos Pais, dos filhos e tudo o mais, para alegria dos comerciantes e da sociedade consumista.
Mas não é disso que quero falar, não.
Ontem, da tarde pra noite, a Livraria Cortês ficou apinhada de artistas populares e doutores de áreas diversas. O motivo disso foi a inauguração da 10ª Semana do Cordel, idealizada em 2012.
Apresentaram-se cantando, tocando e declamando astistas do quilate de Moreira de Acopiara - que também atuou como Mestre de Cerimonia, João Gomes de Sá, Cacá lopes e sua filha Alice, de cinco anos; Luiz Carlos Bahia, Audálio Dantas, que inventou de me chamar irresponsavelmente de "Simbolo da Cultura Popular", e mais e muita gente.
Grandes destaques do evento, além de José Cortez, que empresta nome à Editora, Valdeck de Garanhuns e a dupla fabulosa de emboladores: Peneira e Sonhador.
E mais nem conto, porque foi tudo de fato muito bonito.
Ah! José Cortez, que vai ganhar nome de escola pública da rede de ensino do Estado, no próximo dia 20, na Zona Sul de São Paulo,merece nota um milhão e um milhão de medalhas de ouro por nos honrar com seu trabalho...
PETER
O engenheiro Peter Alouche continua brilhando nas páginas dos jornais e nos jornalísticos da televisão. Clique aqui e aqui também.
Mais não é disso que quero falar.
Em 1909, em Washington, EUA, uma garota de nome Luísa, ouvindo um discurso em homenagem as ma~es, decidiu fazer o mesmo com seu pai João, veterano da Guerra Civil Norte-Americana. E assim surgiu o Dia dos Pais.
Hoje é Dia dos Pais, dos filhos e tudo o mais, para alegria dos comerciantes e da sociedade consumista.
Mas não é disso que quero falar, não.
Ontem, da tarde pra noite, a Livraria Cortês ficou apinhada de artistas populares e doutores de áreas diversas. O motivo disso foi a inauguração da 10ª Semana do Cordel, idealizada em 2012.
Apresentaram-se cantando, tocando e declamando astistas do quilate de Moreira de Acopiara - que também atuou como Mestre de Cerimonia, João Gomes de Sá, Cacá lopes e sua filha Alice, de cinco anos; Luiz Carlos Bahia, Audálio Dantas, que inventou de me chamar irresponsavelmente de "Simbolo da Cultura Popular", e mais e muita gente.
Grandes destaques do evento, além de José Cortez, que empresta nome à Editora, Valdeck de Garanhuns e a dupla fabulosa de emboladores: Peneira e Sonhador.
E mais nem conto, porque foi tudo de fato muito bonito.
Ah! José Cortez, que vai ganhar nome de escola pública da rede de ensino do Estado, no próximo dia 20, na Zona Sul de São Paulo,merece nota um milhão e um milhão de medalhas de ouro por nos honrar com seu trabalho...
PETER
O engenheiro Peter Alouche continua brilhando nas páginas dos jornais e nos jornalísticos da televisão. Clique aqui e aqui também.
sexta-feira, 12 de agosto de 2016
UM PEQUENO MERGULHO NA HISTÓRIA
O Brasil é cheio de Silvas, Watanabes, Müllers, etc.
Pois bem, o Brasil de raça e tudo o mais.
Rafaela, uma Silva, é preta, pobre e militar da Aeronáutica. Sargenta com soldo de aproximadamente três mil reais. Muito esforçada, dedicada ao judô o tempo todo. Em Londres foi xingada por não ganhar ouro... agora, ganhou. E a sua namorada Tamara, ex-judoca e também muito esforçada, cuida da casa e cachorros, enquanto Rafaela tapa a boca dos maledicentes.
Viva Rafaela, a cara do Brasil!
O Brasil, um país por natureza multifacetado, tem lá suas esquisitices.
Você sabia que cerca de 30% dos atletas brasileiros que participam dos jogos Rio 2016 são militares?
Eu já disse, digo e certamente voltarei a dizer que o Brasil é injusto com os brasileiros. Seus governantes desde a primeira República, com Deodoro, nunca deram bola à Educação, à Cultura e aos Esportes, por exemplo.Já tivemos até presidente doido de juízo perdido, como o Delfim Moreira.
A primeira e única vez que o Brasil ganhou medalha de ouro na modalidade tiro esportivo foi em 1920. Agora, nesses jogos, o Brasil ganhou a segunda medalha: de prata, nessa modalidade.
Na primeira parte dos anos 1930, Getúlio Vargas empossou Capanema como ministro da Educação, e como seu chefe de gabinete, o poeta Drummond. Nesse meio tempo, outras duas figuras também marcariam época à frente de projetos vinculados à Cultura: o paulista Mário de Andrade e o carioca Villa-Lobos. E desde então nada mais significativo aconteceu. Triste dizer isso, não é mesmo?
Dia desse conversando com os amigos Biancamaria Binazzi e Cadu Gato com Fome, eu expus esse raciocínio. Os dois chiaram e pularam que nem calangos em frigideira quente. A Biancamaria ainda tentou rebater fatos históricos; o Cadu, nem isso. Pois é.
Juscelino criou Brasília, Jânio renunciou, Jango levou uma rasteira dos militares, que assumiram o poder por vinte e um anos, Tancredo morreu antes de assumir o cargo de presidente, Sarney fez o que fez sem acreditar que seria presidente; postiço, mas presidente. Depois vieram Collor, ai ai ai; FHC; Lulalá e Dilma, cuja corda ela mesma enfiou no próprio pescoço para os congressistas puxarem. Mas a verdade, a verdade verdadeira, é que a Cultura, como o vento, sobrevive sozinha a todas as intempéries.
Um país sem cultura é um país sem identidade. Não é mesmo?
Pois bem: O Brasil parece, mesmo, uma casa da Mãe Joana.
A última Copa do Mundo de futebol, realizada no Brasil, foi um Deus nos acuda. Aqueles 7 x 1... Tudo quanto era gringo da direção do Mundial mandou e desmandou nesta terra abençoada por Deus, na cantiga de Benjor. Usurparam até a nossa língua. E agora, nos Jogos que ora se realizam no Rio e noutras capitais do País, o Hino Nacional era posto nos nossos ouvidos pela metade. Tocava-se a primeira parte e logo depois pulava-se para o final. Isso, por determinação dos gringos. Pode? Não pode, tanto que a partir de hoje já anunciam mudanças nessa execução.
O Hino Nacional é um dos nossos quatro símbolos. Foi originalmente criado para banda, em 1831.Francisco Manuel da Silva, maestro, foi o autor da melodia. No começo da primeira década do século passado, a Banda da Casa Edison registrou o Hino numa curiosa gravação (acima). Em 1909, o poeta e jornalista Joaquim Osório Duque Estrada criou a letra, e o hino, oficialmente foi dado por concluído em setembro de 1922. Em 1917, o cantor Vicente Celestino registrou a sua versão (abaixo).
Essa é parte da história, como parte da história é o Hino Nacional Brasileiro.
Ah! Você sabe quem foi o autor do Hino da Independência? Pois é, foi um tal de Dom Pedro I. Essa é outra história...
quinta-feira, 11 de agosto de 2016
OLIMPÍADA E FEIJOADA
![]() |
Edmundo, Erivan, Assis e Carmem. |
Felipe Wu, 24, paulista ...
Rafaela e Felipe são os primeiros medalhistas da Olimpíada de 2016, hora em andamento no Rio de Janeiro e noutras capitais.
Os dois, além da idade, em comum têm o fato de serem sidos adotados por nosso brilhoso Exército. Os dois recebem um soldo para sobreviverem às intempéries do cotidiano . Ele é sargento ...
Essa Olimpíada, como todas olimpíadas, é caríssima aos bolsos brasileiros.
Quanto custa uma Olimpíada.
Historicamente os governos brasileiros nunca investiram de verdade na educação, na cultura e nos esportes. Uma pena. Esse papo de bolsa disso e da daquilo incluindo para atletas, é uma piada de muito mal gosto.
Inaugurada no ultimo dia 5, a Olimpíada 2016, também chamada de Jogos Rio 2016, rendeu aos nossos representantes apenas 2 medalhas: a de ouro conquistada por Rafaela e a de prata, conquista por Felipe.
Na verdade, os nossos atletas são heróis por treinarem praticamente sozinhos sem o devido apoio do chamado poder publico.
Mais vamos torcendo para que o melhor sempre nos aconteça.
Dia desse, fui convidado pelo amigo e conterrâneo Erivan Dantas para comer uma feijoada no Hotel San Raphael.
Adorei o convite e a feijoada, uma das mais saborosas que o meu paladar refinadíssimo, já provou .
Na ocasião, tive a alegria de conhecer o fisioterapeuta das seleções masculina e feminina de judô. De cegos, é o detalhe.
Edmundo Costa é mineiro e integra das duas seleções há cinco anos.
O Hotel San Raphael me trás boas lembranças do tempo em que eu era repórter do jornal Folha de S.Paulo. é um hotel famoso, bonito e um dos símbolos da cidade de São Paulo. Nos seus quartos se hospedaram personalidades muito conhecidas, como a cantora Edith Piaf e Mohamed Ali.
domingo, 7 de agosto de 2016
FALTOU BAIÃO NO MARACANÃ
Os Jogos Olímpicos começaram ali pelos anos 800 a.C.
No começo, não eram tão espalhafatosos como o são hoje. E eram bons, principalmente por que não havia TV Globo e nem o chato de voz chata Galvão Bueno.
Na antiguidade, os jogos tinham por finalidade enaltecer e valorizar a força dos gregos.
Tudo começou em Olímpia, no ano de 776 a.C. com o domínio romano, as coisas ficaram ruins para os gregos.
Os jogos eram de cunho pagão.
O imperador romano Teodósio I, que de uma hora pra outra converteu-se ao Cristianismo, decidiu extinguir os Jogos. Isso no ano 993 d.C.
Cerca de 1500 anos depois de iniciados os Jogos Olímpicos, o barão de Coubertin (1863 - 1937), decidiu reascender a chama dos Jogos, isso em 1896, em Atenas.
O barão era francês, educador e historiador muito respeitado no seu tempo.
O barão, portanto, deu o pontapé aos jogos da Era Moderna.
Por razões até hoje ignoradas, as mulheres não participavam dos jogos da Antiguidade.
As mulheres só começariam a participar dos Jogos Olímpicos na virada dos 900.
Também demorou muito até que fossem criados os Jogos Paralímpicos.
As pessoas com deficiência visual, total ou quase total, passaram a disputar os jogos oficialmente em 1984, acho.
Em 1978, cegos de vários lugares do País participaram dos jogos estudantis, em Natal/RN, disputando o futebol; futebol dos cinco. Depois, em 1984, foi realizado o primeiro Mundial em São Paulo.
A presença de pessoas deficientes visuais nos Jogos Paralímpicos ocorreu em 1998, na Grécia.
Pessoalmente, acho de suma importância a realização desses jogos. Primeiro e principalmente porque reúne representantes de todos os países, incluindo os não reconhecidos pela ONU, como Vaticano, Palestina e poucos mais. É uma confraternização entre os povos. Ficamos sabendo, por exemplo, que o Brasil acaba de receber 207 representações estrangeiras. Detalhe: a ONU reconhece, oficialmente, apenas 193.
Uma coisa, porém, não posso deixar de dizer: a sociedade em que vivemos é totalmente visual. Melhor: os poderosos que mandam. Na sociedade em que vivemos insistem em não reconhecer a existência de pessoas com deficiência física, visual ou mental. Quer dizer: grosso modo somos uma sociedade hipócrita, individualista... Uma sociedade que valoriza os seres "perfeitos". Quer dizer, somos ainda uma sociedade preconceituosa e aparentemente sem salvação. Doente.
O show de abertura dos Jogos Olímpicos, no Maracanã, dizem, foi liiiindo!
A televisão dos donos do poder não descreve os eventos para cegos.
Até onde ouvi, o espetáculo ganhou beleza com a participação do querido Paulinho da Viola. No mais a ver.
Musicalmente, o espetáculo ficou a dever. Não é o que as mídias estão dizendo por aí a fora. Foi uma salada de ritmos, mas não uma amostra real, que represente o nosso cancioneiro. E quem fez o repertório apresentado aos quatro cantos, sabe disso. Faltaram o baião, o forró, o xote, o arrasta pé, a marcha junina, que poderia ser uma reunião perfeita, mas faltou. E cadê o cantador repentista? Oliveira de Panelas, Ivanildo Vila Nova, Oliveira de Panelas, Valdir Teles. Lembraram, ainda bem, do mineiro Ary Barroso...
Na batucada final, por ironia do destino, de um colapso, morreu em sua casa o mais importante cirurgião plástico do mundo, que era brasileiro, Ivo Pitangui.
Pois bem, a plástica das Olimpíadas 2016, me disseram que foi perfeita.
Ivo Pitangui passou a vida inteira fazendo plásticas perfeitas, mas ele não cuidava de conteúdo... E ele, na véspera, carregou a tocha Olímpica pelas ruas do Rio de Janeiro.
No começo, não eram tão espalhafatosos como o são hoje. E eram bons, principalmente por que não havia TV Globo e nem o chato de voz chata Galvão Bueno.
Na antiguidade, os jogos tinham por finalidade enaltecer e valorizar a força dos gregos.
Tudo começou em Olímpia, no ano de 776 a.C. com o domínio romano, as coisas ficaram ruins para os gregos.
Os jogos eram de cunho pagão.
O imperador romano Teodósio I, que de uma hora pra outra converteu-se ao Cristianismo, decidiu extinguir os Jogos. Isso no ano 993 d.C.
Cerca de 1500 anos depois de iniciados os Jogos Olímpicos, o barão de Coubertin (1863 - 1937), decidiu reascender a chama dos Jogos, isso em 1896, em Atenas.
O barão era francês, educador e historiador muito respeitado no seu tempo.
O barão, portanto, deu o pontapé aos jogos da Era Moderna.
Por razões até hoje ignoradas, as mulheres não participavam dos jogos da Antiguidade.
As mulheres só começariam a participar dos Jogos Olímpicos na virada dos 900.
Também demorou muito até que fossem criados os Jogos Paralímpicos.
As pessoas com deficiência visual, total ou quase total, passaram a disputar os jogos oficialmente em 1984, acho.
Em 1978, cegos de vários lugares do País participaram dos jogos estudantis, em Natal/RN, disputando o futebol; futebol dos cinco. Depois, em 1984, foi realizado o primeiro Mundial em São Paulo.
A presença de pessoas deficientes visuais nos Jogos Paralímpicos ocorreu em 1998, na Grécia.
Pessoalmente, acho de suma importância a realização desses jogos. Primeiro e principalmente porque reúne representantes de todos os países, incluindo os não reconhecidos pela ONU, como Vaticano, Palestina e poucos mais. É uma confraternização entre os povos. Ficamos sabendo, por exemplo, que o Brasil acaba de receber 207 representações estrangeiras. Detalhe: a ONU reconhece, oficialmente, apenas 193.
Uma coisa, porém, não posso deixar de dizer: a sociedade em que vivemos é totalmente visual. Melhor: os poderosos que mandam. Na sociedade em que vivemos insistem em não reconhecer a existência de pessoas com deficiência física, visual ou mental. Quer dizer: grosso modo somos uma sociedade hipócrita, individualista... Uma sociedade que valoriza os seres "perfeitos". Quer dizer, somos ainda uma sociedade preconceituosa e aparentemente sem salvação. Doente.
O show de abertura dos Jogos Olímpicos, no Maracanã, dizem, foi liiiindo!
A televisão dos donos do poder não descreve os eventos para cegos.
Até onde ouvi, o espetáculo ganhou beleza com a participação do querido Paulinho da Viola. No mais a ver.
Musicalmente, o espetáculo ficou a dever. Não é o que as mídias estão dizendo por aí a fora. Foi uma salada de ritmos, mas não uma amostra real, que represente o nosso cancioneiro. E quem fez o repertório apresentado aos quatro cantos, sabe disso. Faltaram o baião, o forró, o xote, o arrasta pé, a marcha junina, que poderia ser uma reunião perfeita, mas faltou. E cadê o cantador repentista? Oliveira de Panelas, Ivanildo Vila Nova, Oliveira de Panelas, Valdir Teles. Lembraram, ainda bem, do mineiro Ary Barroso...
Na batucada final, por ironia do destino, de um colapso, morreu em sua casa o mais importante cirurgião plástico do mundo, que era brasileiro, Ivo Pitangui.
Pois bem, a plástica das Olimpíadas 2016, me disseram que foi perfeita.
Ivo Pitangui passou a vida inteira fazendo plásticas perfeitas, mas ele não cuidava de conteúdo... E ele, na véspera, carregou a tocha Olímpica pelas ruas do Rio de Janeiro.
ENTREVISTA À TV VEJA:
No último dia 2, dos 27 anos de desaparecimento do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, dei entrevista ao jornalista Sérgio Martins, da TV Veja: http://veja.abril.com.br/tveja/veja-musica/luiz-gonzaga-e-a-criacao-da-identidade-nordestina/ .
sábado, 23 de julho de 2016
PARA AQUELES QUE JUNTAM OS PEDAÇOS DO BRASIL. PARA FORMAR O PAÍS
As obviedades estão longe ou perto da gente?
Dia desse, há uns dois meses, o telefone tocou me
chamando para participar do I Encontro Internacional de Discotecas, no Centro
Cultural São Paulo.
Antes de aceitar, eu disse que o Brasil e os
brasileiros, nós, sobrevivemos por insistência de sermos o que somos.
Meu Deus do céu, quando é que os dirigentes da
empresa Brasil, o meu Brasil, de tantos brasileiros inteiros e íntegros,
sobreviveremos ao não?
Não pra isso, não pra aquilo, não pra tudo. Mas,
claro, se quisermos aprenderemos com o não. O não é sim, sempre que o
questionemos.
Sexta, ontem, foi um dia maravilhoso.
Eu fui falar no Centro Cultural São Paulo, sobre
Brasil e brasilidade; sobre literatura, música...
![]() |
Cenas do I Encontro Internacional de Discotecas |
Reencontrei muita gente, como Laís Barg, Alcides
Campos... E conheci pessoas que me fizeram muito bem pela fala exposta no
correr do evento, como a gaúcha Rosane Fontana de Camargo, que falou da
importância da sua terra, sem esquecer o grande poeta Mário Quintana.
Eu conheço a Casa do Quintana, muito bonita e
importante como celeiro do saber.
Do Rio Grande do Sul para São Paulo, a distância é
curta.
A bibliotecária Monica Aranha, depois de falar de
todas as dificuldades que encontra para manter vivo o sonho da preservação da história
do nosso país, continuamos todos nós com o mesmo problema que ela enfrenta lá
em Tatuí.
O I Encontro Internacional de Discotecas serviu
para mostrar a deficiência do Estado no que diz respeito à manutenção da sua
história.
Há dinheiro para tudo e muito mais, menos para a
manutenção da história que faz o Brasil.
Até quando?
Veja a mesa 4 do I Encontro Internacional de Discotecas. A participação de Assis começa a partir de 1:01.
sexta-feira, 15 de julho de 2016
VIVA A ESPERANÇA!
O 14 de Julho é uma data que nos remete diretamente à expressão liberdade.
Foi em 1789 que o mundo livre passou a pautar-se pela igualdade e fraternidade; e, claro, liberdade.
Hoje nos reunimos com amigos em casa para comemorar o 27º aniversário da minha caçula, Clarissa. Ela é o presente que Deus nos deu em 1989, o dia exato em que o mundo livre comemorava os 200 anos da queda da Bastilha, na França.
O mundo anda de cabeça pra baixo, mas um dia se ajeitará.
Antigo ditado popular diz que "enquanto há vida há esperança". Nessa mesma linha outro ditado nos reforça "a esperança é a última que morre".
Enquanto houver Deus, a esperança viverá!
Foi em 1789 que o mundo livre passou a pautar-se pela igualdade e fraternidade; e, claro, liberdade.
Um soldado francês, Claude Joseph Rouget de Lisle, compôs numa madrugada a Marselhesa, o hino da França, o hino da liberdade do mundo livre. Mas nem todo o mundo é livre, tão pouco muitos dos seres que o habitam.
Ontem fui dormir com o coração sangrando de dor pelos mortos de mais um alienado que atirou o bólide que dirigia sobre uma multidão que comemorava alegremente o 14 de Julho.Hoje nos reunimos com amigos em casa para comemorar o 27º aniversário da minha caçula, Clarissa. Ela é o presente que Deus nos deu em 1989, o dia exato em que o mundo livre comemorava os 200 anos da queda da Bastilha, na França.
O mundo anda de cabeça pra baixo, mas um dia se ajeitará.
Antigo ditado popular diz que "enquanto há vida há esperança". Nessa mesma linha outro ditado nos reforça "a esperança é a última que morre".
Enquanto houver Deus, a esperança viverá!
quarta-feira, 13 de julho de 2016
ERA DEUS ASTRONAUTA?
Deus criou tudo e tudo mais, mas quem criou Deus?
Deus foi criado ou foi criador?
Para os antigos, não havia um Deus. Havia deuses.
Mas, quando damos uma topada, automaticamente, blasfemamos e inconscientemente,
soltamos a expressão clássica: “Meu
Deus!”.
Quer dizer, há um só Deus?
É tudo muito complexo, incluindo nós. Mas é tudo
muito complexo, porque somos complexos; insistimos em ser complexos.
Todos os deuses se resumem num só: o Criador.
O Criador é um ser invisível, é aquele que se
multiplica em nós. No Velho Testamento, está dito que somos a semelhança de
Deus.
O problema maior que nós criamos para nós é: quem
é Deus?
Deus somos nós.
E vem também questão do tipo: há vida depois da
morte?
Tudo é muito complexo...
Nascemos, viemos de onde?
A gente passa o tempo todo procurando sarna pra se
coçar.
Uma vez, entrevistei para o jornal Folha de S.
Paulo, caderno Ilustrada, o escritor Erich von Daniken, autor do clássico livro
Eram os deuses astronautas?
A conversa foi longa e o tema, eterno.
Pra mim, só há um Deus: o que nos criou, o que nos
inventou, aquele sobre quem nos disseram quando crianças que era Ele.
Fui a Marte e fui a Júpiter
e também fui a Plutão
visitei os sete mares
montado num tubarão
e depois voltei à Terra
mas a razão não digo não
Evitei mais de mil guerras,
na Terra, no Céu e no Mar
desarmei mais de mil bombas
de origem nuclear
e depois voltei pra casa
pra beber água e descansar
Mas descansar, não descansei,
mandei Hitler se matar
Lampião ir pro inferno
e Obama se lascar
e não fiz mais porque não quis
o mundo todo se acabar!
segunda-feira, 11 de julho de 2016
QUEM FOI DEUS, QUEM É DEUS?...
Já faz um tempo enorme que inventaram o mundo. Na
verdade, na verdade, ninguém sabe quem fez o mundo. Tudo quanto foi filósofo,
incluindo o grande Aristóteles tentou dar credibilidade e autoria ao dono do
mundo.
Quem foi ou quem é o dono do mundo?
Obama, Putin, ou quem?
Digamos que foi... Deus.
Quem foi Deus, quem é Deus?
Quando crianças, aprendemos que Deus foi e é o
criador de tudo; do mundo, inclusive.
Eu sempre gostei de Deus.
Eu estudei em colégio de padres seguindo os
ensinamentos divinos, crendo que Deus criou tudo. Inclusive eu, meu pai, minha
mãe, meus avós, os avós dos meus avós, todos e tudo!

Que Deus sempre soube de tudo, isso soube –e sabe.
E sabe também que o bom gosto é fundamental na boa convivência humana. Pra ter
bom gosto, tem que ter cultura. Este, o ponto!
Deus fez o mundo porque se não o fizesse faria algo diferente do seu gosto pessoal.
Deus é criador, é artista.
Eu tenho um monte de amigos artistas. O cartunista
Fausto, por exemplo, não viveria feliz se não fizesse cartum. E o tempo todo. A
isso damos o nome de necessidade visceral. As cantoras Celia e Celma, eu não
imaginaria, nunca, vivendo sem cantar; mesmo a alma alheia.
Dá pra pensar em fortuna sem fazer cartum? Sem
Ziraldo fazer cartum? Sem Jaguar fazer cartum? Sem Alcy fazer cartum? Angeli,
Paulo e Chico Caruso... E Glauco, hein?
Aliás, acabo de saber pela querida Chris Rufatto,
e Fausto, que boa parte da obra do Glauco está sendo exposta nas dependências
do Itaú Cultural, ali na Av. Paulista.
A vida que Deus nos deu, e nos dá, é incrível.
Incrível sob qualquer aspecto.
Da segunda metade do século passado até os dias
atuais, a minha profissão de jornalista, levou-me a conhecer, em parte, o mundo
e pessoas que Deus criou. Eu conheci todos os nomes aqui citados e dele
tornei-me próximo.
Continuo recebendo muita gente bonita no lugar
onde moro. Tinhorão, quando vem aqui – e vem pelo menos uma vez por semana –
conversamos sobre tudo e mais e mais. O mesmo acontece quando aqui chegam
Fausto, José Cortêz, Vitor Nuzzi, Zé Hamilton Ribeiro, José Pinto, Osvaldinho
da Cuíca, Rômulo Nóbrega, Téo Azevedo, Jackson Antunes, Jorge Ribbas, José Antonio
Severo, Celia e Celma...
É fantástico o mundo que Deus criou, incluindo
este Brasil...
A tarde de hoje foi pouca pra Fausto e eu
entendermos a sinuca em que o mundo de Deus hora se transformou. A Europa tá
como tá, com gente morrendo, se lascando pelo individualismo...
A xenofobia e a homofobia são males que o mundo
passou a identificar recentemente e as vítimas estão na casa dos milhões,
talvez bilhões. Pois nesse mundo de Deus há mais de 7 bilhões de almas morrendo
e renascendo todos os dias. Aliás, daqui a duas semanas a Cortêz Editora porá
nas livrarias, um livro tratando desse gravíssimo assunto que é a xenofobia.
Pois é, ou salvamos o mundo que Deus criou, ou
morremos com ele, o mundo.
domingo, 10 de julho de 2016
VIVA ROSIL CAVALCANTI!
Em
dimensões territoriais, o Brasil ocupa o 5º lugar entre todos os países identificados
pela ONU (Organização das Nações Unidas). Em termos populacionais, o Brasil
está na lista dos dez mais. Quer dizer, o nosso é um país e tanto! Aqui tem de
um tudo, como diria a minha avó Alcina, do alto da sua sabedoria. E tem de um
tudo mesmo. Por exemplo, tem ladrão a dar com pau e nossas riquezas são tantas
que não acabam nunca. É o que parece, não é mesmo?
E
sobre a nossa história, a história do nosso país, hein?
As
escolas estão muito aquém da necessidade. Alunos de todas as idades estão
aprendendo por conta própria, ou seja: na universidade livre da vida.
Seria
muito importante se todos nós soubéssemos da história do nosso País. Para quem
ainda não sabe e é fácil não saber, o Brasil foi invadido e sucateado há pouco
mais de 500 anos, por Cabral e celerados.
Essa
história pode ser ouvida através da nossa música popular.
Os
primeiros registros fonográficos que foram feitos no Brasil datam de 1902. A
primeira gravação já traz citação em um dos nossos Estados: Rio Grande do Norte.
Pois
bem, na música popular brasileira se acha praticamente toda a história do nosso
País, mas pouca gente sabe disso, por incrível que pareça.
Na
nossa música se acha a nossa história em detalhes. Basta ouvir Ary Barroso,
Luiz Gonzaga, Geraldo Vandré, Chico Buarque, João do Vale, Noel Rosa e Rosil Cavalcanti.
Você
conhece a obra do pernambucano Rosil Cavalcanti, cujo centenário de nascimento
completou-se em dezembro do ano passado? Para saber mais, sugiro a leitura do
livro “Para dançar e xaxar na Paraíba - andanças de Rosil Cavalcanti”, de Rômulo C. Nóbrega e José Batista Alves.
Ah,
Jorge Ribbas e eu fizemos uma pequena homenagem a esse grande compositor, autor
de pérolas gravadas por Jackson do Pandeiro e algumas mais pelo Rei do Baião.
sábado, 9 de julho de 2016
A LÍNGUA DO POVO É O BRASIL
O Brasil é bom demais, mas a gente parece não
saber disso. E a gente não sabe porque não quer. E é tudo muito bonito.
Falar inglês, neste nosso país brasileiro, é o que
há de melhor, para os bestas.
Não que eu seja contra nós nos entendermos em
outras línguas, mas falar na nossa língua, principalmente, é fundamental. Se não
nos entendemos na nossa língua, como vamos nos entender nas línguas dos outros...?
Deus do céu, eu fico doido toda vez que volto ao
ontem. O Ontem é Hoje... E o analfabetismo continua desde sempre. E nós achando
bonito o falar grego dos norte-americanos.
Não sei quanto por cento, mas eu sei que é muito,
e muito mesmo, o muito de livros traduzidos em muitas línguas para a nossa
língua portuguesa, que deveria ser brasileira...
Os governantes, todos os governantes do nosso país
desde sempre, mirabolavam em francês, inglês.
Pois bem, nesse falar, e comportamento, a gente
vai se perdendo, e os outros do outro lado do Atlântico vão nos engolindo.
Estou fazendo esse arrodeio todo para, mais uma
vez, dizer da importância e beleza do meu país patropi.
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Ademilde na Borborema |
Toda vez que me chega às mãos um livro como “Para
Dançar e Xaxar na Paraíba: Andanças de Rosil Cavalcanti”, de Rômulo C. Nóbrega
e José Batista Alves, eu passo a ter certeza de que, mais do que existir, o
Brasil é o país de nós, brasileiros.
Mas por que não falamos tanto de nós todos,
brasileiros, como deveríamos falar?
Em todas as livrarias, principalmente as dos
grandes centros, só aparecem em destaque os grandes autores em tradução. Porém,
pergunto: por que os autores brasileiros não aparecem também no destaque
merecido?
A colonização é uma desgraça.
Biografias de personalidades estrangeiras ganham
no Brasil destaque fenomenal. Por que isso não acontece com personalidades e
personagens da vida cultural brasileira?
O mundo é regional, e no seu regionalismo há a
universalidade e o particularismo.
Aprendemos com isso ou não. No universalismo e no
regionalismo podemos entender a grandeza e pequenez de todos nós.
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Luiz Gonzaga toca na Borborema |
Quando um autor escreve sobre um artista, em
qualquer língua, é porque o artista representa o universalismo.
Rosil Cavalcanti é um autor universal, por
traduzir o pensamento comum da universalidade popular. Agora, é o seguinte:
como escrever isso, de que forma escrever isso, de que forma dizer de maneira
que todo mundo entenda?
Rômulo Nóbrega, economista de formação, num
momento de inspiração e municiado pelo acervo do pernambucano José Batista
Alves, decidiu trazer à tona um dos personagens mais importantes da cultura musical
do Nordeste: Rosil Cavalcanti. Numa linguagem simples, fácil, compreensível
para todos os comuns, abundante em informação, provando que é possível escrever
de modo natural e direto, sem o academicismo rançoso, chato, que incomoda quem
lê o beabá, por não dizer nada.
O livro “Pra Dançar e Xaxar...”, nas suas tantas e
tantas páginas, traz personagens muito importantes da história da Paraíba ou
que viveram na Paraíba, como Chacrinha, Capiba, Marinês, Luiz Gonzaga...
Detalhe: em 1950, Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, lançou em praça pública de
Campina Grande o baião “Paraíba”...
O livro de Nóbrega e Alves traz um perfil muito
bonito e necessário para compreender a cidade paraibana de Campina Grande, que
o multitudo Rosil Cavalcanti escolheu para viver e se eternizar; e não à toa muito
bem observado pelo prefaciador, Agnello Amorim. Agnello, em muitos momentos, no
seu texto conciso, lembra as atividades múltiplas do biografado.
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Agnello Amorim, prefaciador |
![]() |
Marinês dança com Rosil |
Rômulo Nobrega fala a fala do povo, falada por
Rosil Cavalcanti nos microfones da Rádio Borborema, inventada pelo paraibano de
Umbuzeiro Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello, aquele que trouxe
para o Brasil a televisão.
Não que eu seja contra que se traduzam livros em
quaisquer línguas para os nossos olhos, e ouvidos. Mas é importante escrever
sobre os personagens da vida cotidiana do nosso País, para nosso deleite e
registro histórico.
Acho que deveriam ser escritos livros sobre a vida,
e principalmente obra, de Sidney Miller, Gordurinha, Manezinho Araújo, Raul
Torres, Billy Blanco e Bahiano; este, especialmente, por ter sido o primeiro
cantor profissional que o Brasil teve. Ele nasceu na mesma cidade em que nasceu
Caetano...
VIVA
DRUMMOND!
O mestre da poesia de Itabira, universal, Carlos
Drummond de Andrade, continua sendo homenageado por sua grandeza na memória do
povo brasileiro. No último dia 3, mestre Drummond foi mola corrente na memória
do país. Como?
Paraisópolis, pequena cidade no sul de Minas
Gerais, realizou sua 6ª Caminhada Poética, "Tinha um Drummond no Meio do
Caminho”. Ideia de um professor, José Antonio Braga Barros, inspirado na Semana
Roseana de Cordisburgo (MG), dedicada à obra de Guimarães Rosa.
Duzentas pessoas, a maioria de fora de
Paraisópolis, fazem uma caminhada de três horas, com dez paradas, nas quais o
Grupo de Teatro Toque de Arte declama poemas do itabirano. A caçula do grupo é
Maria Isabel, de 10 anos. A próxima caminhada será em 2 de julho de 2017.
sábado, 2 de julho de 2016
LIVRO ETERNIZA ROSIL CAVALCANTI
Ele era doce e dócil, inquieto, nervoso, sereno,
contraditório, autossuficiente, prepotente e amável. Ele era a mistura de tudo
e mais alguma coisa. Era amigo dos amigos. Era solidário. Ele era isso e muito
mais. Era jornalista, compositor, arranjador, cordelista, ator, radialista. Ele
era isso tudo e muito mais. Tinha amigos e inimigos. Entre seus amigos, Jackson
do Pandeiro, Luiz Gonzaga e Raimundo Asfora (1930/1987), poeta, advogado e deputado pela
Paraíba, que fez bem a muita gente.
Estou me referindo ao pernambucano Rosil Cavalcanti (1915/1968),
com “i”, pois, na Paraíba e redondezas, quem não é Cavalcanti é “cavalgado”...
Fiquei sabendo disso tudo após história contada no
livro Pra Dançar e Xaxar na Paraíba: andanças de Rosil Cavalcanti, de Rômulo C.
Nóbrega e José Batista Alves, lançado em fins do ano passado e já praticamente
impossível de ser encontrado nas livrarias do Nordeste e, no Sudeste, então...
A obra de Nóbrega e Alves é excepcional sob todos
os aspectos.
A história do multitudo Rosil Cavalcanti, dividida
em nove capítulos no livro de mais 400 páginas, começa em 1950, numa reunião
comandada por Hilton Mota para a escolha do primeiro jornalístico da Rádio
Borborema, da rede Associada do paraibano, de Umbuzeiro, Francisco de Assis
Chateaubriand Bandeira de Mello (1892 - São Paulo,1968), que nesse mesmo ano presentearia o Brasil com
a televisão, que hoje é o que vemos. Hilton Mota, figura impoluta com quem
trabalhei na Rádio Correio da Paraíba, no começo dos anos de 1970, era o
bam-bam-bam da Borborema, na época de Rosil.
É uma história incrível essa contada no livro Pra
Dançar e Xaxar na Paraíba. Os autores Rômulo Nóbrega e José Batista Alves, passaram
mais de duas décadas para concluir a tarefa que se propuseram a fazer. O
resultado pode ser medido pelo volume enorme de matérias publicadas pela
imprensa nacional.
Antes desse livro, confesso que desconhecia a
trajetória do biografado e a importância real que ele significa para a música popular
brasileira, especialmente no tocante aos ritmos nordestinos ou regionais que
ele tão bem desenvolveu.
O primeiro intérprete a registar em disco as composições
de Rosil Cavalcanti foi o paraibano, de Alagoa Grande, Jackson do Pandeiro.
Aliás, Jackson estreou em disco com uma música de Rosil: Sebastiana. Isso foi em 1953.
Depois de Jackson, vieram Luiz Gonzaga e inúmeros
outros intérpretes.
O livro de Nóbrega e Alves é de um conteúdo
riquíssimo, que vai ao extremo das minúcias. Os autores falam de Macaparana, o
berço de Rosil. Falam da sua trajetória por boa parte do Nordeste, incluindo
Alagoas e Sergipe. E falam, naturalmente de Campina Grande, a cidade que
recebeu de braços abertos o autor de Sebastiana e Faz Força, Zé, essa última, lançada em disco pelo Rei do Baião.
Rosil Cavalcanti compôs pouco mais de 80 músicas,
24 delas lançadas por Jackson do Pandeiro.
Entre os clássicos populares deixados por Rosil,
destaque para Tropeiros da Borborema. Essa música, uma toada, foi feita em parceria
com Raimundo Asfora.
Todos os capítulos Pra Dançar e Xaxar na Paraíba,
enriquem no seu conjunto, a obra e a trajetória do biografado. Detalhe: o nono
capítulo, o final, traz curiosidades impagáveis sobre Luiz Gonzaga. E chega.
Deixo pra vocês leitores ou futuros leitores que descubram essas curiosidades.
Pra Dançar e Xaxar na Paraíba, é
um livro deliciosíssimo que traz à tona, com fidelidade, a beleza da cantiga
nordestina.
sábado, 25 de junho de 2016
SEMANA TUMULTUADA E VIVA HERMETO PASCOAL!
Os
últimos sete dias foram agitados, no Brasil e no resto do mundo. No começo da
semana, Cunha reuniu a imprensa para tornar verdade as suas mentiras. Isso foi
em Brasília. Também em Brasília, durante a defesa de Dilma, o advogado Cardoso
botou os pés pelas mãos e disse uma besteira. Na verdade, ele cometeu uma gafe
infantil que levou o senador Cássio Cunha Lima a lembrar o lendário poeta repentista Zé Limeira.
Zé
Limeira, chamado de O Poeta do Absurdo, era muito admirado por outro poeta,
esse paulistano, Paulo Vanzolini, autor dos sambas Ronda e Volta Por Cima,
imortalizados por Inezita Barroso e Noite Ilustrada.
Logo
no começo da semana, o presidente pendurado da Câmara Federal, o Cunha, foi
mais uma vez tornado réu pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Foi,
de fato, agitada a semana que finda hoje.
A
população que forma a União Europeia acordou, se é que acordou, estarrecida com
o resultado do plebiscito realizado pelo governo – parlamentarista – do Reino
Unido. Isso foi no último dia 23 e o resultado chocante leva os ingleses a saírem
da União Europeia, que existe há mais de 60 anos.

Ah,
mais um outro grande evento ocorreu na semana que passou e pouca gente
registrou: o aniversário do mestre Hermeto Pascoal. Hermeto, nascido na cidade alagoana
de Olho D’Água das Flores, completou 80 anos de idade no último dia 22. E tão
importante quanto a sua idade, é a quantidade de músicas que ele compôs até
aqui: oito mil.
E,
por falar nele, assista uma conversa que tivemos em São Paulo. Dela também participam Aline Morena e a Rainha do Baião, Carmélia Alves. Veja neste papo Hermeto explicando o que é baião.
sábado, 18 de junho de 2016
KAFKA NO RIO SE SENTIRIA EM CASA...
O Rio de Janeiro, fevereiro e março, amanheceu em
estado de calamidade pública. É novidade histórica, isso nunca aconteceu. Um
horror! As balas perdidas continuam zunindo no pé-do-ouvido dos inocentes. Quer
dizer, tudo anda na mesma, ou seja: a Bahia da Guanabara permanece fétida, o
trânsito e pedestres seguem firmes na sua loucura descomunal. E é roubo pra cá,
roubo pra lá... Kafka no Rio se sentiria em casa; e nem precisaria escrever nada
pra se sentir em casa, pois o absurdo da sua ficção aparece lá como pura
realidade.
Ouço no rádio que os estabelecimentos hospitalares
estão a cada instante cerrando suas portas e deixando à míngua quem deles
precisa. E aí é gente baleada morrendo, é gente doente sucumbindo abandonada e
mulher grávida parindo na rua a cada hora do dia ou da noite. Fora isso, tem a
onda “tsunâmica” de crianças e adolescentes, principalmente, abusadas no mato,
favela ou no seio familiar. Aliás, estatísticas indicam que a cada duas horas uma
jovem é atacada por tarados em grupo, no Rio; e nas demais partes do País, uma
mulher é atacada a cada três horas. O dia tem 24 horas e façam as contas do
total de mulheres sexualmente violentadas por ano. E tem ainda um pequeno
detalhe: a quantidade de vítimas que deixa de denunciar à polícia os abusos
sofridos, por medo ou vergonha.
Agora tem o seguinte: eu e muita gente mais ou
menos informada, achamos que “estado de calamidade pública” é o estado que o
governante municipal, estadual ou federal anuncia diante de uma grande catástrofe
natural, por exemplo. Bom, mas pensando bem, o que acaba de ser decretado no
Rio é, de fato, uma catástrofe única, original, sem precedentes. O descaso lá é
histórico e contínuo, daí a justificativa para o estado de calamidade anunciado
ao País. As justificativas são todas: falta de pagamento ao funcionário
público, falta de recursos para manutenção dos hospitais, escolas, etc. Até a
coleta de sangue nos órgãos especializados foi suspensa. É ou não é um horror o
que está acontecendo no Rio de Janeiro a um mês e meio da Olimpíada? A esse estado
de calamidade se acham tragédias “miúdas”, como o desabamento da ciclovia em
São Conrado, causando mortes...
Os políticos, um bando enorme deles, não se
envergonham de “chupar o sangue” dos contribuintes. E eles roubam, roubam...
Enquanto isso, os bancos de sangue continuam escassos em todo o País. Em São
Paulo mesmo. Em Salvador, Bahia, estão se distribuindo folhetos de cordel
conscientizando a população a doar sangue. É uma campanha bonita essa.
Agora me vem um pensamento kafkiano: e se o Lula e
a Dilma selassem um acordo de delação premiada junto a quem de direito, hein? E
se isso acontecesse, quem sabe o Brasil se reencontrasse com seus pecados e
seguisse o rumo da beleza gigante em benefício de si próprio e de nós todos,
cidadãos trabalhadores, pacatos, que pagam em dia seus impostos para uma vida
melhor?
TRIO MARAYÁ
Mais um amigo partiu para a Eternidade. Dessa vez
foi o potiguar Behring Leiros, integrante do Trio Marayá. Faz hoje uma semana
que ele partiu. Quem me deu a notícia foi Lenita, agora viúva. Tinha 81 anos de
idade. O trio chegou ao Rio de Janeiro no final dos anos de 1950 e pelas mãos
do pernambucano Luiz Vieira, recebeu os primeiros “empurrões” na carreira.
Fácil, fácil, Behring e seus companheiros Marconi Campos e Hilton Acioli, chegaram
até o paraibano Geraldo Vandré e com ele desenvolveram plenamente a carreira
artística. Com Vandré o trio andou por todo o Brasil e diversos países da
Europa. Detalhe: o nome do trio foi um presente do estudioso da cultura
popular, Luís da Câmara Cascudo (1898/1986).
sexta-feira, 17 de junho de 2016
JOSÉ CORTEZ SEMEIA SONHOS POR UM NOVO PAÍS
O
Brasil está pegando fogo. E, pelo jeito, muita surpresa nos alcançará, no campo
da política. Do corpo ministerial de Temer, caíram os titulares das pastas do
Planejamento, Transparência e Turismo. Isso dá, na média matemática, um a cada
12 dias... E tem pendurados, de cabeça pra baixo, os presidentes do Senado e da
Câmara. E já há vazamentos que indicam que ambos vão encarar a tal delação
premiada prevista em lei, aprovada no desgoverno da Dilma. E se isso acontecer,
o que deve acontecer, aí sim: será o deus-nos-acuda, como no dito popular.
Eu
tenho um amigo que me veio com uma fala interessante, interessantíssima.
Imagine, meu amigo, minha amiga, ele sugere que se crie o contraponto do MST: o
MSP, que vem a ser nada mais, nada menos, o movimento dos sem-propina.
É
como diria meu amigo e conterrâneo Genival Lacerda: nóis sofre, mas nóis goza...
![]() |
Sonia, Assis e Alceu (Foto: Vitor Nuzzi) |
A chuva forte que molhou o chão de São Paulo no sábado 4 trouxe até a mim os
professores Alceu e Sonia Chébel Mercado Sparti, pais de duas meninas e avós de
quatro crianças, duas das quais gêmeas.
Em
maio de 1968, quando o mundo estava pegando fogo e muita gente ficando doida,
com queima de sutiã e guerra no Vietnã, Sonia integrava o Centro Acadêmico Santo
Tomás de Aquino (Casta), da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, atual
Universidade de Sorocaba (Uniso).
Sorocaba
é uma cidade paulista, distante da capital 90 quilômetros. É terra de
violeiros, como mestre Raul Torres (1906-1970), tema do novo CD do grupo
paulistano Gato com Fome.
Àquela
época o cantor e compositor Geraldo Vandré se achava no auge da carreira, com o
LP Canto Geral. Nesse disco, encangado no pensamento do autor alemão Bertolt
Brecht (1898-1956), o artista paraibano dizia na contracapa:
“Vós
que vireis na crista da onda em que nos afogamos, quando falardes de nossas
fraquezas pensai também no tempo sombrio a que haveis escapado”.

E
o que é que tem a ver Sonia Chébel com essa história?
A
Sonia, investida de sua condição de membro do Centro Acadêmico, um dia pegou o
telefone e convidou Vandré a fazer uma palestra em Sorocaba. E ele foi, e de
graça. Dá para pensar isso nos dias de hoje?
No
livro Geraldo Vandré – Uma Canção Interrompida (editora Kuarup, 352 págs.,
2015), o autor, o paulistano Vitor Nuzzi, conta um pouco dessa história
registrada pela então estudante Sonia Chébel:
“O
cantor e compositor falou de comunicação, de arte, do festival de 1967 (Eu cantei muito mal, disse, referindo-se
a Ventania. Eu nunca canto desse jeito. Eu
cantei desesperado, perdido.) E afirmou algo que repetiria meses depois ao
pesquisador Zuza Homem de Mello, com outras palavras: A canção que eu canto tem um texto que eu quero dizer coisas, a canção
popular é texto, antes de tudo.
E
foi essa mulher, acompanhada do seu companheiro Alceu, que chegou junto com a
chuva.
Ah!,
e a Sonia, anos depois, ali pelo começo dos anos 1970, fez mestrado e doutorado
em Psicologia da Educação na PUC. Por esse tempo, o potiguar José Cortez
iniciava-se como fornecedor de livros para estudantes que nele encontravam um
amigo e um apoio. Entre esses amigos, a Sonia, conhecida à época por
“Sorocaba”.
José Cortez virou, com o tempo, um dos editores mais importantes e respeitados do
País. É dele a editora que leva o seu nome. Nome também de uma escola pública:
Escola Estadual José Xavier Cortez, localizada no extremo sul da cidade de São
Paulo.
José Cortez, nordestino do Rio Grande
do Norte, é uma espécie de Dom Quixote. Moderno. Ele sai constantemente por aí
afora, Brasil afora, fazendo palestra e contando história de vida e de
educação, não só dele. Cortez fala do Brasil de baixo, como lembra o poeta
cearense Patativa do Assaré, quando falava dos nossos dois Brasis, o de cima e
o de baixo.
Cortez (foto acima) semeia palavras, para dessas
palavras surgir, quem sabe, o Brasil que todos nós sonhamos. O Brasil para
todos, sem discriminação. O Brasil cidadão, em que todos são todos e iguais, como reza a Constituição.
DINHEIRO
NO BOLSO E NO BANCO
Uma
menina vítima da vida do mundo carioca, de 16 anos, caiu na boca do mundo. Não sei
o nome dela e seu nome, cá no caso, não vem ao caso.
Estou
tentando entender o mundo dessa menina violentada.
Vivemos
a violência de um tempo que jamais eu poderia pensar que pudesse viver.
Nós
todos sabemos tudo do que ocorreu lá atrás, no tempo das cruzadas.
Naquele
tempo, como hoje, as pessoas eram mortas à toa. Lixo. Ninguém era de ninguém. Bastava
pensar diferente da Igreja para acordar no outro mundo. E num tempo até
recente, fins do século 19, as mulheres eram escravas de quem tinha mais no
bolso ou no banco. Meu Deus, quanta tristeza, sofrimento e ignorância!
O
tempo passa, o tempo passa, e insistimos em não entender nada. E parece que
insistimos em não entender nada.
Aristóteles
identificou, uns cinco séculos antes de Cristo, que existia/existe vida vegetal
e vida animal, que é aquela, por exemplo, em que a onça corre em fuga quando
percebe perigo à vista para se livrar do agressor.
E
Aristóteles também identificou a vida dos animais humanos, que somos nós.
Aristóteles,
portanto, antes de todo mundo identificou que nós, humanos, somos diferentes
por saber o que pensar.
Voltemos
à menina de 16 anos...
Os
estupros são totais desde sempre.
Desde
sempre, nos violentam de todas as formas.
O
homem é violentado nos seus direitos e razões. Direitos e razões que têm a ver
com tudo.
E
a mulher?
E
o que é que uma tempestade, um tsunami, fazem conosco?
Nós,
homens e mulheres, somos, todos os dias, violentados de todas as formas.
Meu
Deus, até quando?
Puxa
vida...
Pessoas
incríveis, da minha vida, continuam a frequentar as minhas ideias.
Agora
vou falar de beber samba e dançar poesia com o trio Gato com Fome, vocês sabem
o que é isso?
Pois
bem, o Gato com Fome é um grupo musical que sabe o que é vida e arte.
No
dia em que nós, brasileiros, entendermos que a vida é simples, tudo vai ficar
melhor.
A
violência está no não saber.
E
o Gato com Fome chegou, como sempre chega ao Instituto Memória Brasil, tocando
e cantando as coisas de Kid Morengueira, Paulinho da Viola, Zé Kéti, Osvaldinho
da Cuíca, Paulo Vanzolini, Eduardo Gudin e o nosso caipira do samba Raul Torres.
O Gato com Fome cantou samba, breque, moda de viola...
E,
de repente, o cartunista Fausto chega...
Fausto,
como outros amigos que vocês todos conhecem: Fortuna, Jaguar, Ziraldo, sei lá...
E outros que fizeram parte da minha vida no tempo do Pasquim e Folhetim.
E
Fausto chegou.
Nada
combinado, a fala fluindo, e Fausto com sua caneta registrando cantos e
pensamentos...

ANASTÁCIA
Dia
desse, o apresentador do programa Pintando o 7 (Rádio Imprensa FM), Luiz
Wilson, aportou aqui em casa com o argumento de que eu não poderia faltar às comemorações pelo aniversário dos 76 anos da querida Anastácia, chamada de Rainha do Forró e
autora, junto com Dominguinhos, de 213 composições devidamente gravadas em LP,
CD etc, incluindo Eu só Quero um Xodó e Tenho Sede. Essa música se chama no LP Refazenda, do baiano Gilberto Gil. O cantor, aliás, voltou hoje a internar-se no hospital paulistano Sírio-Libanês. E lá fomos. Anastácia, como
sempre, estava maravilhosa. Lá, com ela, muita gente bonita, como a cantora
Fatel. Tomei água de coco e petisquei uns camarões maravilhosos. Tim-tim. E
viva Anastácia!
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