Nestes tempos loucos, de políticos sem noção e desmatamento brabo no Brasil, poucos são os artistas que insistem em preservar a nossa memória.Aliás não é de hoje o hábito de os brasileiros esquecerem seus patrícios e patrícias.
Meu amigo, minha amiga, você já ouviu falar de Maria Firmina dos Reis?
Pois bem, Firmina dos Reis nasceu em março de 1822 e foi registrada em cartório em 1825.
Caso você não saiba quem foi essa mulher, corra depressa e vá procurar o CD Cantos à Beira-mar (abaixo).
Nesse disco, belíssimo, há 10 poemas musicados pela cantora, compositora e instrumentista paraibana Socorro Lira. Após musicados, os textos poéticos de Maria Firmina dos Reis receberam incrível arranjo do compositor, cantor, instrumentista e maestro Jorge Ribbas.
Ribbas é pernambucano e vive em Campina Grande, PB, há vários anos.
Socorro Lira é uma das mais afinadas e sensíveis vozes brasileiras. Já tem 13 álbuns lançados e um DVD (Amazônia, entre Águas e Desertos), os mais recentes são o já citado Cantos à Beira-mar e Chama. Os dois últimos trazem capa assinada pelo craque do traço Elifas Andreato.
Essa artista detentora de prêmios e apreciada por um público que vai do Brasil à Europa, Ásia e por todo o continente africano, tem o bom costume de trazer ao presente figuras do passado como a poeta ora homenageada em disco.
Dentre os resgates poéticos/musicais feitos por Socorro estão Zé do Norte e José Marcolino.
Zé do Norte rendeu à artista o troféu de melhor cantora na 23ª edição do Prêmio da Música Brasileira, em 2012.
No disco Cantos à Beira-mar Socorro Lira aparece declamando uma das 11 faixas, com acompanhamento de Ribbas. “Fiz um merengue e acho que ficou bastante legal o poema O Meu Desejo”, diz o maestro arranjador.
Os ritmos musicais encaixados nos poemas de Firmina dos Reis são claramente identificados como bolero, reggae, maracatu, choro, fado, canção, valsa, samba-canção e até um baião, além do já dito merengue.
“No momento, estou em estúdio pondo voz no novo disco que deverá ser lançado em 2022”, revela Socorro Lira, acrescentando que no próximo dia 23, às 19h, estará a frente de mais uma edição do Prêmio Grão de Música, por ela dirigido há 8 anos. “Avisa o povo para assistir a edição desse prêmio no canal Grão de Música”, pede rindo.Os primeiros textos poéticos de Firmina dos Reis foram publicados no jornal A Verdadeira Marmota (1861), Revista Maranhense (1887) e os últimos no O Federalista (1903). Além dos poemas, deixou de herança um romance abolicionista (Úrsula), uma novela indianista (Gupeva) e um conto (A Escrava).Maria Firmina dos Reis, maranhense de nascimento, morreu esquecida, pobre e cega no dia 11 de novembro de 1917.
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