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quinta-feira, 15 de agosto de 2013

LP DE TAIGUARA VIRA CD

Um dos mais belos e originais repertórios do uruguaio naturalizado Taiguara – Chalar da Silva, de batismo – se acham no raríssimo LP Imyra, Tayra, Ipy (ao lado, reprodução da capa) posto no mercado brasileiro em 1976, pela gravadora EMI/Odeon, e recolhido 72 horas depois por agentes da ditadura militar, representada pelo general Ernesto Geisel (1974-79).
Agora, 35 anos depois, Imyra ganha o formato de CD e é relançado com a chancela do selo Kuarup.
Esta é uma boa nova.
Outra seria se os demais discos do compositor e cantor nascido em Montevidéu fossem relançados, e não do outro lado do mundo, o Japão, como indica leitura ao lado.
Inyra, Tayra, Ipy reúne 14 faixas com arranjos e orquestrações feitos por de Hermeto Pascoal e pelo próprio Taiguara, que além de cantar, toca piano, sintetizador e flauta.
Todas as músicas são dele, menos uma: Três Pontas, de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos.
Além de Hermeto, participam do disco - com regência de Wagner Tiso – o pai de Taiguara, Ubirajara Silva; Nivaldo Ornellas, Toninho Horta e Novelli, entre outros.
Em tupi-guarani, Imyra significa árvore, madeira; Tayra, filho; e Ipy, cabeça de geração, princípio, origem.
Eu gostava do Taiguara, da sua voz, do seu jeito de menino abusado que no dizer de Sérgio Bittencourt, autor de Modinha, “tinha o dom de complicar a vida e simplificar as canções”. 
Quer saber mais um pouco sobre Taiguara?
Então clique aí na linha azul, para ler um ótimo texto do jornalista Flávio Tiné.
http://flaviotine.blogspot.com.br/2008/08/taiguara.html

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

VIVA PÉRICLES!

Há 89 anos completando-se hoje, nascia o cartunista pernambucano Péricles de Andrade Maranhão, famoso pelo nome e pelo personagem Amigo da Onça (aí ao lado) criado em 1943, no Rio de Janeiro, diretamente para as páginas da revista O Cruzeiro, dos Diários Associados.
O Amigo, explicaria depois Péricles, surgiu da conversa entre dois caçadores, esta:
- O que você faria se estivesse agora na selva e uma onça aparecesse na sua frente?
- Ora, eu dava um tiro nela.
- Mas se você não tivesse nenhuma arma de fogo, hein?
- Bom, então eu matava a onça com o meu facão.
- E se você não tivesse facão?
- Eu apanhava um pedaço de pau bateria nela até mata-la.
- E se você não tivesse nenhum pedaço de pau à mão?
- Ora, eu subiria numa árvore para me proteger.
- E se não tivesse árvore por perto?
- Eu sairia correndo, fugiria.
- E se o medo te paralisasse?
- Ora, porra, você é meu amigo ou amigo da onça?
Como o compositor piauiense Torquato Neto, Péricles suicidou-se depois de trancar-se no seu apartamento e abrir o gás do fogão, isso na noite de 31 de dezembro de 1961.
Com Péricles, morreu também o Amigo da Onça.
Clique:
DESIGN
O agitador cultural da Praça Benedito Calixto, Edson Lima, telefona para informar que o Instituto Europeo di Design (rua Maranhão, 617, Higienópolis) realiza a partir de amanhã, e até o próximo dia 18, o I Festival do Livro de Design e do Design do Livro, com feira e programação especiais. Representantes das editoras Cosac Naify, Gustavo Gili (Espanha), Blucher, Bookman (Grupo A), Senac, Senai, Sesi, Martins Fontes, Perspectiva, entre outras, participarão do evento. 

terça-feira, 13 de agosto de 2013

DOMINGUINHOS VAI PRA GARANHUNS

Até o final desta semana e o início da outra os restos mortais do sanfoneiro compositor e cantor Dominguinhos serão trasladados do Cemitério da Paz, em Paulista, Recife, para o Cemitério São Miguel, em Garanhuns, PE.
A decisão deve-se a um acordo entre o filho de Dominguinhos, Mauro de Moraes, e a sua meia-irmã Liv, da união com Guadalupe.
Era da vontade do famoso artista ser sepultado no município em que nasceu e não na capital pernambucana como aconteceu há 15 dias, por decisão de Liv e Guadalupe.
Essa vontade Dominguinhos expressou numa entrevista em 2011 dada ao radialista Geraldo Freire, da Rádio Comércio, de Recife.
Em processo conjunto com a Prefeitura de Garanhuns, Mauro entrara na Justiça exigindo que a vontade do seu pai fosse cumprida.
Uma estátua de corpo inteiro será construída e erguida à entrada de Garanhuns.
Em 1992, Dominguinhos lançou um LP cujo título era Garanhuns, música de Zezum.
Quer ouvir?
Clique:
30º DIA
A cantora e compositora Anastácia informa que no próximo dia 23, às 19 horas, será celebrada uma missa em memória de Dominguinhos, na Igreja Santa Cecília, localizada no bairro de mesmo nome, cá em Sampa.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

FIM DO FUNK E DO SERTANOJO?

Matéria que ocupou hoje página e meia do caderno Ilustrada, da Folha, sobre música popular brasileira e estrangeira, não acrescentou nada a seus leitores.
Sequer um ranking atualizado das músicas atualmente mais tocadas nas emissoras de rádio e televisão foi apresentado.
Que Aquarela do Brasil, Carinhoso, Garota de Ipanema, Asa Branca e outras mais são muito cantadas e assobiadas por aí a fora, todo mundo sabe.
A reportagem é superficial.
Quanto à entrevista que gerou a manchete “MPB virou som de ‘barzinho’, diz Miranda”, é esquisita e oca como a cabeça dos fanqueiros. 
A impressão que se tem é que se está falando de outro país, e não do Brasil.
Segundo o entrevistado, o hip-hop “não é mais representativo”.
E foi um dia?
Ainda segundo ele, o “funk está tomando o lugar do hip-hop”, porque “música de mano hoje é funk ostentação, que está desbancando tudo”.
O entrevistado da Folha constata que “o funk do Rio, que continua firme”, por não concorrer com o de São Paulo, “juntos vão acabar com o sertanejo e o hip-hop”.
Essa é uma boa e a pergunta a ser feita é: e quem vai acabar com o funk?
Esse modo musical desenvolvido num só acorde surgiu na metade dos turbulentos anos de 1960, nos EUA, tendo como um dos seus representantes James Brown.
Mas o funk daqui, nem de longe lembra o funk de lá.
E pensar na enorme variedade de ritmos e gêneros musicais que temos...

CLARA NUNES
Clara Francisca Gonçalves Pinheiro nasceu em Paraopeba, MG, num dia como o de hoje: 12 de agosto, em 1942. Ao lado de Dalva de Oliveira e Elis Regina, Clara Nunes enriqueceu a nossa música popular. 
Era uma intérprete e tanto! 
Fica o registro.
A foto aí de cima, de Maria da Conceição, foi feita entre fins dos anos de 1970 ou começos dos 80, cá em Sampa.  

domingo, 11 de agosto de 2013

NINGUÉM CRITICA, NINGUÉM OPINA...

O cidadão norte-americano Jeff Bezos, empresário classificado como um dos homens mais ricos do mundo, na 19ª posição da revista Forbes, norte-americana, comprou, há uma semana, um dos mais respeitados jornais do mundo, o Washington Post. E pouco ou nada até aqui foi escrito e publicado em jornais e revistas, além de notícias em prejuízo de análises sobre a razão ou importância dessa transação, sem dúvida incomum.
O Gaspari, cabeça ítalo-brasileira atuante nas páginas do paulistano 1º caderno da Folha, disse algo óbvio domingo passado, como se ele (Jeff) fizer (no Post) o que tem feito à frente da Amazon, muito dele (Jeff) poderá se esperar.
Blá, blá, blá.
Num tempo em que o fim dos jornais e livros em papel por meio mundo é previsto, um cara riquíssimo, de nem 50 anos, tira do próprio bolso 250 milhões de dólares e compra um jornal da importância histórica do Post...
Por que, hein?
Levando em conta que esse cara é um bamba, no tocante à internet e seus instrumentos.  
O resumo é simples: o jornal em papel sobreviverá aos trancos de outras mídias ainda por muito tempo.

PAPETE
Numa boa?
Não canso de ouvir o novo álbum musical do nordestino, do Maranhão, que todo mundo conhece por Papete, de batismo José de Ribamar Viana, que andou mundo a fora - por mais de 20 anos - ao lado de Toquinho e Vinicius, e que é considerado um dos três maiores percussionistas do mundo (Airto Moreira e Naná Vasconcelos, são os outros).
O álbum é duplo; e totalmente bom, do começo ao fim.
Por que os jornalões Estadão e a Folha não escrevem sobre esse álbum e não entrevistam o seu autor; autor, aliás, de belas músicas não incluídas nesse álbum? Mas eu, de cara, respondo: 
- Porque artistas brasileiros, principalmente músicos, não interessam a esses jornais. 
Pena, não é? 
E se esse álbum está dez, melhor outro esperamos desse grande artista que o mundo aplaude e o Brasil nem, nem, como diria Luiz Gonzaga. 
Viva Papete, a sua música e o Maranhão, principalmente a cidadezinha onde nasceu, Bacabal.

sábado, 10 de agosto de 2013

LEIAM IMPRENSA

A nova edição da revista Imprensa, nas bancas desde o começo do mês, está imperdível, até por trazer excelente entrevista com o jornalista nova-iorquino Glenn Greenwald, um dos responsáveis por infernizar a vida do presidente Barack Obama com as denúncias do ex-funcionário da CIA Edward Snowden, sobre programa de espionagem contra cidadãos do mundo todo, do Brasil inclusive.
Foi Greenwald, colunista do jornal londrino The Guardian, quem deu voz e vida às denúncias de Snowden, hoje provisoriamente exilado na Rússia.
A entrevista à Imprensa é bastante reveladora, como revelador foi o que o entrevistado disse aos congressistas em Brasília.
Morador do Rio de Janeiro, onde quer continuar, Greenwald teme ser preso se voltar aos Estados Unidos onde, aliás, foi escolhido como um dos dez mais influentes jornalistas políticos do seu país, em 2012.
O governo brasileiro pretende dar proteção a Glenn Greenwald.

SERASA
Enquanto isso, o Tribunal Superior Eleitoral, TSE, através da presidente Carmen Lúcia, decide anular trato firmado com a Serasa, que visava o repasse de dados pessoais de todos os eleitores brasileiros, algo em torno de 140 milhões.
Serasa é o que popularmente se conhece por SPC. 
Ah, sim! Dez entre dez brasileiros detestam a Serasa.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

TÚMULO DO SAMBA?

Em 1933, portanto há exatos 80 anos, o poeta Vinicius de Moraes estreava na literatura poética com o livro O Caminho Para a Distância. Nesse mesmo ano, ele tinha gravadas por João Petra de Barros, em duo com Joaquim Medina, o fox-canção Dor de Uma Saudade, além de O Beijo Que Você Não Quis Dar e Canção da Noite, essas duas, também no ritmo de fox-canção, com os Irmãos Tapajós.    
Um ano antes, em 1932, ele estreara na música através dos mesmos Irmãos Tapajós, com quem compôs Loura ou Morena e Doce Ilusão, gravadas por ambos na extinta Columbia.
Em 1963, ele lançava à praça um compacto com Samba da Benção e Deixa, pelo extinto selo musical Elenco, de Aloisio de Oliveira.
No próximo dia 18 de outubro o Poetinha faria 100 anos.
Ah, sim! Mas um dia, dizem, ele caiu na besteira de dizer que em São Paulo era o túmulo do samba. CLIQUE:
www.jornalistasecia.com.br/edicoes/culturapopular16.pdf
ASSALTO E SAMBA
No ano que Vinicius de Moraes lançava Samba da Bênção, 16 bandidos assaltavam um trem e levavam uma montanha de dinheiro. Cinco eles conseguiram escapar das garras da lei, incluindo Ronald Biggs com 84 anos desde ontem - dia em que o assalto completou 50 anos - e hoje morando num asilo na Inglaterra após cumprir oito anos da pena a que foi condenado.
No Brasil, onde viveu durante 30 anos, Biggs foi tema até de uma escola de samba carioca, a Porto da Pedra, que levou à avenida o enredo Samba no pé e Mãos ao Alto.
O filho brasileiro do assaltante, Mike, integrou o grupo musical infantil Balão Mágico.
Fica o registro.   

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

PONTOS DE CULTURA EM DISCUSSÃO

Hoje, no começo da noite, há encontro marcado da TEIA na Praça das Artes - cá em Sampa - para se discutir e avaliar os mais de 700 pontos de cultura espalhados pelo Estado.
Há informação de que esses pontos beneficiam diretamente cerca de 400 mil pessoas e, indiretamente, mais de dois milhões, em São Paulo.
É pouco.
Sabe-se que de todas as formas a cultura se acha entranhada no cotidiano de todos nós, mas num Estado com mais de 40 milhões de habitantes como São Paulo, o mais populoso e importante do País, esses números pouco representam.
É como um tiro n´água, de bucha, e efeito quase invisível.
Para que isso mude, é preciso que os meios de comunicação, todos, se envolvam na divulgação desses pontos, mostrando quem é quem e o que fazem em torno das artes e cultura.
Numa espécie de mutirão, campanhas e programas especiais, o Brasil das artes poderá vir à tona; e não sem tempo, não é mesmo?
As emissoras de rádio e TV são uma concessão do Estado, não são? Apois...
O Estado precisa investir na formação de seus cidadãos.
Para saber mais, inclusive sobre a TEIA, clique:

MÚSICA NAS ESCOLAS
Em 2006, eu fui convidado para proferir palestra de encerramento de um seminário no Congresso Nacional, em Brasília. Eu fui e, dentre outros assuntos, falei da necessidade premente de o ensino da música brasileira ser retomado às escolas, pois desde 1970 ele havia sido abolido pelos militares de plantão, que viam nisso, talvez, um risco à segurança nacional. Que risco? Não sei. Dois anos depois, mais precisamente no dia 18 de agosto de 2008, o então presidente Luís Inácio Lula da Silva sancionou a lei nº 11.769 que determina, exatamente, o retorno da música como matéria curricular obrigatória. A matéria entrou em pauta, mas não entrou nas escolas cinco anos após a lei ser aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente. E sabem por que isso ainda não aconteceu? Porque não há profissionais especializados para levar a matéria à prática. É o que se diz, como justificativa. Triste, não é? É meio como ocorre na área de saúde...
CLIQUE:
SARAU
Sábado que vem tem sarau Bodega Brasil no projeto Espaço Cultural Periferia no Centro. O convite é do músico Júbilo Jacobino, mas extensivo a todo mundo. Vão estar lá, no auditório da Ação Educativa, nomes da cultura popular como o próprio Júbilo, Eduardo, Costa Sena, Cacau Lopes, Marco Haurélio e quem mais souber cantar, tocar, declamar, contar piadas etc. Eu vou. O auditório da Ação Cultural fica ali na Rua General Jardim, 660, Vila Buarque, pertinho das estações República e Santa Cecília do metrô. É só chegar e ir se enturmando... 
CLIQUE:

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

SÃO PAULO TEM SAMBA SIM, SINHÔ

Muitos sabem que sou nordestino de origem e paulistano por adoção e graça dos vereadores de São Paulo que me premiaram com um título de Cidadão em agosto de 1988, o que muito me honra, aliás.
Pois bem, a mistura de gêneros, todos os gêneros – musicais, inclusive – sempre me chamou a atenção e me levou a trilhas desconhecidas da história em busca de saberes e esclarecimentos para tantas interrogações que me incomodam.
Por isso, até aqui, já foram muitas as reportagens e artigos que publiquei como resultado de pesquisas.
Há duas décadas, um dos temas mais interessantes que escolhi para seguir trilhas tem a ver com a origem do samba como gênero musical.
O ponto de partida foi o maxixe sambado ou o samba amaxixado Pelo Telefone, uma criação coletiva assinada por Ernesto Joaquim Maria dos Santos, o Donga, compositor, e Mauro de Almeida, jornalista, que iam cantar e batucar - e beber e traçar feijoada - nos fins de semana na casa da baiana, filha de Oxum, Hilária Batista de Almeida (1854-1924), a Tia Ciata.
Donga e Mauro eram cariocas. Isso, no Rio. E em São Paulo há samba? Quem já não ouviu por aí aquela história de Vinicius de Moraes de que São Paulo é o túmulo do samba, hein? Até um texto poético escrevi e gravei na forma de declamação com o 1º Cidadão Samba, Osvaldinho da Cuíca, me acompanhando com seus instrumentos de percussão (clique na linha azul lá de cima).  
Quer saber mais? 
Então clique na linha azul aí embaixo, leia e opine, porque opinar é importante:

terça-feira, 6 de agosto de 2013

PAPETE CANTA, TOCA E ENCANTA EM NOVO DISCO

Um dos mais importantes, criativos e sensíveis músicos brasileiros nascidos no Nordeste, Papete, de batismo José de Ribamar Viana, está lançando um CD duplo independente, feito por iniciativa própria, e custos etc., o primeiro de sua longa e vitoriosas carreira, no Brasil e no exterior.
Estou falando de uma pérola dupla.
O primeiro disco constante do álbum em questão, intitulado Sr. José... de Ribamar e Outras Praias..., é todo composto por músicas de outros autores e nenhuma dele; o que mostra, também, e de certa forma, a grandeza desse artista num tempo em que todo compositor, ou quase todo compositor, grava as suas próprias composições e a partir delas procura se firmar.
Papete, cabeça pensante, é de simplicidade franciscana, como poucos o são.
O segundo disco do álbum Sr. José... também é todo constituído por um repertório impessoal.  
Papete foi uma espécie de braço direito do paulista Marcus Pereira, advogado e publicitário que marcou época e ficou para a história ao criar um selo musical com seu nome há exatos 40 anos, ou seja, em 1973.
Através desse selo, autores até então desconhecidos da arte musical do País, como Paulo Vanzolini e Cartola, um de Sampa, outro do Rio, ganharam a oportunidade de mostrar a sua obra a meio mundo.
Ouvindo tanto um quanto o outro disco (Bandeira de Aço) do álbum Sr. José... de Ribamar e Outras Praias... eu fico com a boa impressão de que Papete é, de fato, imbatível em tudo que se refira à arte da música e ao gênero cidadão, também.
Em ambos os discos Papete canta, toca e encanta.
De cara, as duas primeiras faixas de Sr. José, o reggae O Biltre e a toada de boi Senhor José, assinadas por Josias Sobrinho – compositor maranhense frequente na discografia do artista de Bacabal, que é Papete - e Alberto Trabulsi, respectivamente, deixam o ouvinte com a vontade de querer mais e mais, o que vai sucedendo e sucedendo nas faixas seguintes, algumas instrumentais (6, 8, 10, 12 e 13).
O que ocorre nessas faixas Deus duvida; ou, no mínimo, acompanha o seu mentor tocando tambores e enriquecendo o coral.
Esse disco é totalmente incrível e inédito.
E sabem o que penso disso?
Penso que Papete conseguiu o impossível, ou seja: se superar - esse álbum é prova.
E sabem o que penso ainda?
Penso que o Maranhão tem de se curvar ao talento desse seu filho ilustre e lhe pedir perdão e bênção antes que seja tarde, pois, enfim, ele é o único filho de lá, do Maranhão, que leva o Maranhão para o mundo saber o que é o Maranhão.
Mas o Maranhão tem sido injusto com ele, Papete, por que?
E sabem o que penso mais?
Penso que o Brasil tem de reverenciar Papete, um artista que comunica, que dá alegria, que faz arte, que dar cor, que pensa, que chora, que vive o País.
Papete é Maranhão.
Papete é Brasil.
Viva Papete!
E aí embaixo, clique:
http://www.youtube.com/watch?v=KqQ4Q71mrOU
E clique também:
http://www.youtube.com/watch?v=r0Kr6bhgsu0

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

ANASTÁCIA FAZ MÚSICA PRA DOMINGUINHOS


A Paraíba é um estado brasileiro, localizado à leste do Nordeste. Eu gosto da Paraíba, do Nordeste, do Brasil. Eu nasci na capital paraibana, João Pessoa, terrinha boa e onde o Sol nasce primeiro todos os dias, por estar localizada no ponto mais oriental das Américas. Hoje o dia todo foi feriado lá, porque foi num dia como o de hoje, 5 de agosto, em 1875, que a Paraíba foi fundada. Eu acho que todos os dias deveriam ser feriados. E sabem por quê? Porque trabalho é castigo...
 

Anastácia acaba de telefonar para dizer que acabara de concluir uma toada em homenagem a Dominguinhos, seu antigo companheiro e grande amor da sua vida, com quem conviveu por quase 12 anos e compôs 213 músicas, incluindo as conhecidíssimas Eu só Quero um Xodó e Tenho Sede. A música, que se chamará Dominguinhos Dez Dedos de Ouro, começa assim:

Foram dez dedos de ouro
Na sanfona a deslizar
A voz tranquila e suave
Que faz o povo cantar
Calou a voz para sempre
Mas a sanfona ficou
E o povo vai lembrar
Dominguinhos cantador...

O nome do craque pernambucano Dominguinhos continua sendo lembrado nas boas casas de espetáculos espalhadas Brasil a fora.
Ainda ontem, aqui mesmo, em Sampa, suas músicas foram tocadas e cantadas no Canto da Ema, na região da Faria Lima, ali em Pinheiros; na Casa do Núcleo, na Vila Madalena; e no Morro do Querosene com o trio Forró de Xote, que tem à frente a cantora e compositora maranhense Ana Maria Carvalho, autora da belíssima toada Até a Lua, lançada pelo Grupo Mafuá, via CPC/Umes, em 1998, e agora regravada pela autora no CD intitulado Por Mim e Pelo Meu Povo (ao lado).
No Querosene houve festa durante todo o dia e por lá, para se divertir, famílias inteiras passaram com suas crianças, inclusive.
As lembranças a Dominguinhos ocorreram à noite, com os presentes dançando e batendo palmas.
Em seguida houve uma apresentação de tambor de crioula (acima, no registro fotográfico de Andrea Lago).
Tambor de crioula é um tipo de dança originária da África, deixada no Maranhão pelos escravos há muito tempo. Quem dessa dança fez o primeiro registro foi o diretor do Departamento de Cultura de São Paulo, Mário de Andrade, durante pesquisas que desenvolveu na região durante a segunda metade dos anos de 1930. Coube à aluna e espécie de assistente de Mário, Oneyda Alvarenga, escrever relatório que publicou em 1948.  

EXUMAÇÃO
O corpo do cantor, compositor e sanfoneiro Dominguinhos poderá ser exumado e transferido do cemitério Morada da Paz, em Recife, para o cemitério de Garanhuns, caso a Justiça decida. O desejo do artista era que seus restos mortais fossem sepultados na terra onde nasceu, Garanhuns. O prefeito Izaias Régis anunciou que ainda este ano inaugurará um museu com o nome de Dominguinhos, além de uma estátua dele em praça pública. 
Clique abaixo, para saber sobre Dominguinhos e seu mestre, Luiz Gonzaga:

domingo, 4 de agosto de 2013

AGOSTO DE 1951, UMA HOMENAGEM AO REI

Em agosto de 1951, Zé Gonzaga lançava à praça um disco de 78 RPM com a música Viva o Rei!
Ele era irmão de Luiz Gonzaga, que, como sabemos, era o rei do baião, cidadão nascido nas áridas terras do sertão exuense, em Pernambuco, que cedo trocou seu berço e a rotina familiar por uma corneta no Exército em 1931, com 17 anos, e uma sanfona de 120 baixos que ele dizia só tocar em dois: "Pra que tantos baixos?", brincava.
Zé não gostava lá muito do irmão famoso, exatamente por ser famoso, muito famoso, e talentoso, naturalmente. Mas, diga-se de passagem: Zé Gonzaga, além de irmão de Luiz, era também um bom sanfoneiro. E quem diz isto não sou eu só, não. Dominguinhos tambem, que era uma especie de filho "postiço" de Gonzagão,  chamado de Lua pelo ator e radialista Paulo Gracindo e mais meio mundo. Dominguinhos - amigo e aluno dileto do Rei, desde a segunda metade dos anos 50 - reforçava:
- O Zé sabia das coisas, tocava bem e cantava as modas do povo, aprendidas diretamente da boca do pai Januário, fonte inesgotável do folclore e tambem de seu Luiz.
Zé Gonzaga, mais novo que o irmão Luiz, começou a gravar nos anos de 1950.

Uma de suas músicas que fizeram mais sucesso foi exatamente Viva o Rei! (acima, na reproducao do selo do disco), lançada pela gravadora Odeon como resultado de parceria com José Amâncio ainda quando assinava suas composições com o nome de batismo: José Januário.
Viva o Rei! foi composta e gravada após acidente sofrido por Gonzaga na estrada que leva a Santos.
Nesse acidente o Rei escapou fedendo, como se diz no Nordeste, e ganhou várias cicatrizes e a perda total da visão do olho direito, alem de muito tempo de internacao hospitalar.
Musicalmente, porem, não há como negar a importância de Zé Gonzaga na vida brasileira.

Zé compôs muitas harmonias e escreveu algumas letras.
Ele bebia na herança popular, como, aliás, fazia o seu irmão famoso.
Zé deixou vários discos de 78 RPM e uma dúzia de LPs gravados.
Nos últimos anos de vida, ele lamentava o fato de não ser procurado pelas gravadoras e produtores de eventos culturais. Mas nesse ponto, decerto, ele tinha alguma culpa, pois exigia cachês muito altos.

A mim mesmo ele disse isso, que nao gravava por pouco dinheiro.
E disse mais, ao vivo, uma noite no programa São Paulo Capital Nordeste que eu apresentava na Rádio Capital, em São Paulo, sobre o irmão: "Luiz não era tudo isso que se fala dele, não".
Aos 81 anos de idade, Zé Gonzaga morreu com o coração magoado pelo não reconhecimento da crítica em relação ao seu trabalho.
Pois é, a vida é mesmo assim: justa com uns, injusta com outros.

EXPOSIÇÃO
Sobre a vida e obra do Rei do Baião há uma bela exposição na Oca, ali no Parque do Ibirapuera. Vale a pena uma esticada até lá. Leve os amigos e familiares.
A curadoria é do artista plástico Benê Fonteles.

sábado, 3 de agosto de 2013

O POVO DA RUA E O PREFEITO

O que se pode esperar de um grupo de artistas do povo das ruas, embora experiente, mas sem eira nem beira e nenhuma iniciação formal e curricular musical reunido por um professor maluco, incrível, de formação erudita num espaço público em São Paulo, a maior cidade do País e do hemisfério Sul, hein?
Nada ou muito pouco, pode se dizer de imediato, claro.
Porém o que vi – e ouvi - hoje mais uma vez, entre o meio-dia e às 13 horas na Praça das Artes há pouco inaugurada ali na Avenida São João, 281, bem no centro desta capital paulista, foi algo que dificilmente esquecerei.
Ao lado de dois emboladores de coco geniais – Peneira e Sonhador (comigo abaixo, num especial da TV Record) – e à frente de um sanfoneiro e de outros instrumentistas livres com prática, mas sem erudição, um maestro compositor e arranjador importante e famoso de nome Lívio Tragtenberg, que conheci há 30 e poucos anos em início de carreira lançando o primeiro disco, um LP independente intitulado Ritual - hoje peça exemplar do acervo do Instituto Memória Brasil, IMB -, fazia misérias sem batuta e sem as formalidades que os templos de espetáculos eruditos comumente exigem.
Emocionei-me, sim, diante da integração entre os músicos regidos pelo maestro.
O Brasil precisa ser redescoberto, agora por nós.
Viva Lívio Tragtenberg!
E viva os músicos das ruas de São Paulo e a orquestra que os formam, criada por Livio!
 
CULTURA EM DEBATE
Ontem à noite estive na mesma Praça das Artes para aplaudir Antonio Nóbrega,
que cantou, dançou e fez o diabo.
É gênio, esse brincante (acima, num clique de Andrea Lago).
O pretexto da apresentação do Nóbrega foi a abertura da 3ª Conferência Municipal de Cultura do Município de São Paulo, que contou com a presença do secretário Juca Ferreira e do prefeito Fernando Haddad, que depois de falarem brincaram e fizeram onda dançando ciranda, aqui e ali lembrando Luiz Gonzaga e Dominguinhos.
Ouvi atentamente os dois.
E a fala dos dois me agradou.
Juca falou da necessidade de juntar os contrários no campo da cultura.
E cultura é tudo, da fala aos gestos.
Haddad falou da importância da cultura na vida das pessoas em sociedade.
Quando ele disse isso, eu me lembrei do estudioso Luís da Câmara Cascudo, meu mestre, que nunca deixou sem resposta qualquer pergunta que lhe fiz.
Cultura popular?
Ora, cultura popular – ele, Cascudo, definiu em entrevista que me deu em 1978, na sua casa, em Natal, e que publiquei no jornal Folha de S.Paulo no ano seguinte – “é a que vivemos, é a cultura tradicional e milenar que nós aprendemos na convivência doméstica (...). Cultura popular é aquela que até certo ponto nós nascemos sabendo. Qualquer um de nós é um mestre que sabe contos, mitos, lendas, versos, superstições, que sabe fazer caretas, apertar mão, bater palmas e tudo quanto caracteriza a cultura anônima e coletiva (de um povo)”.
A cultura popular jamais morrerá, enquanto houver povo.
E povo haverá sempre, pelo bem ou pelo mal.
E eu costumo dizer: cultura popular é a digital de um povo.
Mas discussão sempre haverá; inclusive em torno do bom gosto etc.
O que é hip hop, por exemplo?
E funk?
Sabemos que hip e hop nada tem a ver conosco, como o funk.
Mas em países dominados culturalmente, as culturas locais são sempre preteridas...
...Você sabia que há um negócio chamado funk da ostentação?
Pois é, aí moram perigos.      

GROISMAN
No ar, agora, na TV Globo, o grande sanfoneiro que nos resta, e gente, Oswaldinho do Acordeon, acompanhando humildemente umas besteiras chamadas Chitãozinho e Chororó, que nunca gravaram nada de Dominguinhos e cantaram, agora, Eu só Quero um Xodó. Ora!

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

GRANDES SANFONEIROS, NO CÉU

Hoje, 2 de agosto, faz 24 anos que o rei do baião, Luiz Gonzaga, partiu deste para outro plano, o celestial.
E hoje também faz uma semana e dois dias que o seu mais fiel escudeiro, Dominguinhos, o seguiu por essa trilha sem volta.
Ambos deixaram extensa e bela obra, imortal, além de muitas saudades, como o mineiro Antenógenes Silva, chamado de O Mago do Acordeon, e o paraibano Sivuca, O Mágico da Sanfona, também deixaram.
Sivuca tornou clássico o instrumento que o pioneiro na gravação de solos de sanfona em disco, no Brasil, Giuseppe Rielli deixou num canto ao morrer, em 1947, e Gonzaga tirou do limbo e levou para ruas e festas fazendo a legria de todos.
Sem Gonzaga, Dominguinhos, Antenógenes e Sivuca penso que a música brasileira não seria tão rica.
Ao bater à porta da música popular no começo dos anos 1940 para se eternizar, o sonho de Luiz Gonzaga era conhecer pessoalmente Antenógenes Silva, seu ídolo.
Antenógenes tinha programa na Rádio Clube do Brasil, Alma do Sertão.
Gonzaga o conheceu, tornou-se amigo e o substituiu no rádio, além de tê-lo como afinador da sanfona que tocava.
Relembre Gonzaga, sobre quem escrevi os livros Eu Vou Contar Pra vocês (1990), Dicionário Gonzagueano (2006) e Lua Estrela Baião, a História de um Rei (2012) e Dominguinhos, clicando:
Através do Instituto Memória Brasil, IMB, Genesis Music e Banco do Nordeste, acaba de ir à praça o CD O Samba do Rei do Baião com 14 faixas, das quais quatro com músicas que Gonzaga (abaixo, num registro histórico) compôs com Zé Dantas, Humberto Teixeira, Domingos Ramos e Ary Monteiro mas não gravou, estas: Tudo é Baião, Ai, ai, Portugal; Dúvida e Meu Pandeiro. O disco tem a presença de Oswaldinho do Acordeon, Socorro Lira, Ventura Ramirez, Osvaldinho da Cuíca, Uxía, Suzana Travassos e Papete, além de Cássia Maria, Ricardo Valverde, Ana Eliza Colomar, Cidão, Jorge Ribbas, Ricardo Araújo, Rosa Macedo e Cláudio Lacerda.
 

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

COMEÇA O MÊS DO FOLCLORE

Hoje o dia nasceu mais bonito do que ontem, com o sol dando a cara às 6h45, sem frio nem neblina, prometendo se recolher daqui a pouco, às 17h41. E lá em cima, um espetáculo: a lua com seus mistérios minguando até a semana que vem; e, naturalmente, inspirando poetas como faz em todas as suas fases.
Aliás, hoje é o Dia do Cordel e o mês apropriado para plantar pimenta, pimentão, jiló, cebola, tomate e outras culturas alimentares que nos fazem valorizar cada vez mais a vida.
Se estivesse chovendo no Nordeste, o mês seria também muito bom para plantar melancia...
E começa hoje o Mês Internacional do Folclore.
Para saber mais um pouco a respeito de folclore e de um dos mais dedicados estudiosos do assunto, o rio-grandense do Norte Luís da Câmara Cascudo, que entrevistei há muitos anos para o suplemento dominical Folhetim, da Folha de S.Paulo, CLIQUE:
http://www.jornalistasecia.com.br/edicoes/culturapopular05
LUTO CULTURAL
O meio cultural está de luto, pois a revista BRAVO! fechou.
O anúncio foi feito hoje pela chefia da editora que a editava, a Abril.
Uma de suas últimas edições, a de nº 189, de maio deste ano, trouxe uma matéria muito legal, falando a respeito do Instituto Memória Brasil, IMB.
CLIQUE:
http://bravonline.abril.com.br/materia/reliquias-sonoras

quarta-feira, 31 de julho de 2013

AINDA ANASTÁCIA E DOMINGUINHOS

A recifense Lucinete Ferreira, na música popular conhecida por Anastácia (aí na foto comigo, no Jô, em 1990) é, sem dúvida, uma mulher de muita força, no sentido de coragem e honestidade.
Ela tem cerca de 800 músicas gravadas nos gêneros mais diversos.
Cerca de 200 dessas obras foram compostas em parceria com o sanfoneiro e cantor Dominguinhos, desaparecido hoje faz uma semana e com quem ela dividiu cama e casa por quase 12 anos, na capital paulista.
A paixão e o amor pelo artista de Garanhuns, PE, não acabaram depois da separação, “ao contrário”, ela diz.
E diz também que Dominguinhos foi a razão da sua vida.  
Antes de conviver com Anastácia, Dominguinhos casara com Janete Silva de Moraes. Dessa união, resultaram dois filhos: Mauro e Madalena, recentemente desaparecida, aos 49 anos de idade.
Espírita da linha kardecista, Anastácia se confessa uma mulher feliz e de bem com a vida.
O que ela sentiu com a doença e morte do parceiro?
“Uma tristeza imensa”.
A compositora - e cantora - conta que rezou muito pela saúde de Dominguinhos; e que compareceu ao velório na Assembleia Legislativa de São Paulo.
Ela conta que na Assembleia sentiu pena de Guadalupe – que também conviveu com Dominguinhos; e pena também sentiu de Liv, nascida da união de Guadalupe com Dominguinhos numa cerimônia afro, em Recife.
“Senti pena delas porque lhes transmiti meus pêsames e elas me responderam com silêncio e ódio” no rosto, disse a coautora do clássico popular Eu só Quero um Xodó, que já conta com mais de 400 gravações no Brasil e no Exterior, sendo a primeira feita por Marinês para o LP (CBS) Só Pra Machucar, de 1973.
No disco, o título saiu truncado: Eu Quero um Xodó.
A segunda gravação dessa música coube a Gilberto Gil fazer, para um compacto simples (Philips) lançado também em 1973, com muito sucesso.
Ao todo, Dominguinhos gravou 34 LPs e 38 CDs. Fora isso, a presença dele ficou registrada em dezenas de LPs e CD de amigos famosos e outros nem tanto.
Dominguinhos era incrível! 

segunda-feira, 29 de julho de 2013

VIVA O PAPA! VIVA DOMINGUINHOS!

O frio de ontem, aparentemente tão intenso quanto o de hoje, levou-me a sair de casa para arriscar uns passos bolerais - tortos que fossem - com o fito único de alegrar e esquentar o corpo ali no Clube Piratininga, que fica aqui perto. Tomei umas e puxei Andrea – coitada! - para o sacrifício de dançar comigo no salão, onde um monte de gente oriunda do século passado, como eu, tentava se equilibrar de modo um tanto desajeitado tentando na dança um influenciar o outro, enquanto ritmos indiferentes caiam pelas bordas da pista.
Um horror, na verdade.
Muita salsa, Caribe etc.
Sofri, sofremos.   
Durante mais de duas horas o que se ouviu e dançou foram estilos musicais de péssimo gosto e, pior, mal interpretados por um cantor - que não sei quem - cansado de voz, sem voz, equipado, porém, com uma bateria de coisas gravadas chamadas, grosso modo, de playback, infernizava os nossos ouvidos.
Antes das dez da noite, eu me vi liquidado, arrasado como homem e gente.
E fui-me de volta ao lar, doce lar, com o farol baixo como se diz de onde eu vim, o Nordeste.

PAPA
Francisco nem bem começou o papado, já entrou para a história. Ele consegue dizer o que todos, ou quase todos, querem ouvir. Vida longa a Francisco, meu xará!

ZÉ CUPIDO
O sanfoneiro Zé Cupido, de batismo José Idelmiro Cupido, morreu ontem em Jacareí, SP, depois de três paradas cardíacas em sua casa. Ele era natural do distrito de Quiririm, Taubaté, a cerca de 130 quilômetros da capital paulista.  Zé Cupido extraiu do repertório do ídolo Luiz Gonzaga músicas para dois LPs, que gravou no começo dos anos 1980.  

DOMINGUINHOS
Amanhã fará uma semana que Dominguinhos partiu. E amanhã postaremos um vídeo muito bonito com ele tocando no Projeto Música do Brasil, que dirigi e apresentei na unidade Sesc Pinheiros em novembro de 2006, junto com a rainha do forró, Anastácia; a rainha do baião, Carmélia Alves (acima, na foto comigo), Cezar do Acordeon – outro grande -. Oliveira de Panelas etc. Antes, em 2005, nos apresentamos no Teatro Brincante, cá em Sampa. 
CLIQUE:

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