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segunda-feira, 3 de maio de 2021

CALA BOCA JÁ MORREU!


Hoje é o dia mundial da Liberdade de Expressão, criado em 1993 pela Unesco. 
De bate pronto, "liberdade de expressão" é um termo que me remete a meus tempos de menino. E lá vai tempo.
Eram tempos leves, de brincadeira.
Numa daquelas "discussões infantis" um menino gritou para uma menina, "Cala boca!". 
A menina encarou o menino com as mãos nos quartos, se balançando provocativa: "Cala boca já morreu!". 
Nunca vou esquecer disso. 
Mas a coisa é muito séria, mesmo. 
Principalmente quando a gente perde a pureza e ingenuidade infantis. 
Os poderosos donos do mundo têm prazer em prender, torturar e matar jornalistas. Isso em todo canto, do mundo árabe à países europeus, em guerra ou não. 
Essa prática de agressão existe desde sempre. Desde tempos imemoriais. 
Os militares bateram e lascaram muitos jornalistas, no Brasil. 
Com ditador não há conversa. 
O caso Vladimir Herzog marcou época. 
Foi em outubro de 1975 que Vlado (1937 - 1975) foi assassinado nas dependências do DOI-Cod, em São Paulo. 
É caso para nunca ser esquecido, para que nunca se repita. 
À propósito, o jornalista alagoano Audálio Dantas, que nos deixou há 3 anos, escreveu um livro de extrema importância para os brasileiros em formação: As Duas Guerras de Vlado Herzog (Capa ao lado). 

sábado, 1 de maio de 2021

GAROTAS, PRIMEIRO GRUPO MUSICAL FEMININO DO BRASIL

Ao piano, Loreto;  Celia, na bateria; 
Genny, no sax; Celma no pandeiro
e Terezinha na guitarra.
(Brasília Motonáutica Clube -
21/04/1965).

Andei mexendo no acervo do Instituto Memória Brasil, IMB, à procura de informações sobre mulheres que formaram o primeiro conjunto musical no nosso país. E lá estavam Célia e Celma (irmãs), Terezinha, Genny, Anamares e Lísis.
Essas meninas formaram, em 1961, o grupo musical Garotas que tinha ao piano Lísis, no acordeon Anamares, no sax tenor Genny, na guitarra e voz Terezinha, Célia na bateria e Celma no contrabaixo e percussão.
As gêmeas Célia e Celma tinham, à época, 19 anos de idade.
O grupo começou cantando no lugar onde se formou, Ubá, MG.
De Ubá, Garotas excursionou por São Paulo, Rio de Janeiro e Estados do Nordeste. “Fizemos sucesso, modéstia à parte”, dizem numa só voz Célia e Celma.
As integrantes desse conjunto continuam serelepes, cheias de graça.
Há uns dois, três anos, numa conversa informal com a cantora paraibana Socorro Lira, surgiu a ideia de se fazer um documentário sobre o pioneiro grupo musical Garotas. “Foi assim que voltamos à estrada
para recompor a nossa tragetória”, ainda numa mesma voz dizem Célia e Celma.As irmãs gêmeas de Ubá seguiram carreira e já comemoram 50 anos de canto e discos. “É uma história bonita, não é?”, repetem em uníssono.
Ainda não há título definitivo para o documentário que está sendo editado, com direção do cineasta Paulo Domingues.
A carreira musical de Célia e Celma rendeu LPs e CDs.
É uma história muito bonita a história de Célia e Celma.

 

OUÇA: CHALANAHINO DA COROAÇÃOMEU PRIMEIRO AMOR

sexta-feira, 30 de abril de 2021

ENFIM, ABRIL FINDOU


O Brasil é um país extraordinário, mas cheio de contradições.
Eu já disse e repito: o Brasil, para Kafka, seria uma festa. Um sonho. 
Todos sabemos que Franz Kafka (1883-1924) foi um escritor fantástico, em todos os sentidos.
Nós, brasileiros, apanhamos, apanhamos e não aprendemos.
A nossa lembrança é, digamos assim, quase zero. 
O que comemos no dia anterior, quase sempre esquecemos no dia seguinte, não é mesmo?
No dia 30 de abril de 1981, um puma explodiu com dois militares do exército, na zona sul do Rio de Janeiro.
A bomba que explodiu no carro era pra ter explodido no Riocentro, onde se realizava um espetáculo em homenagem aos trabalhadores.
E lá estavam Chico Buarque, Elba Ramalho, Martinho da Vila, Sérgio Ricardo, Clara Nunes, Miucha, Milton Nascimento, Paulinho da Viola e dezenas de outros artistas e um público estimado em 30 mil pessoas, incluindo crianças.
O presidente de plantão era o general João Figueiredo, aquele que dizia detestar o cheiro de povo.
À época Bolsonaro, esse aí, era tenente. E de tanto gostar de dinheiro começou a propagar uma campanha visando aumento de soldos dos militares. Essa campanha contava com a ideia de explodir bombas por todo canto. Foi preso e julgado pelo Tribunal Militar. Pra ele foi bom: aposentou-se como capitão e depois virou vereador, pelo Rio. Mais: apontou na mentira, na fake news e virou presidente.
Como se vê, o mês de abril nos traz à memória fatos tocantes.
É no mês de abril que se comemoram o Dia da Mentira, Dia do Jornalista, Dia do Livro Infantil, Dia do Índio, Dia de Tiradentes, Dia Mundial da Saúde, Dia do Exército Brasileiro, Dia do Café, Dia do Beijo, Dia Mundial do Desenhista...
O dia do Desenhista é comemorado desde 2011. Há 10 anos, portanto.
Esse dia foi criado por não-sei-quem, mas a inspiração foi o italiano Leonardo. O da Vinci. Quem dá Vinci, dá trinta, quarenta, cinquenta... Brincadeirinha...
Vinci era uma vila italiana do século 15, onde nasceu Leonardo.
Leonardo da Vinci nasceu no dia 15 de abril de 1452.
Um século e pouco depois, nascia nas terras inglesas o gênio da literatura mundial William Shakespeare. 
Shakespeare nasceu em abril e morreu em abril, com 52 anos de idade.
Em abril morreu também um cara de importância fundamental na formação de pessoas: o escritor espanhol Miguel de Cervantes, aos 68 anos.
O mês de abril de 2020 termina hoje, no Brasil, com 400 mil mortos pela Covid-19.
A história é feita por fatos. 
Marcar o nome na história não é fácil.
Que o diga o cartunista Fausto, construindo seu nome como fizeram Shakespeare e Cervantes.
Gereba, Klévisson e eu compusemos um xote que fala de perseverança. Ouça:

LEIA TAMBÉM

O cantor e compositor baiano Dorival Caymmi nasceu no dia 30 de abril de 1914:  

quinta-feira, 29 de abril de 2021

HOJE É DIA DE WILSON SERAINE!

O Piauí é um dos 9 Estados nordestinos. 
Foi na capital desse Estado que nasceu o professor de física Wilson Seraine. O caso se deu no dia 29 de abril de 1966, ano em que Chico Buarque e Geraldo Vandré disputavam o 1º lugar do 2º Festival de Música Popular Brasileira (TV Record). Deu empate.
Wilson Seraine morou alguns anos na capital paulista e depois voltou à terra de origem.
É longa e rica a sua trajetória como professor universitário. Entre seus alunos, está o recém-nomeado ministro do STF, Kassio Nunes Marques.
Além da profissão de professor, Seraine é apaixonado pela cultura popular nordestina. Dessa paixão sobressaem-se a música e folhetos de cordel. E particularmente, segue à anos a trilha do rei do baião, Luiz Gonzaga.
São centenas e centenas de jornais, revistas, discos e tudo mais referente ao artista nascido em Exu, PE. 
Até agora, Wilson Seraine já publicou 11 livros e produziu um CD com repertório de Luiz Gonzaga em alemão.
Filho de Wilson e Maria, o professor Seraine é casado com Ana Beatriz. Com Ana tem 3 filhos: Mateus, Ana Clara e Wilson Neto.
Todos as quintas, a partir das 20h, Wilson Seraine apresenta o programa musical A Hora do Rei do Baião. O programa vai ao ar pela rádio Cultura FM de Teresina 107,9, PI.

O BRASIL ESTÁ MORRENDO...



São 400 mil mortes
São 400 mil vidas
São 400 mil almas
Pela covid colhidas

Mas isso é muito pouco
Na verdade não é nada 
Todo mundo vai morrer 
De covid ou de porrada 

Quem diz isso não tem senso 
Não tem cara, tem careta 
É assassino serial
Bicho louco do capeta

Louco e mixuruca 
Porra louca sem noção 
Nascido pra fazer mal 
Ao Brasil, nossa nação

Mas um dia vai ter fim 
O criminoso serial
Ninguém vive tanto tempo
Fazendo o mal

Essa é a quarta vez que faço poema sobre os mortos pela covid. 
E veja fotos de Assis declamando para a reportagem da Folha: Assis Ângelo Declama Cordéis Sobre a Pandemia  

BRASILEIROS DA ANTÁRTIDA


No dia Nacional da Educação, 28 de abril, Bolsonaro disse pra quem quis ouvir que conhece o Brasil, por dentro e por fora. Ele: "Amazônia, Antártica..."
Disse Antártica e rapidamente "corrigiu": Antártida. 
O cara é de uma ignorância avassaladora. 
Não sabe a besta que as duas formas estão corretas. Tanto faz dizer Antártida, como Antártica. 
A Antártida é um dos sete continentes do nosso planeta. 
O terceiro menor deles.
Dá nisso não estudada, não ir à escola. 
Dá nisso acreditar que a terra é plana e que cloroquina serve para matar o novo corona vírus.
À propósito do Dia Nacional da Educação há, no Brasil, cerca de 11 milhões de analfabetos. Incluindo o cabra citado.
Uma coisinha a mais: Bolsonaro quer que todos fiquem iguais a ele, no tocante à ignorância. 
Bolsonaro e seu ministro da Economia acabam de fazer um corte profundo no orçamento do ministério da Educação, para o ano de 2021. O corte foi de 2,7 bilhões. Eu hein!
Ah, sim! Com a "anexação" da Antártida ao Brasil ficamos agora com 22,5 milhões de km².
É bom ler bons livros. Ouça:


quarta-feira, 28 de abril de 2021

FOME É FOME, TEM GENTE COM FOME

Enquanto houver fome, haverá comida?
Enquanto houver comida, haverá fome?
Não sei, não sei, não sei...
Só sei que fome é fome, fome é fome...
O trem faz: Café com pão, bolacha não, bolacha não...
Em 1946 o poeta negro pernambucano Solano Trindade (1908-74) escreveu um poema que, infelizmente, será eterno por sua beleza triste e pela realidade que dificilmente sairá de pauta. Chama-se: Tem Gente com Fome.
Tem gente com fome, tem gente com fome, tem gente com fome...
É um trem seguindo seu rumo, nos trilhos.
Onomatopeia.
Tem Gente com Fome é um poema atualíssimo.
Desnecessário entrar em detalhes, diante do desgoverno que ora vivemos. Leia:

Tem gente com fome

Solano Trindade

Trem sujo da Leopoldina
correndo correndo
parece dizer
tem gente com fome
tem gente com fome
tem gente com fome

Piiiiii

Estação de Caxias
de novo a dizer
de novo a correr
tem gente com fome
tem gente com fome
tem gente com fome

Vigário Geral
Lucas
Cordovil
Brás de Pina
Penha Circular
Estação da Penha
Olaria
Ramos
Bom Sucesso
Carlos Chagas
Triagem, Mauá
trem sujo da Leopoldina
correndo correndo
parece dizer
tem gente com fome
tem gente com fome
tem gente com fome

Tantas caras tristes
querendo chegar
em algum destino
em algum lugar

Trem sujo da Leopoldina
correndo correndo
parece dizer
tem gente com fome
tem gente com fome
tem gente com fome

Só nas estações
quando vai parando
lentamente começa a dizer
se tem gente com fome
dá de comer
se tem gente com fome
dá de comer
se tem gente com fome
dá de comer

Mas o freio de ar
todo autoritário
manda o trem calar
Pisiuuuuuuuuu

IBGE: SEM CENSO, NÃO HÁ CONSENSO


De fato, não dá pra levar a sério o atual presidente da República.
Esse presidente faz tudo que não presta, contra o País e a nação.
Ele mentiu para conquistar o voto dos indecisos e decepcionados peraltices proibidas do PT.
Usou a Internet pra mentir e enrolar o povo.
O que esse presidente tem feito, nenhum outro fez.
Ao cair apaixonadamente aos braços do Centrão, Bolsonaro vendeu o que restava da sua alma ao Diabo.
Entre as estripulias que acaba de fazer está a implosão do orçamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE.
O IBGE foi criado no governo Vargas, em 1934.
O que levou à criação do IBGE foi a necessidade de o Brasil conhecer o Brasil. E a partir daí identificar as políticas e prioridades necessárias para o crescimento do País.
Idiota autoritário, Bolsonaro não entendeu isso.
Por priorizar as suas necessidades de político sem compromisso com o País e a nação, Bolsonaro cortou a verba de pesquisa do IBGE: de 3 bilhões de reais para 53 milhões.
Pode parecer muito, mas não é.
O Brasil tem uma extensão territorial bem superior aos 8,5 milhões de km² que aprendemos na escola.
Hoje 28 o ministro decano do STF, Marco Aurélio, determinou: que o Governo encontre os meios necessários para a realização do Censo de 2020, que ainda não foi feito...
Sem Censo não há consenso nas decisões de interesse do País.

terça-feira, 27 de abril de 2021

HÁ 25 ANOS MORRIA RAPHAEL RABELLO

Responda depressa: o que tem a ver Dino 7 Cordas com Raphael Rabello?
Dino, de batismo, Herondino José da Silva, nasceu no ano em que a gripe espanhola deixou o Rio de Janeiro em pé de guerra. 
Dino nasceu no Rio, e Raphael Rabello em Petrópolis, RJ. 
A estreia de Dino 7 cordas em disco ocorreu em 1940. 
Raphael nasceu em 1962 e morreu em dez anos antes de Dino, em 1996.
Dino deixou uma obra sensacional, como Raphael. 
Raphael estreou em disco em 1976, quando tinha 14 anos, e Dino, aos 22.
Está na hora de trazer de volta a história desses dois gigantes da música instrumental brasileira. 
Entre Dino e Raphael havia em comum a genialidade musical desenvolvida ao violão. 
Raphael Rabello morreu num dia como hoje 27 de abril. 
É uma pérola a gravação de Raphael para Luiza, de Tom Jobim. 

segunda-feira, 26 de abril de 2021

A IMPORTÂNCIA DOS JORNAIS


Hoje é 26 de abril.
No dia 24 de abril de 1876, o jornal Gazeta de Notícias (RJ) publicava um "artigo de fundo" estimulando o governo a construir uma ponte que ligasse Niterói ao Rio. Veja só!
Esse artigo trazia a marca do fundador do Jornal, José Ferreira de Souza Araújo (1846 - 1900). 
Os artigos de Araújo traziam eram assinados com o pseudônimo de Lulu Sênior.
O tempo passou e, em março de 1974, era inaugurada a ponte Rio-Niterói (Ao lado


A HISTÓRIA SE REPETE

Em 1920, o paulista de Taubaté, Monteiro Lobato, escreveu um conto muito bonito, triste, mas bonito.
Esse conto deu o título ao livro Negrinha.
Negrinha é uma personagem infantil que sofre muito nas mão de sua "dona" Inácia. Link:https://assisangelo.blogspot.com/search?q=negrinha+
Contei essa história a amiga Ivone.
Ivone não se surpreendeu com essa história. E contou que há alguns anos soube de uma história parecida ocorrida no bairro paulistano Jardim Miriam. 
O Jardim Miriam é um pedaço violento da Capital paulista, localizado na Zona Sul da cidade. 
Um dia, segundo Ivone, a polícia saiu correndo para pegar um bandido, que acabara de matar duas pessoas. 
No meio do caminho, o policial encontrou uma menina, de uns 7 anos, a quem perguntou se vira um homem correndo com arma na mão. A menina disse que sim e apontou o lugar por onde o fugitivo seguira. 
Dia seguinte, um homem procurou a mãe da menina e ameaçou, "Olha aqui, se você não der um jeito na sua filha, eu vou cortar a língua dela". 
A mãe, assustada, chamou a filha para uma "conversa". 
Durante a conversa, a mulher pôs um ovo pra cozinhar.
Minutos depois a mulher pegou o ovo numa colher e ordenou que a criança abrisse a boca. 
Pois é, história igualzinha à história do conto de Lobato. 
Triste, não é? 
O tempo passou, a menina cresceu, casou, e um dia disse à Ivone: "Agradeço a minha mãe por ter feito o que fez. Sofri, mas poderia estar sem a língua hoje".
Os bandidos de ontem, são os mesmos de hoje. 

domingo, 25 de abril de 2021

ESPERANÇA É ALIMENTO DO POVO BRASILEIRO

Eu pretendia falar hoje sobre a Imprensa internacional.
Os jornais do mundo todo estão dizendo que o Brasil está morrendo de fome e de Covi-19. O que é fato.
É fato também que essa tragédia ocorre de modo indiferente aos olhos do presidente da República.
Mas eu vou deixar esse assunto pra outra hora.
Amigos e amigas leitores deste blog sugerem, vez por outra, que eu escreva sobre determinado assunto.
Hoje Marília pede para eu falar sobre poesia e esperança. Temas recorrentes. https://assisangelo.blogspot.com/2016/07/viva-esperanca.html 
Clarissa sugere que eu fale sobre teatro de rua.
Luis Carlos Bahia, cantor e compositor, quer que eu fale sobre catulo da Paixão Cearense.
Catulo foi um dos grandes poetas brasileiros, sem dúvida. 
Era um intelectual e a poesia dele é, mais das vezes "matuta". Particularmente, eu gosto da poesia dele.
Papativa do Assaré(Antônio Gonçalves da Silva 1909-2002) não gostava do Catulo. E isso devia-se ao fato de ele, Catulo, tentar imitar o linguajar do homem do campo de antigamente. Essa fala se acha no livro O Poeta do Povo, vida e obra de Patativa do Assaré(capa ao lado).

Pois bem, Catulo é o autor de Luar do Sertão. Quer dizer, co-autor.
Em 1914, por ali, o cantor e compositor e palhaço negro Eduardo das Neves lançou à praça a primeira gravação daquela que viria se transformar num clássico da nossa música popular. Ouça.
O Tiné, jornalista das antigas, impaciente com o desgovernos que ora vivemos, acha razoável que diga algo sobre a CPI que pretende identificar os responsáveis pelo não combate a Pandemia que ora dizima o povo. Já falei e ainda vou falar. https://assisangelo.blogspot.com/2021/04/bolsonaro-tem-medo-da-cpi.html
Tudo isso já foi abordado neste blog.
O teatro de rua é uma prática milenar. Vem da velha Grécia. Dos antigos. Até chegar por essas plagas, o teatro de rua demorou bastante. Demorou mas encontrou adeptos, diretores como Augusto Boal e José Celso Martinez. 
Há até festivais de teatro de rua espalhados Brasil a fora. https://assisangelo.blogspot.com/2011/11/sertajoce-e-doenca-voce-sabia-e-viva-o.html





                    LUA CHEIA

Meu amigo, minha amiga, se você olhar para o ceu vai notar que a lua está findando em crescente para dá vez à lua cheia, prevista para daqui a dois dias.
leia mais:

sexta-feira, 23 de abril de 2021

LEIAM, LEIAM; PELO AMOR DE DEUS!

Hoje é o dia mundial do livro. A data foi inspirada no dia da morte do autor inglês Willian Shakespeare, 1616.
Nesse mesmo ano e mês morria Cervantes, autor de Dom Quixote. 
Shakespeare morreu com 52 anos de idade e Cervantes, com 68. 
Aproveito a data pra recomendar a leitura de uma dúzia de livros escritos por brasileiros: 

O Cabeleira, de Franklin Távora
O Guarani, de José de Alencar
Dom Casmurro, de Machado de Assis
Os Sertões, de Euclides da Cunha
O Quinze, de Rachel de Queiroz
A Bagaceira, de José Américo de Almeida
Fogo Morto, de José Lins do Rego
Vidas Secas, Graciliano Ramos
Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa
Capitães de Areia, Jorge Amado
Viva o Povo Brasileiro, João Ubaldo Ribeiro
Macunaíma, Mário de Andrade 

Fora esses, romancistas geniais, eu recomendaria também a leitura de Casa Grande e Senzala (Gilberto Freyre), Raízes do Brasil (Sérgio Buarque de Hollanda), Geografia da Fome (Josué de Castro).
Pra encerrar eu recomendaria um poeta: Augusto dos Anjos, Eu e Outras Poesias.
Tomara que você, meu amigo, minha amiga, ache tempo para assistir o filme Vidas Secas. 
 

BOLSONARO EM PELE DE CORDEIRO

Não sei o que acontece: se depois que fiquei cego estou vendo mais ou quem via mais está vendo menos.
O fato é que não vi ninguém falar sobre a fala mentirosa do atual presidente da República, na Cúpula do Meio Ambiente ontem 22.
Previsto pra falar entre os primeiros dez dos 40 presidentes mundo afora, Bolsonaro falou bem depois. E no seu blábláblá prometeu o que não vai cumprir. Óbvio. 
O detalhe nessa história é que o lobo estava transvestido em pele de cordeiro, pra comer a vovózinha e todos os ingênuos deste mundo de meu Deus. Tipo: Bolsonaro boa praça, bom menino, Marcelino, pão e vinho...
Só não vê quem não quer ver: esse é um recuo para ganhar mais adeptos, "apoiadores".
Foi um discurso pra satisfazer a sanha bolsonarista. Enfim, as eleições estão próximas.
Foi um discurso eleitoreiro. Nada mais.


quinta-feira, 22 de abril de 2021

ROBERTO, NOS TEMPOS DA DITADURA

Filho de um relojoeiro com uma costureira, Roberto sempre foi um menino bem comportado.
Ele foi um dos quatro filhos de dona Laura e de seu Robertino, mas o único que daria pra música.
Um dia, por onde passavam trens, o pequeno Roberto brincava quando de repente…
Com 9 anos de idade, o menino já mostrava pendores para a música.
Ele nasceu em Cachoeiro do Itapemirim, ES, no dia 19 de abril de 1941.
Uma vez o capixaba Carlos Poyares (1928-2004), flautista dos maiores, contou no programa São Paulo Capital Nordeste que eu apresentava na rádio Capital, AM 1040, que fora o responsável por levar Roberto à cantar na rádio da cidade onde nascera. “Pequenininho, com aquele problema da perna, eu o punha no colo pra ele cantar ao microfone”.
Se não fosse um trem a provocar uma tragédia na família de dona Laura e seu Robertino, essa seria uma história comum. Como tantas.
Seria a história de alguém que, desde cedo, almeja alcançar o estrelato pela via musical.
Em 1959, com 18 anos de idade, aquele Roberto grava o primeiro disco com duas músicas: João e Maria e Fora do Tom.
Em 1961, aquele Roberto começa a firmar o nome de Roberto Carlos diante um público carente de novidades. Nesse ano ele lança seu primeiro LP: Louco Por Você.
Até aí nada demais acontece na carreira do candidato à fama.
Mas tudo acontece de modo muito rápido.
Carlos Imperial (1935-92), um agitador cultural dos infernos, foi o “anjo” de Roberto Carlos. No Rio.
E a partir daí, muita gente passou a saber de muita coisa sobre Roberto.
Em 1964, os militares partiram com tudo pra derrubar o presidente democraticamente eleito: João Goulart (1919-76).
A partir do golpe, Roberto passou a se aproximar do poder.
Em 1966, quando os brasileiros dos grandes centros se dividiam na torcida por Banda (Chico Buarque) e/ou Disparada (Geraldo Vandré), Roberto Carlos recebia num programa do Chacrinha o “título” de rei.
E a partir daí tudo mudou na vida do “Rei da Juventude”.
Dois anos depois, Roberto voltava da Itália com o prêmio de primeiro lugar conquistado ao interpretar Canzone Per te, de Sérgio Endrigo, no festival de San Remo.
O ano de 1968 foi o ano do AI-5. AI-5 NUNCA MAIS!
E o nome do Roberto cada vez mais crescendo, nas mídias. Ele mesmo autoriza lançamentos de livros com o seu nome e poetas de cordel lançam sua história em versos.
Os militares botando pra quebrar: prendendo, torturando, matando.
E nas telas dos cinemas, o filme Roberto Carlos em Ritmo de Aventura, de Roberto Farias.
Chico, Caetano, Vandré e tantos, e tantos outros brasileiros sendo obrigados a deixar o país.
E Roberto crescendo…
Na Itália, Sérgio Endrigo grava Pra Não Dizer que Não Falei de Flores, Caminando, de Vandré.
Em 1971, Roberto ganha todas as paradas com Detalhes.
Nessa década, ele passa a brilhar mais junto com as estrelas dos generais. Convidado, aceita cantar nas olimpíadas verde-oliva.
A esse altura, demite o mordomo Nichollas Mariano, de batismo José Mariano da Silva
Aí começa um problema: Nichollas, pra se vingar, escreveu um livro bombástico, O Rei e Eu.
Esse livro, porém, não alcança o que pretendia o autor.
Não alcança porque Roberto, através dos seus advogados, consegue brecar na Justiça todos os 70 mil exemplares impressos.
O gosto pela censura Roberto adquire aí.
Em 2007, Roberto processa o jornalista e historiador baiano Paulo César de Araújo, por escrever o livro Roberto Carlos em Detalhes. Uma bela escrita, diga-se de passagem, lançado no programa São Paulo Capital Nordeste.
Em nenhum momento da sua vida como cidadão e profissional, Roberto Carlos abriu a boca para manifestar-se a favor dos oprimidos, dos censurados, dos perseguidos, das vítimas dos poderosos de
Em primeiro plano o empresário Marcos Lázaro e Assis;
Ao fundo Roberto numa passagem de som no Ibirapuera


plantão. Pelo contrário.
Em 1986 ele participou da campanha do empresário Antônio Ermírio de Moraes (1928-2014), a governador do Estado de São Paulo.
Ermírio perdeu, mas Roberto ganhou.
Dessa campanha também participaram vários outros artistas, entre os quais o mineiro Téo Azevedo. “O cara é, realmente, esquisito”, diz Téo. Detalhe: anos depois, Roberto processou Téo Azevedo por produzir um disco no qual duas músicas dele eram interpretadas pelo cantor Carlos Pinho. Disco independente, no rigor fora de lucros.
Evidentemente que não dá pra dizer que Roberto Carlos não canta bem. Canta. Em várias línguas, incluindo inglês e francês. Mas é difícil ouvi-lo agradecendo a Pinochet por sabe se lá o quê. DE NOVO, ROBERTO CARLOS
Ia-me esquecendo: num ano qualquer dos 70, fui incubido pela Folha a cobrir uma passagem de som de Roberto Carlos no Ibirapuera. KUROSAWA E ROBERTO CARLOS, ALGO EM COMUM?
Roberto Carlos é o artista que mais gravou músicas no Brasil. E no mundo, talvez. Desde 1959 até agora ele gravou 1.138 músicas, das quais 676 de sua autoria com parceiros.Em 1977, ele abre um poporrí com Asa Branca. Ouça:

QUE VERGONHA...

Falando uma língua esquisita, embora parecida com a língua portuguesa, o presidente Jair Bossal dirigiu-se ao mundo pra pedir dinheiro.
Coisa triste, feia.
O Brasil não é mendigo. O Brasil é um País riquíssimo, em tudo. 
Além de pedir dinheiro ao mundo, o presidente mais uma vez mentiu, mentiu, mentiu, e não apresentou plano nenhum para combater o desmatamento ilegal, o garimpo ilegal e tudo o mais que ocorre na região amazônica. 
O desmatamento na Amazônia está batendo record.
Juro, fiquei com uma vergonha danada de ser brasileiro pela boca de vocês sabem quem. 
Ah sim: Bolsonaro foi um dos últimos presidentes a falar hoje 22 na Cúpula do Meio Ambiente. 

quarta-feira, 21 de abril de 2021

PELO BEM DO BRASIL, TCHAU BOLSONARO!

O colega jornalista Vito Antico telefona pra dizer da notícia que acaba de surpreendê-lo:
"Ao todo 1488 pessoas e mais de 500 organizações assinaram pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Foram enviados 115 documentos ao presidente da Câmara dos Deputados, sendo 63 pedidos originais, 7 aditamentos e 45 pedidos duplicados. Até agora, apenas 6 pedidos foram arquivados ou desconsiderados. Os outros 109 aguardam análise." (Agência Pública)
Fora isso ainda tem o STF exigindo explicação do presidente da Câmara, Artur Lira, para o não atendimento dos pedidos de impeachment contra Bolsonaro.
O que Bolsonaro tem feito contra o povo brasileiro é, simplesmente, absurdo. 
Historicamente absurdo é o que Bolsonaro tem feito contra o povo brasileiro.
Por menos, muito menos, a Dilma foi catapultada da cadeira da presidência da República à cadeira da sua casa, em Minas. 
É um horror o Bolsonaro e um horror também é o que ele faz contra o País. 
Isso é claríssimo. 
A Imprensa do mundo todo tira sarro do nome dele. E de tabela, do Brasil.
O Brasil, logo o Brasil! 
O Brasil é o 5º maior país do mundo em população ocupante de um mesmo território. 
Amanhã 22, oficialmente considerado o dia da descoberta do Brasil por Álvares Cabral, será alvo do mundo civilizado que discute a importância de se preservar o meio ambiente. 
Refiro-me à Cúpula do Meio Ambiente, que reunirá, virtualmente, presidentes de 40 países.
Desde já, como brasileiro, sinto-me envergonhado pelo presidente que representará o nosso país nesse encontro tão importante para o futuro do mundo. 
Os índios do Brasil estão morrendo...
As árvores da Amazônia estão caindo...
O governo Bolsonaro está patrocinando tudo isso, para o bem dos seus amigos assassinos da terra. 
Pois é, compreendo a estupefação do colega Antico no que se refere a tudo que ora ocorre no nosso País. 
O lugar de Bolsonaro, e de todos os integrantes do seu Governo, é o ostracismo.
O cantor e compositor baiano Gilberto Gil está tão indignado quanto todos nós. Ouça:

terça-feira, 20 de abril de 2021

COVID-19 MATA GILMAR DE CARVALHO

A Covid-19 continua matando que nem a gota serena.
Comparada à Covid, a gota serena não mata nada. 
A Covid-19 já matou mais de 3 milhões de pessoas mundo afora. Só no Brasil quase 400 mil pessoas já tombaram vitimas dessa praga que a todos nos assusta. 
Todo o tipo de gente a Covid já matou. 
Agora mesmo essa doença levou o jornalista e estudioso da cultura popular Gilmar de Carvalho, aos 71 anos. 
Gilmar era cearense de Sobral e morreu na noite de sábado 17. Pena. 
Guardo boas lembranças desse cearense. 
Em 2009, a gráfica do Senado imprimiu o livro "Patativa do Assaré: poeta universal". 
Esse livro reúne textos de 12 autores, entre os quais Gilmar e eu. Confira: https://www2.senado.leg.br/bdsf/item/id/385447


VIVA TONY RAMOS!

Eu conheci um monte de artistas, incluindo atores como Antônio Fagundes e Jackson Antunes. Excepcionais.
Excepcional também é o ator Tony Ramos. Eu o ouvi ontem 19 falando na Rádio CBN.
Aos entrevistadores Fernando Andrade e Tatiane Vasconcellos, Tony lembrou sua trajetória artísticas e dos projetos que ainda tem pra levar adiante no teatro e cinema.
Ele já está com mais de 70, mas isso não o impede de sonhar. O sonho é tudo, diz.
Lembrou que está há muito tempo na TV Globo, mas sempre pronto pra receber uma eventual dispensa.
O Tony é uma figura incrível, cheio de personagens na mente.
Antônio Fagundes, também grande ator, não carrega rei na barriga. É também um grande cidadão. Eu o entrevistei para o programa São Paulo Capital Nordeste que apresentei durante anos na Rádio Capital AM 1040.
O Jackson, mineiro dos bão, é também um cidadão extraordinário.
Com Jackson cheguei a gravar algumas coisas em disco. Exemplo:
 

O BOLSONARISTA ROBERTO

"Acho que o Bolsonaro é muito bem-intencionado. Ele tem tido muita dificuldade com o pessoal em volta dele. Mas acho ele bom e já tem conseguido algumas coisas. Vamos torcer pelo país, que está na mão dele".
A declaração aí é do cantor e compositor capixaba Roberto Carlos, feita no dia 5 de fevereiro de 2020.
O Bolsonaro a quem refere é, naturalmente, o atual presidente da República do Brasil.
Bolsonaro é tudo de ruim que o Brasil já teve como presidente.
Todos os dias o titular da "empresa" Brasil abre a boca só pra dizer besteira. Muita besteira. Diz e faz só besteira. Das grandes.
Pra ele, o novo Coronavírus provoca apenas uma "gripezinha". O resultado dessa gripezinha é, até aqui, a morte de quase 400 mil brasileiros e brasileiras.
Mas voltemos a Roberto, o cantor das emoções.
Pra chegar onde chegou, ao topo das paradas, fez tudo o inimaginável. Quer dizer, já vendeu até a alma ao Cramunhão. 
Admirado por generais e militares de outras patentes, Roberto Carlos tem no currículo um passado de omissão que pesará para sempre na história que construiu até aqui.
Médici, lembra-se de Médici?
O general Emílio Garrastazu Médici (1905-85) foi dentre todos os presidentes do ciclo militar, o pior. O mais violento.
Esse general, sempre de óculos escuros, frequentava os estágios de futebol enquanto brasileiros comuns eram torturados e mortos nos subterrâneos da ditadura militar.
Enquanto Roberto Carlos cantava pra grandes plateias, emocionado, nos calabouços sofriam os brasileiros e brasileiras presos por discordarem da ditadura. 
Já muito famoso, o cantor despede um dos seus empregados: Nichollas Mariano, mordomo.
Mariano foi o primeiro DJ a apostar no sucesso do cantor. Por ele fazia tudo.
Era Mariano quem liberava o acesso de quem procurava o cantor, incluindo mulheres.
No livro que Mariano lançou em 1979, há detalhes horrorosos que aqui não ouso recontar. O livro tem por título O Rei e Eu.
Pessoas são pessoas, com seus os erros e acertos. 
E não custa lembrar: ninguém é igual a ninguém, mas todos precisamos ser respeitados nos pontos de vista.
Há exatamente 50 anos, em 1971, o "rei" lançava à praça uma das músicas que se tornariam clássicas no seu repertório: Detalhes.

segunda-feira, 19 de abril de 2021

O ÍNDIO ESTÁ PERDIDO

No calendário de datas festivas do Brasil, o Dia do Índio é hoje. Mas é certo que não há o que comemorar, pois os índios brasileiros continuam vivendo ao deus dará. 
Os nossos índios morrem de todas as formas, das formas mais absurdas possíveis, a tiros, facadas, armadilhas.
Como se não bastasse, e isso é muito sério, ainda tem o governo, representado por Bolsonaro, metendo as mãos e os pés nas terras indígenas. No Congresso há um projeto para liberar a exploração de tudo o que é nas terras dos índios: ouro e outros minérios, madeira, petróleo e tudo o mais. 
O atual ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, acaba de ser denunciado por suas más ações ao Supremo Tribunal Federal. Acusação: "trabalhar" em favor dos poderosos madeireiros que atuam nas terras indígenas. 
Pois é, não dá para comemorar o Dia do Índio.

LEIA MAIS:

VACINA SIM, JÁ, IMEDIATAMENTE (10)




Cerca de 12% da população brasileira já foi vacinada contra o corona vírus. Entre os vacinados famosos estão atores, cantores etc.
Receberam vacina nos últimos dias: Sergio Reis, Arlindo Cruz, Lilia Cabral, Fabio Jr, Lulu Santos, Geraldo Azevedo, Chico Buarque, Nana Caymmi e Maria Bethânia.
O números indicam que já morreram mais de 370 mil brasileiros, pela Covid-19. E os infectados já chegam à casa de 14 milhões. 
Entre os artistas famosos, vítimas da covid, se acham Aldir Blanc e Genival Lacerda.
E pensar que tem gente que ainda não acredita na virulência 



domingo, 18 de abril de 2021

FOME, FOME, FOME, ATÉ QUANDO!

Os sem tetos se multiplicam nas ruas do Brasil. É fato.

Com o crescimento de sem tetos na ruas, cresce o flagelo do povo no Brasil.

A fome é praga eterna, desde tempos imemoriais. É fato.

As desgraças cíclicas que ocorrem permanentemente nunca são devidamente resolvidas pelos poderosos de plantão, seja aqui seja alhures. 

A seca que judia principalmente o nordeste expulsa, historicamente, o homem do campo e nas grandes cidades perdem a própria identidade. Pena.

As epidemias, também cíclicas têm a mesma "capacidade de tanger o povo pra ambientes desconhecidos.

O Brasil vive um momento de terror.

Pandemia é quando uma doença se alastra pelo mundo, caso do Novo Coronavírus que já infectou quase 150 milhões de pessoas.

O número de mortos pela Covid-19 já passa de 3 milhões de pessoas no mundo,  no Brasil, ojá são quase 40 mil mortos.

As desgraças levam a fome.

As desgraças andam de mãos dadas com os desemprego, com a pobreza, com a desigualdade entre as pessoas.

Metade da população brasileira já começa a sentir falta de víveres na mesa. Quer dizer, a fome é mal rapidamente perceptível a qualquer olhar.

Quando não alimentada, a barriga ronca e seu dono geme.

Os números indicam que há muitos brasileiros morrendo de fome.

O Brasil, curiosamente, é um dos países que mais produzem alimentos pra o mundo. Alimentos que exportam.

Enquanto isso, o presidente da República continua provocando o Novo Coronavírus e a fome quando nada faz para conter essas duas desgraças que ora assola o território Nacional.

O Brasil que tem muito pode distribuir um pouco para quem não tem nada.

Cerca de 5% da população brasileira tem dinheiro que não acaba mais.

O tema, fome, é amplamente abordado na música popular brasileira.

Ouça Ney Matogrosso:



LEIA MAIS:

http://assisangelo.blogspot.com/2021/04/a-fome-e-praga-que-mata.html 



sábado, 17 de abril de 2021

PANDEMIA COMO ROMANCE (2, FINAL)

 A peste a que se refere no livro Camus é a Bulbônica.

A Bubônica é doença antiga, com origem na China. 

Muita coisa veio da China. Muita coisa boa, muita coisa má. 

Outras pestes importunaram e devastaram o mundo, desde tempos imemoriais. A história conta.

A Peste é uma romance que trata da fragilidade humana. Nossa. 

Camus chegou perto do nosso Machado de Assis.

Camus nasceu em 1913, Machado em 1839.

A narrativa de Camus trás personagens atualíssimos do cotidiano de uma tragédia pandêmica.

Dizer mais o quê?

Machado, em vários livros, fez referências às pragas do seu tempo.

Não aprendemos com a história das mazelas, desgraças, porque não prestamos.

Somos horrorosos, etc.

Albert Camus deixa a ideia de que nós, humanos, poderemos ser bons, solidários, generosos.

Camus morreu num acidente de carro. 

Camus, jornalista, filósofo, teatrólogo, deixou a França de luto quando um acidente de carro o matou 4 de janeiro de 1960.

Mas os grandes não morrem, que nem os sonhos. 



UM ARTISTA NA RIBALTA

O sábado tem que ser um dia bonito, como todos os dias. Mas sábado é sábado, ora. E por não ter lá o que fazer, estou retomando à escrita Conto. Tudo invencionice, de cabeça oca. Lá vai:

UM ARTISTA NA RIBALTA, por Assis Angelo

Para Darlan Zurc, um brasileiro de Nova Soure (BA).

Um tiro seco varou a tarde e pegou o peito de João, que caiu feito um fardo.
Foi tudo muito rápido.
Desesperada e gritando que nem louca, Maria correu para acudi-lo. Não deu tempo.
Sobre o corpo do marido, Maria despencou com batimento zero.
Sorrateiramente, um vulto escapulia entre árvores.
Aturdido, a pouca distância dali, um menino tentava entender o que ali ocorria.
Um tiro, um baque surdo, choro e silêncio.
O dia se aproximava do fim.
O céu escurecia prometendo chuva.
Chuva traz raio e trovão.
Pra muita gente chuva de trovão traz granizo, chamado de dentes de nuvens.
Num galho de árvore, um passarinho soltava um trinado triste.
João era filho de Antônio, que era filho de José.
O avô de João era das Alagoas.
Homem simples, honesto e solidário, seu José trabalhava de sol a sol plantando e colhendo num pedaço de terra que herdara do pai.
Era alegre, brincalhão, não reclamava de nada, a não ser das secas brabas que chegavam de tempos em tempos.
Seu José não se metia na vida alheia e nem se envolvia com “coisas da política”, como dizia.
Gostava mesmo era de miudeza.
Nos fins de semana, achava tempo pra se divertir com as tiradas dos poetas violeiros.
Cantoria era seu fraco, especialmente quando nos embates de viola presente estavam os Cegos Aderaldo e Sinfrônio.
Nem sabia direito porque gostava tanto desses cantadores. Só sabia que eram bons e que a cegueira em nada os incomodava.
Era experiente, duro na queda.
Escapou incólume dos ventos pandêmicos da Bubônica e da Espanhola, que muita gente matou.
Numa manhã José disse à mulher, Anita, que iria tomar banho no açude e que voltaria logo. Não voltou.
Antônio adorava as histórias do pai. E muita coisa que o pai fazia, ele passou a fazer. Como alimentar o gosto pelas cantorias, pelas rodas de cordel, pelos ditos, causos e histórias de Trancoso.
Trancoso era um português que inventava histórias, lembrava José.
As histórias do pai, Antônio passou para o filho João.
Mas Antônio não queria que João vivesse o tempo todo na roça, no roçado, no campo. Queria vê-lo Doutor, com um anelão reluzente no dedo.
E João foi crescendo, crescendo e virou Doutor. Em Agronomia. E justificou-se ao pai ressaltando a importância da profissão que abarcara. Sem, porém, esquecer das histórias dos cantadores, das histórias dos violeiros, das histórias dos cangaceiros.
Antônio ficou orgulhoso do filho.
Ao contrário do avô e do pai, João só teve um filho, a quem deu por herança o nome.
O pequeno João ouvia tudo, mas não via nada.
Ficava encantado com as histórias que o pai contava. Não à toa ele passou a gostar do Gego Aderaldo, Cego Sinfrônio e de outros cegos, como Patativa e Manelito.
Manelito era um ás do violão. Era chamado de O Poeta do Violão. E até no rádio ele tocava. E pelo rádio ficou famoso.
Com seu instrumento, Manelito era capaz de fazer Deus chorar de alegria.
Um dia o menino João prometeu ao pai: Vou ser que nem Manelito ou Aderaldo. Vou tocar muito pra o sinhô gostar do que eu vou tocar.
O pai chorou.
Na tarde do tiro seco e do baque surdo, João tinha uns 7 anos.
Depois, pouco depois, é que foi descobrir que o choro que ouvira naquela tarde era da mãe.
O tempo passou e ele foi crescendo, crescendo, até virar um gigante da arte de tocar cordas.

E como gigante, conheceu outros gigantes como João Pernambuco e Villa-Lobos.

Conheceu também o cantador Pinto do Monteiro, que lhe ensinou detalhes esquecidos por Villa.

Naquele tempo, tempo de gigantes, João viu se possível fazer o que prometera ao pai.
A cantoria e o gosto pela arte João do pai e do avô herdou.
Até hoje ninguém sabe quem disparou o tiro que pegou o peito de João, se homem ou se mulher.

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