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quinta-feira, 16 de julho de 2009

AINDA A VIAGEM...

Nas andanças que fiz semana passada por rotas do fim do mundo, esbarrei em Campos do Jordão, aconchegante cidadezinha paulista cheia de trilhas, de caminhos encantados, situada nos altos da Serra da Mantiqueira, entre vales e montanhas, bosques e paisagens outras que nos fazem crer que Deus realmente existe, e que é brasileiro.
Conhecida por muitos como a nossa Suíça, Campos é formada, e bem formada, pelas vilas Abernéssia, Jaguaribe e Capivari.
Um brinco!
Mas não vi o bondinho, não vi a Maria-fumaça...
Morei lá por uns meses, nos fins dos 70.
À época, a minha companhia permanente eram os terríveis bacilos de Kock.
Fora os bacilos que me comiam o peito e sem vergonha encurtavam a minha respiração, eu sofria a dor da saudade por minha terra, a capital paraibana.
Cheguei a Campos pela estradinha SP 050, esburacada, curvilínea e sem trânsito.
Parti de Santo Antônio do Pinhal.
Vi um pouco nostálgico o Leonor Mendes de Barros. Por fora, mudou pouco.
Também vi o espetáculo que é as plantas soltando flores nesse seu processo natural de rejuvenescimento.
Vi ainda os chalezinhos de perfil europeu, de tinturas avermelhadas, coloridas.
O teleférico, em cujas proximidades dezenas de cavalos amestrados faziam a alegria de adultos e crianças.
Lembrei de amigos como o maestro Eleazar de Carvalho, fundador do Festival Internacional de Inverno da região.
Poxa! Grandes lembranças.
E uma agradável surpresa, que contarei amanhã.
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PLOCAS & BOAS
►E o rei do Maranhão, hein?
Aparentemente, está enroscado.
Muita gente começa a se mobilizar, inclusive estudantes, exigindo que desocupe depressa a cadeira do Senado. Seu medo é ser preso se fizer isso. Ontem o filhão Fernandinho foi indiciado pela PF, por formação de quadrilha. Ah! Enquanto isso ocorria, o ministro da Justiça dizia que o indiciamento é coisa normal... Eu, hein!
►Vão contando: a gripe palmeirense matou até agora onze brasileiros.
►E Michael Jackson, hein? Daqui a pouco vão descobrir uma montanha de músicas inéditas dele... Coisas do show business.
►Há 40 anos completados na manhã de hoje, a nave Apollo 11 deixava o Cabo Canaveral, na Flórida, em direção à Lua. Confesso: como repórter, eu sempre quis entrevistar o comandante Neil Armstrong, que hoje mora em Cincinnati... Seus companheiros de missão Aldrin e Collins também ainda estão vivos.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

PASSEIO AO FIM DO MUNDO


Andei por uns dias longe da urbe, pisando serras, matas e praias, com o propósito de descansar os pés e a cuca.
Valeu.
Fui ao fim do mundo e voltei, são e salvo. Rebobinado, com idéias altivas.
Li muito.
Vocês já ouviram falar de Louise Michel?
Louise era francesa, contemporânea de Victor Hugo. Nasceu em 1830 e viveu a infância num velho castelo, galopando por bosques das redondezas, subindo em árvores; brincando, enfim, como qualquer criança. Foi poeta, operária, revolucionária. Quis até matar Napoleão 3º, por seus atos desumanos. Ao fim da vida, virou heroína.
O oportuníssimo Cartas a Victor Hugo (editora Horizonte) traça bem o perfil dessa corajosa mulher, que dedicou a própria vida à liberdade. E mais não digo: leiam-no.
Li e reli outros livros ótimos, como Farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente (Ateliê Editorial), Às Margens do Sena (Ediouro) e O Nordeste no Cinema, de Wills Leal (Editora Universitária/Funape/UFPb).
A Farsa de Inês Pereira é uma obra-prima que vem ultrapassando, incólume, séculos e séculos. Atualíssima. Trata de interesses da gente esperta da sociedade portuguesa quinhentista.
Às Margens do Sena registra as memórias do excepcional jornalista Reali Jr., ditadas a Giani Carta. Esse é um livro que todos os jornalistas deveriam ler.
O Nordeste no Cinema, por sua vez, é uma peça indispensável como introdução à compreensão do cinema brasileiro feito sob a temática nordestina. Nesse assunto, aliás, Wills é craque que dispensa retoques. Sim, a sua obra é absolutamente necessária para o entendimento da vida quase sempre conflituosa da gente nordestina.
Voltarei a falar de outras leituras e da minha ida ao fim do mundo.
Ah! A foto de cima? Sou o de sorriso aberto.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

MICHAEL JACKSON É TEMA DE CORDELISTA



















Do amigo cordelista e quadrinhista cearense também parceiro musical eventual Klévisson Viana, acabo de receber algumas estrofes de um novo folheto seu, feito em parceria com o alagoano João Gomes de Sá, a Chegada de Michael Jackson no Portão Celestial. Nota dez! Para adquiri-lo, o meio é o email kleviana@ig.com.br

Poeta tem sinal verde
Pra voar com liberdade
Andar no tempo, sonhar,
Falar da realidade,
Contar ‘causo’, divertir,
Fazer o leitor sorrir,
Chorar ou sentir saudade.

De sábado para Domingo,
Eu fui dormir sossegado:
Sonhei que estava voando
Em um maquinismo alado,
Tudo que vi registrei
E ao despertar encontrei
Pena e papel do meu lado.

Eu sonhei que o rei do pop,
Logo após bater as botas,
Foi direto para o céu,
Fazendo muitas marmotas,
Cantando muito agitado,
Feliz, tinha se livrado
De dívida, banco e agiotas.

Acordei bastante eufórico,
Sentei na rede e então
Pensei em Deus, respirei,
Fiz uma meditação,
Limpei a mente confusa:
Foi quando eu vi minha musa
Me trazendo a inspiração.

Um pássaro veio cantando,
Logo ao surgir da aurora,
Cada detalhe do sonho
Eu recordei sem demora,
E como bom menestrel,
Peguei a pena e o papel
E escrevi na mesma hora:

Michael Jackson lá no céu
Chegou bastante apressado,
Dizendo para São Pedro:
— Estou demais transtornado
Eu quero até me esconder
Porque não pude fazer
O que tinha programado!

Tinha uma agenda de shows
Com lotação esgotada,
Para pagar uma dívida
Há muito tempo atrasada,
Mas eu confesso, não sei,
Porque logo me livrei
Daquela vida agitada!

Eu queria cantar mais,
Pois no canto não empaco...
Rodando igual carrapeta,
Na dança nunca fui fraco!
No palco eu faço munganga,
Às vezes visto uma tanga
Para prender o meu saco!

São Pedro disse: — Rapaz,
Não é como você pensa!
Primeiro você procura
O assessor de imprensa
E faça um requerimento,
Protocole no convento,
Com a avó de Alceu Valença.

Tomando um chá de cadeira
No banco do corredor,
Você recebe uma senha
E aguarda o promotor.
Como já é falecido,
Se não for logo atendido,
Não reclame, por favor!

Disse Jackson: — Eu sou um astro
Famoso no mundo inteiro!
Não tem um ato secreto
Para me atender primeiro?
Pedro disse: — Eu não tropeço,
O céu não é o congresso
Lá do povo brasileiro!

E falou muito sisudo:
— Cabra, siga a instrução,
Se comporte, fique calmo,
Deixe de reclamação!
Nisso Jackson se sentou
E logo as pernas cruzou
E desmunhecou a mão.

COISAS MAIS SEM GRAÇA!

É o fim da picada.
Como pode?
Estamos em plena democracia e ainda acontecem coisas de enrubescer caras de pau.
Vocês viram?
Foi ontem, à entrada do Senado.
O Rei do Maranhão e da outra parte idem, idem, atrasada desta nossa Brasiléia ai, ai, ai de meu Deus do céu, solicitado por jornalistas a declarar algo sobre a crise, essa mais uma que a todos nos alcança, se limitou simplesmente a soltar um “bom dia” pra lá de fulero e a acenar suas mãozinhas pecadoras para as câmeras.
O pior viria depois do bom dia, quando o profissional do riso Danilo Gentili, da equipe do CQC da Band, quis saber se com a sua saída da presidência do Senado os escândalos que nos amedrontam iriam acabar. Antes, quis saber: “Como é ser tão poderoso assim?”.
E poft! Foi ao chão pela brutalidade dos seguranças do homem.
Eta, Brasil!
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Foi bonita a noite de lançamento do novo livro do meu amigo mineiro Roniwalter Jatobá ontem, na Livraria da Vila. Gente saindo pelo ladrão. Muita prosa e pouco vinho, achei. Agora que foi bonita, foi. Após o lançamento oficial ficou fácil adquirir Contos Antológicos, agora nas estantes de qualquer livraria que se preze, ou solicitá-lo diretamente à Editora Nova Alexandria: WWW.novaalexandria.com.br
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E o Coringão, hein? Agora é tri da Copa Brasil.
Mas, calma, isso não é motivo pra ficarmos de braços cruzados vendo as estripulias cometidas às nossas barbas, por políticos desonestos.
já começo a afiar a minha faquinha...

quarta-feira, 1 de julho de 2009

RONIWALTER JATOBÁ EM LANÇAMENTO ANTOLÓGICO

O mês começa bem, com a festa literária de Paraty no litoral fluminense, entre hoje e até o próximo dia 5, o 40º Festival Internacional de Campos do Jordão na serra da Mantiqueira, de 4 a 26-7, e o 2º Festival de Cinema de Paulínia, no interior de São Paulo.
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Hoje cá em Sampa o 1º de julho será muito especial, pois o meu amigo mineiro de Campanário Roniwalter Jatobá, escritor dos melhores deste Brasil brasileiro, como diria seu conterrâneo Ary Barroso, logo mais à boca da noite juntará uma penca de gente boa e qualificada no ramo da literatura como Marco Haurélio e tantos e tantos, na Livraria da Vila. Motivo? Mais um livro seu saindo do prelo, Contos Antológicos. A obra traz a chancela da editora paulistana Nova Alexandria. Claro, o encontro terá mais bebes do que comes. Vamos lá? Chegue cedo, pois aquilo vai entupir de gente. E é só até às 21 horas. Endereço: rua Fradique Coutinho, 915, Vila Madalena.
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Logo mais às 22 horas, o cantor e compositor, apresentador do programa Sr. Brasil pela TV Cultura de São Paulo mostrará para o País o talento da paraibana Socorro Lira.
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Depois de amanhã, o grupo pernambucano Cordel do Fogo Encantado fará show comemorativos de seus primeiros dez anos de existência. Será no Dragão do Mar. Na ocasião será também lançada a 4ª edição do Festival Ponto.CE. Quer saber mais? Entre o site WWW.ponce.com.br
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Não tenho ouvido comentários sobre o fechamento do Museu Afro Brasil, no Ibirapuera. Que diacho! O fato se deu no último dia 20, um sábado.
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Em caráter conclusivo, a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania do Congresso aprovou terça 23 última a proposta de regulamentação da profissão de Repentista. Pela proposta, o repentista é definido como “o profissional que utiliza o improviso rimado como meio de expressão artística, transmitindo a tradição e a cultura popular por intermédio do canto, da fala ou da escrita, sendo citados como tais o cantador e o violeiro improvisador, o embolador e o cantador de coco, o poeta repentista, o contador e o declamador de causos, e o escritor de literatura de cordel”. Ah! Caráter conclusivo, segundo as formas protocolares, é o rito de tramitação pelo qual o projeto não precisa ser votado pelo Plenário, apenas pelas comissões designadas para analisá-lo. O projeto perderá esse caráter em duas situações:
- se houver parecer divergente entre as comissões (rejeição por uma, aprovação por outra);
- se, depois de aprovado pelas comissões, houver recurso contra esse rito assinado por 51 deputados (10% do total).
Nos dois casos, o projeto precisará ser votado pelo Plenário.

domingo, 28 de junho de 2009

DE IDIOTAS E JOÃO GILBERTO

Idiota; esse tal Galvão Bueno é mesmo um idiota!
Idiota perigoso, diga-se.
Faz cabeças.
Não existe idiota mais perigoso do que o idiota que faz cabeças, pois em nome e a serviço de alguém ele sempre estará; em prejuízo de um país, de uma nação.
A Plim-plim sabe o que faz, não é mesmo?
E com perfeição, a história mostra...
E tudo por dinheiro!
Vocês notaram como o camelô eletro-eletrônico Sílvio Santos na semana que passou entrou em campo com raiva,fome e vingança para adquirir escravos mansos?
pois é.
Já pagou seu carnê, moço?
Os novos escravos de SS vão ganhar muito, mas muito terão de pagar.
O dono espera.
Alforria?
Quando o Luís Fabiano fez o primeiro gol da partida ontem, antes do primeiro minuto do segundo tempo, o idiota citado ali no começo, com a prepotência dos idiotas definitivos, disse:
“Acho que o Luís Fabiano pode mexer com esse jogo”.
O tal nem notou Fabiano jogando legal no primeiro tempo, só depois do primeiro gol.
A Seleção entrou tão bem na segunda jornada, que dificilmente alguém de mínimo bom senso acharia que o resultado final seria a favor dos gringos.
Que tal voltarmos a ouvir rádio, hein?
3 x 2 para a seleção Canarinho.
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Uma coisa:
O mundo todo tem falado nos últimos dias com tanta seriedade sobre o passamento do rei do pop Michael Jackson, que resolvi entrar no roteiro com piadas malditas. Proposital.
A vida continua e não posso deixar de dizer que o cara sabia dançar, e cantar.
Ele não fazia o meu gênero, mas encantou um monte de idiotas.
Devo dar vivas a João Gilberto?
Beijos,

sábado, 27 de junho de 2009

PRA RELAXAR, PIADAS MEDONHAS

O mundo capitalista está triste.
O inferno, feliz.
Por quê? Sei lá.
Mas os cabras não são moles.
Dizem que Michael Jackson bateu à porta do céu. Ao ver São Pedro, perguntou:
– O menino Jesus está?
Baixa o pano.
Já à entrada do céu, uma recomendação urgente:
– Anjinhos, ponham a roupa já!
Outra:
Quando o Michael veio ao Brasil lhe perguntaram de qual chocolate gostava. Ele, sem pestanejar:
– Garoto!
Essa é creditada ao legista que examinou o corpo do astro:
– Foi vítima de um pé de moleque.
Pior, impossível:
Michael nasceu preto, morreu branco e agora virou cinza.

terça-feira, 23 de junho de 2009

DEMÔNIOS DA GAROA. PASCALINGUNDUM!

Assis boa tarde !!!
Li o livro Pascalingundum ! Os Eternos Demônios da Garoa.
Meu Compadre (como você diz) que trabalho de pesquisa heim !!!! Parabéns !!! Reunir todas essas informações e coloca-las de maneira que não ficasse confuso, pois desde o início do conjunto, com informações controversas e sua formação e variações no decorrer de todos esses anos ...
O interessante é que desde minha infância Os Demônios da Garoa foi um grupo que sempre me agradava com suas músicas; muito embora o Demônios não pertença a minha geração que está muito mais pra Beatles e Jovem Guarda. Mas como sempre gostei de música e meus pais e avós sempre ouviram muito rádio ... e tambem acredito que essa simpatia tenha vindo, por eu ter sido criado muito junto com meu avo materno, com o qual me dava muito bem . E que falava muito parecido com aquela maneira que os Demônios cantavam aquelas músicas do Adoniran, com erros de concordância; o tempo dos verbos e meio italianado, pois, êle (meu avô) era filho de italianos nascido no interior de São Paulo e tinha um cunhado chamado Ernesto o qual chamava de ... ARNESTO lógico; morava no Bom Retiro na rua Nháia. Que saudades !
Outra coisa que me surpreendeu nessa sua pesquisa foi o lugar de origem, a Zona Leste mais especificamente o Belém / Tatuapé e Mooca .
Assis eu nasci no Antigo Hospital São José do Brás (hoje se não me angano Sta Virgínia) Esse hospital fica na Av Celso Garcia esquina com a Rua Alvaro Ramos, quase em frente ao Hospital/ Maternidade Leonor Mendes de Barros - Bairro do Belém. Morei quando muito criança, na Rua Conselheiro Cotegipe que é paralela a Irmã Carolina , uma ou duas ruas antes sentido Radial Leste que também faz esquina com a Saturnino de Brito como você menciona no livro .
O mais curioso de tudo é que meu pai que está hoje com 83 anos e com uma ótima memória, quando saiu do interior do estado com seus pais e irmãos e vieram morar em São Paulo, isso no começo dos anos 30, morou em vários locais do Belém e do Tatuapé. Comentei com êle sobre o livro e as origens do Demônios citando nomes etc; etc e nessa conversa e pra meu espanto depois dos comentários e algumas conclusões êle falou que conheceu o Waldemar Pezzuol inclusive deu até um apelido pelo qual era conhecido no bairro, que não me recordo agora .
Achei tudo isso incríve.
O Livro está ótimo, demorou mas valeu a pena e espero que tudo esteja correndo como bem como você esperava com referência ao livro .
Assis uma outra coisa, há umas duas semanas atrás dei uma geral nas minhas tralhas todas, mudei estantes ; etc;etc e encontrei 3 discos de 78 rpm dos Demônios e que tenho certeza que são seus. Sâo êles UM SAMBA NO BIXIGA/ IZIDORA - LÁ VEM O PATO/ FALOU DE MIM - SAUDADE DA MALOCA/ ÔS MIMOSO COLIBRIS - esses discos acabaram ficando misturados com outros e aqui ficaram. preciso devolve-los . Também quero lhe dar um video que passei para DVD de uma gravação dos Demônios da Garoa no Programa ENSAIO se não me engano dos anos 80 - a formação dos demônios Na época era : Toninho/Arnaldo/ Serginho/ Ivan e Simbá. a qualidade está boa .

Assis um amplexo !


José Carlos

segunda-feira, 22 de junho de 2009

CASA DA SOGRA?

O ex-diretor-geral da casa da sogra, um tal de Agaciel Maia, faturava mais do que qualquer funcionário lotado em qualquer das casas dos três poderes, pelo menos no que diz respeito à folha de pagamento, dizem os jornais: 31 mil e 900 paus, mensais; ou seja: mais de 1 mil ou mais de dois salários mínimos/dia. É grana, moço! 415 mil só em 2006. Isso foi o que o tal Agaciel embolsou pela via turva dos tais atos secretos.
E agora que tudo isso vem à tona, como fica?
O esperto nababo vai devolver ao erário o que garfou do trabalhador brasileiro?
O rei do Maranhão, na moita, jura que vai apurar o que for possível.
Ãnrrã... Pois é, esperemos, esperemos.
Ah! Tem um quê nessa história toda: foi o rei do Maranhão quem inventou o diretor-geral da casa da sogra, há 14 anos. O tal era um simples datilógrafo e de repente, mais do que de repente, virou o manda-chuva do Senado.
Pode?
Por pressão, o rei o demitiu.
Perguntinha à toa: você sabe quanto custa um senador aos cofres públicos?
///////////
E o Barack Obama, hein? Depois de trucidar uma pobre mosca durante entrevista à CNBC terça passada, nos Estados Unidos, garante que está prontinho da silva pra encarar o míssil de longo alcance dos amarelos da Coréia do Norte.
Ixe!
Curiosidadezinha à toa: Há quem diga que a infeliz mosca impiedosamente trucidada por Obama era a reencarnação viva da mosca de Raul Seixas. Sei não...
//////////
A seleção Canarinho enfiou três na rede italiana, ontem à tarde.
Que bonito é...
E o Coringão?
Três também na sacola adversária tricolor, no Pacaembu lotado.
Viva o circo?

domingo, 21 de junho de 2009

CRISE NO REINO DA BRASILÉIA

Cá no hemisfério sul, o inverno chegou às 2h45, trazendo frio de gelar pingüim.
Nas bandas do Planalto, especialmente nos corredores do Senado, a temperatura tem tudo pra se elevar no correr dos próximos dias, pela chiadeira de gente como o rei do Maranhão.
Semana passada o rei subiu à tribuna para espernear, tal calango-tango em frigideira fervente. Disse que até pode ter escândalo na corte, crise, essas coisas, mas não é da sua conta. É do Senado. E nossa, é claro!
Em tom de lamentação, o velho rei discorreu sobre serviços prestados à Brasiléia.
Foram até aqui 50 anos, segundo ele.
Até presidente da República foi.
Também do Senado, agora pela segunda vez.
Como chefe da Nação verde-amarela, bem, essa foi uma peça que o destino nos pregou. Era Tancredo o homem, que partiu vítima de males do corpo há 24 anos. Na ocasião, a situação se inverteu: o vice virou rei.
E o resultado foi o que se viu.
Bom, horas antes de o inverno chegar, assisti o drama documental Frida Khalo, de Julie Taymor, com Salma Hayek e Alfred Molina nos papéis principais.
É belíssimo.
História de uma jovem mexicana (Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón; 1907-54) que se apaixona pelo pintor Diego Rivera (Maria de la Concepción Juan Nepomuceno de la Rivera (1866-1957), amigo de Picasso, Dali, Miró e Gaudí, retratado à óleo por Modigliani nos princípios do século passado.
Antes da paixão, um acidente marcou profundamente a vida de Frida. E mais não digo: vão assisti-lo que é bem melhor.
E pascalingundum para todos nós!

sábado, 13 de junho de 2009

NÉLSON GONÇALVES: BOM DE PAPO, BOM DE BRIGA

Quinta 11 após assistir ali na região da Paulista o longa Cantoras do Rádio, com a rainha do baião Carmélia Alves, Carminha Mascarenhas, Violeta Cavalcante e Ellen de Lima no elenco, fui jantar e tomar um negócio no Bar do Nélson, na Canuto do Val, Santa Cecília, cá em Sampa, junto com o conterrâneo rei do bolero Roberto Luna. Gostei do peixe saboroso servido no capricho, da atenção de todos e da música espontânea dos freqüentadores. Lá todos ou quase todos cantam, bebem e fumam. O José Nêumanne, colega jornalista e também conterrâneo – somos todos da Paraíba – estava lá, para minha surpresa. Parecia outro, o rapaz. Alegre, efusivo, feliz. Ontem retornei ao bar. Entre um negócio e outro que desceu macio goela abaixo, lembrei do Metralha Nélson Gonçalves, vozeirão que enchia todos os cantos. Ele até gostava desse apelido, não gostava era que o chamassem de Nelsinho. Isso não. Ele ficava tiririca. Metralha tudo bem porque, digamos, não falava como quase todo mundo. Uma ressalva: era taquilárico e bom de tapa. Queria apanhar? O chamasse de gago. Queria apanhar? O chamasse de Nelsinho. “Se me tratar bem, trato bem. Sem me tratar mal, trato na porrada”, ele me disse várias vezes. Lembrei ontem das muitas conversas que travamos, eu e Nélson, no velho restaurante do hotel Jandaia, ali na Duque de Caixas, a poucos metros da Folha, onde trabalhei como repórter entre os anos de 1970 e 1980. Roberto Luna e Nélson, duas vozes inesquecíveis, se davam bem mas tinham lá suas diferenças, advindas por decorrência de rabos de saia. Houve vezes que dos desentendimentos entre o dois saíram até tiros. “Nélson tinha uma mulher no Rio e outra em São Paulo. Como não podia estar nos dois lugares ao mesmo tempo, me pediu para tomar conta da que ficava em São Paulo. E tomei”, conta numa risada o velho Luna. Ao saber que Luna estava às votas com sua paulista, o boêmio invadiu o apartamento do amigo e meteu bala. “Foi tiro como diabo, mas só pegaram na parede”, recorda o paraibano Luna. Ah! Tomar conta, no caso, era observar se a tal se comportava bem na ausência do seu titular. Não se comportava... Amanhã falarei sobre o DVD de Roberto Luna, que a Fundação Padre Anchieta está pondo no mercado.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

CANTORAS DO RÁDIO, ROBERTO LUNA & PASCALINGUNDUM


Nota leve e boa é o que dou para o filme-documentário Cantoras do Rádio, que traz à tona a rainha do baião Carmélia Alves, Carminha Mascarenhas, Ellen de Lima e Violeta Cavalcante. A direção é de Gil Baroni e Marcos Avellar, o roteiro de Mônica Rischbieter e a produção, de Laura Dalcanale. A locação foi toda feita no Rio de Janeiro, onde, aliás, as quatro artistas iniciaram e solidificaram carreira.
Da concepção até sua concretização, se passaram quase cinco anos.
Tudo começou quando Carmélia, Carminha, Ellen e Violeta subiram ao palco do teatro Rival para um show de homenagem às irmãs Aurora e Carmen Miranda e Linda e Dircinha Batista.
Além das irmãs, são lembradas no filme, de 85 minutos, a paulistana Isaurinha Garcia e as cariocas Nora Ney, Dolores Duran, Elizeth Cardoso, Aracy de Almeida e Dalva de Oliveira.
Após a exibição do filme, e de uma prosa com Carmélia e Carminha, que não via há muito, topei com o conterrâneo Roberto Luna, o rei do bolero. Atualizamos a conversa e fomos jantar no Bar do Nélson (Gonçalves), ali na rua Canuto do Val, onde encontrei o amigo e também conterrâneo José Nêumanne, o homem que só dá notícia direto da fonte, na Jovem Pan e SBT.
Amanhã falarei um pouco sobre Luna e do seu DVD que a Fundação Padre Anchieta (TV Cultura) está lançando. Coisa boa, para ver, ver, ver, ver e espalhar e guardar na “dvdeteca” pelo menos um exemplar.
Na foto, o autor e o líder do grupo musical Demônios da Garoa, Sérgio Rosa, o Serginho, no hall do teatro do SESC Pompéia, sábado 6-6 após o show de lançamento do livro Pascalingundum! Os Eternos Demônios da Garoa..

terça-feira, 9 de junho de 2009

NOITE PASCALINGUNDUM


Não falei ainda?
Pois bem, foi uma noite agradabilíssima. Uma não, duas.
A primeira, às 21. A segunda na hora do Angelus, que todo mundo sabe ser 18.
Foi no teatro do SESC Pompéia, sábado e domingo 6 e 7, passados. Teatro lotado até a tampa, como diz o populacho. Cerca de 800 pessoas de cada vez.
Amigos queridos estiveram presentes, como José Maria e Maria Marta, Aluizio Gibson e Márcia, Alcides e Florisnéia, César de Holanda e Rebeca, João Pedro, Rodrigo e tantos e tantos.
Pedro Caldas, diretor excepcional do filme-documento Versificando, que trata de improvisações musicais, estava com a câmera ligada.
Fiquei feliz.
Andrea Lago, também.
A pequena Marina era uma florzinha à parte, linda.
Minha caçula Clarissa, de sorriso aberto.
Ana, a mais de ontem foi me ver. Atualizamos conversa atrasada.
Senti falta de Peter Alouche e Paulo Benites, que tiveram de dar uma esticada até a Áustria.
O engenheiro Nestor Tupinambá e os jornalistas Marcelo Cunha e Ayrton Mugnaini não disseram que iam, mas os esperei. Em vão.
Tudo, porém, correu nos trinques.
Noites esplêndidas. Perdeu quem não foi.
Thaís estava radiante, orgulhosa do pai, Odilon, empresário do grupo musical mais antigo em atividade profissional ininterrupta do mundo: o Demônios da Garoa, claro.
Os shows de lançamento do Pascalingundum foram muito bonitos, com Serginho, o líder, contando a história do grupo. Maneiro, cheio de onda,d e graça, risos. Platéia vibrante. Ele falou emocionado a respeito do pai, Arnaldo, e dos amigos Arthur Bernardo, Paulo Gallo. Sim, parecia feliz.
Foram duas noites inesquecíveis. Quem não foi, perdeu.
Depois de quase uma trintena de músicas e duas horas e poucos de fala e canto, Serginho fez suspense e falou do novo CD e do livro que escrevi sobre a história do grupo.
Voltarei ao assunto.
Pascalingundum para todos nós!
Ah! Tem muita gente perguntando como adquirir o livro. Pelo email andrealol@terra.com.br é possível conseguí-lo.
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A rainha do baião Carmélia Alves está na linha, convidando para assistir o filme Cantoras do Rádio. Com ela, Carminha Mascarenhas, Violeta Cavalcanti e Ellen de Lima, a mais nova, com 71 anos. Ô gente forte! No Espaço Unibanco.
Vou lá.
Amanhã eu conto.
Abraços a todos.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

PASCALINGUNDUM!


A música popular comercial brasileira surgiu em 1902, com a gravação do lundu Isto é Bom, de Xisto Bahia, gravado nos estúdios da pioneira Casa Edison do Rio de Janeiro pelo primeiro cantor profissional do País, Manoel Pedro dos Santos, o Bahiano.
Mas antes disso havia música no Brasil, é claro. E dança, pois havia os índios...
Com a chegada dos primeiros colonizadores, tudo se misturou e mudou.
Na segunda metade do século 18 aparece a primeira composição musical em pauta: Olhos Matadores, do maestro carioca Henrique Alves de Mesquita (1830-1906).
Essa composição era uma habanera, registrada como tango.
Pouco depois, a maestrina Chiquinha Gonzaga comporia a polca Atraente.
No catálogo de 1912 da extinta gravadora Columbia há a informação de que Chiquinha (Francisca Edwiges Neves Gonzaga; 1847-1935) foi quem criou “o verdadeiro tango brasileiro”.
Em 1877, com 14 anos de idade, Ernesto Nazareth compõe sua primeira música: a polca Você bem Sabe, que Arthur Moreira Lima, entre outros artistas, registraria num LP de 1975 para o extinto selo Marcus Pereira.
Pouco mais de 200 composições formam o repertório autoral de Nazareth, o Rei do Tango, desaparecido em 1934.
Em 1899, Chiquinha volta ao cenário musica com a primeira marchinha de carnaval: Ó, Abre Alas, gravada integralmente somente em 1971, pelas irmãs Batista.
A gravação do lundu de Xisto Bahia é o marco da formação da indústria fonográfica no Brasil.
De lá para cá, milhões de títulos musicais foram gravados...
No início da segunda década do século passado surgem os trios instrumentais.
O canto em duo vem antes, no início dos anos de 1910, com Os Geraldos.
Bahiano foi o segundo artista a formar dupla profissional, com uma certa Senhorita Consuelo...
O primeiro trio vocal pode ter sido formado por Mário Pinheiro, Eduardo das Neves e Edmundo André. Para gravação em estúdio, pelo menos.
E por aí segue a nossa música, até os anos 30.
Os anos de 1930 e 1940 no Rio de Janeiro foram os anos dos grandes conjuntos musicais, como Bando da Lua, Anjos do Inferno, Quatro Azes e um Coringa, Namorados da Lua e Quitandinha Serenaders.
Pixinguinha, nos 30, andava à frente da Orquestra Diabos do Céu.
No começo dos 40, surge na capital de São Paulo o Demônios da Garoa.
Em pouco tempo, o Demônios superaria a todos os outros conjuntos musicais de sua época, pela maneira engraçada e original de tocar e cantar.
Aí, talvez, ainda more o segredo de tanto sucesso e longevidade.
Os shows de lançamento do livro Pascalingundum! Os Eternos Demônios da Garoa, ocorridos no último fim de semana no teatro do SESC Pompéia, em Sampa, comprovaram plenamente o talento do grupo, hoje o mais antigo em atividade profissional ininterrupta do mundo.
Bom, pascalingundum para todos nós!

sexta-feira, 5 de junho de 2009

ORQUESTRA DE RABECAS, CONHECE?


Depois de uns dois ou três meses, vi de novo o luthier rabequeiro (multiinstrumentista) Di Freitas em ação, agora na unidade SESC do Ipiranga.
Foi ontem à noite.
Pouca gente na platéia.
Pena.
Não sabe o que perdeu quem na foi.
E olha que a noite estava bela, com a lua Crescente no signo de Escorpião se divertindo e um friozinho gostoso nos convidando a um bom papo regado a vinho dos Alpes.
Di Freitas apareceu no palco dez minutos depois da hora marcada. Foi bom; porque eu, Andrea e Clarissa, minha caçula, chegamos minuto e meio atrasados e sem poder culpar o trânsito, que estava ótimo – diga-se. Tudo a favor.
O amigo e colega jornalista Matias José Ribeiro sorria, ao nos reencontrar...
Às 21h10, o espetáculo se iniciou com Di falando a respeito das origens da Orquestra de Rabecas Cego Oliveira. Ele aproveitou para dizer que mora em Juazeiro do Norte, CE, há cerca de sete anos. É de Fortaleza, reforçou, e o conheci no seu atelier há dois anos, quando o Centro Cultural BNB me convidou para uma palestra/gravação de DVD sobre cultura popular e Luiz Gonzaga...
Enfim, “O Alumioso”, que é como se chama o espetáculo – e o CD de Di – começou e encerrou com coisas do folclore nordestino, especialmente da região do Cariri cearense... Há dois Cariris. Tem o da Paraíba também, sabia?
Palmas do começo ao fim.
Ô coisa boa é ouvir Di Freitas e a Orquestra de Rabecas Cego Oliveira!
E o que dizer da participação especial de mestre Expedito, da Banda Cabaçal, convidado especial de Di Freitas? E da percussionista Dani Zulu e da cantora Juliana Amaral, afinadíssima? E da viola incrível de Filpo Ribeiro, hein?
É por essa e outras que insisto dizer que o Brasil precisa ser descoberto por brasileiros.
Uma coisa: os três últimos números do espetáculo de ontem são absolutamente perfeitos, com “Vaca Estrela e Boi Fubá”, de Patativa do Assaré, seguido de “O Trenzinho do Caipira”, de Villa Lobos (letra de Ferreira Gullar) e de um canto de despedida, do folclore brasileiro.
Viva a Orquestra de Rabecas Cego Oliveira!
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Amanhã às 21 horas estarei no SESC Pompéia lançando o livro “Pascalingumdum! Os Eternos Demônios da Garoa”, com a chancela do GTT (Grupo Trends Tecnologia). Antes, farei no palco do teatro uma explanação sobre as origens da nossa música popular. Em dez minutos! É pouco tempo, não é? Gostaria que fosse mais...
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Hoje estão indo ao ar programas de rádio (Record e Cultura) que gravei no correr da semana.
Na Record é mais no fim da tarde, com Zé Nello Marques.
Na Cultura, no começo.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

ENCONTRO EM BRASILIA



O I Encontro Nordestino de Cordel, promovido pela Associação dos Cantadores Repentistas e Escritores Populares do Distrito Federal e Entorno (Acrespo) em Brasília, nos dias 28 e 29 passados, foi de grande importância para quem se movimenta no mundo da literatura de cordel, especialmente para quem o fazem como os irmãos Klévisson e Arievaldo Viana, Maxado Nordestino, Rouxinol do Rinaré, Marco Haurélio, Moreira de Acopiara e Varneci Nascimento, entre centenas espalhados Brasil afora.
A abertura do encontro, na noite de 29, contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Cultura Juca Ferreira, incumbido de viabilizar soluções reivindicadas pelos cordelistas representados na ocasião pelo secretário da Cultura do Rio Grande do Norte, Crispiniano Neto, que aproveitou a ocasião para lançar o livro ”Lula na Literatura de Cordel”.
Entre as reivindicações apresentadas, o reconhecimento da profissão de cordelista e de cantador repentista.
O discurso de Crispiniano foi feito em versos e agradou em cheio o público que lotou as dependências do teatro da Caixa Cultural.
Durante a sessão de encerramento, aberta por mim e dedicada ao poeta Patativa do Assaré, se apresentaram os emboladores de coco Roque e Teresinha (hilariantes!) e os repentistas Antônio Lisboa, Chico de Assis, Ismael Pereira, Ivanildo Vila Nova e Zé Maria de Fortaleza, entre outros.
Poeticamente, também deram recado Antônio Francisco e Moreira de Acopiara.
O Encontro serviu para discussão da criação da Cooperativa de Cordel.
Ao fim de tudo, Crispiniano Neto ainda leu uma carta especial do presidente Lula aos participantes do Encontro, na qual é posta em alto relevo a obra de Patativa do Assaré.
Viva a cultura popular!
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Logo mais às 21 horas, o cearense Di Freitas estará encantando o público paulistano no Sesc Ipiranga, junto com a Orquestra de Rabecas Cego Olieira, de Jazeiro de Norte. Na ocasião artista autografará o CD "O Alumioso", que está saindo pelo selo Sesc. No correr da próxima semana, ele ministrará uma oficina para constução de rabeca, no Sesc Paulista. No total, 15 é o número de aprendizes privilegiados já inscritos.
não perderei o espetáculo de hoje. e você?
Ah! no CD de Di Freitas, uma faixa especial: "Vaca Estra e Boi Fubá", de Patativa do Assaré.
Imperdível!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

VÃO SE AGENDANDO... OS ETERNOS DEMÔNIOS DA GAROA


Dias corridos foram os da semana passada e também os dias desta semana, cujo fim já se aproxima.
Fui ao Rio de Janeiro participar de um especial ao poeta Patativa do Assaré, a convite da produção do programa De La pra Cá, da TV Brasil. O programa é comandado por Ancelmo Góis.
Falamos, falamos e falamos. Foi legal. Foi ao ar no último dia 1º, mas quem não viu pode vê-lo no próximo domingo, às 18 horas. Recomendo: gravem. Pois nesse dia e hora estarei dizendo coisas a respeito do grupo musical Demônios da Garoa, no palco do teatro do SESC Pompéia, pouco antes de o grupo se apresentar. A apresentação faz parte do lançamento do meu novo livro: “Pascalingundum! Os Eternos Demônios da Garoa”, que está saindo do forno sob a chancela do Grupo Trends Tecnologia.
Falei do Patativa e falo mais:
Ontem foi dia de festa em nome da cultura popular, em Brasília. Mais precisamente no Senado.
Tudo começou quando o senador cearense Inácio Arruda decidiu pôr na pauta do dia a proposta de Ano Patativa do Assaré, já aprovada. Depois, quando também decidiu reunir textos de alguns brasileiros sobre o poeta de Assaré, e um sobre outro transformar em livro desenhado pelo craque Arievaldo Viana, que é cordelista, compositor, desenhista, pesquisador, o diacho! Resultado: o livro Patativa do Assaré, Poeta Universal. De cara, 100 mil exemplares a serem distribuídos gratuitamente na rede escolar. Bom, não é? O livro traz um texto assinado por mim, o que muito me orgulha.
Ah! E teve o encontro de Brasília, nos dias 28 e 29 do mês recém findo. Falo amanhã. Prometo.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

ADEUS, ZÉ RODRIX

– O Zé Rodrix morreu, poeta!
Disse-me pelo telefone o conterrâneo José Nêumanne, às primeiras horas da manhã de hoje. Na verdade eu até já sabia, pois ouvira o próprio Nêumanne anunciando pouco antes o fato, na Pan. Triste. É notícia que dói cada vez que nos chega. E Zé, logo Zé, pessoa boa, alegre, inteligente, encantadora e cheia de causos para contar!
Ele estava sempre de bem com a vida. E aí vem a morte e...
Encontrei-me algumas vezes com Zé, ao lado de Nêumanne e de outros amigos para conversas de sábados sobre livros, música...
Deixou muitas músicas, mas uma em especial o marcou profundamente: Casa no Campo, em parceria com o Tavito.
Também fez muitos jingles.
Seu nome ficou ligado ao chamado rock rural.
Enfim, a vida é de morte.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

DE VERSO EM VERSO, UMA BOA PROSA

Amanhã 21, às 18h50, todos que gostam de cultura popular têm um compromisso inadiável: comparecer à estréia nacional do documentário “Versificando” no Cinesesc, à rua Augusta, 2075, Jardim América, cá na capital de São Paulo. E é de graça. O filme traz a chancela da empresa cinematográfica 13 Produções, que tem à frente Pedro Caldas, Gabriel Paiva e Ivan Ferreira.
“Versificando” trata das diversas formas da improvisação, principalmente da improvisação do canto em verso ao som de violas nordestinas ou caipiras. Bonito de ver e de ouvir. Estão lá os cantadores repentistas Sebastião Marinho, Andorinha, João Quindingues, Luzivan Matias e as duplas de emboladores Caju & Castanha e Peneira & Sonhador.
Isso, por parte do nordeste.
No documentário, também aparecem representantes do partido-alto carioca, do cururu paulista, do hip hop etc.
Com certeza, o diretor Pedro Caldas e seus diversos assistentes não encontraram moleza para realizar a tarefa, que ficou pra lá de boa. Eu já vi e gostei. E vocês, que tal conferir?
Nos encontraremos lá.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

POR UM MUNDO MELHOR

A senadora acreana de Breu Velho Marina Silva, ex-ministra demitida do Meio Ambiente, foi aplaudida hoje de pé por longos minutos no auditório do SESC Consolação, durante o seminário que anunciou as bases para a construção do IRBEM – Indicadores de Referência de Bem-Estar do Município. IRBEM é uma criação do Movimento Nossa São Paulo, que tem à frente pessoas como o empresário Oded Grajew e o diretor regional do SESC, Danilo Miranda. Marina falou, dentre muitas coisas, da necessidade de se distribuir responsabilidades fora do governo e também da necessidade de lutarmos pela preservação do planeta, que está aos cacos; da loucura do desmatamento irresponsável e dos escusos interesses capitalistas. Ela emocionou a platéia ao falar um pouco a respeito de suas origens de brasileira pobre e analfabeta, até os 16 anos de idade. Ao lado dela, estiveram os professores da Universidade de São Paulo, USP, José Eli da Veiga, Ladislaw Dawbor e Mário Sérgio Cortella, além de uma representante da Organização das Nações Unidas, ONU, para assuntos de felicidade: a norte-americana Susan Andrews, do FIB (Felicidade Interna Bruta). Veiga disse que se todos quiserem tudo pode mudar. Isto é, que poderemos ter um mundo melhor... Mais adiante, lembrou da confusão que geralmente se faz entre desenvolvimento e crescimento econômico. E atacou: “O PIB é primário e obsoleto”. Antes de informar que o PIB (Produto Interno Bruto) está sendo reformado, ele citou um filme e brincou, arrancando risadas: “O IDH dorme com o inimigo”. IDH é como é chamado o Índice de Desenvolvimento Humano que mede os graus de riqueza, educação e esperança média de vida de um país, criado em 1990 pelo paquistanês Mahbub ul Haq e adotado pela ONU três anos depois. Dawbor, ao fazer referência ao PIB, lembrou de uma frase: “Crescer por crescer é a filosofia das cédulas cancerosas”. Sim, é preciso que alguém sopre isso aos ouvidos de Lula. A representante da ONU disse que o seu povo está mais infeliz do que nunca. Sim, entre outras infelicidades, os Estados Unidos têm hoje o maior índice de pessoas presas, na cadeia. Cortella, profissional da palavra, encantou o público com frases curtas e objetivas. Encerrou lembrando que ninguém vive só, que o ser humano nasceu para voar, isto é: um tem que somar com a asa do outro. Perfeito. Mas não posso deixar de dizer: Marina Silva é mulher de verdade. Fantástica! /// Ah! Acho que no seminário faltou alguém discorrer sobre a questão Educação/Cultura. Sem isso, nenhum país vai longe. /// Um bom fim de semana a todos.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

BALADA E CULTURA POPULAR

– Querido! Você vai adorar. É cultura popular, entendeu? De gente rica, com grana. Festa de cultura popular. Não, não. Vamos, sim. Essa a gente por nada pode perder.
A fala aí meio kafkiana a mim me foi transmitida por alguém que ouviu uma jovem estudante da área de Humanas ao telefone. Foi ontem, dia de balada.
Em miúdos: estamos perdidos!
Desde quando cultura popular é o que a menina dessa história acha?
Cultura popular é o que há de mais autêntico de um povo. Algo a ver com folclore, mas não com o que se vê e ouve hoje normalmente nos meios eletrônicos.
Xilogravura é cultura popular? É. Cordel e repente são coisas da cultura popular? São. E bumba-meu-boi? Também. Folia de reis...
Voltarei ao assunto.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

UM HOMEM DE MORAL

Um Homem de Moral, de Ricardo Dias, é documentário de uns 80 minutos que assisti com prazer no Espaço Unibanco da Rua Augusta, ontem à noite. Embora com uns poréns que não passam despercebidos, como a pouca qualidade das imagens, a obra de Dias é candidata séria a muitos prêmios nos festivais especializados do mundo todo. Além do mais, já nasce como peça fundamental para o resguardo da memória nacional.
Entrará em cartaz em junho.
Trata o filme da trajetória pessoal e profissional do paulistano Paulo Emílio Vanzolini, que o tempo e os estudos se incumbiram de transformá-lo num cientista de respeito e projeção internacional, para orgulho de todos nós. Sua especialidade é a herpetologia, ramo da Zoologia que estuda o comportamento dos repteis.
Vanzo, como é chamado pelos íntimos, também é dotado de talento invulgar na área da música popular, na qual se movimenta com evidente desembaraço desde quando a cantora Inezita Barroso, conterrânea e amiga, o lançou como compositor em novembro de 1953. O lançamento em questão foi o samba Ronda, gravado três meses antes, no dia 3 de agosto, e constante do lado B do disco de 78 RPM da extinta RCA Victor nº 80.1217.
É dele outros clássicos, como Volta por Cima e Praça Clóvis, lançados em 1962 e 1964, respectivamente, por Noite Ilustrada e Vitor Gonçalves.
Volta por Cima mereceu até citação em verbete do Novo Dicionário Aurélio.
No filme as aparições de Vanzolini, ora no laboratório do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, USP, ora nas pesquisas de campo na Amazônia e nos encontros informais com amigos como Paulinho Nogueira, são quase sempre reveladoras e bem humoradas, como, aliás, o são quase todas as suas letras musicais que fez até hoje.
Além das falas alegres do personagem, para deleite dos espectadores há bons números musicais no correr da fita, pilotados pelos nomes referidos e outros como Miúcha, Márcia, Maria Martha, Ana Bernardo, Martinho da Vila, Elton Medeiros.
Bons também são os causos.
Paulo Vanzolini conta, por exemplo, que a fama de pão duro seguiu Adoniran Barbosa até o túmulo, lembrando em tom de brincadeira que à época um dos integrantes do grupo Demônios da Garoa, Narciso Trevilatto, inventou a história de que Adoniran, forçado a pagar um cafezinho num bar para um amigo, sofreu uma parada e morreu. Maldade... Nas suas histórias aparecem Adoniran, Geraldo Filme, Zé Limeira, chamado de Cantador do Absurdo, e muitos outros.
Após a exibição do filme, foi aberto um bate-papo com a platéia. Na mesa, o diretor Ricardo Dias, a professora Ludmylla Mendes Lima, autora de um estudo sobre a obra de Vanzolini e o próprio Vanzolini. A certa altura a professora insistia em dizer que Vanzolini é poeta, enquanto ele rebatia afirmando o contrário e que, na verdade, não passa de um simples letrista.
O bate-papo findou quando um jovem da platéia quis saber sobre o conteúdo da emblemática letra do samba Leilão, 5ª faixa do 3º dos quatro CDs da caixa Acerto de Contas (Biscoito Fino, em 2003). Numa palavra, o autor definiu com a maior naturalidade possível: mulher, para gáudio da platéia e do jovem curioso.
...........
Logo mais às 20h30 estarei mediando um debate em torno da obra do compositor Paulo Vanzolini, no Sesc Vila Mariana. A meu lado, além do autor, Eduardo Gudin, Fernando Faro e Dráuzio Varella.

domingo, 5 de abril de 2009

LETRAS E LIVROS

O que é mentira, o que é verdade? ///// Dia 3 último, sexta, pelo calendário de datas etc., foi o Dia da Verdade. Dois dias antes, o da Mentira. O que separa um dia do outro? ///// O ministro da Propaganda de Hitler, Joseph Goebbels, dizia que a mentira tantas vezes anunciada se torna verdade. Ele sabia... ///// Pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômico, Dieese, entidade que vê e de alguma forma interpreta coisas várias à margem dos gabinetes oficiais, dava conta, em 2007, que pelo menos 12% da população brasileira são de analfabetos absolutos e 30% se enquadram na janelinha dos horrendos funcionais; aqueles que abrem livros e lêem, lêem e não sabem o que lêem. ///// Mais ainda revelou aquela pesquisa de triste recordação e que continua em voga, infelizmente: moços identificados na faixa etária que vai dos 18 aos 24 anos estão fora das escolas de ensino médio. Putz! O que sobra? Pensem... No meio do ano passado, foi divulgado que em termos de analfabetismo o Brasil só não perde por Haiti e Guatemala... Triste, não é? Para nós, o Haiti e a Guatemala. ///// Qual a região pior deste Patropi de mais de 8,5 quilômetros quadrados, no que se refere à miopia de não saber ler? O Nordeste, o Sudeste...? Deixemos pra lá... //// Anteontem o Obama negro e sabido disse que Lula da Silva “é o cara”. Arrepiei-me por inteiro. Cuidemo-nos com nossos mais de 8,5 milhões de km2... ///// O rei do baião Luiz Gonzaga aprendeu a ler e a escrever na marra. ///// Patativa do Assaré, também. Jackson do Pandeiro, mais ou menos. Voltarei ao assunto. ///// O dia 4 nos trouxe uma verdade insofismável: a morte, por acidente vascular cerebral (AVC) do ex-deputado Márcio Moreira Alves, aos 72 anos de idade. Márcio foi o estopim do AI-5, ao pronunciar em plenário um discurso em que pedia boicote às comemorações do 7 de setembro, rogando às moçoilas verde-oliva jejum aos namorados e amantes de quartel. Ai, ai. //// Estou lendo um livro maravilhoso: “Às Margens do Sena, Depoimento a Gianni Carta”, que tatá da vida e carreira do jornalista Reali Jr. Comentarei depois. ///// Amanhã 6 a exposição “Ave Patativa!” amanhece na estação Paraíso do Metrô. Hoje 5 fiquei todo pimpão ao passar pela Casa das Rosas e saber que nos últimos três dias mais de 1500 pessoas foram ver a exposição sobre o mais importante poeta popular do Brasil: Patativa do Assaré. Abaixo, registro do sarau que promovemos na Casa das Rosas, no dia 29-3:

quinta-feira, 2 de abril de 2009

LIVROS: É PRECISO LER

Ontem 1º de abril, Dia da Mentira, estreei este blog. Hoje 2, é o Dia Internacional do Livro Infanto-Juvenil. Amanhã 3, de acordo com o nosso calendário de datas comemorativas, é o Dia da Verdade. Quer dizer: entre os dias da Mentira e o da Verdade, urge uma necessidade básica: ler. Mas para que essa necessidade urgente ganhe forma, é preciso aprender a ler. Aqui um “porém”, como diria o dramaturgo Plínio Marcos, já esquecido: para aprender a ler é preciso estudar e para estudar é preciso escola, daí também a necessidade urgente-urgentíssima de professores com capacidade óbvia de transmitir saberes etc. O eterno círculo vicioso é o que vivemos, infelizmente. A roda viva sem fim. O gato atrás do próprio rabo. Uma embatucada, enfim! Um beco sem saída. Ora, como ensinar bem se o professor anda mal e não é capacitado no seu ofício sagrado? Salário? Uma piada. Não é mole ser professor. Milhões de brasileiros de todas as idades continuam sem saber distinguir direito um “o” de uma roda. Péssimo, não é? E nem entro na questão sobre os números do analfabetismo que grassam a nossa realidade. Porém, um fato indubitável pula aos olhos: quem ler sabe mais. Monteiro Lobato, o mesmo que fez a besteira de criar o personagem Jeca Tatu nos anos de 1920, foi o mesmo que levou e ainda leva muita gente a aprender se divertindo através de Emília, dona Benta, Cuca, Saci, Tia Anastácia... Sei lá! Alguma coisa é preciso fazer. Ao invés de a população fazer milhões e milhões de ligações para pôr ou tirar não sei quem da tal Casa da tevê Plim Plim, poderia muito bem fazer milhões e milhões de ligações para os políticos que elegemos tomarem vergonha na cara e lutar por um País melhor. É isso!/Ah! Luiz Gonzaga, o rei do baião, aprendeu a ler e a escrever sozinho. O poeta Patativa do Assaré, também. João do Vale, mais ou menos. Falarei desses grandes depois. E de literatura de cordel e repentismo. //// Ontem, como fora previsto, proferi palestra no Rotary Club, unidade Interlagos. A meu lado, o cantor e compositor pernambucano Costa Senna, moço que ainda tem muito a transmitir. //// Quero agradecer aos primeiros leitores desse blog, pelos comentários: Klévisson Viana, Roniwalter Jatobá, Marco Haurélio, Rozângela Inojosa, Paulo Benites, Júbilo Jacobino, Darlan Ferreira. //// Arriba!

quarta-feira, 1 de abril de 2009

DIA DA MENTIRA

Abram alas! Chego hoje e chego tarde na forma de blog, lembrando que o turbulento dia 1º de abril de 1964 rompeu a barra dos trópicos trazendo horror, mordaça e morte para quem discordasse fosse do que fosse. Como na incrível história de Kafka, em que um cidadão acorda metamorfoseado em barata, de uma hora para outra o Brasil acordou suado, assustado, suspeito, perseguido. Por trás daquilo, empresários influentes e políticos direitistas passavam cheques em branco e davam o aval que o sistema pedia em nome da lei e da ordem para engolir suas presas. À frente, uma junta militar mal humorada fazia e desfazia o que queria sob as garras do general Humberto de Alencar Castelo Branco. Pois bem, embora conhecido por Dia da Mentira em todo canto, aquele inesquecível 1º de abril acabaria por se tornar diferente dos outros, ao portar uma realidade chocante, terrível, que se estenderia por duas décadas inteiras, amortecendo mentes e corações e prenunciando a criação de um Estado de exceção: os “anos de chumbo”, que vieram à tona com a decretação do Ato Institucional nº 5 (AI-5), na fatídica noite de dia 13 de dezembro de 1968. ///// Na tarde do dia 26 de março último, na área de convivência do SESC Consolação, ali na Dr. Vila Nova, o passado possibilitou lembranças entre mim e a atriz Vanja Orico. Ela: – Eles (soldados) me prenderam apontando armas. Eu disse: “Não atirem, somos todos brasileiros”. A fama ou o fato de ser filha de um embaixador (Osvaldo Orico), ou ainda um milagre, impediu que a atriz de Latuada e Felini tivesse destino a ser lamentado, ao se atirar contra veículos militares no Rio de Janeiro, na tarde de 24 de outubro de 1968, Entre uma fala e outra, ela chegou a cantar na língua dos russos. Vejam e ouçam. ///// Logo mais à noite farei palestra numa unidade do Rotary Clube, na região paulistana de Interlagos. O tema é educação; coisa de que tanto carecemos, não é mesmo?

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