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quarta-feira, 12 de junho de 2013

SUICÍDIOS NA MÚSICA POPULAR

Mais de um milhão e cem mil pessoas se suicidam todos os anos, no mundo todo. As causas são as mais diversas, incluindo depressão provocada por falta de dinheiro e outros males, como incompreensão e rompimentos amorosos.
O escritor Albert Camus chegou a dizer que todo mundo um dia pensou em dar cabo à própria vida, debitado isso à atração pelo nada.
Até gente insuspeita como Lima Barreto, pensou em se matar; justificando que o que o impediu de consumar o ato foram o “hábito de viver” e a “covardia”.
No meio musical brasileiro, dois casos se sobressaem na história: Assis Valente e Torquato Neto.
Valente morreu após ingerir formicida num banco de praça do Rio de Janeiro; e Torquato, também no Rio, enfiando a cabeça num forno de fogão de casa com o gás ligado e as frestas de portas e janelas vedadas.
E há casos famosíssimos, como o do inventor Santos Dumont, que morreu pendurado numa corda; e o do presidente Getúlio Vargas, que deu um tiro no próprio peito, num dia aziago: 24 de agosto.

terça-feira, 11 de junho de 2013

MARCELO, RONI E LUNA; BRASIL VIVO

Estatísticas indicam que pelo menos 26 brasileiros se suicidam todos os dias. E ninguém dá bola. É tabu falar disso nos jornais, revistas e emissoras de rádio e televisão.
Por que, hein?
Lembro que há muitos anos, na França, foi publicado um livro sobre o tema; e segundo foi dito por autoridades na ocasião, o índice de suicídios aumentou.
Ora, mas onde mora a raiz da morte buscada?
A questão será debatida daqui a pouco às 20 horas no Auditório da Folha, pelo psiquiatra José Manoel Bertolote, pela psicóloga Rosely Sayão e por um dos membros do Conselho Curador do Centro de Valorização da Vida (CVV), Roberto Gellert Paris Junior, com mediação de Cláudia Collucci.   
Bertolote está lançando o livro O Suicídio e Sua Prevenção (Unesp, 142 páginas).
Voltarei a falar do assunto, incluindo nele personagens da música popular brasileira.
O baiano Assis Valente, autor de obras-primas como  Boas Festas, morreu se matando.
 
LUNA
E hoje estiveram conosco, na sede provisória do Instituto Memória Brasil, IMB, personagens incríveis da cena musical brasileira, no clic de Andrea Lago (acima): Marcelo Cunha, jornalista; Roberto Luna, cantor Rei do Bolero, da safra de 1929; e Roniwalter Jatobá, jornalista e escritor, vice-presidente do Instituto Memória Brasil. Luna revelou: foi integrante do coral que acompanhou artistas como Luiz Gonzaga, no caso Baião: Eu vou mostrar pra vocês...
Pois, pois.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

LUIZ GONZAGA E SÃO JOÃO

Há pouco liguei para o conterrâneo e amigo querido Roberto Luna, de batismo Valdemar Farias; e antes de puxar conversa com ele, perguntei se estava recolhido ou se recolhendo aos aposentos, pois já passava das 22 horas. Resposta:- Que nada, meu irmãozinho. Eu estou no computador.
Luna no computador!
Pois é: Luna é da safra de 1929, e tem muitas histórias para contar.
Mas vamos falar de São João?
O mês é propício.
Pois bem, o pernambucano de Exu Luiz Gonzaga, o rei do baião, foi o primeiro artista da música popular a introduzir a marcha junina, ou joanina, como gênero musical na discografia brasileira.
Isso, em 1951.
Música: Olha Pro Céu, dele e José Fernandes, gravada no dia 5 de abril de 1951 e lançada ao mercado em junho do mesmo ano. Não por acaso, o seu disco de estreia em março de 1941, na extinta Victor, já trazia uma música enaltecendo o principal santo das festas joaninas: Véspera de São João, uma mazurca instrumental dele e Francisco Reis.
Antes de Luiz Gonzaga as músicas de referência e reverência a Santo Antônio, São João e São Pedro eram tangos, como São João Debaixo d´Água, de Irineu de Almeida; cançonetas, como São João na Roça, de E. de Souza; e fados como Festas Joaninas, de autor desconhecido, gravadas entre 1910 e 1913, por cantores pioneiros em discos no Brasil, entre os quais Bahiano e Eduardo das Neves.  
Depois de Olha Pro Céu, Gonzaga compôs e gravou muitas músicas alusivas ao período junino, entre as quais a que dá título ao LP Meu Pilão (Festa do Milho), de 1963. A música é de Rosil Cavalcanti. 
Pois é, ainda há muito a ser dito a respeito do velho Lua.
Não, Roberto Luna nunca gravou música junina. 
Mas gravou marchas, foxes e sambas, como Pois é..., de Ataulfo Alves; e sambas-canção como Molambo, de Jaime Florence e Augusto Mesquita, no dia 11 de novembro de 1953, pela Odeon.
Roberto Luna estreou em disco em julho/agosto de 1952, com o bolero Por Quanto Tempo, de Marino Pinto e Dom Al Bibi; e o samba-canção Linda, de Erasmo Silva e Ruy Rey, pela etiqueta que não existe mais, Star.

MEU PADRIM
O ex-deputado Francisco Muniz de Medeiros (1974-78), mais conhecido por Frei Marcelino, morreu sábado 8, aos 79 anos de díade, no Hospital Napoleão Laureano, em João Pessoa, PB. É dele a composição em homenagem ao padre Cícero Romão Batista, Meu Padrim. Essa música, um baião, foi gravada por Luiz Gonzaga em 1960. O frei, um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores na Paraíba, era professor de Filosofia na Universidade Federal da Paraíba e falava várias línguas, entre elas inglês, grego e latim.

domingo, 9 de junho de 2013

POIS É, SÃO JOÃO É CULTURA DAS BOAS

A vida brasileira está descaracterizada, a partir mesmo da sua cultura mais evidente: a música popular.
E num período como o que ora vivemos; de festas juninas, joaninas, pior ainda...
De norte a sul o Brasil, de certo modo, ferve em ritmos diversos sem fogueiras e com prejuízo latente na base pela falta de forró, arrasta-pé, baião, marchinhas e quadrilhas que estão bem longe das quadras e palcos das redondezas, para nossa tristeza...
Na programação de Campina Grande, PB, eu vejo que há algo melhor do que em Recife, PE.
Campina mantém um pouco da tradição; Recife, nada.
O lance é rosetar...
Você, amigo, tem ideia do que é uma coisa chamada Wesley Oliveira da Silva, o Safadão?
E Aviões do Forró, hein? E Luan Santana, Calcinha Preta e Forró dos Plays?
Pois é, culturalmente não prestam; como não prestam culturalmente outras atrações lamentáveis sobre palcos juninos, identificadas como representantes “autênticos” do calypso, axé e pop sertanejo.
Deus do céu!
Eu aposto em qualidade, como Juca Ferreira.
Juca é o atual secretário da cultura do município de São Paulo, de reconhecido bom trânsito entre tradição e modernidade.
Eu, representando o Instituto Memória Brasil, IMB, e Alessandro Azevedo representando a Associação Raso da Catarina, temos com Juca conversado sobre a importância de informar – e mostrar - à molecada em formação sobre as riquezas e valores culturais deste nosso País tão grande.
Aparentemente ele, Juca, gostou, e disse-nos isso com clareza mais de uma vez.
A Virada é um evento cultural multitudo, enquanto o São João do Brasil em São Paulo – o nosso projeto – pretende ser muito mais do que isso, isto é: um projeto que visa trazer de volta elos perdidos da nossa formação e tradição.
E aí falamos de continuidade, de presença nas escolas etc.
Viva São João!

JORNAL A UNIÃO
Domingo passado nas páginas de A União, de João Pessoa, PB, pode-se ler bela e bem escrita matéria de página inteira falando sobre o CD O Samba do Rei do Baião. A matéria é assinada pelo superintendente do jornal, o jornalista e escritor Fernando Moura.
Clique e vá até o final das páginas, onde se lê: UM FORRÓ PARA SER "LIDO" EM VOZ ALTA:
http://jornalauniao.blogspot.com.br/2013_06_02_archive.html

sexta-feira, 7 de junho de 2013

COMEÇOU O SÃO JOÃO DE CAMPINA

A festa junina de Campina Grande, no Agreste paraibano, começou hoje com o povo cantando e dançando marchinhas e arrasta-pés, entre outros ritmos. No céu, substituindo os tradicionais balões, uma tonelada de fogos de artifício acaba de ser detonada para alumiar a cidade que terá pelo menos 1,2 mil horas de música, desde hoje e até o próximo dia 7 de julho.
São esperadas cerca de 2 milhões de pessoas de todo canto, para se divertirem ao som de sanfonas e de outros instrumentos.
O arraial do Parque do Povo, que tem uma área a céu aberto de 43,5 mil metros2 e está localizado na região central da cidade, foi aberto com Jairo Madruga levando o público ao delírio ao cantar, como há 30 anos, uma das obras-primas de Luiz Gonzaga e José Fernandes, a marchinha Olha Pro Céu, espécie de hino do período junino do Nordeste, gravado originalmente em disco de 78 rotações por minuto, em 1951.
Flávio José, Capilé e Dorgival Dantas são as atrações musicais de hoje.  
Outras grandes atrações já estão programadas, como Jorge de Altinho, Gilberto Gil, Pinto do Acordeon, Antônio Barros e Ceceu; Targino Gondim, Adelmário Coelho, Elba Ramalho, Fagner, Zé Calixto, Zé Ramalho e Genival Lacerda.
O São João de Campina é chamado de O Maior São João do Mundo.
 
DOLORES DURAN
Um número no calendário aponta hoje, 7, o dia do nascimento da carioca Adileia Silva da Rocha. Compositora e cantora, Adileia adotou o pseudônimo de Dolores Duran para entrar na história. Foi uma das maiores artistas da música brasileira, desaparecida, vítima de infarto, aos 29 anos de idade. Enquanto viveu e cantou, ela encantou todo mundo, incluindo estrangeiros como Charles Aznavour, a quem chamava de Gringo. Frank Sinatra também se rendeu ao seu talento, gravando para o LP Sinatra & Company o samba-canção Por Causa de Você, que recebeu versão de Ray Gilbert e o título de Dont´t Ever go Away (para ouvir, clique http://letras.mus.br/frank-sinatra/dont-ever-go-away-por-causa-de-voce/).
O primeiro LP Dolores, de dez polegadas pela extinta Copacabana, foi Dolores Viaja, de 1955, com repertório internacional; à exceção de Canção da Volta, de Ismael Netto e Antônio Maria, que foi incluída na última das oito faixas do disco. Essa música, Dolores já a havia gravado no formato de 78 RPM.
Viva Dolores!
 
DIÁRIO DE PERNAMBUCO
O Diário de Pernambuco - o mais antigo jornal em circulação da América Latina -, fundado pelo tipógrafo Antonino José de Miranda Falcão, no dia 7 de novembro de 1825, traz hoje uma excelente matéria no suplemento Viver (acima) sobre o CD O Samba do Rei do Baião, que acaba de chegar às lojas via distribuidora Tratore.
A matéria é assinada pelo jornalista Ad Luna.
Leia, clicando http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/viver/2013/06/07/internas_viver,443479/gonzagao-da-valsa-do-fado-e-do-samba.shtml

quinta-feira, 6 de junho de 2013

120 ANOS DE HISTÓRIA

Depois de Recife, Salvador, Vitória, São Paulo e Rio de Janeiro, João Pessoa é a capital mais antiga do Brasil, fundada às margens do Rio Sanhauá, afluente do Rio Paraíba, no dia 5 de agosto de 1585, com o nome de Cidade Real de Nossa Senhora das Neves. Mas se se levar em consideração que já nasceu com nome, é a terceira capital de Estado mais antiga fundada no País, depois de Recife (1537) e Salvador (1549).
Tem bandeira, brasão e hino próprios.
Após algumas mudanças na sua denominação, a capital paraibana foi rebatizada com o nome de João Pessoa logo após o assassinato do presidente João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, paraibano de Umbuzeiro, que governava o Estado e era candidato a vice-presidente da República na chapa que levou ao poder o gaúcho Getúlio Vargas.
A história é comprida.
Mas quero dizer que é na capital da Paraíba que se acha vivo e em atividade o único jornal diário oficial de um Estado brasileiro: A União, que foi fundado no dia 2 de fevereiro de 1893 pelo titular da província, Álvaro Lopes Machado (1857-1912), há 120 anos, portanto.
O seu atual editor é o jornalista e escritor Fernando Moura, de nascimento paulistano.
Fernando mora em João Pessoa há mais de 40 anos e ao jornal ele está imprimindo atualidade e modernidade. Mais: quer trazer de volta a tradição editorial da gráfica A União.
Não custa lembrar que foi nas páginas do jornal A União que o poeta Augusto dos Anjos (1884-1914) publicou alguns dos seus primeiros poemas, a partir de 1909.
Detalhe curioso: Álvaro Machado morreu no ano que Augusto, com apoio financeiro do irmão Odilon, mandava imprimir de modo independente, no Rio de Janeiro, o seu único livro: Eu.
A 2ª edição desse livro saiu pela imprensa Oficial do Estado da Paraíba, ou seja: A União.
No dia 2 de fevereiro deste ano, Fernando Moura fez imprimir um registro histórico: uma edição especial do jornal A União, com fac-símile da primeira edição anexo (acima).
 
RECORD
Enquanto Fernando Moura como bom brasileiro tenta preservar a história paraibana através do jornal A União, o tal Edir Macedo ruma em caminho contrário apagando o que pode da história e desfazendo o futuro da TV Record, pois a rádio de mesma denominação,  e sob o seu controle, ele já havia findado há dois anos... E ainda quer concorrer com a TV Globo. Poder pode, mas ganhar a parada é puro delírio. Vade retro, satanás!

MARCELO CUNHA
Hoje eu tive a alegria de rever o velho amigo jornalista Marcelo Cunha, ao lado de quem almocei uma boa bacalhoada na região da Paulista. Atualizamos o pensamento.

INSTITUTO MEMÓRIA BRASIL
Atenção: amanhã, às 20h30, ai ao ar no Programa Espaço Mix um pouco da história do acervo do Instituto Memória Brasil, IMB, via canais 14 TVA/16 SKY/23 NET/16 UHF. Caso você tenha curiosidade e queira ver antes a reportagem, clique: http://www.youtube.com/watch?v=nG8rM0oV_II&list=UU5dMgWxhX6ClS26j5p8Qy_Q&index=2

quarta-feira, 5 de junho de 2013

SIMPLICIDADE MARCA SHOW NO BUTTINA

No palco, Ricardo Valverde (abaixo, no clic de Andrea Lago) comandando desde o seu vibrafone os companheiros de jornada: Luisinho (7 cordas), Wesley (cavaco) e Rafael (bateria).
No repertório, obras de Callado (Joaquim Antônio da Silva Callado; 1848-80), Pixinguinha (Alfredo da Rocha Viana Filho; 1897-1973), Jacob do Bandolim (Jacob Pink Bittencourt; 1918-69), Nazareth (Ernesto Júlio de Nazareth; 1863-1934) e outros bambas do chorinho de antigamente.
Na plateia, uma seleta de pessoas educadas e sensíveis.
Local: restaurante Buttina, ali na João Moura, 976, em Pinheiros, zona Oeste da capital paulista.
A audição se deu ontem, na hora combinada: 21h30/22h30.
Seria um jantar como outro qualquer, num restaurante qualquer da cidade; mas não foi.
E o jantar foi apenas um detalhe à parte, como detalhe à parte foi o vinho Vivi Primitivo, suave e saborosíssimo, da região italiana de Puglia.
A noite começou quando o dono do restaurante, José Otávio, pegou o microfone e apresentou com naturalidade e intimismo o percussionista Ricardo Valverde e o espetáculo Teclas no Choro, com os já referidos músicos.
Ao vibrafone - instrumento antigo de origem asiática, trazido ao Brasil nos primeiros anos do século passado -, Ricardo começou mostrando com exemplar brilhantismo uma das obras-primas do carioca Callado, Flor Amorosa; originalmente uma polca gravada por Irmãos Eymard, pela primeira vez num incipiente estúdio da velha Odeon por volta de 1910, ainda sem a letra que o maranhense de São Luís Catulo da Paixão Cearense faria para Aristarco Dias Brandão registrar como modinha para a mesma Odeon, em março de 1913.
A partir daí e no correr da hora seguinte, o que se viu – e ouviu - no Restaurante Buttina foi de fato um espetáculo difícil de ser esquecido, de tão bonito.
Os músicos fizeram desfilar um rosário de pérolas, enriquecido com a participação ocasional e espontânea de Arismar do Espírito Santo e sua filha cantora, Bia Góes (acima, no clic de Andrea).
Antes, o virtuose Luisinho 7 Cordas (ex-Demônios da Garoa) acompanhou sozinho Bia na valsa Rosa, de Pixinguinha e Otávio de Souza.
Marcante pela simplicidade, profissionalismo e talento.
Amanhã haverá degustação de vinho, lá.
Vamos?
Ah, sim: comi espaguete ao alho e óleo com couve mineira e linguiça calabresa cortada em finas rodelas e nhoque. Achei o tempero um pouco forte. Preço dentro dos conformes e atendimento nota 10. O ambiente é pra lá de aconchegante.

terça-feira, 4 de junho de 2013

ORALIDADE É O TEMA DO ESPECIAL IMB

Debates em torno do tema Oralidade serão sempre necessários e oportunos, embora pouco frequentes por cá e alhures.
Tudo começou a milhares e milhares de anos.
Antes de escrever e ler, o homem falou; e antes de falar, grunhiu.
E por que hoje sabemos disso?
Porque a memória humana foi à pedra e lá ficou por muitos e muitos tempos, até sair para estudos e compêndios.
As origens da linguagem escrita datam de cerca de 4.000 anos a.C.
As origens da linguagem oral datam de pelo menos 200 mil anos.
Este é o tema da 14ª série Memória da Cultura Popular, desenvolvida em parceria do Instituto Memória Brasil, IMB, com o newsletter Jornalistas&Cia.
Cliquem:
www.jornalistasecia.com.br/edicoes/culturapopular14.pdf 

sábado, 1 de junho de 2013

PINTO RI E FAZ RIR, NO JÔ

Foi ótima a entrevista do sanfoneiro Pinto ao Programa do Jô, ontem na Globo.
O artista paraibano estava natural, espontâneo, à vontade, falando com graça.
Nenhuma pergunta ficou sem resposta.
Ele riu e fez rir.
Pinto ponteou todo o programa, encerrando-o, inclusive, com a toada Asa Branca, que ele interpretou à sanfona – e com acompanhamento – com entonação diferente do original gravado para a extinta Victor no dia 3 de março de 1947, pelo rei do baião Luiz Gonzaga.  
Dentre as várias histórias contadas, ele lembrou-se de uma especialmente.
Era ainda menino de calças curtas quando Luiz Gonzaga chegou à Conceição do Piancó dizendo que ia cantar de graça para a molecada.
Ele ficou em alvoroço.
Tinha que ir assistir ao Rei do Baião.
Mas o pai, que não era de brincadeiras, o incumbiu de uma tarefa junto com um irmão: limpar um terreno a enxadadas.
Ele de um jeito de não ir, trocando a incumbência pela ida ao show do ídolo.
E foi.
Ao chegar de volta à casa, o pai o olhou com cara feia e deu-lhe uma surra cujas marcas ficaram por muito tempo nas costas.
O tempo passou e já adulto e profissional da música, ele contou essa passagem a Gonzaga.
Resposta:
- Seu pai estava certo. Primeiro trabalho, depois divertimento. Além do mais, pai está sempre certo.
CLIQUE:
http://globotv.globo.com/rede-globo/programa-do-jo/t/videos/v/pinto-do-acordeon-fez-parte-da-trupe-de-luiz-gonzaga-e-e-um-otimo-contador-de-historias/2608755/

sexta-feira, 31 de maio de 2013

PINTO DO ACORDEON, NO PROGRAMA DO JÔ

Aprovada no início do mês pela Câmara Municipal de São Paulo e promulgada esta semana pelo prefeito Fernando Haddad, uma nova lei está entrando em vigor para alegrar e embelezar um pouco mais esta que é a 3ª maior cidade do planeta, ou seja: agora os artistas mambembes estão livres para mostrar sua arte aos motoristas e transeuntes que se movimentam no dia a dia por suas ruas e avenidas.

PINTO DO ACORDEON
Francisco Ferreira Lima, mais conhecido por Pinto do Acordeon, é a grande presença musical hoje no Programa do Jô, logo após o Jornal da Globo. Ele vai falar sobre as suas origens e trajetória artística, e também da sua amizade com o rei do baião Luiz Gonzaga e dos muitos espetáculos que dividiram juntos nos palcos do Nordeste.
Pinto, paraibano do Vale do Piancó, mais precisamente da cidade de Conceição, já se apresentou em Montreux, Suiça, ao lado de Gilberto Gil, Elba Ramalho, Milton Nascimento e Flávio José e por dois meses pelo Japão.
Ele tem duas dezenas de discos gravados, incluindo LPs.
Seu primeiro LP data de 1976, ano em que cantores e grupos musicais começaram também a gravar suas composições, entre eles Fagner, Genival Lacerda e Trio Nordestino.
A idealizadora do Troféu Gonzagão, Rilávia Cardoso, acompanhou o artista na entrevista ao apresentador Jô Soares. 
O juiz de Direito da Comarca de João Pessoa, PB, Onaldo Queiroga, está escrevendo a sua biografia, cujo lançamento deverá ocorrer ainda este ano.
CLIQUE, para ouvir Pinto cantar uma música em homenagem ao Rei do Baião: 
http://www.youtube.com/watch?v=bwPVt09gYQM

quinta-feira, 30 de maio de 2013

UM ARTISTA DE BEM COM TORTURADORES

Esta semana, vendo TV, eu sofri um aperto enorme na garganta.
Na telinha do SBT, o cantor brega Amado Batista e a jornalista Marília Gabriela, de tantos e bons serviços prestados ao Brasil através de seus programas, desde TV Mulher (Globo).
Marília incisiva, perguntadora e solidária, sempre ao lado do Brasil e dos brasileiros mais simples.
Um parêntese: em 1983, quando o governo de São Paulo me processava com alegada base na Lei de Imprensa por eu ter escrito e publicado uma reportagem (de 1ª pág.) sobre violência na região do chamado Grande ABC, na Folha, empresa das qual eu era repórter, ela fez comentários em minha defesa na TV Mulher, sem sequer me conhecer.
Como esquecer?
O editor do jornal era Boris Casoy, que - convenhamos - não estava e nunca esteve nem aí com essa tal de democracia... 
E como não ter a garganta apertada ao ouvir um brasileiro ídolo de milhões dizer na TV que mereceu ser preso e torturado pelos agentes da ditadura, por “acobertar pessoas que estavam querendo tomar este país à força"; e esse mesmo brasileiro afirmar com toda naturalidade do mundo que o passado para ele está enterrado e, por isso, não tem nenhum interesse e nem nada a dizer à Comissão da Verdade, formada para por os pontos nos is da nossa história recente? 
Doeu.
E doeu ainda mais por lembrar que eu mesmo, no correr do advento do processo Abertura de Geisel, que durou até 1985, publiquei entrevista de três páginas (clique na imagem) com o mesmo Amado falando da sua história de pessoa humilde, na extinta revista Homem (nov/1982; nº 52) da Ideia Editorial, um dos braços ou selos da Editora 3, que até hoje edita Istoé.   
A entrevista é curiosa, e dela se depreende que o objetivo do entrevistado era seguir o rastro de Roberto Carlos, seu ídolo, e ser famoso como ele, com muito dinheiro no bolso etc.
O cantor Amado Batista sempre foi um homem triste.
Conseguiu.
Freud explica?
Ah, sim. Depois do processo que o Estado me moveu, e do qual fui absolvido, jamais a Lei de Imprensa foi aplicada.

ANTONIO COMEÇOU A ANDAR...
No dia 4 de março do ano passado, eu iniciei o texto para este espaço, assim:
“Hoje, pouco antes de o sol nascer às 6h06 por estas plagas, mais uma vez o milagre da vida se concretiza num leito da Maternidade São Luiz, na capital paulista: a menina Dri deu à luz o menino Antonio (foto), que chegou forte e saudável pesando 2,97 kg, para a alegria do pai Alê, de primeira viagem, familiares e amigos.
O casal era só alegria após o nascimento de Antonio, ocorrido de parto normal e pontualmente às 5h39.
Antonio veio num dia de sol, com os termômetros girando em torno dos 20 graus e sob os bons fluídos da Lua Crescente”. 

Pois é, Antônio começou a andar faz duas semanas.
Ele rir à toa e a nós nos aparenta ser a prova de que Deus existe.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

DOMINGUINHOS CANTA HINO AO CEU

O único filho-homem de Mauro José Silva de Moraes, filho de Dominguinhos, tem o nome do avô: José Domingos de Moraes Neto. Com 15 anos, Netinho (aí na foto), como é chamado, joga futebol sério no juvenil do Botafogo, time que fez brilhar a luz de Garrincha.  

HINO
Eu e Gereba compusemos uma música para Dominguinhos cantar. Clique:
PARA A CHUVA CHEGAR
O cantador Santanna por telefone, da Bahia, declama uma estrofe de seis linhas de autoria atribuída ao cantador de improvisos ao som de viola Ismael Pereira, esta:

O sertão estava enxuto
De repente a chuva veio
A peixeira do relâmpago
Rasgou a nuvem no meio
O rio foi dormir seco
Quando acordou tava cheio

O diacho é que a seca continua pegando pesado com os nordestinos.
Até quando, hein?
E o projeto de desvio das águas do Velho Chico, que não anda.

VISITA
Domingo passado tive a alegria de receber os amigos jornalistas Fernando Moura e Alarico Correia Neto. Fernando é o atual superintendente do diário centenário A União, da Paraíba. Alarico faz parte do seu staff.

terça-feira, 28 de maio de 2013

CYRO MONTEIRO: HOJE, 100 ANOS


Cyro Monteiro era um anjo.
É o que todos ainda dizem dele, inclusive o revolucionário da canção Geraldo Vandré, que o conheceu de perto.
Geraldo, que nunca foi de tecer loas a ninguém, testemunha:
“Ele era uma pessoa incrível, muito boa”.
O papa da bossa nova, João Gilberto, o considera uma das três maiores vozes da nossa música popular, ao lado de Orlando Silva e Lúcio Alves.
E numa canção feita como resposta a um presente dado à primeira de suas filhas, Chico Buarque começou:

Amigo Cyro
Muito te admiro
O meu chapéu te tiro
Muito humildemente...”.


Cyro era flamenguista e o presente que ofertou à filha de Chico, Sílvia, foi uma camisa do seu time, pois queria que ela também fosse flamenguista para contrapor com o pai, torcedor roxo do Fluminense.
Mas, enfim, hoje faz 100 anos que Cyro nasceu e nenhuma programação para lembrar a sua importância se acha em qualquer teatro ou casa de show.
O rádio não o toca mais e a TV não mostra sua imagem.
Especial sobre ele?
Lamentavelmente Cyro é passado, um nome esquecido e também por muitos - e há muito tempo - desconhecido.
Pena.
Cyro Monteiro entrou para a história da nossa música popular pelas mãos do seresteiro Sylvio Caldas. A primeira música que ele gravou foi a marcha Vê se Desguia, de Kid Pepe e João Barcelos, no dia 10 de dezembro de 1935.
Essa música foi lançada no ano seguinte.
Cyro, um simples carioca suburbano, gravou 65 discos de 78 RPM e alguns compactos e LPs na fase do vinil. Um deles, de 1965, foi produzido por Aloysio de Oliveira para o extinto selo Elenco. Esse disco era todo ocupado por músicas compostas por Baden Powell e Vinicius de Moraes, intitulado De Vinicius e Baden Especialmente Para Ciro Monteiro.
Esse é um LP raríssimo, ainda sem versão no formato de CD.
A primeira gravação feita por Cyro Monteiro saiu pela multinacional Odeon e a última pela etiqueta particular Rio.  
Curiosidade: no dia 17 de abril de 1949, Cyro entrou num dos estúdios da extinta RCA Victor, no Rio de Janeiro, e gravou o único samba inédito Meu Pandeiro (reprodução do selo acima, ao lado) do rei do baião, Luiz Gonzaga, e do parceiro ocasional Ary Monteiro, que, aliás, nenhum parentesco tinha com Cyro.

 
Um detalhe: esse samba acaba de sair no CD O Samba do Rei do Baião (reprodução da capa acima, ao centro), interpretado por Socorro Lira e pelo paulistano Oswaldinho da Cuíca e Regional com arranjo musical do pernambucano Jorge Ribbas. Um pedacinho para você curtir, clicando abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=vSz3WLaEmg8

JOSÉ MILTON
Depois de gravar uma faixa de seu novo disco com Zeca Baleiro, o cantor e compositor Chico Salles veio nos visitar junto com o produtor musical mais premiado do Brasil, José Milton (aí na foto, abaixo). Depois esticamos a prosa até o Sujinho, na Consolação, onde degustamos uma boa Original. E como não tínhamos muito o que fazer, apreciamos uma picanha no ponto!  

IVES GANDRA
Não assisti hoje de madrugada a entrevista do tributarista Ives Gandra da Silva Martins ao Jô Soares na Plim, Plim; mas ele me mandou e gostei. Tanto, que divido com vocês um pouco da sua inteligência e sensibilidade apresentadas no vídeo. Curtam-na, clicando:
http://glo.bo/18wxZ6q

segunda-feira, 27 de maio de 2013

O DESABAFO DE UM HOMEM TRISTE

Mauro José Silva de Morais, pai de Marcela, Milena, Priscila e José, é filho de José Domingos de Moraes, o Dominguinhos sanfoneiro, cantor e compositor pernambucano internado em estado de coma no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, desde o dia 13 de janeiro deste ano.
Mauro está triste, primeiro pelo estado de saúde em que se acha o pai.
Dominguinhos chegou ao Sírio-Libanês transferido do Hospital Santa Joana, de Recife, onde fora internado no dia 17 de dezembro do ano passado.
Foi nesse hospital, aliás, que o rei do baião, Luiz Gonzaga, expirou no dia 2 de agosto de 1989, aos 76 anos de idade.
Mauro também se diz um homem triste por se ver “atirado à opinião pública como um bandido, como uma pessoa interessada” nos possíveis bens que Dominguinhos possa um dia deixar, mas ele ensina:
“A maior herança que um filho pode receber de um pai, eu já recebi: os seus ensinamentos. Através do meu pai, eu aprendi a respeitar as pessoas. Por isso, eu gostaria de ser respeitado também. O que estão fazendo comigo é desumano”, ele desabafa, numa referência delicada à Liv e à mãe dela, Guadalupe.
Mauro, 53 anos, é o filho mais novo de Dominguinhos com a carioca Janete Silva de Moraes, cujo casamento o Rei do Baião relutou em aceitar (ler trecho acima de depoimento constante do livro Dicionário Gonzagueano, de A a Z”). 
Dominguinhos também foi pai de uma irmã de Mauro, Madaleine, já desaparecida.
“Agora Guadalupe diz por aí que é a esposa de Dominguinhos. Não é. Os dois estão separados há 20 anos e pelo menos há dez ela vive com outra pessoa. Esquisito, não é? E eu apareço como vilão nessa história. Esquisito também eu não poder levar meus filhos para ver o avô no hospital. E não posso fazer isso simplesmente porque ela (Guadalupe) não deixa. Sabe, é muita humilhação que eu estou sofrendo”, de novo ele desabafa.
Segundo Mauro, nem o irmão de Dominguinhos, Valdomiro (um dos integrantes do há muito extinto conjunto musical Os Três Pinguins), tem autorização para lhe fazer visita.
“Situação como essa já me fez chorar muito”, conta.
Mauro José Silva de Moraes pede que eu diga que ele não está para brigar com ninguém, tampouco com membros da família; que é de paz e sobre o pai, diz: “Seu estado de saúde é muito delicado e inspira milagres. O meu pai continua inconsciente, mesmo com os médicos fazendo tudo que podem para trazê-lo de volta à vida. É uma luta constante, essa. Temos que continuar orando, e muito!”.

SÃO JOÃO SEM OSWALDINHO?
Pois é, eu não consigo entender o que está se passando na cabeça dos produtores e programadores culturais deste meu país, que não convocam Oswaldinho do Acordeon para abrilhantar os festejos juninos. Será porque ele é bom demais, como diria Dominguinhos naquele arrasta-pé que fez com Nando Cordel?

SÉRGIO SAMBA SAMPAIO
O paraibano Chico Salles acaba de telefonar para dizer que daqui a pouco entrará em estúdio, no Mosh, SP, para gravar participação de Zeca Baleiro no seu novo disco, Sérgio Samba Sampaio. Com ele, o produtor Zé Milton. Também participam do novo CD de Chico, Fagner e Zeca Pagodinho. A direção geral é do craque Henrique Cazes.

PINTO DO ACORDEON
E não é que o Pinto entrou no Programa do Jô? A gravação, que será levada ao ar pela Globo na próxima sexta-feira, está sendo feita agora. A agitadora cultural Rilávia Cardoso está a seu lado, dando segurança.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

PARA LER, FORRÓ DE CABO A RABO

Gonzaga rei do baião é o artista da nossa música popular mais biografado da história.
Aliás, nunca se falou tanto dele como agora.
Uma glória.
A seu respeito têm-se descoberto histórias e façanhas incríveis no correr da carreira que iniciou no final dos anos 1930, após servir o Exército como corneteiro.
Eu mesmo descobri, recentemente, que ele fez parte de um belíssimo conjunto musical formado e dirigido por um músico português, José Lemos. Detalhe: desse conjunto, Portugália, participavam Donga, Pixinguinha, Luiz Americano e Cláudio Santoro, entre outros artistas de inegável talento e gabarito.  
O Rei do Baião foi gravado desde o começo dos anos 1950 por intérpretes como as portuguesinhas Carmen Miranda e Ester de Abreu em discos de 78 rpm, naturalmente. E também por Peggy Lee, a deusa loura da música popular norte-americana. E também pelo conjunto Los Pascuenses, da Ilha de Páscoa, em rapanuí – a língua de lá. E também por Dizzy Gislepie, criador do bebop, junto com Charlie Park. E também pela japonesinha Keiko Ikuta, entre outros e outras.
Luiz Gonzaga foi maior do que nós, brasileiros, pensamos; inclusive porque a maioria dessas gravações nunca chegou por aqui.    
Eu lembro isso para falar do novo livro Forró de Cabo a Rabo (acima, reprodução da capa e contracapa), do competente e ousado jornalista paraibano Ricardo Anísio, que li num fôlego só num vôo quarta entre Campina Grande, PB, e Salvador, BA.
Em Forró de Cabo a Rabo (Edições Bagaço, 2012, PE) o Rei do Baião aparece em todas as páginas mesmo não sendo, digamos, o personagem central.
O livro reúne 39 perfis bem traçados de artistas de origem nordestina, incluindo Gonzaga e Jackson do Pandeiro etc.
O “porém” que se capta no livro é que Anísio não acha Gonzaga assim tão grande ou importante, mas não liguem: é uma provocação naturalíssima desse jornalista “antenado” com as coisas do Brasil e que deveria ser disputado a preço alto por todos os jornais sérios; não só da Paraíba, mas de outras plagas também.
O provocador Ricardo Anísio escreve bem, sim sinhô!
Vale a pena ler esse seu livro.
 
REALIDADE
Os jornalistas Mylton Severiano, paulista de Marília mais conhecido nas lides por Myltainho; e o santareno Palmério Dória criado em Belém reunirão amigos amanhã, às 15 horas, no espaço Plínio Marcos, na Vila Madalena. A razão disso são os livros que estão lançando: Realidade, História da Revista Que Virou Lenda e Honoráveis Bandidos, de Mylton e Palmério, respectivamente.
O ator Paulo Cesar Peréio e o cartunista Junior Lopes já garantiram presença.
Eu também.
Vamos lá?

quinta-feira, 23 de maio de 2013

TROFÉU GONZAGÃO, TROFÉU DE RESPEITO!

Cidadania, reconhecimento de talentos artísticos do Nordeste e identidade cultural do Brasil.
Foi esse o tom temático que marcou de modo indelével a noite de anteontem 21, no Centro de Convenções da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba, FIEP, em Campina Grande, PB.
A temática soma-se à ideia que tem como ponto de partida homenagear o rei do baião, Luiz Gonzaga, e a partir dele todos os talentos nascidos na região, como Bahiano (o primeiro cantor a gravar disco no Brasil; 1870-1944), Minona Carneiro, Humberto Teixeira, Zé Dantas, Zé Marcolino, Manezinho Araújo, Dorival Caymmi, Capiba, Gordurinha, Elomar, Jackson do Pandeiro, Geraldo Vandré, Zé Ramalho e muitos mais, incluindo em breve cantadores repentistas, como o Cego Aderaldo, Pinto do Monteiro, Otacílio Batista, Ivanildo Vila Nova e Oliveira de Panelas, além de cordelistas de peso do passado, como Leandro Gomes de Barros, Firmino Teixeira do Amaral, Francisco das Chagas Batista, João Martins de Athayde, José Camelo de Melo Rezende, José Pacheco e outros mais novos, como Klévisson Viana e Marco Haurélio.
Gonzaga faz parte da história da música popular brasileira também como compositor e cantor de grande originalidade; por isso, e por ter sido um artista extremamente preocupado com o destino e bem-estar do seu povo e da sua terra, foi escolhido pelos empresários Ajalmar Maia e Rilávia Cardoso para representar o Nordeste com a sua música e história, daí a original criação do Troféu Gonzagão, que este ano chega à 5ª edição homenageando também, in memoriam, Severino Dias de Oliveira, o Sivuca, e seus conterrâneos ainda em ação, Genival Lacerda e Antônio Barros & Cecéu.
A noite de terça última foi, de fato, muito bonita em Campina Grande.
Empresários, políticos, jornalistas e escritores se somaram às quase 2.000 pessoas que se confraternizaram em torno do Troféu Gonzagão, no Centro de Convenções da FIEP.
Subiram ao palco dezenas e dezenas de artistas, que cantaram e tocaram até as primeiras horas da madruga de ontem. Os mais aplaudidos foram Glorinha Gadelha, Elba Ramalho, Alcymar Monteiro, Chambinho do Acordeon, Flávio José e Fagner (na foto acima ao meu lado, e Maíra e Antônio Barros & Cecéu).
A ideia de Ajalmar e Rilávia (na foto, abaixo), do Centro de Ortodontia Integrado de Campina Grande, cresceu tanto que virou projeto abarcado pelo SESI Cultura Tradição da Paraíba, Federação das Indústrias, Governo do Estado da Paraíba, Prefeitura Municipal de Campina Grande e pela Universidade Estadual da Paraíba, com apoio de empresas da iniciativa privada, entre as quais Havaianas.
O Troféu Gonzagão chega como remédio para a autoestima do povo nordestino e embrião de um movimento espontâneo que visa por a música do Nordeste na parte mais visível da vitrine Brasil.
Claro que gostei de ter sido um dos escolhidos para receber esse troféu. 
Viva o melhor do Nordeste!
Viva o melhor de todos nós!

terça-feira, 21 de maio de 2013

AINDA TROFÉU GONZAGÃO

http://www.youtube.com/watch?v=eS1jwhyyXKI&feature=youtu.beClique aí na linha azul para curtir um pouquinho do espetáculo O SAMBA DO REI DO BAIÃO, também título de um CD que já se acha no mercado.  
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Nenhuma cidade, nem mesmo Exu, em Pernambuco, ou estado brasileiro vem prestando nos últimos cinco anos, ininterruptamente, homenagem tão singela ao rei do baião Luiz Gonzaga, como Campina Grande, na Paraíba, através do Troféu Gonzagão criado para essa finalidade.
A iniciativa é do Centro de Ortodontia Integrado e da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba, FIEP, através do SESI e seu Projeto Cultura Tradição, com apoio do Governo do Estado, Prefeitura campinense, Universidade Estadual da Paraíba, Sandálias Havaianas e Indústria Duraplast.
O troféu é uma pérola e sua edição deste ano é dedicada, in memoriam, ao mestre do acordeon Sivuca.
Cerca de 1 mil pessoas, entre artistas, políticos, juízes e professores de destaque local e nacional, estarão presentes.
O Troféu Gonzagão será entregue a Glorinha Gadelha, viúva de Sivuca, pelo cantor e compositor cearense Raimundo Fagner. Elba Ramalho e João Gonçalves e Alcymar Monteiro farão o mesmo com a dupla Antônio Barros & Ceceu e Genival Lacerda, respetivamente.
Depois contarei mais.
Mas antes, para lembrar, um trecho da letra do clássico baião PARAÍBA, lançado por Emilinha Borba em março de 1950:

Quando a lama virou pedra
E Mandacaru secou
Quando a ribação de sede 
Bateu asa e voou
Foi aí que eu vim-me embora
Carregando a minha dor
Hoje eu mando um abraço 
Pra ti pequenina
Paraíba masculina
Muié macho, sim, sinhô
Eita, pau pereira!
Que em Princesa já roncou
Eita, Paraíba,
Muié macho sim, sinhô...


Vocês já leram a última edição da revista BRAVO!?
Vocês conhecem o Instituto Memória Brasil?
CLIQUEM:
http://www.institutomemoriabrasil.org.br/

segunda-feira, 20 de maio de 2013

TROFÉU GONZAGÃO 2013, EM CAMPINA GRANDE

Tudo correu maravilhosamente bem ontem 19, à tarde, no Palco Paulo Vanzolini; desde a talentosa e paciente equipe técnica que contou com Fábio, Rafael e Edson, ao local escolhido pelos organizadores da 9ª Virada Cultural (Pateo do Collegio) e nomes dos artistas homenageados (Paulo Vanzolini e Luiz Gonzaga).
O paulistano Paulo (1924-2013) conheceu o pernambucano Luiz (1912-89) no município de Exu, durante uma das muitas expedições científicas que realizou Brasil a fora, em busca de espécies desconhecidas do mundo habitado por cobras e lagartos.
Na abertura do espetáculo O Samba do Rei do Baião, também nome do CD (Genesis Music) que acaba de chegar à praça, subi ao palco para juntar numa rápida fala os pontos dos fatos que aproximaram um do outro e culminaram com a acertada escolha do nome do palco para a realização do espetáculo que reuniu uma multidão de gente cantando e dançando alegremente na frente do colégio onde o jesuíta José Anchieta celebrou a missa de fundação da cidade, no dia 25 de janeiro de 1554.
O Samba do Rei do Baião foi apresentado por Oswaldinho do Acordeon e Socorro Lira, numa sintonia perfeita com os mestres Osvaldinho da Cuíca e Papete – dois verdadeiros shows à parte -, mais Rosa Macedo (coro), Ricardo Valverde (percussão), Cidão (violão 7 cordas), o maestro-arranjador Jorge Ribbas, que veio especialmente de Campina Grande, PB, para tocar, e a multi-instrumentista Ana Eliza Colomar, que encantou a todos tocando triângulo e se revezando no sax, flauta e clarineta, como uma mágica.    
O Samba do Rei do Baião levou ao conhecimento do público quatro músicas inéditas de Luiz Gonzaga: Tudo é Baião, Ai, Ai Portugal, Dúvida e Meu Pandeiro, com direito até a reportagem da Globo levada ao ar no programa Fantástico (registro aí, à direita). A virada levou em locais diferentes da capital paulista cerca de 4,5 milhões de pessoas, que curtiram mais de 900 atrações artísticas. A virada custou R$ 10 milhões.

TROFÉU GONZAGÃO 
Acabo de receber convite para participar da solenidade de entrega do Troféu Gonzagão 2013, dedicado à memória do grande sanfoneiro paraibano Sivuca (de nascimento, Severino Dias de Oliveira; 1930-2006). Será amanhã às 20 horas, no Centro de Convenções da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep), em Campina Grande. São esperadas mais de 1.000 pessoas, além de 110 artistas que participarão diretamente da festa, como Glorinha Gadelha (viúva de Sivuca), Fagner, Flávio José, Elba Ramalho, Nando Cordel, Alcimar Monteiro, Biliu de Campina, Cesinha do Acordeon, Adelmário Coelho, Pinto do Acordeon e Maciel Melo. Os homenageados nessa 5ª edição do Troféu Gonzagão são Antônio Barros & Cecéu e Genival Lacerda. A festa de entrega do troféu tem marcado nos últimos anos o início dos festejos juninos.

 
As cantoras Celia e Celma emocionaram quem as assistiu interpretando músicas sacras na capela da Igreja da Ordem Terceira do Carmo sábado à noite, na região da Praça da Sé. A apresentação fez parte da programação da Virada Cultural 2013. Elas estão com CD novo na praça, intitulado Lembrai-vos das Procissões e Devoções de Minas. Na foto acima, feita por Clarissa de Assis após o espetáculo O Samba do Rei do Baião, as duas, que são irmãs gêmeas, aparecem junto comigo (ao centro), Papete, Osvaldinho da Cuíca, Oswaldinho do Acordeon e Alessandro Azevedo, criador do personagem Charles sempre presente nos saraus de São Paulo. 
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