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sexta-feira, 24 de maio de 2013

PARA LER, FORRÓ DE CABO A RABO

Gonzaga rei do baião é o artista da nossa música popular mais biografado da história.
Aliás, nunca se falou tanto dele como agora.
Uma glória.
A seu respeito têm-se descoberto histórias e façanhas incríveis no correr da carreira que iniciou no final dos anos 1930, após servir o Exército como corneteiro.
Eu mesmo descobri, recentemente, que ele fez parte de um belíssimo conjunto musical formado e dirigido por um músico português, José Lemos. Detalhe: desse conjunto, Portugália, participavam Donga, Pixinguinha, Luiz Americano e Cláudio Santoro, entre outros artistas de inegável talento e gabarito.  
O Rei do Baião foi gravado desde o começo dos anos 1950 por intérpretes como as portuguesinhas Carmen Miranda e Ester de Abreu em discos de 78 rpm, naturalmente. E também por Peggy Lee, a deusa loura da música popular norte-americana. E também pelo conjunto Los Pascuenses, da Ilha de Páscoa, em rapanuí – a língua de lá. E também por Dizzy Gislepie, criador do bebop, junto com Charlie Park. E também pela japonesinha Keiko Ikuta, entre outros e outras.
Luiz Gonzaga foi maior do que nós, brasileiros, pensamos; inclusive porque a maioria dessas gravações nunca chegou por aqui.    
Eu lembro isso para falar do novo livro Forró de Cabo a Rabo (acima, reprodução da capa e contracapa), do competente e ousado jornalista paraibano Ricardo Anísio, que li num fôlego só num vôo quarta entre Campina Grande, PB, e Salvador, BA.
Em Forró de Cabo a Rabo (Edições Bagaço, 2012, PE) o Rei do Baião aparece em todas as páginas mesmo não sendo, digamos, o personagem central.
O livro reúne 39 perfis bem traçados de artistas de origem nordestina, incluindo Gonzaga e Jackson do Pandeiro etc.
O “porém” que se capta no livro é que Anísio não acha Gonzaga assim tão grande ou importante, mas não liguem: é uma provocação naturalíssima desse jornalista “antenado” com as coisas do Brasil e que deveria ser disputado a preço alto por todos os jornais sérios; não só da Paraíba, mas de outras plagas também.
O provocador Ricardo Anísio escreve bem, sim sinhô!
Vale a pena ler esse seu livro.
 
REALIDADE
Os jornalistas Mylton Severiano, paulista de Marília mais conhecido nas lides por Myltainho; e o santareno Palmério Dória criado em Belém reunirão amigos amanhã, às 15 horas, no espaço Plínio Marcos, na Vila Madalena. A razão disso são os livros que estão lançando: Realidade, História da Revista Que Virou Lenda e Honoráveis Bandidos, de Mylton e Palmério, respectivamente.
O ator Paulo Cesar Peréio e o cartunista Junior Lopes já garantiram presença.
Eu também.
Vamos lá?

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