O artista paraibano estava natural, espontâneo, à vontade, falando com graça.
Nenhuma pergunta ficou sem resposta.
Ele riu e fez rir.
Pinto ponteou todo o programa, encerrando-o, inclusive, com a toada Asa Branca, que ele interpretou à sanfona – e com acompanhamento – com entonação diferente do original gravado para a extinta Victor no dia 3 de março de 1947, pelo rei do baião Luiz Gonzaga.
Dentre as várias histórias contadas, ele lembrou-se de uma especialmente.
Era ainda menino de calças curtas quando Luiz Gonzaga chegou à Conceição do Piancó dizendo que ia cantar de graça para a molecada.
Ele ficou em alvoroço.
Tinha que ir assistir ao Rei do Baião.
Mas o pai, que não era de brincadeiras, o incumbiu de uma tarefa junto com um irmão: limpar um terreno a enxadadas.
Ele de um jeito de não ir, trocando a incumbência pela ida ao show do ídolo.
E foi.
Ao chegar de volta à casa, o pai o olhou com cara feia e deu-lhe uma surra cujas marcas ficaram por muito tempo nas costas.
O tempo passou e já adulto e profissional da música, ele contou essa passagem a Gonzaga.
Resposta:
- Seu pai estava certo. Primeiro trabalho, depois divertimento. Além do mais, pai está sempre certo.
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