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segunda-feira, 2 de setembro de 2019

A HISTÓRIA NUM RELÂMPAGO: REPÓRTER FOTOGRÁFICO EM AÇÃO


O 02 de setembro é o dia do repórter fotográfico.
O que é um repórter fotográfico?
O repórter fotográfico é o profissional que gera fotografias que dizem tudo de um momento.
Os momentos na foto jornalismo foram, são e serão sempre de importância fundamental na história de qualquer país.
A fotografia nasceu nos começos do século 19, na França.
A fotografia como foto jornalismo começou a ganhar força e importância no Brasil a partir da terceira década do século passado.
Falar da foto jornalismo no Brasil e no mundo é lembrar uma história que movimentou a vida Nacional.
O jornal O Estado de S. Paulo mostrou, a partir do começo dos anos 1930, que a fotografia instantânea seria um marco fundamental para se compreender historicamente a realidade do mundo.
No começo de 1950, no Rio de Janeiro, Samuel Wainer criou o jornal Última Hora. Esse jornal foi o jornal que apostou fundamentalmente na fotografia como registro da história.
Em 1966, o jornal da Tarde fez o que fez a Última Hora.

Entre a Última Hora e o Jornal A Tarde, o jornal do Brasil também mostrou a importância da foto jornalismo.
Grandes repórteres fotográficos integram e fazem parte dessa história, da história da foto jornalismo. De bate pronto, lembro de Gil Passarelli, José Pinto (O Cruzeiro) e Jorge Araújo. O Jorge, que conhece mundo e meio, fez história com fotos históricas.
É dele a foto aí embaixo:





JORNALISTAS E CIA
Esta semana o NewsLatter Jornalista e Cia publicará um caderno especial sobre o fotógrafo José Pinto.

ROSIL E JACKSON DO PANDEIRO, MESTRES DA BOA MÚSICA!




Jackson do Pandeiro, de batismo José Gomes Filho (1919-1982) foi um grande ritmista nascido na cidade paraibana de Alagoa Grande. Desde cedo interessou-se pela música. Comparecia com frequência aos encontros de violeiros, na sua terra. A mãe tirava coco no pandeiro, de que ele muito gostava. Apresentou-se em várias emissoras de rádio, antes de alcançar o estrelato. A primeira emissora que contou com a sua graça especial no palco, auditório, foi a Tabajara, que João Pessoa. Em Campina Grande, conheceu o pernambucano Rosil Cavalcanti. Em outubro de 1953, Jackson lançou a primeira música, um coco de Rosil: Sebastiana, pela extinta gravadora paulistana Copacabana. Esse foi o seu primeiro sucesso nacional. Jackson ficou conhecido como o Rei do Ritmo e Rei do Rojão. Luís Gonzaga inventou o baião a partir de uma célula musical extraída da viola dos cantadores repentistas. Jackson fez o mesmo com o rojão, que também é uma batida peculiar dos violeiros. O primeiro disco de Jackson do Pandeiro, um 78 rpm (foto acima), se acha no acervo do Instituto Memória Brasil, IMB.
 Quem quiser conhecer mais a fundo a história de Rosil Cavalcanti e Jackson do Pandeiro, sugiro a imediata leitura dos livros "Pra Dançar e Xaxar na Paraíba" de Rômulo Nóbrega e José Batista Alves; e Jackson do Pandeiro O Rei do Ritmo de Fernando Moura e Antônio Vicente.
Eu e o músico Jorge Ribbas acabamos de compor uma música em homenagem a Rosil e Jackson. Título: Viva Rosil Cavalcanti e Jackson do Pandeiro. Clic e diga o que achou:







segunda-feira, 26 de agosto de 2019

TEO AZEVEDO E JOELMA NO RÁDIO



Villa-Lobos (1887-1959) tocava instrumentos de corda e sopro e foi o compositor e maestro de altíssimo nível que o mundo conheceu.
Deixou mais de mil composições, entre elas The Forest of Amazon.
Luiz Gonzaga (1912-1989), o Rei do Baião, deixou mais de 600 músicas gravadas nos ritmos e gêneros os mais diversos. Ele cantou o Nordeste em todos os sentidos, e o Brasil. Em 1989 ele deixou uma obra prima chamada Xote Ecológico.
Téo Azevedo já compôs e gravou mais de 2 mil músicas nos gêneros os mais diversos. Já falou sobre tudo, inclusive sobre pássaros e bichos diversos. No inicio deste ano ele compôs "Floresta em coma quase sem oxigênio" em parceria com Gonzaga Neto, o texto é este:

O REI DO RÍTMO ( O MESTRE DA DIVISÃO)
Téo Azevedo

No ano de dezenove
Era trinta e um de agosto
Nascia em Lagoa grande
Um astro de fino gosto
O filho de José Gomes
E dona Ana Mourão
Quando tinha sete anos

Com dez anos de idade
Adorava ver cinema
Assistir um faroeste
Na vida foi seu esquema
Já tocava com a mãe
Pagodeira, grande artista
Sendo muito conhecida
Como cantora conquista

Os filmes de bangue-bangue
Sua maior diversão
E o ator Jack Perin
Sua grande inspiração
Arranjou um novo nome
De Zé Jack,  escolheu
Depois, Jackson do Pandeiro
Ficou sendo o nome seu

Era um mestre do ritmo
E excelente cantor
Sua fama foi crescendo
Nesse estilo, um doutor
De Campinas a Recife
Até o Rio de Janeiro
Começou a lançar discos
Por este Brasil inteiro

E falando em sucessos
Do seu belo repertório
Tem “A Mulher do Anibal”
Falo do “Cabo Tenório”
E também “Um a Um”
Lembro de “Sebastiana”
E a “Cantiga de Cego”
E “Chiclete  com Banana”

Lembro a “Falsa Patroa”
Junto ao “Falso Toureiro”
“Moxotó” e “Ele Disse”
É “Forró e Limoeiro”
“Forró em Caruaru”
Com “Maria do Angá”
A “Cantiga da Perua”
“Sapo” e “Velho e Gagá”

Já na “Base da Chinela”
Dezessete na Corrente”
O “Xote em Copacabana”
 “Canto da Ema”, oxente
E virgem, Como Tem Zé”
Nas bandas da “Paraíba”
“Vou Gargalhar” com Zé
Zé de Baixo e Zé de Riba

Dia dez aconteceu
Foi Julho ele partiu
Ano de oitenta e dois
Do Brasil se despediu
Chora Almira e Severo
E o Rossil Cavalcante
Edgar Ferreira disse
O homem foi um gigante

O grande mestre Coquista
É o rei do simcopado
Sua forma de cantar
No mundo tá registrado
Canta Caju e Castanha
O Jackson é o enredo
A sincera  homenagem
Do nosso Téo Azevedo

Seu estilo de cantar
Nunca apareceu igual
Brincava com os compassos
De maneira sem igual
O centenário  do Mestre
Nos todos vamos saudar
E pode passar  mil anos
Não tem outro em seu lugar

Salve o nosso Jackson
Do Ritmo, o Campeão
É o maior desse Brasil
Nosso rei da divisão



A FLORESRA EM COMA QUASE SEM OXIGÉNIO

Gonzaga Neto/ Teo Azevedo

A floresta tá em chama
Por idéias   dos irônicos
Com pensamentos crônicos
Não vê que a flora clama
Na UTI  sentindo drama
Seu pulmão  cada milênio
Ausência de hidrogênio
E seu  trauma só Deus soma
Amazônia está em coma
Quase sem oxigênio

Corpo da Amazônia pede
SOS para o mundo
Prá o  pulmão cada segundo
Num estrago que  Deus mede
E se a justiça não impede
A  flora sem nitrogênio
Falta a idéia de gênio
Pois  justiça só embroma.       
Amazônia está em coma
Quase sem oxigênio


Grileiros e fazendeiros
O pulmão verde ameaça
Com mata morta  e fumaça
Com ações de desordeiros
E matam índio os primeiros
Produzindo fosfogenio
E haja promessa e convênio
E o câncer amazônia toma
Amazônia está em coma
Quase sem oxigênio

Teo Azevedo é um artista de grande dimenssão.


Sábado passado eu, ele e a cantora Joelma (abaixo) estivemos no programa do cantor e compositor do Rio Grande do Norte Germanno Jr. Foi uma delícia. Teo, na ocasião, lançou mais um disco de choro (acima)



domingo, 25 de agosto de 2019

ARTISTAS DEFENDEM AMAZÔNIA

Nós todos crescemos ouvindo na escola o professor de geografia dizer que a área territorial brasileira é de 8,5 milhoes de Km2. Levantamentos recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, mostra que a essa área acrescentaram-se quase  900 Km2. Quer dizer, o Brasil tem na realidade 8.515.767,049 km². que Muita coisa , não é? Estamos atrás apenas da Rússia, Canadá, China e Estados Unidos.Dentre todas as regiões que formam o nosso país,  a maior é onde se acha a Amazônia, que o desmatamento e o fogo estão destruindo. Essa região, representa 67%  do nosso  território.
O Brasil é grande em todos os sentidos e direções.
A Amazônia representa, como aprendemos na escola, o pulmão do Brasil e do mundo.
Desde sempre os artistas brasileiros tem mostrado preocupação com a preservação da região amazônica. E não vou aqui me estender em citações. Ouçam Luiz Gonzaga interpretando a maravilha Xote Ecológico (Gonzaga, parceria com Aguinaldo Batista 1989). Ouça, clicando:


sábado, 24 de agosto de 2019

FLORESTA EM CHAMAS




Acabo de escrever o poema abaixo. Apreciem-no.



Grotesco, prepotente
Pelo mundo odiado
No Chile, China e Japão
Deixou o solo manchado
Com o verbo da violência
Por ele mesmo ditado

O Brasil está perdido
O Brasil está ferrado
A mata pegando fogo
O povo desempregado
E um sujeito maluco
Fazendo tudo errado

Ele brinca com fogo
Que mata bicho, queimado
Que mata mata mata tudo
Que se bole no Cerrado
O Brasil está perdido
Sem rumo, desgovernado

Como se fosse um trem
Sem trilhos,  descarrilhado
O Brasil agora chora
Num canto, desconsolado
Pedindo perdão a Deus
Rezando sem ter pecado

O pecado desse povo
Desse povo acuado
Foi um dia ter
Um país mais respeitado
Por isso foi às urnas
Votou, mas deu errado!






SAGA DA AMAZÔNIA, 40 ANOS




O paraibano de Taperoá Vital Farias é um dos mais importantes artistas da música popular brasileira. Em quantidade, sua obra é pequena. Em qualidade, sua obra é imensa. Não grava discos há muitos anos.
Em 1979 o cantor, compositor e instrumentista Vital Farias começou a compor a clássica Saga da Amazônia, uma pérola, um grito, declaração de amor a região norte do Brasil, especialmente a floresta mais importante do mundo.
Lembro disso tudo em tempo necessário, urgente: podemos morrer sem ar, embora pense o contrário o presidente que aí está.
Saga da Amazônia e o seu autor deveriam ser tombados e eternamente lembrados desde já nas escolas do Brasil.
Todos os discos que Vital gravou até hoje se acham no acervo Assis Ângelo no Instituto Memória Brasil, IMB.
 Há! Não custa dizer: Vital farias é um mestre da arte da música, como Elomar Figueira Mello a quem lhe apresentei há muitos anos. Vital foi parceiro de outros grande da nossa música, como Livardo Alves(1935-2002) esquecido hoje como tantos.
Ouça s
Saga da Amazônia:



terça-feira, 20 de agosto de 2019

LUIZ WILSON NA IMPRENSA TAMBÉM AOS SÁBADOS


 O Rádio Brasileiro, musicalmente falando, continua numa pobreza dos infernos.
As ditas Emissoras comerciais só tocam músicas se lhes pagar. E quem paga tem todo direito de tocar o que quiser, de entrevistar quem quiser, etc.
O Pernambucano de Sertânia LUIZ WILSON é um cabra corajoso. Há quase 12 anos ele produz e apresenta, na Rádio Imprensa FM 102.5,  o Programa PINTANDO O SETE. O cabra tem fôlego de sete gatos. Mais até, pelas minha contas. No seu Programa, ele toca, canta, pinta e borda. Muita gente bonita tem passado por lá e só não leva mais gente pra entrevistar porque não quer, pois talento e crédito tem pra isso.
O artista Luiz Wilson começou a carreira compondo e cantando. O Primeiro disco foi um Compacto duplo com as Músicas: SÔNIA, O ENCONTRO, O EX PRESIDIÁRIO E UM CARA FRACASSADO (Independente, Sêlo Gaivota), em 1986. Em 1988 lançou mais um Compacto PARENTE ACOMODADO e em 1990 o LP-SINAL VERMELHO. Sua História já reúne 15 CDS , fora  participação em Discos de amigos.

O PROGRAMA PINTANDO O SETE estreou no dia 09 de setembro de 2007 e  vai ao ar todos os domingos entre as 10 e 13 hs. E como se não bastasse, LUIZ passa a ocupar a partir do próximo Sábado 24 o horário das 9 às 10 horas. Sempre ao vivo, claro. E pra não esquecer, o dial da Rádio Imprensa é 102.5. O Programa terá o Apoio da ELASTOBOR- O Shopping da Manutenção.

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

ARI LOBO MORREU NO DIA DO FOLCLORE



Ari Lobo com “i” ou com “y” (ai ao lado) foi o nortista mais nordestino que já houve na música popular brasileira.
Ele nasceu no dia 14 de agosto de 1930 e um enfarto o levou à Eternidade quando tinha 50 anos de idade, no dia internacional do folclore: 22 de agosto. Era de Belém do Pará e de batismo Gabriel Eusébio dos Santos Lobo. Foi compositor e intérprete de suas músicas e de músicas de outros autores. Seu primeiro grande sucesso foi o rojão Eu Vou Pra Lua, dele e de Luiz de França, gravada nos estúdios da RCA Victor no dia 28 de junho de 1960. Deixou uma obra expressiva e a sua voz em vários discos de 78 RPM e LPs. Iniciou a carreira profissional num programa de calouros de rádio da sua terra. Ao lado do amigo baiano Gordurinha (Waldeck Artur de Macedo), emplacou músicas que ficaram para sempre na história: Prece para um homem sem Deus, Súplica Cearense, Vendedor de Caranguejo, Pedido a Padre Cícero. Entre os seus parceiros se acham Edgar Ferreira, Rosil Cavalcanti e João Silva e outros craques do Nordeste. As duas primeiras músicas que gravou no dia 7 de outubro de 1958 trazia Sentinela do Mar (Alventino Cavalcanti/ Hilton Simões) e Forró do cabo Gato (Barbosa da Silva/ José Pereira)
No Acervo do Instituto Memória Brasil, IMB, se acha boa parte da obra de Ari Lobo.

VIVA VANIRA!

A sabedoria popular nos ensina que à retaguarda de um grande homem sempre há uma grande mulher. Prova disso é Vanira, que viveu com Audálio Dantas até o ultimo momento que Deus permitiu. Audálio foi um grande jornalista, um grande cidadão brasileiro nascido nas quenturas das Alagoas. Vanira é uma grande brasileira cheia de graça e talento. Ela aniversariou ontem e, linda, está aos poucos adentrando à casa dos sessentinha. Eu já estou saindo dessa casa. Mês que vem completarei meia sete. Essa casa é boa, mas essa é outra história.
Vanira Kunc convocou familiares e amigos e amigas para um bora fora a pretesto de mais um ano na sua vida. Foi sábado 17, num ambiente maravilhoso fincado logo ali no bairro da Lapa paulistana. Batendo palmas efusivamente lá estavam Edu Ribeiro, Woile Guimarães, Zé Hamilton Ribeiro e as meninas Mariana e sua mana Juliana, entre tantas e tantas outras pessoas maravilhosas (olha o registro ai, gente!). Há! Ia-me esquecendo: Além de cachacinhas da boa, cerveja, etc, boa música saída dos violões de Chico Neto e Ibis Maceioh ouviu-se no correr de toda a tarde. Tarde que varou a noite.
Vanira vê se aniversaria mais vezes este ano pra que se repitam festas como a de sábado.

HUMOR DE PIRACICABA


Inaugurado no último dia 10, o 46º Salão Internacional de Humor (Piracicaba-SP) está, como sempre, fazendo o maior sucesso do mundo. A propósito: este ano o Salão recebeu cerca de 2700 trabalhos de artistas do traço bem humorado. Foram selecionados 450 desses trabalhos. O Oriente Médio foi a região que mandou mais representantes. Irã, Iraque e Turquia, além da Síria, mandaram excepcionais representantes. Trump e o presidente brasileiro foram muito caricaturados.  O chargista paulista Fausto diz que a tarefa de seleção das obras foi duríssima. Fausto, além de um dos selecionadores desse salão, é também um dos grandes homenageados. Nas mostras paralelas, destaque para o Irã e a Argentina. O grande nome lembrado foi o Mestre Sábat, que morreu no dia 2 de outubro de 2018. Os 50 anos de surgimento de O Pasquim também foram lembrado.  Confira o 46º Salão de Humor  nas fotos ai.


segunda-feira, 12 de agosto de 2019

CULTURA POPULAR EM REVISTA

Em julho de 2016 participei de um encontro internacional reunindo estudiosos da cultura popular, no Centro Cultural São Paulo. Há pouco o CCSP publicou, em três revistas, textos especiais dos palestrantes. Entre as páginas 42 e da revista nº 3, há um texto por mim assinado. Para acessá-lo e lê-lo basta clicar no link abaixo.

https://drive.google.com/file/d/1ui24KQzc5ynX_m-T8yrK3s9Ws1FWDnb5/view


JOSÉ HAMILTON RIBEIRO

Zé Hamilton foi o único reporter brasileiro a cobrir a guerra no Vietnã, em 1968. Sábado passado 10, Zé concedeu excelente entrevista ao excelente Carlos Silvio, A entrevista, ao vivo, foi feita em tempo real. Confira abaixo:



Zé completará 84 anos de idade no próximo dia 29. Ele é paulista de Santa Rita de Viterbo. Parabéns Zé, parabéns Silvio. Viva José Hamilton Ribeiro!

domingo, 11 de agosto de 2019

ELZA SOARES, UMA MULHER SEM IDADE


Ontem 10 à  noite saí correndo com minha companheira para assistir a um espetáculo a que não punha fé. Fui por ir. Pertinho, ali no bixiga, teatro Sérgio Cardoso. Gente saindo  por todos os cantos. Entramos e encantei-me.
ELZA é um espetáculo sensacional. É um musical narrativo. Conta a história de uma mulher nascida em um favela do Rio de Janeiro em 1930 ou 1937.A personagem diz, no final, que não tem idade. Tem 3 mil anos, tem 30, tem 1. É fantástico!
Idade, pois, não tem tempo. Idade é inteligência, sensibilidade, respeito, carinho, amor, etc.
Pobre, negra, estuprada ainda quando era criança e mãe aos 13 anos de idade. Seu nome: Elza Gomes da Conceição Soares. Com quinze anos perdeu o primeiro filho. Aos 21, ficou viúva.
Essa história , terrivelmente triste, é muito bem contada por Vinícius Calderoni.
ELZA é texto que trata de uma mulher que viveu todos os tempos piores de uma vida. Superou-se. Grandona.Mas até lá, comeu o pão que o Diabo amassou.
ELZA é  espetáculo que enche os nossos olhos de alegria e tristeza, de tristeza e alegria. E de esperança, também. Podemos até perguntar: como essa pessoa conseguiu chegar onde chegou?.
ELZA é um espetáculo incrível. Fala do pobre, fala do gay, fala do bêbado, fala de amor, fala de alegria e prazer.Fala de gente comum.
Fala da vida, fala da morte. Das minorias e maiorias indecisas. Essa ELZA superou-se: negra, pobre, mulher em todos os sentidos que se possa imaginar. Ser humano que entende e respeita o próximo.
ELZA é um espetáculo imperdível, seja qual tempo em que for apresentado.
Em ELZA as artistas que a representam atuam beirando a perfeição. Aquelas sete mulheres no palco....aquele grupo musical formado só por mulheres....alma não tem cor.
Em ELZA há cenas impagáveis, como aquela em que o seu amor maior (Garrincha) lhe desfere um tapa no rosto, como aquela em que ela, ELZA, pede pelo amor de Deus para ele não mais tocar numa garrafa de conhaque, como aquela em que Elza e o seu amor deslizam num trem, ela mostrando para ele a importância da janela do trem.......
ELZA para onde for será imperdível.
Um dia Elza ligou pra mim perguntando se eu poderia escrever um livro sobre ela. À época eu trabalhava na TV globo e a minha vida era uma loucura. Não deu. E a história continua, como a que vi ontem 10.


JOSÉ HAMILTON RIBEIRO/PAIAIÁ
Fiquei feliz que nem uma criança chupando pirulito ao ouvir José Hamilton Ribeiro contar coisas da sua vida ao baiano de Paiaiá, Carlos Sílvio. Grandeza de ambas as partes, falando sobre vida e tudo o mais. BEleeeezzzaaaaaa!
Confiram o que estou a dizer, clicando:
https://www.youtube.com/watch?v=VPhFmJrWBVE

sábado, 10 de agosto de 2019

CURIOSIDADES NA HISTÓRIA DA MPB



Na noite de 9 de agosto de 1940, o maestro Leopold Stokowski (1882-1977) reunia grupos da música popular para gravar num estúdio improvisado do navio Uruguay, aportado no Rio de Janeiro. A gravação contou com Pixinguinha, Donga, João da Baiana, Cartola, Jararaca e Ratinho, entre outros. A gravação estendeu-se noite a dentro. Já de madrugada, Cartola gravava sua primeira música: Quem Me Vê Sorrir. Muitas curiosidades foram registradas, como Pixinguinha cantando em disco pela primeira vez. A música, um maracatu, intitulou-se Zé Barbino. As gravações saíram em dois álbuns intitulados Native Brazilian Music (acima) reunindo oito discos de 78 RPM, quatro em cada álbum. Esses discos, com selo da Columbia Records, nunca foram oficialmente lançados no Brasil. O que saiu foi um LP em poucas cópias com o aval do Museu Villa Lobos (MVL), em 1987 ao lado. Ai ao lado também pode-se ver os únicos LPs gravados pelo baiano de Salvador Waldeck Artur de Macedo, que assinava suas músicas com o apelido Gordurinha. Ele nasceu no dia 10 de agosto de 1922 e morreu no dia 16 de janeiro de 1969, há 50 anos portanto.
Todos esses discos que acham no acervo do Instituto Memória Brasil, IMB.

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

AGOSTO DE ADONIRAN BARBOSA



O mais conhecido cronista musical da cidade de São Paulo, Adoniran Barbosa, nasceu em agosto de 1910 e morreu em novembro de 1982. Ele iniciou a carreira imitando o carioca Noel Rosa (1910-1937) em programas de auditório. O primeiro disco, gravado em 78 rpm, ele o lançou no início da primeira metade dos anos de 1930. A sua obra se destaca pela forma e interpretação de seus admiradores, como o grupo Demônios da Garoa. O Demônios, o mais antigo conjunto musical ainda em atividade no mundo, tornou-se conhecido nacionalmente através da obra de Adoniran. Entre os sucessos de Adoniran se acham Saudosa Maloca, Samba do Arnesto e Trem das Onze. O trem chegou a ser gravado até na Itália sob o título Figlio Mio. Dentre todas as cantoras, Marlene (1922-2014) foi a única a gravar Saudosa Maloca, ainda nos tempos de discos feitos em 78 rpm. A primeira gravação dessa música é do próprio autor detalhe: Adoniran, cujo nome de batismo era João Rubinato. Ele nasceu em Valinho, um dos 20 municípios da chamada Grande Campinas, SP. No acervo no Instituto Memória Brasil IMB se acha toda a obra de Adoniran incluindo os quase 40 títulos gravados pelo grupo Demônios da Garoa.


quinta-feira, 1 de agosto de 2019

30 ANOS SEM O REI DO BAIÃO


Assis e Gonzaga tomando uma cervejinha, que ninguém é de ferro: 1978, em SP

Diz a lenda que um dia Deus estava assim, assim, meio entediado, quando resolveu chamar Luiz Gonzaga para tocar forró, xote, xaxado e baião no céu.
Eu conversava muito com Luiz Gonzaga e com seus amigos e parceiros como Dominguinhos.
Antenógenes Silva disse-me um dia que foi ele o primeiro afinador de sanfona do Rei do Baião. Noutra ocasião o próprio Gonzaga confirmou essa história, acrescentando que Antenógenes fora por toda a vida o seu ídolo. Curiosidade: Antenógenes também me disse que foi ele o único artista sul-americano a acompanhar Carlos Gardel à sanfona, num palco na Argentina.
Lembro-me de Dorival Caymmi contando no programa São Paulo Capital Nordeste, que eu apresentava na Rádio Capital AM 1040, sobre a simplicidade de Gonzaga, como pessoa e como artista. Essa era nota comum entre todos que entrevistei sobre o velho e bom Gonzaga: Carmen Costa, Marinês, Camélia Alves, Bob Nelson, João Silva, Altamiro Carrilho, Azulão, Sivuca, Carlos Poyares, Edy Meirelles, Emilinha Borba, Georges Henry, Mario Lago, Mario Zan, Marlene, Otacílio Batista, Patativa do Assaré, Paulo Dantas, Pedro Cruz, Rielinho, Waldyr Azevedo.
As entrevista que eu fiz com todos os artistas aqui citados, já mortos, se acham no acervo do Instituto Memória Brasil, IMB. Nesse acervo também se acha o único LP de Gonzaga com contracapa assinada por um historiador: Luís da Câmara Cascudo. Eu, da minha parte, lembro que assinei duas ou três contracapas de discos de Gonzaga no formato CD para a RCA Victor/Ariola e Revivendo.
Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de dezembro de 1912 em Exu (PE), e partiu para a eternidade na manhã do dia 2 de agosto de 1989.  Há 30 anos, portanto. Ele gravou mais de 600 músicas que formam o seu repertório. Muitas de suas músicas foram regravadas por centenas e centenas de intérpretes brasileiras e estrangeiros, também. Entre os estrangeiros se acham Peggy Lee, Keiko Ikuta, Georges Henrry, Dizzy Gislespie, Demi Roussos, David Byrne. Até na Ilha de Páscoa e Coréia do Sul músicas de Gonzaga continuam sendo gravadas nas línguas originais desses lugares.
Mais de 50 livros já foram publicados contando a história de Gonzaga, que hoje no céu faz a festa de santos, anjos, arcanjos e querubins. O capeta deve estar fulo com isso, mas fazer o quê?
Ah! Ia-me esquecendo: eu mesmo já escrevi três livros sobre esse excepcional artista. E mais um, o definitivo, estou concluindo. Título: Luiz Gonzaga, o Divisor de Águas da Música Brasileira. Esse livro trará muita coisa inédita da vida e obra de Gonzaga. Entre essas coisas, fotos incluídas das viagens que fiz mundo afora, procurando por lá histórias perdidas do nosso País...
Divirtam-se clicando nos links ai abaixo.









segunda-feira, 29 de julho de 2019

AINDA O CASO SEVERINA




Salta aos olhos o talento inquestionável dos artistas que apresentam o triste fato real que ficou conhecido no Nordeste, especialmente em Pernambuco, como O Caso Severina (cartaz acima). É incrível o que os atores e atrizes mostram de forma tão original, real e contundente, o drama vivido pela nordestina do Agreste pernambucano, Severina Maria da Silva.
 Assisti o Caso Severina é um desafio que todos nós devemos fazer. Ao sair do teatro, a gente leva a impressão de que o mundo não presta. Severino, o estuprador da própria filha Severina, é o Capeta a forma de gente.
A história começa com um assassino de aluguel matando Severino ás tocadas de facão. A trilha sonora assinada por Luis Carlos Bahia e Luiã Borges tem pontos fortes em várias passagens da história. É trilha fortíssima que dói na alma e no coração, mas necessária para pensarmos e repensarmos na maldade humana.
O cenário em que transcorre a reconstituição e contação do Caso Severina simples, muito simples: quatro cadeiras, cinco atores e atrizes no palco e uma grade e um tapete ou lona representando o chão rachado do fundo o Nordeste brasileiro.
Repito, atenção: é desafio e necessidade cidadã assistir à peça O Caso Severina. Os atores e atrizes que nos passam essa terrível história não são pessoas comuns: são surreais, profundamente surreais. Deus existe. 
O diretor pernambucano Ednaldo Freire, com sensibilidade incomparável, continua fazendo história e valorizando cada vez mais o teatro brasileiro.
No elenco de O Caso Severina estão Mirtes Nogueira, Aiman Hammoud, Maria Siqueira, Giovena Arruda e Carlos Mira.
O roteirista  dessa história é Alex Moletta.

TEATRO DE LUTO

Nas dobras do tempo artista de todos os quilates vão pra não voltar. Bibi Ferreira deixou uma lacuna impreenchível até agora, na arte da representação. Agora é Ruth de Souza quem nos deixa, depois de participar de quase uma trintena de filmes nacionais. Ela foi a primeira atriz negra a subir ao palco do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Em 1951, com a fama lhe alcançando os calcanhares, ela ocupou a telona interpretando a personagem Divina no filme Ângela, que tinha a cantora Inezita Barroso como destaque. O teatro e os amantes do teatro estão tristes, eu entre eles. Ruth nasceu no dia 12 de maio de 1921, no Rio, e nos deixou após completar 98 anos, 2 meses, 2 semanas, e um dia. Viva Ruth!

Você que não está fazendo nada, que tal assistir Ângela? Clic!



domingo, 28 de julho de 2019

MARIA BONITA É CRIAÇÃO DE JORNALISTAS


Lampião e Maria Bonita, mais nove outros cangaceiros, foram surpreendidos na região denominada Grota do Angico, SE, no começo da manhã do dia 28 de julho de 1938. O bando do Rei do Cangaço foi destroçado naquela ocasião. Só sobrou história pra contar. Eu mesmo entrevistei alguns cangaceiros, como Sila, no programa São Paulo Capital Nordeste, transmitido pela rádio Capital (AM 1.040). Também entrevistei Dona Mocinha, irmã de Lampião, que disse ser ele uma criatura maravilhosa, simples, natural, incapaz de fazer mal fosse a quem fosse. Um trecho, clic: https://www.youtube.com/watch?v=ioS3GpIa7Kc.
Uma coisa que poucos sabem: o apelido Maria Bonita dado a Maria Gomes de Oliveira (1910-1938) foi uma iniciativa de jornalistas da editoria de Polícia do jornal carioca Diário da Noite. A informação é do historiador Frederico Pernambucano de Mello.  A inspiração foi o romance do baiano Afrânio Peixoto (1876-1947). Esse livro (acima) teve a sua primeira edição publicada em 1914.
A Maria Bonita de Peixoto é uma personagem simplesmente fantástica. Ela é filha de Isabel e André. Tem um irmão, Lucas. Com seis anos de idade já despertava a atenção dos marmanjos. Com 11, 13 anos, apegou-se a Luís, um moleque da sua idade filho de uma fazendeira, Mariana, muito rigorosa. Luís tinha um irmão que tentou estuprar Maria. E a partir daí o romance cresce, ganha contornos inimagináveis. Encurtando: Lucas defende a irmã com unhas e dentes, e tiros. O que faz o pai, também. O pai é preso e a mãe morre de desgosto. A essa altura, Maria é posta pra fora da terra onde morava com o irmão e pais. Essa terra era de Mariana. Maria casa-se com o canoeiro João, que mata Luís por assédio à Maria. E Maria, que fica só com o filho de 4 anos.
Os jornalistas que deram o apelido a Maria de Lampião, antes por todos chamada de Maria de Déa encontraram nas fotos do sírio-libanês Benjamin Abrahão uma relação próxima à personagem de Afrânio Peixoto, que foi médico, legista, historiador e mais um monte de coisas. Que história! Mas é bom que fique claro: Maria Bonita morreu por excesso de beleza.
A personagem de Peixoto desencadeou uma tragédia por sua beleza espontânea, como Helena filha de Zeus que acabou por provocar a lendária Guerra de Tróia.
 No acervo do Instituto Memória Brasil, IMB, se acham várias obras de Afrânio Peixoto, como Maria Bonita revisado  pelo autor em 1944. No acervo também se acham músicas sobre o cangaço.

sábado, 27 de julho de 2019

VIVA PAIAIÁ!

Encerrou ontem 26 a II Festa Literária
Internacional de Paiaiá, realizado
no povoado de São José do Paiaiá,
em Nova Soure
Uma cidade (povoado), município de Nova Soure, BA (225 km de Salvador), distante do Brasil central, e uma biblioteca com 125 mil livros. Paiaiá, reuniu no correr da semana que termina hoje intelectuais de várias partes do Brasil.
Entre eles grandes intelectuais, pensadores, gente que pensa Brasil. Entre esses intelectuais estavam Darlan Zurc, Franklin Carvalho, Marcelo Torres, José Arestides, e o secretário de Educação da Bahia, Jerônimo Rodrigues.
O Zurc eu conheço pela sua escrita justa. O Carlos Silva, grande pela beleza musical e poética que desenvolve há muitos anos. Coisa de Paiaiá é coisa do Brasil. Quem está em Paiaiá, o povoado que disponibiliza o maior número de livros para uma população do país, merece todos os nossos aplausos e crenças de que a partir daí o pais pode ser melhor. É isso que acho e viva Paiaiá.
De Paiaiá é Carlos Sílvio, meu amigo. Paiaiá tem 600 habitantes e conta sempre com ele e quem gosta de Brasil.
O evento foi organizado pela Biblioteca do Paiaiá e seu criador, o professor Geraldo Moreira Prado.

terça-feira, 23 de julho de 2019

TODO TEMPO É TEMPO PRA VIVER

Todo tempo é tempo pra pensar.
Todo tempo é tempo pra viver, pra pensar.
Todo tempo é tempo pra prensar e pra viver, porque a vida nos convida a brincar, a encontrar o tempo futuro; que é o tempo em que vivemos.
O tempo que vivemos é este tempo. Hoje.
Os lobos hibernam no inverno, para preservar gordura coisas outras da República.
Lodo do mar é navegador de grande tamanho. Homem que não tem medo do mar, nem dos perigos que o mar oferece.
Todo terra é terra, como a Terra é água. Mais água do que terra.
E o humano o que tem a ver com terra?
O chefe de uma Nação, seja qual for a Nação, é escolhido pelo povo para respeitar o povo.
Ouço no rádio: Bolsonaro presidente agride o Nordeste, através dos governadores. Deus do ceu!
O presidente do um país é escolhido pelo povo. E se o povo o escolhe é obrigação dele entender-se como o Chefe de toda a nação.
Eu sou nordestino da Paraíba e digo para  que quem quiser ler ou ouvir: "que quem nasce na Paraíba é paraibano, não paraíba". O resto é populismo: "eu amo o Nordeste", quem disse isso foi o cara que está aí no poder. E mais: "a minha filha tem na suas veias o sangue de cabra da peste", disse ele.
Deus do ceu, quanto populismo, quanta bobagem vinda de um presidente...Será que o Cristo nos salva?

O CASO SEVERINA.
Pois é, a ignorância exibida de forma tão ostensiva pelo atual presidente da República, nos leva a crer que a ignorância é pai e mãe de capitão do mato. A pobreza e o vermelho-sangue é símbolo da luta pela liberdade.

Os lobos hibernam no inverno. Políticos, também.

segunda-feira, 22 de julho de 2019

O TRISTE CASO SEVERINA

Carlos Mira, Giovana Arruda, Mirtes Nogueira, Aiman Hammoud e Maria Siqueira em ação no palco no Galpão de Folias, na capital paulista


Meia dúzia de grandes atores dá o lustre necessário à peça O Caso Severina. Esse caso ocorreu no agreste pernambucano, mais precisamente num distrito de Caruaru. Foi há poucos anos.
Severina Maria da Silva nasceu da união de um casal de agricultores, que teve vários filhos. O pai de Severina, Severino Pedro de Andrade, manteve relação incestuosa durante duas décadas, desde quando ela tinha apenas 9 anos de idade. Essa relação resultou em doze filhos com a filha dos quais sete morreram.
A história é terrível sob todos os aspectos e incrivelmente verdadeira. Severina foi presa e se não fosse a advogada Natália de Queiroz, certamente estaria ainda presa. Detalhe: Severina, após descobrir que o pai iria violentar uma filha-neta, contratou dois assassinos de aluguel para dar cabo ao tarado. O que foi feito.
O julgamento que livrou Severina da cadeia ocorreu em 2011, na capital pernambucana. Se ocorresse em Caruaru ela poderia ter sido condenada. Esse caso foi amplamente divulgado pelos jornais de Recife e chamou especialmente a atenção do diretor de teatro Ednaldo Freire que, com ajuda do roteirista Alex Moletta, levou o drama ao palco com os atores: Mirtes Nogueira, Aiman Hammoud, Maria Siqueira, Giovana Arruda e Carlos Mira. Os atores, que integram a Fraternal Companhia de Arte e Malas-Artes, interpretam quase todos mais de uma personagem. A belíssima trilha sonora trás a assinatura do craque Luiz Carlos Bahia. A direção musical é de Luiã Borges, também competentíssimo nessa tarefa. Emocionei-me com o que se passou no palco. O Caso Severina estreou no ultimo dia 5 e permanecerá no palco do Galpão de Folias (Espaço Reinaldo Maia) até o dia 18 de agosto, sempre ás sextas e sábados ás 21h e domingos, às 19h. 
O teatro fica ali na rua Ana Cintra, 213, Santa Cecília. (fone: 3361-2223).


domingo, 21 de julho de 2019

JORGE RIBBAS, UMA HISTÓRIA CIDADÃ

Pois é, meus amigos, o pernambucano da paraíba Jorge Ribbas é dono de um talento e tanto. Vocês viram, vocês ouviram, e ainda vã ouvir muito sobre este cidadão nascido no agraste meridional pernambucano. Sem trocadilhos, Ribbas é uma cachoeira que esborrota sons e ideias. É um homem de sonhos. Não sei se vocês sabem, mas esse Jorge foi o cara que fez arranjos ou rearranjos orquestrais para as músicas: Pra Não dizer que não falei de Flores (Caminhando), Fabiana e Mensageira, uma canção inédita que Geraldo fez em homenagem à bandeira da Paraíba (NEGO). Isso aconteceu na "volta" de Vandré à terra em que nasceu, em março de 2018. Insisti e ele prontificou-se a falar mais de si para nós. leiam:


1964 – “MAS QUE NADA, SAI DA MINHA FRENTE QUE EU QUERO PASSAR[1]”...
Dando “tudo de mim” entoei meu canto primal na Casa de Saúde Santa Terezinha sita à Avenida Simôa Gomes nº 342 no mesmo dia que nasceu David Gilmour (1946), um dos guitarristas que na adolescência fariam minha cabeça para a música e para a guitarra. Era uma sexta-feira, dia seis de março às nove horas e cinquenta e cinco minutos em Garanhuns – Pernambuco, também conhecida como: a Suíça pernambucana, terra de frio e bastante aconchegante. Meu berço estava à minha espera na Rua Alice Dourado número 113 no bairro de Heliópolis. Fui batizado como Jorge José Ferreira de Lima Alves em homenagem ao meu avô paterno e, mais tarde, adotei o nome artístico de Jorge Ribbas, mas essa história ainda será contada.

A vida não estava fácil, “Deus e o Diabo estavam na terra do sol”. Jânio Quadros já tinha renunciado e o povo tinha eleito João Goulart (Jango). Pois é também sou filho da revolução de 1964, o movimento que depôs João Goulart justificando uma “ameaça comunista”. Uns chamam de revolução outros de golpe de estado e, depois da ditadura, preferiram chamar de golpe militar que deixou a ideia de violência e Ilegitimidade nas costas do Marechal Humberto de Castelo Branco. No entendimento de hoje, as elites, junto aos militares e a imprensa, catalisaram o que hoje se chama de golpe civil-militar que afetou toda a sociedade.
Pelo resto do mundo aconteceram os XVIII jogos olímpicos em Tóquio, a moda da minissaia foi lançada pela inglesa Mary Quant e Nikita Khruschev perde o poder para Leonid Brezhnev.
Nasci na gestação da MPB, junto com a estreia do show Opinião[2] no RJ, num momento onde a bossa-nova declinava e gestavam os movimentos populares de contestação ao sistema que refletiam os dissabores do golpe de 64 na ânsia pela democracia.
O xará Jorge Goulart já prenunciava a moda dos cabelos grandes quando lançou “Olha a Cabeleira de Zezé” enquanto Roberto Carlos antecipava as futuras campanhas anti-fumo com “É Proibido Fumar”, especialmente descendo a augusta a 120Km por hora.
Eram os chamados anos 60 da gestação da MPB, do auge do Baião que vai ceder espaço para a jovem guarda – iê, iê, iê, no caldeirão da revolução. Desde o ano anterior a garota de Ipanema ainda não dormia, deslumbrada com a composição de Tom Jobim e Vinícius de Morais. O baião saia da moda, sendo substituído na mídia pela bossa-nova e depois pela jovem-guarda. Sou da mesma idade de Diana Krall, Tracy Chapman, João Gordo, Dinho Ouro Preto, Lenny Kravitz, Courtney Love, Tom Morello do Rage Against the Machine e Eddy Veder, vocalista do Pearl Jam.
A música popular internacional desse ano nos deu muitas canções, mas as que, mais tarde, fizeram parte da minha existência foram: Canção tema de The Addams Family (Vic Mizzy), Glad All Over (Dave Clark & Mike Smith), Oh, Pretty Woman (Roy Orbison & Bill Dees), A World Without Love (John Lennon e Paul McCartney) e Zorba's Dance (Mikis Theodorakis).
De janeiro a maio os Beatles, que se tornariam muito presentes na minha carreira musical, fizeram a festa; lançaram o Beatles for Sale, fizeram sua primeira viagem pelos Estados Unidos quebrando todos os recordes de audiência na televisão ao se apresentarem no Ed Sullivan Show, Lennon lançou “In His Own Write” seu primeiro livro e, ainda, foram os primeiros artistas pop a serem representados em cera no Museu de Madame Tussaud. Ocupam todas as cinco primeiras posições na lista de Top Pop Singles da Billboard com "Can't Buy Me Love", "Twist and Shout", "She Loves You", "I Want to Hold Your Hand", e "Please Please Me", detêm 14 posições na lista dos Hot 100 da Billboard - Anteriormente, o maior número de singles de um único artista a fazerem parte da Hot 100 ao mesmo tempo foi de nove de Elvis Presley em 1956. E pra completar a febre Beatlemaniaca, nos Estados Unidos, o Segundo Disco dos Beatles sobe ao primeiro lugar nas paradas de LPs apenas duas semanas após seu lançamento, sendo o primeiro álbum na história a atingir o primeiro lugar tão rápido, além de ocupares as seis primeiras posições das paradas australianas.
Enquanto na BBC estreia o Top of the Pops, os Rolling Stones lançam seu primeiro trabalho em 26 de abril, o grupo The Mamas & the Papas e Marianne Faithfull iniciam suas carreiras e Elvis Presley lança o seu 14º filme (Kissin' Cousins) no cinema.
Na música clássica Aaron Copland estreava sua: Musica para uma grande cidade, meu xará George Crumb dava nascimento ao seus quatro Noturnos (Música Noturna II) para violino e piano e Dimitri Shostakovich estreava seus quartetos de cordas nº 9 em Mi bemol maior, Op. 117 e nº 10 em Lá bemol maior, Op. 118, e eram estreadas as óperas Traces de Luciano Berio, Curlew River de Benjamin Britten e Don Rodrigo de Alberto Ginastera, onde o tenor Plácido Domingo fez sua estreia na cidade de Nova York. Continua...


[1] “Mas que nada”, música do xará Jorge Benjor no disco Samba Esquema Novo de 1963..
[2]  “Podem me bater, podem me prender, podem até deixar-me sem comer que eu não mudo de pinião”.
[3] Filmes lançados em 1964.

Essa é uma parte da história do nascimento do cidadão Jorge Ribbas, cantor e compositor da vida brasileira. Espalhem esse nome... Eu gostaria de ouvir o Jorge tocando e cantando junto com Vandré, Milton Nascimento, Paulinho da Viola e Socorro Lira. Jorge Ribbas é multi. Ouçam mais um pouco do Jorge Ribbas: https://tratore.com.br/smartlink/realidadehttps://tratore.com.br/smartlink/cantoandino

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