José Álvares de Azevedo |
Esse Azevedo não tem nada a ver com os irmãos escritores Artur e Aloísio, do Maranhão.
José morreu no dia 17 de março, quando tinha 19 anos, 11 meses, uma semana e dois dias de idade, pelas minhas contas.
Ele é do dia 8 de abril de 1834.
Dois anos depois, em 1836, também nascia no Rio de Janeiro o jornalista, poeta e tudo mais Benjamim Constante.
José tinha dez anos quando os pais, abonados, o mandaram a Paris, França, para estudar no Imperial Instituto dos Cegos.
Esse Instituto foi fundado em 1749, por iniciativa do Rei Louis XVI.
Sim, esse mesmo Louis que perderia a cabeça numa guilhotina no correr do agitado julho de 1789.
Seis anos depois, José Alvares de Azevedo retornava ao Brasil.
Sob os olhos orgulhosos dos pais, Azevedo passou a dar palestras e a ensinar cegos e cegas a lerem pelo método Braille.
Azevedo mexeu positivamente com a sociedade local. E não demorou muito pra que lhe arrumassem uma audiência com o imperador Pedro II.
Pedro II era um entusiasta das artes e das ciências. E encantou-se com o jovem Azevedo.
Na ocasião José Alvares de Azevedo pediu ao imperador que criasse por decreto uma Instituição idêntica a que ele conhecera em Paris.
E foi assim que no dia 12 de setembro de 1854, com a assinatura do Rei Pedro, foi criado o Imperial Instituto de Cegos do Brasil.
A instituição foi criada naquele dia e ano, mas só foi inaugurada no dia 17 de dezembro, exatos nove meses depois da morte do seu idealizador.
Em 1891, dois anos após a queda do império e a ascensão da República, o Imperial Instituto dos Cegos ganhou o nome de Instituto Benjamim Constant. Que existe até hoje.
Benjamim foi professor de Matemática e Ciências Naturais antes de o instituto ganhar o seu nome.
Azevedo é o patrono dos cegos no Brasil.
Cegos e cegas são seres invisíveis na chamada sociedade moderna.
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