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segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O PEQUENO PRÍNCIPE, PARA TODAS AS IDADES

Ontem as 11 assisti no mezanino da estação Santa Cecília do Metrô de São Paulo, ao lado do amigo Nestor Amazonas, do Brasil Leitor, o filme Alô, Alô, Terezinha!, de Nelson Hoineff. Depois fui ver a exposição O Pequeno Príncipe, na Oca. Ao cair da tarde, corri para entregar a Hermeto, no camarim do Auditório Ibirapuera, um exemplar do Dicionário Gonzagueano de A a Z, de minha autoria, chancelado pelo GTT Grupo Trends Tecnologia, do querido Paulo Benites. Nesse livro, inseri um depoimento tomado dois anos atrás do “mago das Alagoas” sobre o rei do baião, Luiz Gonzaga. Daí a razão. Ontem ainda, com a noite já chegando cheia de frio e chuva, fui com Andrea e as crianças aplaudir o próprio Hermeto e Hamilton de Holanda e Quinteto no palco externo do Auditório.
O filme é um barato e importante, do ponto-de-vista documental.
As chacretes imbuídas da santa vaidade humana, falaram e falaram até de passados íntimos elas falaram. Houve até quem dissesse ter abusado de Chico Buarque, que estava na ocasião bebinho, bebinho da silva e, por se achar nesse estado, não deu conta do recado.
Hahahaha.
Ponto pro filme.
Houve quem dissesse também que abusou de Simonal, de Garricha e de outros e outros.
De Roberto Carlos? Não, não. De Roberto, não.
Mas dos braços das chacretes não escapou nem o velho guerreiro, como era chamado o animador de auditório e humorista pernambucano, de Surubim, Abelardo Barbosa, o Chacrinha.
Alguém lembrou que Jerry Adriano foi quem mais deu alegria às meninas do Chacrinha, o que melhor se saiu.
O filme é interessante inclusive por trazer imagens impagáveis dos programas do Chacrinha, apresentados ora pela TV Tupi, ora pelas TVs Excelsior, Globo e Bandeirantes.
Recomendado, nota 10.
A estréia comercial de Alô, Alô, Terezinha! será nesses dias.
A mostra O Pequeno Príncipe é bonita, mas apresenta algumas falhas imperdoáveis, como o som ambiente inaudível, esquisito, e o preço salgado da visitação. Pontos positivos: os textos informativos sobre a trajetória do francês filho de conde e de uma duquesa conhecido no mundo todo por Antoine de Saint-Exupéry, piloto de guerra (título de um dos seus livros) desaparecido no mar do Mediterrâneo, e os originais de seus desenhos e escritos para o livro famoso, o mais lido no mundo depois da Bíblia. Podem-se ver ainda na Oca edições do livro em quase 200 idiomas: inglês, francês, norueguês, italiano, japonês, grego, russo, indiano, tailandês, turco, árabe, alemão, latim, coreano, persa, espanhol, hebraico e até zulu.
O Pequeno Príncipe é livro para ser lido em todas as idades, sempre. Recomendado inclusive para misses, cujas idades eu nunca soube de fato: elas não envelhecem. Será que são anjos ou princesas?
Exupéry esteve em andanças pelo Brasil: São Paulo, Rio de Janeiro, Natal...
Em Florianópolis, era chamado de Zé Perry, viu Marco Zanfra?
Zé Perry pela dificuldade que os nativos da ilha tinham de pronunciar o seu nome.
Bom, os shows de Hermeto Pascoal são sempre incríveis, fantásticoss. São imprevisíveis como ele, que ora canta, ora fala e toca instrumentos diversos: flauta, piano, o que lhe cair nas mãos. Ontem não foi diferente no Parque do Ibirapuera. Hermeto, que conheço desde os anos 80, brincou com as pessoas, fez a platéia cantar e repetir suas palavras.
Hermeto?
Incrível, um gênio.
Ah! Faço uso da capa de uma edição de O Pequeno Príncipe em árabe, para homenagear seu fã brasileiro mais ardoroso, Peter Alouche.
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ROLLING STONE
Vocês já viram/leram a nova edição da revista Rolling Stone, a que está nas bancas? Traz a relação das 100 melhores e mais conhecidas músicas de autores brasileiros, escolhidas a dedo por gente do meio. Chico Buarque, com Construção, ficou em 1º lugar. Asa Branca, assinada por Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, ficou em 4º. Escrevi texto a respeito, e também sobre outras músicas apontadas pelos jurados, entre os quais me acho.
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GRANAJA VIANA
De Selma Martins, recebo:

Amigos queridos,

Vejam e chorem diante do horror das fotos que vocês
poderão ver acessando www.granjaviana.blogspot.com.br
Até quando esses empreendedores gananciosos vão
Agredir a mãe natureza.
Até quando eles praticarão crimes ambientais e sairão ilesos?
Ajudem-nos a dizer NÃO a tudo e a todos que eliminam da
nossa sofrida São Paulo o pouco do verde que nos resta.
A Granja Viana agradece, São Paulo agradece, o Brasil
Agradece, o Planeta agradece.

sábado, 24 de outubro de 2009

PRÊMIO VLADIMIR HERZOG

Esta Sampa de Nóbrega e Anchieta é mesmo incrível.
Não à toa, essa cidade reúne gente de quase todo canto, acho que até da longínqua Ilha de Java, onde, naturalmente, se fala o javanês que o esperto personagem Castelo do conto do carioca Lima Barreto não falava, embora todos, mesmo um barão e um visconde, bestas, pensassem que sim; por isso, de desempregado e malandro sem futuro o personagem galgou posto de grande relevância na estrutura administrativa da representação federal até no Exterior. É história atualíssima; mas essa é outra história.
Pois bem, em São Paulo a vida corre mais depressa do que em qualquer outro lugar do País; e do planeta, talvez.
Aqui há de tudo, para todos os gostos. E a qualquer hora do dia ou da noite. Seja trabalho, seja diversão.
Nada mais natural: enquanto uns trabalham, outros se divertem.
E o trabalho pode ser remunerado ou voluntário.
A diversão também pode ser paga ou de graça.
Nos fins de semana, então...
Exemplos?
Hoje 25 às 18h30 no Ibirapuera, mais precisamente na parte externa do Auditório presidido por Mario Cohen, o mago alagoano Hermeto Pascoal vai receber a noite e seus fãs. Junto, o amigo Hamilton de Holanda (foto acima, de Artur Monteiro). Quanto? De graça como só ocorre aqui, em Sampa.
Também hoje, no Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Álvares Penteado, à Rua Alagoas, 903, será inaugurada a exposição Vertigem, da dupla Osgemeos, que continuará aberta à visitação pública até 13 de dezembro, dia do nascimento do rei do baião, Luiz Gonzaga – só para lembrar... Mais informações pelo telefone 3662.7198 ou pelo e-mail Luiza.4@uol.com.br
Da assessora de imprensa Roberta Ribeiro (roberta@mostra.org), recebo a informação de que hoje também tem um evento legal, e no peito: a exibição em primeira mão do filme Alô, Alô Terezinha, de Nelson Hoineff, às 11 horas na estação Santa Cecília do Metrô. A exibição faz parte da programação da 33ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Vamos nessa?
Na Casa das Rosas, ali na AVenida Paulsita, tem holando hhoje o projeto Cantando de Brincdeira, com os músicos Manuel Filho e Beto Marsola, a partir das 17 horas. Na faixa, é claro.
Bom agora esse é pago, mas uma ninharia: 20 paus (bilhete inteiro) para assistir o desembaraço pleno no palco do contrabaixista Arismar do Espírito Santo, do trombonista Bocatto, do percussionista Cléber de Almeida, do trompetista Proveta, do baterista Celso de Almeida e do saxofonista Roberto Sion, junto com o ex-sanfoneiro e tecladista bossanovista João Donato. Vale a pena? Será no Teatro Fecap, à Avenida Liberdade, 532. Mais informações pelo telefone 2626.0929.
São Paulo é dez, não é?
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Da Laterit Productions (laterit@laterit.fr) recebo a informação de que o filme Saudade do Futuro, baseado no livro A Presença dos Cordelistas e Cantadores Repentitas em São Paulo, de autoria aqui do papai, continua ganhando prêmios e rodando mundo. Agora em Portugal, onde foi exibido no último dia 23, no Cine São Jorge.
Viva a cultura popular!
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VLADIMIR HERZOG
A colega jornalista Vanira Kunk intima a mim e a todos, com o convite: O 31º Prêmio Vladimir Herzog será entregue na segunda-feira 26 em noite de gala no Tuca, mas as atividades começam no sábado, seguem no domingo e se encerram com a cerimônia em que está prevista uma homenagem especial a Audálio Dantas.
Audálio é meu amigo, não conheci Herzog, mas fui jurado por duas ou três vezes do prêmio para ele criado pelo Sindicato dos Jornalistas no Estado de São Paulo, ao qual sou ligado há duzentos anos.
fui!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

ROBERTO ESTÁ LONGE DE HERMETO PASCOAL

Ontem eu disse que mestre Hermeto, num gesto impressionantemente lúcido e verdadeiro, pioneiro, disponibilizou para músicos do Brasil e do planeta que tanto judiamos, que é este, o nosso, Terra, toda a sua discografia para regravação em CD, gratuitamente, sem burocracia e perreps.
Isso, já há um ano a se completar no próximo dia 17.
Aliás, devo dizer para tristeza funda que não li notícia a respeito em jornal nenhum, em revista nenhuma, e nem ouvi no rádio e tampouco na tevezinha de bomba notícia alguma sobre tão importante acontecimento.
Por que, hein?
Mereceria digo eu como jornalista de tempos de ontem, manchetes esse gesto fantástico desse grande brasileiro Hermeto Pascoal, da terra dos marechais.
Hermeto é tempestade ou chuva que chove ao contrário quando de necessidade. E necessidade se faz agora nestes tempos bicudos, onde o ter se sobrepõe descaradamente ao ser.
E preciso ter coragem para viver.
Hermeto tem.
Curiosamente Roberto Carlos, o rei dos jovens de ontem disponibilizou na Internet hoje, há poucas horas, e pela primeira vez, uma música de sua autoria em formato digital: A Mulher que eu Amo, tema da novela Viver a Vida, da Plim, plim.
E o que isso quer dizer?
Bem, pouca coisa.
A novidade é o “disponibilizar”.
Na verdade ele, Roberto, está usando a Internet como simples meio, mídia, para vender mais sua música; e não disponibilizar no sentido democrático.
Mais uma vez, portanto, é de se tirar o chapéu para mestre Hermeto.
Roberto contabiliza dinheiro.
Hermeto contabiliza carinho, respeito, amor, solidariedade, incentivo aos que vêm. E dar exemplo de cidadania a todos nós. Mostra, assim, que a arte é o meio para integração de uma gente, no sentido mais natural.
Arte é dádiva, é isso o que ele quer nos dizer.
Viva Hermeto!
Aliás, a respeito do texto de ontem tenho recebido uma pá, como se diz, de falas sobre. Do Piauí, precisamente de Terezinha, o professor Wilson Seraine manda via meu e-mail: “Que grande exemplo, Assis, o do Hermeto”.
O Olivinho, sanfoneiro Olívio Filho, pelo mesmo meio manda: “Hermeto é mesmo o nosso mestre e guru, não só na música, mas na arte de levar essa vida que todos sabem é uma passagem... Por essa e outras é que ele é o meu ídolo”.
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TV CULTURA: MOSAICOS
Da coleguinha Deborah Morabia, da TV Cultura, recebo release dando conta de que a série Mosaicos Musicais dará amostras de D. Ivone Lara e Aracy de Almeida sendo interpretadas por Nei Lopes, Délcio Carvalho, Bernadete, Dona Inah, Paulinho da Viola, Juliana Amaral e o grupo Revista do Samba, no dia 27 de outubro, a partir das 00h10, na TV Cultura. Detalhes pelo telefone 2182.3465.
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TOM ZÉ
O meu amigo, parceiro musical e conterrâneo paraibano Jarbas Mariz manda dizer que o novo filme de Tom Zé, Astronauta Libertado, estréia amanhã 24, às 19h20, no Cine SESC, à Rua Augusta, 2075, como uma das grandes atrações da 33ª Mostra Inter5nacional de Cinema de São Paulo.
Viva Tom!
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SOBRE AS ÁGUAS
Poxa, agora é que me dei conta: eu ia escrever sobre um monge budista que está se vciando a correr sobre águas, usando apenas conhecimentos baseados nas artes marciais chinesas. Ele conseguiu, hoje, percorrer 18 metros em um reservatório em Quanzhou, na província de Fujian, China. A ontinuar assim, acabará voando sem asas. VAi ver, não bebe nenhum pingo de cana das bandaas mineiras.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

BELO GESTO DO BRASILEIRO HERMETO

No próximo dia 17, faz um ano que o orgulho da raça Hermeto Pascoal disponibilizou generosa e gratuitamente para artistas do planeta a gravação em CD de suas músicas, constante no site http://www.hermetopascoal.com.br/licenciamento.asp.
Quer dizer: enquanto gente de todo canto perde tempo se matando pela proibição por via judicial ao acesso de obra própria ou de outrem, em nome de grana e fama, o mago de Alagoas, cidadão do mundo, parece achar graça nisso tudo e age de maneira original, como sempre.
Quer ver?
Com o testemunho e concordância da sua alma gêmea Aline Morena, gaúcha de enorme talento musical, o velho mestre, genial sob todos os aspectos, inclusive o humanitário, dá de garra de um papel e de próprio assina a alforria da sua obra com palavras definitivas: “Eu Hermeto Pascoal declaro que a partir desta data (17-11-2008) libero, para os músicos do Brasil, e do mundo, as gravações em CD de todas as minhas músicas que constam na discografia deste site”.
E como se não bastasse, encerra a declaração com um recadinho pra lá de positivo, instigante mesmo, antes de assinar: “Aproveitem bastante”.
São mais de 600 músicas à disposição de todos.
Desapegado ao supérfluo, às coisas materiais, Hermeto é nascido numa cidadezinha alagoana no junho de 36, e que à nossa terra muito nos orgulha.
Cedo, descobriu que podia criar sons.
Tinha talvez uns quatro anos, quando isso ocorreu. Com uns sete, já se munia de beleza e simplicidade para encantar o povo do seu meio, com um fole de oito baixos emprestado do pai Pascoal.
Abrilhantava festas de casamento e batizado, ao lado do irmão mais velho, Zé Neto.
Com Zé, aliás, formou um trio que tinha Sivuca nos teclados da sanfona. Nome: O Mundo Pegando Fogo, por serem seus integrantes todos albinos. Mas esse trio jamais se apresentou em público, contou-me Sivuca logo que voltou ao Brasil, em fins dos 70, numa entrevista que fiz para o suplemento folhetim, do jornal Folha de S.Paulo.
Há muitas histórias em torno de Hermeto, o homem que é uma orquestra inteira.
Hermeto toca tudo, faz tudo, é de tudo e todos e, principalmente: a música em pessoa; e vida. Exemplo bonito de muita coisa.
Bom, da colega jornalista Luciana Stábile recebo a informação de que Hermeto estará domingo que vem, a partir das 18h30, dividindo palco com Hamilton de Holanda, na parte externa do Auditório Ibirapuera. Diz o release que “O evento, uma iniciativa da Fnac Brasil e patrocinado pela Redecard, será um espetáculo-homenagem que Hamilton de Holanda e Quinteto farão ao bruxo Hermeto Pascoal, em presença dele e tocando o seu repertório, conjuntamente”.
Ainda segundo a nota, “Além dos shows, haverá também a gravação de um documentário sobre o encontro. A filmagem começou por Arapiraca-AL, e vai até Paris. Foi na cidade luz, quando passou uma temporada de um ano, que Hamilton agregou duas cordas ao seu bandolim, tornando-se o primeiro bandolim do mundo de dez cordas”.
Do repertório, constam: Bebê, Chorinho pra Ele, Rebuliço, Viajando pelo Brasil, De Sábado pra Dominguinhos, O Farol que nos Guia, São Jorge, Suite Norte-Sul, Leste-Oeste, Garrote, Intocável e Joyce.
Para o mestre, Hamilton compôs: Hermeto tá Brincando.
Contato: Ana Rita de Holanda/ 61–9151.2447/61-3567.3896.
Vamos lá?
Ah! No livro Dicionário Gonzagueano de A a Z, de minha autoria, inseri uma fala do Hermeto, sobre Luiz Gonzaga.
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FESTIVAL DO MINUTO
Do jornalista Luciano Sá, do BNB, recebo a notícia: O Festival do Minuto realiza uma ação no próximo dia 2 de novembro, em Juazeiro do Norte, no Cariri, região sul do Ceará. O feriado de finados é o dia da Procissão de Padre Cícero - tema para a criação dos vídeo-minutos. As inscrições estão abertas até 30 de novembro para participantes de todo o Brasil.
Serão três prêmios de R$ 1.000,00 cada, sendo um deles destinado a quem realizar um vídeo durante a romaria, no dia 2 de novembro. A ação é patrocinada pelo Banco do Nordeste.
Mais informações com João Perassolo ou Regina Cintra, pelos telefones (11)3023.5814 e 3023-3940.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

O FIM DO MUNDO, NOS MORROS E FAVELAS

Não é mole.
Estamos vivendo cenas reais do fim do mundo, de arrepiar Nostradamus.
O clima é de guerra, mesmo. Aqui, no nosso País.
Veja a foto aí, da AP.
Até ontem morreram 22 pessoas num – mais um – confronto entre o Bem e o Mal no Rio de Janeiro, onde tudo aparentemente se agravou quando traficantes derrubaram a tiros, no fim de semana, um helicóptero da polícia.
Três mortos, de cara. Depois, o número foi subindo e assim certamente continuará.
Cá em Sampa, o cenário também é dantesco. Na favela Heliópolis, por exemplo, localizada na parte Sul da cidade, a polícia descobriu ontem uma fortaleza daquelas, com portões de aço e trancas de cinema; mais armas, coca, rádios transmissores e um esquema em construção para monitoramente da favela.
O mago George Orwell viu longe...
No Rio estão sendo vasculhados os morros dos Macacos, São João e dos Prazeres e as favelas Nova Holanda e Parque União, na zona Norte. Foram apreendidas carabinas 12, um rifle 30 antiaéreo, um fuzil 762 Madsen, uma submetralhadora URU, munições, coletes à prova de balas, uniformes clonados do Batalhão de Operações Policiais e até uma espada.
Isso não vai ficar assim.
O governador Cabral já espalhou que vai repassar nos próximos dias 100 milhões de reais para sua polícia se cuidar e cuidar da paz dos cidadãos, sempre no meio de fogo cruzado.
A pergunta óbvia: como o outro lado se comportará?
Bons tempos em que se roubavam galinhas dos quintais...
O Bandido da Luz Vermelha?
Fixinha.
Entrevistei para a Folha o Luz no Manicômio Judiciário de Franco da Rocha, SP.
Não, ele não oferecia perigo maior além o de contar lorotas e sonhar com Deus e discos voadores.
Lembro que na ocasião o famoso bandido me deu uma carta escrita de próprio punho para eu entregar ao general Figueiredo, à época no posto de mandatário da nação.
O que ele, Luz, queria? Osa, simples: apenas alertar para o fim do mundo que se avizinhava... E só.
Fui!
Ah! Mais uma coisinha: pediria encarecidamente a vocês que ao invés de encaminharem suas opiniões para o meu e-mail, que as encaminhem diretamente para o blog. Isso possibilitará uma troca de idéias entre os apreciadores destas mal traçadas, não?

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

POESIA NO METRÔ

Muito bom.
Depois de tantas atividades culturais há tanto em andamento nas estações do Metrô de São Paulo, agora mais uma: Projeto Poesia que será inaugurado amanhã terça 20, às 11h30, na estação Vila Madalena, linha 2-Verde, banda Oeste da cidade.
Já não era sem tempo.
Quando estivemos à frente da área de imprensa do Metrô por quase uma dúzia de anos, conseguimos também desenvolver projetos de importância no campo da cultura, incluindo a poesia tão necessária em qualquer tempo e lugar. Promovemos, por exemplo, o 1º Concurso Paulista de Literatura de Cordel. Depois, o 2º. E também, quando andamos pela CPTM como assessor especial da presidência, realizamos um concurso de contos e poesias, que resultou no livro Literatura nos Trilhos lançado pela editora Ibrasa, em parceria com a Secretaria dos Transportes Metropolitanos.
Desse último concurso participaram mais de 900 autores de quase todos os cantos do País, dando prazerozamente um trabalho e tanto para a comissão que organizamos junto à União Brasileira de Escritores, UBE-SP, presidida por Cláudio Willer.
Ah! Os concursos de literatura de cordel por nós idealizado e coordenado resultaram na impressão recorde – até hoje! – de 410 mil folhetos, que foram distribuídos gratuitamente em toda a rede de ensino público do Estado.
Uma semente e tanto plantada, não?
Vamos prestigiar o projeto Poesia no Metrô?
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LANÇAMENTO DE LIVRO
Do Centro de Estudos de Tradução Literária da Casa Guilherme de Almeiida, recebo convite para o lançamento do livro Cantos Orfícos e Outros Poemas, de Dino Campana com tradução de Aurora Fornoni Bernardini, pela editora Martins Fontes. Será dia 22, a partir das 19 horas, no Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura da Casa das Rosas, à Avenida Paulista, 37. Dino Campana (1885-1932) era poeta toscano exemplar para o grupo dos herméticos e das neo-vanguardas (de Mario Luzi a Pier Paolo Pasolini e Andrea Zanzotto, passando por Montale e Caproni), ocupa lugar definitivo na geografia poética do século XX. Sua vida dramática, aflita por um tipo de loucura violenta, levou-o a passar 14 anos num asilo, onde morreu. Entre suas obras, a principal, apenas parcialmente conhecida no Brasil, é Cantos Órficos, uma inspirada transposição da realidade em sonho – ou um Pequeno Faust como ele teria gostado de chamá-la –, composta por poemas e textos poéticos e acompanhada, nessa edição bilíngue da Martins-Martins Fontes, por outros poemas avulsos. Mais inforrmaçãoes pelo telefone 3285.6986.
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GRANJA VIANA
Os especuladores imobiliários que construíram Alphaville continuam com a fome dos infernos, agora atacando os habitantes da Granja Viana. Eles derrubam tudo, acabam com tudo. Nem os sagüis têm escapado à sanha desses filhos sem mãe. As árvores centenárias, coitadas, vão ao chão com um toquinho de nada das moto-serras assassinas. Uma tristeza... E nenhuma linha nos jornais, nas revistas, tampouco no rádio e na televisão denunciando esse crime contra a natureza e todos de boa índole. Até quando?
Voltarei ao assunto.

sábado, 17 de outubro de 2009

IRMÃOS GRIMM, MÚSICA, CORDEL E SBT

Desde quarta 14 se acha aberta à visitação pública a exposição Quem Quiser que Conte Outra, no SESC Santana. A mostra é referente ao mundo encantado dos irmãos Grimm. Entrada livre de terça a sexta, entre as 8 e 21h30, até o dia 28 de fevereiro de 2010. Aos sábados das 10 às 21h30 e domingos e feriados, das 10 às 20.
Os famosos irmãos foram os responsáveis, digamos, pelo resgate feito da boca do povo dos personagens infantis Gata Borralheira, Bela Adormecida, Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho, Pequeno Polegar, João e Maria e Rapunzel.
O projeto cenográfico é assinado por Aby Cohen e Lee Dawkins.
Lê-se no release que me mandam que a exposição se estende por vários espaços da unidade de Santana:na entrada, no túnel da piscina, no deck, nas áreas de Convivências 1 e 2, no quiosque, no jardim. Com o objetivo de utilizar materiais que possam ser doados ou reaproveitados posteriormente, os cenógrafos construíram a maioria das peças em papelão, arame e estruturas modulares em alumínio de alta resistência (Box Trans). Pedido do SESC aos artistas era não caracterizar os personagens, apenas dar referências, sem evidenciar os detalhes da parte física. Mais informações pelos telefones (11) 3885-3671 e 9948-5355 ou pelo e-mail: adriana@artepluralweb.com.br
♦Arievaldo Viana, um dos mais importantes cordelistas do País, manda avisar que a Edições Demócrito Rocha está lançando em parceria com o Ministério da Cultura e a Secretaria de Educação do Estado do Ceará uma coleção especialmente dedicada a um dos principais agentes no processo da leitura e do aprendizado: o professor. Entre contos, crônicas, poesia, cordel, oralidade e outros gêneros, o projeto Fábrica de Leitores reúne 20 títulos destinados aos estudantes das séries iniciais (1ª e 2ª) de escolas da rede estadual de ensino cearense. Arievaldo explica:
“São crianças entre seis e oito anos residentes nos 36 municípios com as menores notas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Mantido pelo Ministério da Educação, o IDEB associa o desempenho e a taxa de aprovação nas escolas. O resultado reflete o nível de alfabetização e aprendizagem em todo o País”.
Ao todo 2.546 educadores serão beneficiados com o projeto, que tem aprovação do Minc. A coleção Fábrica de Leitores traz livros escritos e ilustrados por “gente da terra”. De forma criativa, eles apresentam narrativas tradicionais (A Lenda do Labirinto, de Audifax Rios e Suzana Paz), fantasia (A Batalha de Jericoacoara, de Daniel Adjafre e Ronaldo Almeida), histórias de trancoso (Um Sapo Dentro de um Saco, de Marcos Mairton e Eduardo Vieira), causos populares (Dona Baratinha e seu Casório Atrapalhado, de Arievaldo Viana, Selma Ginêz e Marisol Albano).
♦O meu amigo Flávio Tine convida: show amanhã 18, às 11h30, do Quarteto de Violões Quaternaglia, no Centro Cultural São Paulo, Sala Jardel Filho, à Rua Vergueiro, 1000. Preço na faixa 0800, isto é: grátis.
O quarteto é integrado por Chrystian Dozza, Fabio Ramazzina, Paola Picherzky e Sidney Molina.
Borá todos?
♦Numa hora qualquer depois das 14:15, estarei hoje no SBT falando sobre o meu novo livro, Pascalingundum! Os Eternos Demônios da Garoa. O grupo, o mais antigo em atividade profissional do mundo, também foi entrevistado. A repórter que gravou comigo, Renata Caetano, disse que a matéria, de uns 10 minutos, ficou muito legal, “e que até a Marlene Matos, diretora do programa do Netinho, gostou”. Vamos conferir?

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

A PEDRA DO REINO DE MIGUEL DOS SANTOS

O pernambucano de Caruaru Miguel dos Santos é hoje o mais importante pintor e escultor-ceramista do Brasil. Seu monumento à Pedra do Reino não deixa dúvidas.
Com 8,55m de altura e toda feita em concreto, cerâmica e aço inox, a obra, batizada com o mesmo nome do romance de Ariano, foi entregue ao público em clima de festa, sexta última 9.
Isso ocorreu no Parque Sólon de Lucena, Centro da capital paraibana.
Testemunharam o acontecimento pessoas de todos os tipos e níveis, incluindo o homenageado Ariano, o prefeito de João Pessoa e o autor da obra, naturalmente.
Muitas palmas.
Justo.
Entregue com atraso de pelo menos dois anos, a obra vinha sendo gerada no berço do silêncio há sabe-se lá, antes mesmo de o filho ilustre de Taperoá chegar à casa dos 80, em 2007.
Acompanhei o processo.
Ao pensar a Pedra, Miguel pensou numa homenagem especial a Ariano.
Pensou também no que foi feito milênios antes dele e de todos nós, aqui e alhures.
Pensou nos filósofos, nos artistas que se expressaram em formas diversas no correr do tempo.
E pensando assim, não foi à toa que Miguel chegou a Aleijadinho, o mestre da pedra-sabão, e a Vitalino, o mestre do barro. Ambos criadores, como deuses.
Lembrou ainda Miguel o grego Platão, que certa vez, escancarando mistérios, disse algo como: A força do bem se refugia na natureza do belo.
E foi dessa viagem incrível que resultou o magnífico monumento que resume não só a obra de Ariano, mas a idéia de mundo e humanidade em suas múltiplas facetas e cores: Do negro, do branco, do índio...
A Pedra do Reino de Miguel dos Santos é, assim, uma espécie de memorial ouu baú de tudo, no qual se acham símbolos, marcas, pegadas do homem da caverna, sopros do homem da pedra, gestuais do homem do bronze e também do sertanejo mais forte, duro, árido, com suas crenças, medos e sonhos inabaláveis a lhes perseguir.
Na Pedra de Miguel está o tempo, representado por quatro cavalos.
Na Pedra de Miguel está a violência, representada por quatro onças aladas.
A obra à Pedra de Ariano é, além de memorial e baú de Miguel, uma espécie de refúgio derradeiro dos mortos em vida, como os tamanduás, as cascavéis e os carcarás tangidos e encurralados pelo chicote da ruindade humana.
Um ser absurdamente consciente do seu tempo, Miguel dos Santos é antes de tudo um observador da rua e crítico feroz de si próprio e da arte que faz.
O que fica é a pedra.
Viva Miguel!
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♦ O jornalista Tárik de Souza, do Jornal do Brasil, escreveu sobre o desaparecimento de Leon Barg:
“Lamentável, Assis. Leon era imprescindível para a memória musical brasileira, tão maltratada pelas gravadoras proprietárias dos fonogramas, e que nunca os reeditam. Nem sequer os conservam em arquivos como fazia o leão da Revivendo. Esperemos que a família continue sua missão estóica.
Um grande abraço e parabéns pelo seu blog”.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

AINDA LEON

Leon partiu no meio da tarde de segunda e não de madrugada, como escrevi.
Ele esteve em Sampa no sábado, participou de uma festinha de aniversário de uma neta que acabara de fazer 18 anos. Depois, sempre alegre, seguiu para um encontro com amigos na região da Sé. Em seguida, já no domingo, pegou o carro e foi dirigindo até o Rio de Janeiro, onde também se encontrou com amigos e amanheceu no dia seguinte em Jacarepaguá, aparentemente bem de saúde. Falou da vida, de planos, riu, tomou uma cervejinha com outros amigos, almoçou e se despediu de todos após uma dorzinha besta aparecida no peito sem ser chamada. E pronto, foi assim que tudo aconteceu. Foi assim que o criador do Revivendo partiu.
Era daqueles caras, o Leon, que dificilmente dizia não a um amigo; ou mesmo a um desconhecido que o procurava, por exemplo, aflito pedindo uma gravação musical dos tempos de ontem.
Certa vez lhe pedi determinada cópia de uma partitura do Capitão Furtado.
Fui atendido.
Outra vez pedi que escrevesse algo sobre o grupo Demônios da Garoa, para o livro Pascalingundum. Respondeu que nunca escrevera nada, tampouco prefácio ou algo do gênero. Escreveu e publiquei.
Enfim era Leon uma pessoa admirável, solícita, como poucas que conheço.
Gostava de todo mundo, menos de piratas.
Ah! Os piratas.
O leitor José Carlos escreveu:
“Meu caro amigo Assis, todos vamos partir um dia, mas tem certas pessoas que deveriam ficar um pouco mais. É o caso do Sr. Leon Barg”.
Outro, o compositor Bismael Moraes, escreveu:
“Li com tristeza a notícia da morte do pernambucano/paranaense Leon Barg, criador do selo Revivendo, que salvou muitas composições do começo do século 20, no Brasil. Lembro-me de gravações de Francisco Alves, Augusto Calheiros, Orlando Silva, Dalva de Oliveira, Ademilde Fonseca e outros, além de músicos como Jacob do Bandolim, Waldir Azevedo, Luperce Miranda e tantas glórias musicais vividas e revividas. Uma pena. Receba um abraço e os votos de muita paz, sempre acreditando nas artes do Brasil”.
Amém.
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Como avisei ontem, aconteceu hoje o lançamento do livro Carinhas (os) Urbanos (os), Diálogos com a Cidade, de Luciana Fátima e Arlindo Gonçalves, no Bar Brahma. É um livro bonito, recheado de textos poéticos e fotografias incríveis, em p&b.
Munidos de máquinas fotográficas, o par de autores bateu pernas pela cidade que Nóbrega e Anchieta inventaram em janeiro de 1554.
O resultado desse passeio não poderia ter sido melhor.
Do detalhe de uma fachada localizada na esquina das ruas três de Dezembro com Quinze de Novembro, por exemplo, resultou a observação exposta à página 22: “Na crueza do concreto nasceu uma flor. Em meio ao duro asfalto uma plantinha desponta. Por entre tantos edifícios asas coloridas lutam para mais alto voar. Ao contrário do que todos pensam, meus olhos cinzentos enxergam a vida da cidade”.
No livro muito bem feito pela Editora Horizonte, acham-se rostos esculpidos em bronze, mármore e cimento escondidos em locais impossíveis aos olhares rápidos dos transeuntes apressados no dia-a-dia sem volta, como o que se vê à página 31 extraído de um prédio da Praça Clóvis Bevilacqua, no centro da cidade. E o texto: “A imortalidade de um gesto pode ser vista no frio detalhe do concreto. O calor de uma emoção pode ser sentido nas fachadas de alguns gigantes que resistem”.
Numa palavra: esse livro de Luciana e Arlindo é uma pérola não para ser guardada, mas para ser exibida a todos quanto gostam do belo escondido na mais cosmopolita cidade brasileira, que é São Paulo. Ambos estão de parabéns, como a editora Eliane Alves de Oliveira.
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O cantor e compositor da linha caipira, dos bons, Victor Batista (www.ictorbatista.com.br) manda avisar que a partir das 21 horas do dia 17 que vem, sábado, estará gravando seu primeiro DVD ao lado do violinista Galba, do baixista Ricardo Zohyo e do percussionista Rômulo Albuquerque, no Teatro da Vila, à Rua Jericó, 256, Vila Madalena, cá em Sampa.
Vale levar amigo, amiga, namorado, vizinho etc.
A entrada é 0800, isto é: franca.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

LEON BARG PARTE PARA A ETERNIDADE

O brasileiro Leon Barg partiu hoje de madrugada para a eternidade, levando consigo a certeza de ter cumprido a missão a que se deu em vida, que foi a de ajudar o Brasil a se conhecer um pouco melhor através da música popular, sabidamente uma das melhores do mundo. Isso ele fez com a firmeza de um titã, a partir do selo musical Revivendo que criou em setembro de 1987 na capital do Paraná, Curitiba, onde residia desde o ano de 54. Mas a idéia de preservar a memória musical do País ele teve quando em 1938, por volta dos 14 anos, adquiriu um disco de 78 RPM do rei da voz Chico Alves, com a marcha Ui, que Medo eu Tive!, de Aníbal Portela e José Mariano Barbosa; e o frevo-canção Júlia, de seu conterrâneo Capiba.
Chico foi, assim, o embrião dessa história toda.
Leon, que parte deixando saudade e um acervo estimado em cerca de 120 mil títulos, se casou e virou pai duas vezes, de Lilian e Laís, que desde sempre cuidam do Revivendo com paixão e zelo.
Mas e agora?
Lembro que em fevereiro de 97, em artigo que publiquei na Revista Shopping Music sobre marchinhas de carnaval (A Marchinha Agoniza, mas não Morre), inseri opinião de Leon, segundo a qual a marchinha sobreviveria se “Roberto Marinho começasse a fazer um programa em que só tocassem marchinhas de carnaval, aí seria possível trazê-la de volta, caso contrário...”.
Marinho morreu e a marchinha hoje pula miúdo no salão de Momo.
Sim, o fundador do Revivendo tinha dimensão da importância e força dos meios de comunicação; e para ele, era a Globo e ponto!
Multiplicam-se as leis de incentivo cultural por aí a fora e mínguam com a mesma rapidez as chances para projetos de real valor, seja pelos entraves burocráticos comuns ao Estado, seja pelo controle imperial dos espaços por grupos fechados etc.
A política cultural do País, a meu ver, precisa ser democratizada com seriedade e firmeza.
Revivendo sempre existiu sem apoios institucionais, você sabia?
Pois é.
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♦ Eliane Alves manda dizer que amanhã haverá lançamento da Editora Horizonte, que comanda, no bar Brahma, à Avenida São João, 677. O livro é de Luciana Fátima e Arlindo Gonçalves: Carinhas(os) Urbanos (os), com prefácio do jornalista Heródoto Barbeiro. Na compra de um exemplar, um chopp 0800, isto é: na faixa. Informações pelo telefone 3333.0855.
♦ Luciana Stábile também avisa que a Jazz Sinfônica e Fábio Caramuru apresentam músicas de cinema no Auditório Ibirapuera, nos próximos dias 16 e 17. No repertório, pérolas como Blue Moon. Mais informações pelo email imprensa@iai.org.br ou pelo telefone 3629.1017.
♦ A talentosíssima Cris Aflalo manda email convidando para apresentação única que fará no próximo dia 16, no Teatro Cacilda Becker, no Paço Municipal de São Bernardo do Campo. O convite é extensivo a todos os que gostam do que é bom. Informações pelo telefone 4348.1081.

ESPETÁCULO PARA TODAS AS IDADES

Singelo e muito bonito.
É assim o espetáculo infantil Sapecado, com texto e direção assinados por Marcelo Romagnoli.
No palco dez atores, mais o talentoso sanfoneiro Olívio Filho, o Olivinho, enchem os olhos de todos.
A história é simples: uma mulher do campo, um cachorro vira-lata e um carteiro aspirante a cantor fazem viagem por estrada comprida até um lugarejo imaginário de nome do título da peça, para assistir a um casamento nos moldes antigos. No correr do caminho, coisas curiosas e engraçadas acontecem. Entre essas as quais, o desafio entre o bem e o mal representados por uma benzedeira e pelo Demo; e a troca de falas entre uma vaca e sapos, enquanto, de noite, a mulher e o carteiro, doidos pra dormir, se vêm às voltas com muriçocas e outras pequenas pragas incômodas dos brejos dos confins do País.
Antes disso, e de tudo terminar numa bela festa caipira com a mulher Assunta e o carteiro Adauto fazendo juras de amor eterno, a platéia se deleita com a categoria e graça dos atores tocando e cantando cantigas do mundo rural, algumas autorais e outras adaptadas do nosso folclore. Tudo fluindo ao som de instrumentos simples, como o tarol, a viola e o contrabaixo.
Perfeito.
Ah! Sim, mas é bom que se diga logo e com prazer: Sapecado não é um espetáculo só para o público infantil; é um espetáculo para todos os públicos.
A foto que ilustra este texto é de autoria de Edu Marim Kessedjian.
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Vão se agendando aí: o Grupo Sombrero de Teatro, sob a direção de Sérgio Milagre, apresenta nos próximos sábado e domingo, no Teatro Irene Ravache (Rua Capote Valente, 500, Pinheiros), a peça O Grito, de Plínio Marcos. O texto é uma adaptação de outros textos de Plínio: Querô, O Abajur Lilás e Navalha na Carne. Traz a trajetória de um menino de rua como tantos, filho de prostituta como tantas, que come o pão que o diabo amassou e ainda paga caro por não se render a policiais bandidos e outros personagens do submundo, na sua luta pela sobrevivência. Atualíssimo. Reflete a sociedade injusta em que vivemos.
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De Luciano Sá, assessor de imprensa do Centro Cultural Banco do Nordeste, recebo informação de que o IV Festival BNB da Música Instrumental apresentará 22 concertos de 14 formações instrumentais oriundas de seis estados de quatro regiões brasileiras (Nordeste: Ceará e Paraíba; Sudeste: Rio de Janeiro e São Paulo; Sul: Paraná; e Centro-Oeste: Distrito Federal). Essas apresentações ocorrerão entre os dias 14 e 17 próximos, com entrada franca. Detalhes através de lucianoms@bnb.gov.br ou pelos telefones 85.3464.3196 e 8736.9232.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

A VIDA É UM PUF!

Poxa!
Domingo que passou o meu amigo Jarbas Mariz, paraibano que nem, pediu que eu fizesse uma letra pruma música sobre futebol, que falasse de ontem e de hoje. Também sobre Copa em África, Brasil, Olimpíada etc.
Tarefa e tanto!
Pensei sobre o assunto, na segunda.
Na terça fui a Niterói palestrar Patativa como tema, cultura popular como vida no SESC de lá.
Para educados e educandos, recebidos e bem recebidos fomos por Mariana e Eliana, deusas amabilíssimas.
A Andrea adorou.
E eu também.
Gostei de ver o Pão de Açúcar pelas costas e do mar de Niterói batendo nos nossos pés. Beleza, eu moraria lá. No mar.
Mas eu tava falando mesmo era do Jarbas. Mariz.
Braço direito querido, braço esquerdo pensante do baiano Tom Zé. E ele, Jarbas, me pediu letra para uma música.
Como negar?
Lá vai um sambinha-embolada do jeito-jeitinho que tem de se gostar:

O PAÍS DO FUTEBOL
Jarbas Mariz/Assis Ângelo

Você vai ver
Você vai vibrar
Com o Brasil em campo
Jogando pra ganhar

Agora nessa Copa
E depois em 14 e 16
Vamos botar pra quebrar
Fazendo o que ninguém fez

É 10!
É 14!
É 16!
É o Brasil fazendo
O que nunca fez

Brasil!
Brasil!
Brasil!

Já tivemos Friedenreich
Leônidas, Rivelino e Tostão
Pelé e Mané Garrincha
Brito, Piazza e Falcão

E mais a gente teve:
Zagallo, Zito e Vavá
Didi, Gérson e Jair
Agora Fabiano e Kaká

E mais e muito mais:
Alex, Ramires e André
Robinho, Lúcio e Nilmar
Luís, Victor e Josué

E mais e mais e mais...

Para essa nova Copa
Talento não vai faltar
Isso você vai ver
Nisso pode apostar

- Hexa! Hexa! Hexa! (grito de guerra)

A disputa na África
É a prova dos nove
Com os 11 no campo
Toda parada resolve

Campeão de 58
Bi de 62, tri, tetra e penta,
Quem sabe agora hexa
Isso tudo você aguenta?

Brasil!
Brasil!
Brasil!

Copa e olimpíada
É grande a emoção
Torça muito e brinque
Segurando o coração

Você vai ver
Você meu irmão
Um novo Brasil
Com taça na mão.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

CORINTHIANS, LULA E PATATIVA DO ASSARÉ

Como vezes acontece, ontem quase fim de noite a querida Inezita Barroso, o vozeirão de tantas canções, e emoções, telefona para contar novas. Diz que à tarde esteve tomando uns uísques e almoçando com veteranos do Corinthians, na sede da Gaviões da Fiel, no Bom Retiro, bairro onde em 1910 foi fundado por cinco operários o Timão das grandes torcidas. Melhor: da maior torcida de futebol do País, como todo mundo sabe.
Mas por que Inezita foi almoçar na sede da Gaviões?
Ora, porque é corinthiana desde menininha. Chegou até a gravar música em homenagem ao time do seu coração: Corinthians meu amor, de Idibal Piveta, advogado de presos políticos que no campo das artes ainda aparece como César Vieira, criador do grupo de teatro União e Olho Vivo; e Laura Maria.
E o livro, Inezita?
Diz que não sabe. O que sabe é o que eu também sei: que Arley Pereira, que partiu sem aviso prévio rumo à Eternidade, escreveu um livro a seu respeito, com prefácio meu, e que deveria ser publicado pela Editora 34. Mas o livro até hoje, não saiu e não sabe se sairá ou não.
Que coisa!
E que mais?
Diz que achou uma besteirada o chororô de alegria em que caiu boa parte do povo brasileiro aos saber que o Rio de Janeiro foi escolhido como sede das Olimpíadas de 2006. E eu?
Bom, eu achei legal.
Um prêmio para o Brasil e demais países de nuestra America.
Aliás, o mesmo achou o amigo Peter Alouche na mesa de restaurante em que tracei, ontem, um bacalhau e tomei umas também, que não sou de ferro. Ele disse: “Eu estava no Paraná, num congresso, quando o ambiente explodiu de alegria com o anúncio feito pelo Comitê Olímpico Internacional, COI, em Copenhague, Dinamarca. E chorei de emoção”.
Chorar, eu não chorei; mas, repito: achei legal.
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O cineasta Luiz Carlos Barreto, o Barretão, disse ontem à Folha que espera um público de 20 milhões para o filme Lula, o Filho do Brasil, do qual é consultor. Disse também que espera ganhar muito dinheiro com a fita dirigida pelo filho, Fábio. Mais: que o filme, com lançamento previsto para 1º de janeiro próximo, não tem nenhum vínculo político; que votou no Serra e que está se “lixando para a eleição, de dona Dilma ou de quem quer que seja”.
A ordem é faturar.
Mas fico pensando, cá com meus botões: não seria melhor e mais honesto fabricar e vender sabão?
Aliás, uma lembrança: durante a pré-produção do filme, o telefone tocou e Paulo Vanzolini atendeu. Do outro lado do fio, alguém que se identificou como Barreto pedindo a autorização do samba Volta por Cima, para a trilha do referido filme. Pela autorização, o autor, Paulo, receberia R$ 5 mil. Educadamente, “mandei o cara plantar coquinhos”.
Fica o registro.
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Embarco daqui a pouco a Niterói. Vou palestrar sobre Patativa do Assaré e lançar o CD O Poeta e o Jornalista, no SESC de lá. Vejam a programação pelo site www.sescrio.org.br

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O ESPECIAL LUIZ VIEIRA, NA CULTURA DIA 6

Tenho recebido muitos emails, perguntando por que não escrevo todo dia.
O Luiz Paulino, por exemplo, manda: “Vamos atualizar o blog, afinal desde sexta-feira que não entra nada de novo. Eu sou um dos milhões de assíduos internautas que diariamente pedem a sua bênção, clicando lá (no blog)”.
Na verdade eu quero, mas não está muito fácil encontrar tempo para postar texto todo dia, pois ando terminando novo livro, viajando para palestras etc.
Agora mesmo acabo de voltar de São José dos Campos.
Conto depois.
Amanhã, antes de um encontro na Casa de Cultura da Freguesia do Ó, dirigida pelo multiinstrumentista Jarbas Mariz, digo umas coisas (já gravadas) sobre cultura popular, política e pré-sal, na rádio Trianon. Domingo, na Rádio Cultura, falo sobre o grupo Demônios da Garoa em série de Luiz Giron baseada no livro que acabo de publicar via Grupo Trends Tecnologia, do empresário Assis Benites: Pascalingundum! Os Eternos Demônios da Garoa.
Aliás, vocês que me lêem, já o leram?
Segunda, antes de embarcar para uma palestra no SESC Niterói, no Rio, onde falarei sobre a importância de Patativa do Assaré no campo da poesia, estarei na telinha via Net e TVA.
E assim vamos.
Da jornalista Deborah Morabia, recebo release no qual se lê: “INÉDITO – TERÇA, DIA 6À 0h10 – MOSAICOS – A ARTE DE LUIZ VIEIRA – O programa Mosaicos presta homenagem ao cantor e compositor Luiz Vieira, com apresentações exclusivas de Trio Virgulino, Arirê e Ana Salvagni, além de depoimentos e interpretações de Pery Ribeiro e Carlos José. O documentário musical também revê a trajetória do artista por meio de imagens do acervo da TV Cultura, com participações de Luiz Vieira nos programas Bem Brasil (1992), Ensaio (1991), MPB Especial (1975), dentre outros. No repertório, sucessos como Estrela Miúda e Na Asa do Vento (Luiz Vieira e João do Vale); Largo do Cafunçu e Coreana (Luiz Vieira e Ubirajara dos Santos); e Guarania da Saudade (Luiz Vieira). A direção é de Nico Prado e a narração de Rolando Boldrin. Classificação indicativa: livre”.
Ótimo, pois sempre é tempo de lembrar Luiz Vieira, de batismo Luiz Rattes Vieira Filho, cantor, compositor, ator, o bute! Até tropeiro, lavrador, engraxate e pescador de siri o danado foi. E guia de cego também, com direito a almoço no lendário Hotel Glória, no Rio de Janeiro; ao lado do diabo cego, é claro.
Nascido na chamada capital do agreste pernambucano, Caruaru, no Dia da Criança há 81 anos, Luiz Vieira fez história.
Fez e continua fazendo, inclusive jús ao dia em que nasceu.
Compôs e cantou, e canta ainda muito bem.
Aos oito anos, no Rio para onde se mudou com os pais dona Anita e seu Luiz, pôs melodia nuns versos que não eram seus, mas de um professor de nome Ulisses. Estes:

O vento tem carta branca
Ele faz tudo que quer.
O vento gosta de saia
Persegue toda mulher.

Faz tempestade e faz graça.
Em tudo mete o nariz,
Em toda parte se acha,
É prazenteiro e feliz

Sentindo falta de algo mais para completar a canção, ele inventou esta quadra com rima entre o 1º e o 3º versos:

Outro dia eu vi o vento
Ventando lá na avenida,
Entrando no apartamento,
Procurando uma menina.

Há anos Luiz Vieira apresenta todos os dias o programa Minha Terra, Nossa Gente, pela Rádio Carioca (AM 1400 kHz), no qual fala de gente do seu (e do nosso) tempo, com a simplicidade dos mestres.
Luiz é autor de clássicos, entre os quais O Menino de Braçanã, em parceria com Arnaldo Passos (1954) e Prelúdio pra Ninar Gente Grande, mais conhecido como Menino Passarinho (1962), com gravações até no Exterior.
Ele estreou no disco em julho de 1951, ao gravar, de sua autoria, Baião da Vila Bela e Coreana, no dia 10 de maio desse ano.
O Baião de Vila Bela é uma pérola.
Seus três primeiros discos traziam só baiões e o nome de um amigo que sua generosidade escolheu como parceiro, sem numa nota ou verso ter contribuído: Ubirajara dos Santos.
Além de compositor etc., Luiz Vieira é também um grande declamador.
Procurem e ouçam Se eu Pudesse Falar, poema lançado em 78 RPM em maio de 1953, pelo extinto selo Todamérica. Vale a pena procurar.
O selo Revivendo Músicas, do amigo pernambucano Leon Barg, é um caminho. No mais, quem procura, acha.
Bom, nos agendemos para assistir o Mosaicos especial da TV Cultura, à boca da madrugada de 6 próximo.
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Aproveito para agradecer os votos de vida longa enviados por amigos e leitores deste blog, entre os quais Laudecy Ferreira, Aparecida Ceciliano, Darlan Ferreira, Alcides Campos, Jarbas Mariz, Telma Nakano, Rozangela Inojosa, Roniwalter Jatobá, que me fez beber cachaça; Peter Alouche, que quer me dar um porre de uísque; cantador Sebastião Marinho, que quer cantar para mim; as cantoras Célia & Celma, que escreveram: “Dia de aniversário não é apenas para desejar felicidades para o tempo que virá, mas, também, para comemorar as conquistas do ano que passou. E nisso você é campeão! Que tenha sempre saúde para novas vitórias”.
Que posso dizer emocionado ainda como estou?
Obrigado a todos, de coração.
E arriba, e rumo aos 58!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

JATOBÁ, PARA CRIANÇAS DE TODOS OS TEMPOS

Adorei.
Há tempo eu não lia um livro infanto-juvenil, isto é, dirigido ao público infanto-juvenil, tão bonito quanto esse “Viagem ao Outro Lado do Mundo”, chancelado pela Editora Positivo e de autoria do mineiro de Campanário nascido em 49 Roniwalter Jatobá, também autor de livros importantes para a bibliografia brasileira, como A Crise do Regime Militar (Ática; 1997), O Jovem Luiz Gonzaga (Nova Alexandria; 2009) e tantos.
Roniwalter é uma antena aguda e sensibilíssima do Brasil. Sua sensibilidade ajuda a nos mostrar a grandeza deste País, seja através de seus contos desenvolvidos quase sempre com base no Real, seja através das histórias que busca sob o tapete da poeira do tempo a realidade do Brasil.
No que faz, Roniwalter é dos poucos.
Ele sabe o que diz.
E por saber o que diz Roniwalter conta nesse novo livro uma história simples para um público simples e em formação.
O autor fala de São Paulo, a cidade.
O autor, madeira de lei, fala do Metrô da cidade de São Paulo, do seu ruge-ruge e do ruge-ruge da cidade grande, e não de uma cidade grande qualquer, mas da 5ª maior cidade do mundo, que é São Paulo.
“Viagem ao Outro Lado do Mundo” se desenvolve de maneira tão natural; tão natural que fica, no correr da leitura, difícil até de acreditar que uma história tão banal, comum, tenha sido escrita por um autor do tamanho de Roniwalter.
Humilde, o grande escritor Roniwalter Jatobá desce do pedestal para contar o caso de um menino que é premiado pelo pai para conhecer São Paulo.
O menino dorme pouco, esperando o dia chegar.
A mãe prepara os detalhes, roupas etc.
E o menino se perde, quando chega a Sampa.
E se perde logo no Metrô, que hoje transporta 3,5 milhões de pessoas e muito mais de pensamentos, sonhos e dramas.
Como é bonito o novo livro de Roniwalter!
O autor mostra a solidariedade dos meninos de rua...
Chega!
Não vou falar mais.
Saiam correndo, vão comprar ”Viagem ao Outro Lado do Mundo”.
Presenteiem-no.
Vale a pena.
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Roniwalter é autor de um belo livro, entre vários que escreveu: "O Jovem Luiz Gonzaga". Pois bem, nos próximos textos estarei falando sobre três CDs que acabo de receber: Ed Carlos Canta Luiz Gonzaga, Luiz Gonzaga não Morreue Com a Sanfona Agarrada no Peito (Forroboxote 8), de Xico Bezerra.
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O ex-ministro não sei de quê Ciro Gomes, que detesta repórteres e imprensa, diz que Zé Serra é mais feio na alma etc. Putaquepariu! Assim não dá! Vamos ver o apito da Marina, porque o do Lulalá... Sei não.
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A Petrobras anuncia indícios de petrólçeo no pré-sal da Bahia. Essa história de pré-sal lembra o ditado: tão contando com o ovo no cu da galinha, e faturando... Aliás, sobre esse assunto falo em programa especial que vai ao ar segunda 28 pela NET e TV-A, e também pela rádio Trianon. Pois é: tá mais do que na hora de a sociedade brasileira discutir esse assunto.
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E essa história do Zelaya, hein? Acho que o Brasil está exagerando. O Brasil está indo pra uma direita indefinida, se me entendem...

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

O COMÉRCIO DA VIOLÊNCIA

Os programas de televisão de coloração assustadora, inspirados no velho e sangrento Notícias Populares palistano dos anos 70/80, como o diário do começo da noite da Band e o seu similar de final de tarde da Record, e também um pouco o SPTV 2ª edição da Plim, Plim no ar no dia-a-dia à boca da noite pra quem quiser curtir, e outros mais que fazem da violência e morte cotidianas a vida deles próprios, têm me deixado pasmo, perplexo, dando a entender pelo medo que a vida dentro de casa é melhor do que a vida fora de casa. Noutras: que o cidadão de paz e ficha limpa no cartório anda preso no seu lar, enquanto o "outro" anda à solta cometendo horrores absurdos.
Poxa! Isso não é bom.
Precisamos é praticar mais e mais o salutar exercísio do ir e vir assegurado na Constituição Federal, Título II, Capítulo I, Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos, Art. 5º, no qual é dito que somos "Todos iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza" etc.
Um amigo e conterrâneo de nome Geraldo me disse há uns trinta anos, em tom de alerta, que iríamos um dia chegar a esse ponto louco, o da desigualdade e do medo coletivos provocados pelo desrespeito e pela violência insana; essa, por si só, um produto de comércio muito valorizado no mundo cão, que é logo ali na esquina...
Resumo: violência gera violência, como sambemos, e como produto de troca e venda a alguém sempre interessa e beneficia.
Mas eu continuo chegando e saindo, até porque não rezo pela cartilha do isolamento social.
Não sou um Trevisan, não sou um Salinger.
Prefiro falar com as pessoas, tocá-las, rir, bricar, sair por aí.
Enfim, prefiro o risco de viver perigosamnte, como dizia Guimarães pela boca de Riobaldo.
Somos sertões em multidão, nordestes em cada peito.
Aliás terça anteontem 22 estive em São José dos Campos, interior paulista, 30ª cidade em grandeza do País, palestrando sobre o Nordeste em Sampa.
Foi legal.
Fui recebido por gente bonita, como Osvaldo, Cida, Fernando e Reginaldo Poeta Gomes paraibano como eu, que está lançando O Encontro Mágico do Pólen, livro que se ler num pulo. À página 71: "Portas/Janelas/Telhas./A vida é uma casa mobiliada/de dessvisos e incertezas".
Pois bem, faço esse arrodeio todo pra falar de uma mãe desesperada pelos atos de um filho de 14 anos. A mulher gritava, chorava enquanto mostrava a mão calejada ao delegado como prova de que era uma pessoa direita, trabalhadora e que tudo o que o filho pedia, ela dava com o maior gosto e carinho.
Até o que não podia dar, ela dava. O par de tênis importado que o danado do filho carregava nos pés, por exemplo. E aí a tristeza gigante: o moleque foi pego assaltando gente na rua, ao lado de más companhias...
Confesso, a cena me trouxe um nó na garganta que ainda insiste ficar.
Deus do céu, isso é o que deve ser o fim do mundo!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

RELEMBRANÇAS CORINTHIANAS: AGORA, 1 X 4

Eh, Coringão!
Tristeza.
1 a 4 a favor do adversário raçudo que se mostrou ontem no Pacaembu o Goiás, de Hélio dos Anjos.
Ouvi pela Pan, e também os comentários sucintos do amigo Fábio Sormani.
É de tirar o chapéu, sim, para o time do Cerrado que jogou bonito enfiando gols no espaço bobo do goleiro Felipe, diante de trinta mil e poucos espectadores.
E essa foi a primeira vez que o Timão levou de quatro – de quatro! – desde que Mano Menezes assumiu o comando, em janeiro de 2008, não foi David?
E não é pra qualquer um adversário. O Celsinho Sávio que o diga. O Zanfra, também.
Dramático o primeiro tempo. O segundo também, todo no tático 3-5-2.
Tímido, bobagem enorme. Erro.
Os adversários Iarley e Fernandão dominaram o jogo, e não era pra menos.
Poxa! E eu gosto tanto do Coringão, campeão mundial, tetra campeão brasileiro, tricampeão Copa Brasil e da supercopa do Brasil...
Já fui (hoje, não) ao Pacaembu e ao Morumbi gritar por ele, berrar por ele.
Em 1977, por exemplo, dia 13 de outubro – não dá pra esquecer –, eu estava lá, no Morumbi ao lado do amigo Antônio Carlos Fon e outros, torcendo a favor dele e contra a Ponte Preta.
Vinte e dois anos, oito meses e seis dias haviam se passado sem que o Timão abraçasse a taça de campeão paulista.
E naquele dia precisávamos apenas de um empate.
Zero a zero, no primeiro tempo.
A ansiedade tomando conta de todos.
Jogo retrancado, de ambos os lados.
O estádio lotado.
A surpresa ficando para o final.
O nervosismo aumentando.
Aos 36 do segundo tempo, pelo pé direito do meia Basílio, e depois de um rebote de Zé Maria na trave, veio o gol redentor.
Torcida em delírio.
O técnico era Brandão naquele 77, grande Brandão!
O presidente Vicente Matheus, de tantas boas clássicas. Umas:
- Sei não. Hoje acordei com esse tersol no olho.
- O jogo só acaba quando termina.
- O difícil, como todos sabem, não é fácil.
- O Sócrates é invendível, incomprável e imprestável.
Sócrates camisa 8 foi reforço contratado logo depois da grande vitória, em fevereiro de 78.
Poxa, as lembranças vêm à tona; de repente e à toa.
Por esses tempos eu tomava umas por aí.
No parque São Jorge, às vezes, com o Dr. Sócrates.
A foto acima lembra o tempo.
Cervejinha à mesa...
E na transmissão de Osmar Santos a pérola, ainda em 77: “Doce mistério da vida”, referindo-se, claro, ao Timão e ao belo resultado alcançado na ocasião.
Mas os tempos são outros.
Ontem, após o jogo, Ronaldo entrevistado pelo repórter da Pan à beira do campo disse o óbvio, com relação ao Goiás: "O time dominou em todos os aspectos".
E uma bobagem disse também: "Nosso objetivo já foi cumprido este ano".
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E as figurinhas que aparecem no retrato do texto anterior, quem são?
Desistiram? O Coringão é time que não desiste. Isso vale como dica ou espelho.
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PLOCAS & BOAS
- Gostei de ver o ex-promotor público do Trabalho do Paraná, Dr. Ricardo Tadeu da Fonseca, ser empossado pelo presidente da República, Lula, como o primeiro Juiz de Direito cego do Brasil, que passa agora a ocupar o cargo de desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região.
Como diria um amigo meu, Peter Alouche: nota 1 milhão!
- Você sabia que somamos cerca de 80% de deficientes visuais no País?
- A Folha deu manchete de página, ontem: “Viciados em jogos temem reabertura de casas de bingo”. Subtítulo: “Jogadores prevêem problemas familiares, caso Congresso legalize a atividade”. Pena, mas vai legalizar, porque o lobby é grande.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

E AS FIGURINHAS AÍ, QUEM SÃO?

Valendo a idéia do músico Júbilo Jacobino: quem acertar na identificação das figurinhas que aparecem na foto aí, ganha um kit litero-musical assinado por este aprendiz de bloguero, formado por um CD e dois livros.
Ah! Esqueci de informar ontem: hoje às 20 foi ao ar a primeira edição de uma série de três matérias sobre a trajetória do grupo musical Demônios da Garoa no programa A Voz Popular, do editor de cultura da revista Época Antônio Giron, na Rádio Cultura Cultura AM 1200 kHz de São Paulo. Será reprisada às 7 de domingo que vem, no mesmo dial.
Claro, recomendo.
Sobre o blog de ontem não custa lembrar a recomendação, por ser bom demais: o documentário Muito Além do Cidadão Kane que oi feito para a BBC de Londres em 1993, proibido no Brasil e cujos direitos a Record acaba de adquirir.
O locutor em off conta que Fernandinho Collor de Melo foi invenção da Plim, plim, e que suas primeiras aparições na telinha ocorreram no programa do velho guerreiro, Chacrinha.
E tem Lula, tem Falcão...
Até agora a Globo não se manifestou a respeito da compra ou não da não compra das redes Bandeirantes e Record...
Hummmmm...
Hoje começou a valer a ordem para que bananas sejam vendidas nas feiras-livres por quilo. Putz! Com tanta coisa importante para fazer, vem um deputadinho que não sei quem proibindo que seja vendida banana a granel, quando uma dúzia passava de doze e meia dúzia, de seis...
Fui!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

GLOBO COMPROU BANDEIRANTES E RECORD?

Muita bomba foi pro ar acionada por repórteres e apresentadores nesses 40 anos de existência do Jornal Nacional, da Plim, plim, completados no último 1º deste mês.
Num tempo não muito distante, quase todo o Brasil parava às 20 para ver e ouvir o que sucedia à nossa volta, da mesma forma que parava para ver a novela Selva de Pedra. Só que o que sucedia à nossa volta era real e o que se via na telinha global era meio irreal, como até hoje é, aliás.
Politicamente, portanto, incorreto
Mas sabemos que a Globo é governista, quem não sabe?
E sempre!
É filosofia do dono que parte, mas fica. Se me entendem...
Poxa! E eu trabalhei lá, na Plim, plim, onde tenho até hoje amigos.
Com o William Bonner e outros companheiros da época íamos, depois de apresentado o Jornal da Globo – que eu ajudava a produzir, pois era meu trabalho –, jantar no Metrópoles, restaurante com pista de dança localizado ali no fim da Paulista.
Delícia!
Eu jantava e bebia uns gorós e ia dançar com quem fosse.
Gostava disso, pois relaxava. Ficava bem pra pegar melhor o batente no dia seguinte.
O Bonner foi sempre certinho, digo. Não ia à pista, preferia ficar à mesa papeando com a Marilena Chauí. Era melhor, acho.
Bom, há pouco navegando pelas entranhas do Youtube encontrei um documentário que há tempo quis ver: Muito Além do Cidadão Kane, documentário de 105 minutos, que passam rápidos, dirigido por Simon Harton para a BBC de Londres em 1993 e que a Record acaba de comprar por 20 mil dólares. É baseado na carreira do bam-bam-bam das comunicações norte-americanas Randolph Hearst, lembram?
É interessantíssimo.
Recomendo.
Há ótimos e esclarecedores depoimentos de colegas jornalistas como o bom Gabriel Priolli – hoje na TV Cultura, ao lado do querido Markum –, e de artistas como o craque Chico, que diz ser a Globo “mais realista do que o rei”. E de publicitários famosos como Washington Olivetto: "Muitas e muitas vezes nossa publicidade chega a ser melhor do que o nosso País". Phtgfbnnt! E também há, nesse documentário, depoimentos de tristes figuras dos tempos da repressão, como Armando Falcão.
Falcão, aquele que sempre tinha na ponta da língua a frase feita “nada a declarar”, proferida quando lhe perguntávamos algo a ver com a área da Justiça, da qual era ministro, baba nesse documento fronhas em louvor ao Hearts tupiniquim, seu chefe eterno e igualmente falecido, Roberto Marinho.
O Lula também aparece no documentário de Harton, espinafrando a sua casa de hoje, a Globo. Ora...
Pois bem, e como Pelé, o Lula de 93 já falava na terceira pessoa: “O Lula...”. Lá pras tantas, o Lula lembra, puto, que a Globo ouvia os dois lados nas reportagens que fazia: o do empregado e o do patrão, mas só a fala do patrão ia ao ar.
Muito Além do Cidadão Kane é muito bom.
Confiram.
Ah! Hoje no Jornal Nacional foram citadas com naturalidade as televisões Bandeirantes e Record. O pretexto foram ferimentos sofridos por repórteres dessas empresas cometidos por marginais do Rio de Janeiro, em tiroteio com policiais. Mortos, quatro.
Sei não, e por não saber pergunto: a Globo comprou as referidas TVs?
E os personagens da foto acima, quem são?
Uma dica: o da ponta da mesa sou eu, em 30 de março de 1988.
O local é uma das dependências do prédio onde está instalado hoje o jornal O Estado de S.Paulo

CONTINUAM QUERENDO NOS FERRAR

De repente, não mais do que de repente como diria o poeta, o Senado aprova liberdade de expressão via web.
Foi ontem.
Anteontem, mais de um terço era contra.
Dá pra entender?
São uns fela ou não são uns fela?
Essa raça brinca conosco, com o cidadão, com os eleitores, com o Brasil.
Dói, sim.
Mas não é pra menos, pois os exemplos de desgraceira que o Senado tem nos mostrado ao longo do tempo e da sua história não são poucos.
Na verdade são uma tristeza o Senado, a Câmara, e a Presidência do Brasil.
Pqp!
E ainda queriam os caras que vivem do bem-bom cercear o livre-pensar via web...
Epa!
Mas ainda não foi liberado o livre-pensar-falar pela web, notou?
Alguns jornais de hoje deverão falar a respeito. Tomara, senão falarei eu depois.
................
O pasquineco oficial do Brasil Plim plim oficializou ontem que o Meirelles, poderoso do BC, estava insatisfeito com seus parceiros (banqueiros) estrangeiros. e usou, curiosamente, expressões do ramo próprio da Medicina. Disse que para frear um colapso é preciso usar de frieza na hora certa etc.
Hein?
Logo depois entrou o Dr. Lula falando de febre etc.
Caceta!
Uma vez mestre Câmara Cascudo, o Homem, sim, me disse na sua casa ser os brasileiros todos médicos, pois receitam tudo.
Tem dor de dente, use tal remédio.
Dor de cabeça, espinhela caída, bicho de pé, ora...?
Outra vez dediquei um opúsculo de minha autoria, A Presença do Futebol na Música Popular Brasileira, “aos 170 milhões de técnicos (...) inclusive a Felipão, por sua paciência, experiência, raça, teimosia e vontade, muita vontade de vencer a mediocridade reinante no mundo animal que fala, gesticula, nada diz e nada fala”.
Pois é, você aí entendeu?
Somos todos especialistas na cura de tudo, menos na cura dos nossos males reais, que são os que nos representam nas diversas esferas políticas.
E tem a febre suína, que ninguém fala mais: chegou de repente e de repente sumiu, que nem os parcos salários do trabalhador anônimo.
Fui!
Ah! Adivinhem quem está na foto que ilsutra o blog. Não, assim não vale. Tem que ser um por um.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O METRÔ DE SÃO PAULO, 35 ANOS

A Companhia do Metropolitano de São Paulo, Metrô, foi fundada no conturbado 68, ano em que o mundo todo pegava fogo e explodia em manifestações diversas, com prisões, tiros, mortes e o diabo a quatro. O primeiro trecho, de sete quilômetros, passou a funcionar na manhã de 14 de setembro de 1974, entre as estações Jabaquara e Vila Mariana. Naquele tempo, eu ainda não habitava a cidade. Isso aconteceria somente em 76. Doze anos depois, e depois de passar pela Folha de S.Paulo como repórter e chefiar a reportagem da Editoria de Política do jornal O Estado de S.Paulo, eu dedicaria onze anos seguidos da minha vida à Companhia, cuidando do seu Departamento de Imprensa. Boas lembranças... O Metrô continua sendo o orgulho do sistema de transporte público para paulistas, paulistanos e todo mundo que o usa. Deve-se dizer, porém – e isso nunca é dito –, que a mão-de-obra nordestina foi fundamental para o Metrô de São Paulo ser o que é hoje. E também a cidade, fundada pelo jesuíta espanhol José de Anchieta. Não é à toa que a capital paulista acolhe mais de 2 milhões de nordestinos. Sobre esse assunto farei palestra no próximo dia 22 numa unidade do SESC, em São José dos Campos. ......................... O que se passa com a cabruêra de terno e gravata do cerrado, hein, que tem à frente dos seus e nossos destinos a lamentável figura do rei do Maranhão como cacique mor? Agora o alvo dessa raça duvidosa é a web. Dos 81 cabras que representam os brasileiros, ai, ai, ai, pouco mais de um terço até ontem se mostrava favorável a derrubada de artigo que restringe a livre expressão nas páginas da Internet a partir de 2010, ano de novas eleições. São uns 40 os países que são contra a liberdade de pessoas dizerem o que pensam, entre os quais Arábia Saudita, Mianmar, China, Coréia do Norte, Cuba, Egito, Irã, Uzbequistão, Síria, Tunísia, Turcomenistão e Vietnã. Agora se dormirmos no ponto, será a vez de o Brasil engrossar a lista. Um dia eles invadem o nosso jardim, roubam nossa flor e não falamos nada... Lembram desses versos? Pois é. Ah! Na foto que ilustra este blog apareço ao lado de um colega de trabalho, Osmar Maeda, numa viisita às obras de construção da estação Trianon/MASP, a cerca de 20 metros do leito da Avenida Paulista. Fica o registro.

domingo, 13 de setembro de 2009

O MUNDO E O NADA NA TV

O mundo capitalista sobrevive pelo pão e pelo circo.
Em nome do povo tudo se faz. E de Deus também.
As religiões, as seitas espalhadas por aí mostram isso.
São inúmeras, para todos os gostos.
Na telinha da sala desfilam horrores e bobagens de todos os tipos, principalmente aos domingos. Concorrem Faustão, Netinho, Eliana e outros que tais.
Quem mostra mais bobagem?
Quem faz pior?
Pelos programas do Faustão e do Netinho passei hoje ao largo. De carona, vi a loirinha do SBT. Mas pergunto: pra que nos serve saber que 13 ou 14 cordões de elástico, daqueles de amarrar maços de qualquer coisa, sustentam um peso de 80 quilos, hein? E lá estava um sujeito pendurado, dando provas da resistência dos cordões...
Depois entra em cena Cacá não sei quê, ao lado de uma massagista.
Depois um garotão tímido, “virgem” segundo a apresentadora, contracenando com uma... Mulher Melancia, rainha do funk ou sei lá. E aí não deu mais, eu saí da sala envergonhado do que vi.
Poxa! E tanta coisa boa e bonita pra mostrar...
De manhã, antes de passear no Parque Villa-Lobos ao lado de Clarissa, Andrea e os meninos, e de rever o amigo Sinval de Itacarambi Leão, ouvi na Rádio Jovem Pan a transmissão do circuito de Monza. Achei legal, vibrante. Parecia transmsissão de futebol. Claro, claro, bem melhor do que ver e ouvir na telinha as abobrinhas do Bueno. Mesmo! O Barrichello saiu na 5ª posição, subiu logo, logo, pra 4ª e passou pra 2ª. Ao fim, papou o prêmio.
Mas é tudo circo, não é mesmo?
O inho filho do Piquet está aí pra provar.
Ah, não, Deus do céu! Não vou falar sobre isso.
É muita baixaria!

sábado, 12 de setembro de 2009

DIA DE VANDRÉ

O amigo e conterrâneo Geraldo Pedrosa de Araújo Dias, Vandré, completa hoje 74 anos de idade. Nasceu na capital paraibana, numa quinta-feira de chuva. Estudou, fez Direito e virou artista.
Como cantor e compositor, ele gravou e levou à praça apenas cinco LPs, o primeiro em dezembro de 1964 pelo selo Áudio Fidelity, com texto de contracapa assinado por J. L. Ferrete, em cujo primeiro parágrafo se lê:
“Geraldo Vandré já se constitui em figura de grande prestígio no cenário musical do Brasil, malgrado ser apenas um jovem de 28 anos e ter ingressado no profissionalismo há comente 5 anos”.
Mas antes disso, muita água rolou rio abaixo.
Tinha uns 14, 15 anos quando se apresentou pela primeira vez num programa de calouros da Rádio Tabajara, em João Pessoa. E foi reprovado. Depois, a contragosto, foi levado a estudar num colégio interno, o São José, no município pernambucano de Nazaré da Mata, de onde saiu no começo dos anos de 1950 e foi morar no Rio de Janeiro, junto com os pais. Nas horas altas da noite, muitas vezes João Gilberto passava para apanhá-lo em casa e o levava a cantar em boates.
O pai, seu Vandregísilo, não gostava disso.
Quantas histórias!
É conversa a história de a mãe, dona Maria, ter patrocinado uma gravação em cera do filho. Ela o apoiava no propositor de ser artista. Apenas isso. E estava certa, pois Geraldo Vandré se tornou um dos mais importantes artistas da música brasileira. O mundo que o diga.
Ontem ao lhe telefonar para parabenizá-lo pelo aniversário, eu o senti de bem com a vida, apenas uma reclamaçãozinha fez: não lhe pagam o que lhe devem no campo do direito autoral. E olha que houve um tempo que ganhava mais do que Roberto Carlos. Seus contratos eram milionários.
Viva Geraldo Pedrosa de Araújo Dias!
Viva Geraldo Vandré!
A foto que ilustra este blog foi feita no camarim do Palace, cá em Sampa, quando levei o autor de Pra não Dizer que não Falei de Flores para assistir a um espetáculo do também conterrâneo Zé Ramalho em 2000, ano em que foi lançado o CD duplo Nação Nordestina, com texto escrito por mim.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

CALDEIRÃO CAI, COM BOMBAS E BALAS

O dia 10 de setembro de 1936 terminou com um pedaço de chão do Cariri cearense encharcado do sangue de mil mortos.
A violência partiu do céu, com avião do Exército soltando bombas e balas pela primeira vez sobre a cabeça de compatrícios inocentes: crianças, mulheres e homens que só queriam viver na santa paz de Deus.
Por terra, o ataque também foi intenso.
As vítimas tombaram sem reação, surpreendidas pelo ataque covarde dos homens que por princípio deveriam zelar pela lei e pela ordem.
Mas não, um horror!
Os casebres pegando fogo.
Um pandemônio.
Só escapou quem a sorte quis.
Aos mortos, coitados, coube cova coletiva feita em local até hoje não identificado.
O cenário dantesco pouco se diferenciava do que se viu em Canudos de Conselheiro, no sertão da Bahia, nos fins dos 800.
Lá não havia avião de guerra, porque ainda avião não havia.
O Caldeirão da Santa Cruz do Deserto – um sítio fincado em solo do Deus-dará – tinha uma área de 500 a 700 hectares, cedidos pelo padre Cícero do Juazeiro ao beato Zé Lourenço, chamado pelos representantes das forças repressoras de “fanático tresloucado” e “marxista prático”, tal como o Conselheiro.
Situava-se o Caldeirão ao pé da serra do Araripe, a 20 km do Crato e a 540 km de Fortaleza.
Pouco mais de 1500 pessoas o habitavam.
A classe dominante temia seu líder, o paraibano analfabeto Zé Lourenço.
Por isso, Caldeirão caiu.
Como Canudos.
E nem uma nota nos jornais saiu falando do cometimento dessa injustiça.
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Amanhã 11 de setembro, ops! é sexta.
Às 21 horas, à Avenida Paulista, 119, a Cia. do Tijolo volta a apresentar o belo espetáculo Concerto de Ispinho e Fulô. Ao contar histórias do sertão e sertanejos, com base na obra do poeta-agricultor Patativa do Assaré, o grupo faz referência ao massacre de Caldeirão.
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O cienasta Rosemberg Cariri, sensível, competente e prático, tem um documentário que recomendo assistir: "O Caldeirão da Santa Cruz do Deserto". É de 1986.
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O imperador do Maranhão está pedindo liberdade total na Internet. Justifica dizendo que "é impossível fazer qualquer controle na rede".
Pôxa, ele acaba de descobrir a roda. Agora só falta pôr um ovo em pé.
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O pré-sal já está dando lucro. Pro Lula.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

BRASIL BRASILEIRO DE ISPINHO E FULÔ

O nosso país de dimensões continentais, novo ainda para o mundo, é, sim, injusto com seus filhos.
Quanta gente incrível chega e parte no anonimato, embora muitas vezes seja dotada de inteligência e sensibilidade invulgares?
Quantos de nós sabemos, por exemplo, ou lembramos quem foi Paula Nei, Álvaro Martins, Joaquim Serra, Raul Machado, Domingos Margarinos de Sousa Leão, Cristóvão Barreto, Rodolfo Teófilo e Ferreira Itajubá, que escreveu uma quadrinha que diz assim:

Quem canta alivia as apenas
Ah! Se eu pudesse cantar
Como canta o verdelinho
Nas ribanceiras do mar!

Eram poetas nordestinos esses todos, nascidos nos séculos XIX e XX, que ousei, após seleção rigorosa de poemas deles, gravar num CD ano passado com tiragem de 1000 cópias, que ninguém deu bola, que ninguém disse nada.
E Renato Caldas, quem foi?
Dica: nasceu na terra de Itajubá e Auta de Sousa.
Quem foi Auta de Sousa?
De outra terra, mas do nosso mesmo Brasil, foi também Alberto Nepomuceno.
O amigo aí saberia dizer quem foi e o que fez na vida Alberto Nepomuceno?
Certa vez lá em casa, Belchior me desafiou: por que você não escreve um livro sobre Alberto?
Estou devendo...
Ah! Claro, políticos-poetas e contistas que assinavam como Barão do Rio Branco e Rui Barbosa muitos conhecem, mas de onde eles eram?
Rui era baiano, tudo bem, todos sabem. E o barão, e o que fez ele de tão importante para o Brasil?
Leonardo Mota, que sabe quem foi?
E Gustavo Barroso, Afrânio Peixoto, C. Nery Camello?
Camello descobriu um cara no mundo da poesia, chamado Zé da Luz? Já ouviu falar? Zé:

Campina Grande! Campina!
Sois a cidade aloprada,
Sois a cidade-sustança!
Reúna dez cidadesinha
Que tu Campina, sozinha
Pesa mais numa balança.

E Abílio Victor, Inaço da Catinguera, Joaquim Mello, Chico Nunes das Alagoas?
No livro O Poeta do Povo, Vida e Obra de Patativa do Assaré, à página 45, eu falo de poetas esquecidos, inclusive de Juvenal Galeno mais antigo, e mais novo Chico Pedrosa que ninguém dá bola.
Com relação a Chico, o Lirinha andou declamando e até gravando umas coisas.
De Luiz Campos e Alberto Porfírio, ninguém fala.
Pois, é.
No nosso país poeta vivo vale pouco; morto, nada.
Poxa! E eu ia falar do Francisco Araújo, um violonista do tamanho do mundo.
Ia falar também de Elifas Andreato, um cara que no mundo não tem outro...
Ia voltar a falar mais um pouco da Cia. do Tijolo e do Concerto de Ispinho e Fulô.

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