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domingo, 22 de abril de 2012

OUTONO ATRASADO

Um mês depois da entrada oficial do outono, só agora, pra valer, essa estação começa a dar a cara.
Primeiro, foi ontem.
Clima ameno, tranquilo, de vento frio e garoa.
Repetido hoje.
Nesse tempo, a gente fica com cara de bobo.
Imangens esquecidas nos tornam à mente.
Lembramos de coisas, de histórias.
Parece que ouço, lá longe, o Alceu cantando o belíssimo poema do seu conterrâneo pernambucano, Pena Filho.
Aquele que fala de chopp, de mesa em bar.
Lá vem o refrão que não saiu da memória, este:

São trinta copos de chopp,
São trinta homens sentados,
Trezentos desejos presos,
Trinta mil sonhos frustrados...

Olhei para o teto, para os lados, desliguei da vitrola Gonzaga cantando Asa Branca, enfiei a roupa no corpo e decidi bater pernas em direção a um shopping.
Eu estava com fome e o lugar estava entupido de gente de todo tipo e idade.
Não gosto de shopping, mas fui.
Antes, a avenida que me levou ao tal, a Angélica, era uma confusão só: totalmente engarrafada, uma chuvinha persistente caindo, o frio pegando e buzinas enlouquecedoras dos automóveis não paravam.
Ensurdecedor.
Começo da tarde.
O taxista me diz o óbvio: é assim mesmo, daqui a pouco não haverá espaço nas ruas pra ninguém; nem para pessoas, nem para carros.
Já não há nem nos fins de semana, retruquei.
Bati num restaurante de nome Japengo ou algo parecido.
A pedida era um rodízio de sabores japoneses.
Imaginem! Um rodízio de comida japonesa.
Onde vamos parar?
O ambiente era pequeno; metido a chic, de uns 100 m², se tanto.
E três televisores pregados na parede, ligados.
Uma tortura.
Os garçons devagar, pra lá e pra cá sem trajes próprios da profissão.
No balcão, os responsáveis pelo preparo das iguarias trabalhando sem luvas...
Agora, pela janela do meu apartamento, veja a noite chegar.
O jornal anuncia Corinthians x Ponte Preta.
Vou assistir e depois findar de ler a história em quadrinhos de mestre Luiz Gê, Av. Paulista.

sábado, 21 de abril de 2012

ARTISTA JORGE MELLO, DE IMPROVISO NO JÔ

Ao contrário do sertanejo Elomar, eternamente recluso nas barrancas do Rio Gavião, na Bahia, e que detesta a Internet, o cantor, compositor, arranjador e maestro Jorge Mello, também cordelista e repentista autodefinido como trovador eletrônico, do Piauí, começa, aos poucos, a se mostrar com categoria no Youtube, postando entrevistas que ao longo do tempo concedeu a diversos apresentadores de TV, entre os quais Rolando Boldrin, Jô Soares, Ney Galvão, Inezita Barroso e até Jair Rodrigues, o mais que perfeito intérprete da moda de viola Disparada, da dupla Théo-Vandré.
A entrevista que ele deu a Jô, eu lembro bem.
Até uma fita VHS com ela, eu tenho guardada.
Ele quem me deu, à época.
Ainda não havia Internet e nem as facilidades e encantos de um toca DVD, pois também não havia DVD.
Quase todas as perguntas do apresentador, Jorge respondeu em versos, como, aliás, também o faria anos depois o poeta cearense Patativa do Assaré.
No caso de Patativa, pra fazer bonito Jô decorou uma estrofe em sextilhas, acho, e daí não saiu.
Foi ótima a performance de Patativa, toda de improviso, como ótima foi a performance de Jorge Mello, ao Jô.
Jorge deu uma aula de conhecimentos, mostrando o que sabia a respeito do repentismo que herdamos dos portugueses, que herdaram dos mouros...
Vale a pena ver. É só clicar:

sexta-feira, 20 de abril de 2012

VIVA O BRASIL, TRISTE BRASIL

Aos olhos do mundo o Brasil vai bem, obrigado.
Nossa economia de mercado livre e exportador ocupa hoje o 6º lugar no ranking entre os melhores países, segundo o FMI; ou o 7º, segundo o Banco Mundial.
Nosso PIB nominal é da ordem de US$ 2,48 trilhões ou R$ 4,14 trilhões.
Não é pouca coisa.
O diacho se acha no campo da educação e da cultura.
No item educação, estamos muito longe de alcançarmos os primeiros lugares no ranking que a mede.
No item cultura, estamos ainda no ponto em ponto morto, ao Deus-dará.
A cultura, pelos chamados caminhos do incentivo, ainda recebe migalhas.
Lamentável, se pensamos que a cultura é o que melhor identifica uma nação.
No item condições de vida, então...
Um em cada grupo de dez pessoas no Brasil vive em péssimas condições, na pobreza máxima.
No total, mais de 16 milhões de brasileiros come no dia a dia o pão que o diabo amassou.
E o que se vê na TV aberta ou a cabo?
Bobagens, bobagens mil.
E ainda vem o cidadão Ratinho falando como falou no seu programa do SBT, noite dessa, que é preciso investir na educação.
Falou o óbvio; e como e onde ele falou isso, soou mais do que falso.
Ratinho, Faustão, Gugu e outros televisivos contribuem enormemente para o emburrecimento do País, ou não?
Por outro lado, a rede pública de televisão da Fundação Padre Anchieta, que deveria primar pela programação que leva ao ar, está, como se vê, em franco processo de sucateamento.
Socorro!
A rádio USP, também pública, ainda apresenta aos ouvintes alguma coisa que presta, embora a sua grade de apresentação sofra a falta de apresentadores.
No fundo, a rádio USP é um grande “vitrolão”, ou seja: grosso modo, toca música sem apresentadores.
Parodiando Lobato, eu diria: Uma nação se forma com educação, cultura e respeito.
E pensar que até a Colômbia já superou o Brasil no propósito de implantar pelo menos uma biblioteca em cada município...
A defasagem brasileira nesse campo é grande, pois nos faltam bibliotecas em pelo menos 400 cidades, das 5.565.
Um governo que não prioriza o seu povo está fadado à globalização, no sentido mais triste do termo, é ou não é?

SESC
Danilo Miranda, diretor regional do SESC, à Folha de S.Paulo quinta passada:
“O Sesc se firmou por ter um foco muito objetivo, de oferecer cultura para todos. E cultura não é só arte, espetáculo e patrimônio. Tem a ver com valores, ética e estética, com a construção de uma sociedade ancorada na educação contínua e permanente”. Aliás, vocês já foram ver a exposição Roteiro Musical da Cidade de São Paulo, instalada no Sesc, sob minha curadoria? Acho que vale a pena. E leve os amigos, parentes e aderentes. Nesse caso os vizinhos, namorados e namoradas, também. Estudantes de idades diversas em caravanas; universitários, doutores, jornalistas, poetas, escritores e artistas têm ido. Vá e depois me conte o que achou.

ECAD
CPI formada pelo Senado para investigar o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição de direitos autorais no campo musical deve apresentar obviedades, como formação de cartel, apropriação indébita e sonegação fiscal. E com os infratores, o que deverá ocorrer?

CPI
O Congresso anuncia a formação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar a lambança do bicheiro Cachoeira, que a Globo chama de empresário. Tapem as narinas, porque a catinga pode se espalhar ainda mais do que já se espalhou. Um chuá de porcarias se avizinha.

LUIZ GONZAGA
Pipocam em todo o País homenagens a Luiz Gonzaga, em nome do seu centenário de nascimento. Muito justo, mas aguardo novidades em torno da obra do criador do baião.

BRASIL
Claro, continuo acreditando piamente que o Brasil viverá bons tempos comigo ainda por cá.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

UMA REVELAÇÃO FAÇO HOJE, COMPARTILHEM

Eu vou revelar uma coisa.
Uma coisa que, de certo modo, passou em branco a mim.
Eu sou displicente.
Uma coisa simples quero dizer, bonita, como são as coisas simples.
Um dia, eu quis gravar algo do Guimarães Rosa, um mestre reinventor da nossa língua como o cantador repentista Zé Limeira.
A primeira página do Grande Sertão: Veredas, eu queria gravar.
Gravei.
De uma tomada só, sem repetição.
Ou eu estava inspirado, que é uma bobagem isso, ou eu estava tomado do Rosa, que para as sensibilidades não é e nunca será novidade.
E aí saiu.
Acho até que ficou bonito o texto que interpretei da primeira página de Grande Sertão.
Uma das minhas filhas, Clarissa, caçula, linda, disse que adorou o que gravei; tanto que prometeu fazer, digamos, uma ilustração para o áudio que ouviu.
Surpresa pra mim: incrível!
E só hoje, imperdoável, eu vi/ouvi o que ela fez.
Confiram clicando abaixo o texto A Seca Volta a Arder no Nordeste.
Uma leitura expressa por João Duarte, filho, em O Sertão e o Centro, de 1939 (Livraria José Olympio
Editora), começa assim:
“O sertão era o Nordeste. Sertão brasileiro que só se entremostrava, antigamente, nas eternas lamentações contra as secas, contra o êxodo eterno dos homens magros, das mulheres esqueléticas, dos meninos famintos, de todas aquelas populações desgraçadas, fazendo fila nas estradas poeirentas, como se fossem uma centopeia humana; o sertão era o Nordeste que somente aparecia no resto do Brasil para fornecer homens para a guerra, para encher efetivos policiais estaduais e de batalhões de marinha, para pedir auxílios que não se davam e que morriam, como o sertanejo, nos exercícios findos dos orçamentos. O sertão era o sol e a falta d´água...”
O Nordeste tem muito mais a dar, mas o rádio e a televisão, os jornais e as revistas de hoje não falam disso.
Por que, hein?
Ficamos por cá.

terça-feira, 17 de abril de 2012

BLOG Nº 500!

Só agora notei que o texto que acabo de postar, abaixo, é o de nº 500.
500!
Dizem que jornalista é o cidadão que acha que sabe de tudo, mas na verdade não sabe de nada.
Isso, aliás, já dizia o anteniense Sócrates, na velha Grécia:
- Sei que nada sei.
Pois bem, mesmo nada sabendo, no correr dos dias tenho postado textos nos quais informo e opino.
Do mal da omissão não morrerei.
O primeiro texto que publiquei neste blog, no dia 1º de abril de 2009, foi sobre Vanja Orico, atriz e cantora de renome internacional, nascida no Rio de Janeiro, onde mora até hoje.
Com ela me apresentei no Sesc Consolação, para uma plateia seleta e atenta.
Depois e depois falei sobre a música de São Paulo, de Paulo Vanzolini, Luiz Gonzaga, Inezita Barroso, Altamiro Carrilho, Oliveira de Panelas, Rolando Boldrin, Vital Farias, Xangai, Elomar, Costa Senna, Celia & Celma, José Antônio Severo, Patativa do Assaré, Roniwalter Jatobá, Lula, Osvaldinho da Cuíca, Lampião, Miguel dos Santos; do choro, do samba etc.
Escrevi comentários sobre artes plásticas, cinema, política, futebol, televisão, romance e romancistas, poesia e poetas, jornalistas e teatrólogos.
De tudo um pouco eu tenho falado.
Do bem e do mau.
Elogiei quando tive de elogiar um livro, um disco, um filme.
E vamos que vamos!
Você já foi visitar a exposição Roteiro Musical da Cidade de São Paulo, no Sesc Santana?
Então, vá.

A SECA VOLTA A ARDER NO NORDESTE

A seca d´água continua vitimando gente e bicho em parte do Nordeste.
Centenas de municípios do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas estão hoje com estados de emergência decretados.
A Bahia é a região mais atingida, junto com o Piauí.
Mais de 4 milhões de pessoas estão sofrendo com essa seca, já vista como uma das maiores do século.
A seca tem provocado também centenas de focos de incêndio Nordeste afora.
Para amenizar o problema, o governo federal tem liberado alguns recursos.
Por que não extinguir o problema?
Só não há solução para a morte...
Do século 19, a maior estiagem ocorreu em 1877.
O Ceará foi o Estado mais atingido.
Pelo menos 500 mil pessoas morreram, na ocasião.
O imperador Dom Pedro chorou pitangas e foi pessoalmente à área da tragédia. Depois do que viu, prometeu vender até “a última joia da Coroa”.
Promessa não cumprida.
E as tragédias se sucederam.
As maiores do século 20 se localizaram também no Nordeste, entre 1934 e 1936; e 1979, que se prolongou até 1981.
Antes, em 1932, houve uma grandona no Ceará que dizimou muita gente.
Essa inspirou o poeta Patativa do Assaré a compor a canção A Morte de Nanã.
Patativa também se inspiraria em 1981, quando compôs Seca D´água, com melodia de Chico Buarque e outros artistas que engrossaram um coral de quase 140 vozes num disco posto no mercado via Caixa Econômica Federal, cuja renda foi toda revertida às vítimas.
Mas o problema continua.
Até quando?
Em abril de 1962, o governo brasileiro conseguiu dos Estados Unidos um empréstimo de US$ 131 milhões para ajudar no combate à seca do Nordeste.
O dinheiro acabou e a seca continua.
Em 1953, Luiz Gonzaga e Zé Dantas compuseram Vozes da Seca, que Gonzaga gravou. A letra diz:

Seu doutô os nordestinos
Têm muita gratidão
Pelo auxílio dos sulistas
Nessa seca do sertão
Mas doutô uma esmola
A um homem qui é são
Ou lhe mata de vergonha
Ou vicia o cidadão...

O tema seca está na música, nas artes plásticas, no cinema, na TV, no teatro, na literatura, em todo canto e lugar.
Zé Lins e Guimarães Rosa deixaram obras-primas.
Clique para ouvir um trecho da obra-prima Grande Sertão: Veredas, que gravei nos estúdios da Rádio Globo, há alguns anos:

domingo, 15 de abril de 2012

E ZIZÃO ESTREIA QUANDO, HEIN?

Foi bonito o jogo Corinthians x Ponte Preta, findo há pouco em Campinas.
Mas poderia ter sido ainda mais bonito, caso Arão não tivesse partido pra cima de Maranhão com a violência que partiu, já no finalzinho do 2º tempo.
Uma pena.
A resposta do árbitro foi imediata e inquestionável: pênalti.
Além do pênalti, cartão amarelo para o agressor.
Justo.
Cajá foi escalado para marcar e marcou, diminuindo um tento a favor da Ponte.
Apesar da feiura da ação de Arão, o resultado coloca o time do Parque São Jorge de volta à posição de 1º lugar com 46 pontos, três a mais do que tem o São Paulo.
Detalhe: a Ponte jogou com a seleção B do Timão, de reservas (Chicão foi exceção), pois os titulares estão sendo poupados por Tite para a Libertadores.
E o chinês Zizão estreia quando, hein?

sábado, 14 de abril de 2012

COM QUANTOS PAUS SE FAZ UMA CANOA, HEIN?

No começo da tarde, fui dar uma volta na Benedito Calixto, em Pinheiros.
Fazia tempo que eu não punha os pés por lá.
Comprei discos na feirinha e depois fui almoçar no Consulado.
Sol quentíssimo, até parecia de verão.
Ou de inverno, sei lá!
O fato é que o sol de hoje não era de outono, era de lascar.
Comi um arrumadinho de carne seca e emborquei duas Germana pixoxotinhas e duas Original de jeito, geladas.
Revi amigos, entre os quais o Guilherme terminando pós na USP, de Economia.
Na mesa ao lado, com uma turma. o Fernando Rocha que um tempo atrás fez uma belíssima matéria comigo cá em casa sobre os festejos juninos para o SPTV, junto com o cinegrafista, e agora também ator premiado, Davi de Almeida.
Sim, hoje estava bonita a tarde na região do Consulado, do mineiro Geraldo Magela.
Até um flautista apareceu tocando, primeiro, o baião Assum Preto, de Gonzaga e Humberto, seguido do chorinho Carinhoso de Pixinguinha e Braguiha e até o samba Trem das Onze, de Adoniran.
Bom, agora vou ler os jornais do dia antes de me redebruçar sobre Augusto dos Anjos, que na minha meninice tanto me infernizou junto com Nietzche e Shopenhauer.
E a pergunta de hoje, é: com quantos paus se faz um canoa?
Antes de responderem, cliquem abaixo uma belo vídeo montado pelo craque Darlan Ferreira, sobre homenagem recebida na noite de terça 10, no restaurante Villa Tavola, no Bixiga de Adoniran. 

sexta-feira, 13 de abril de 2012

EVA PERÓN, LUIZ GONZAGA E LIA CORDONI

O leitor Jurandir Chamusca arrisca resposta à pergunta de ontem, neste blog.
- Gonzaga tocou para Truman numa cerimônia que não me lembro.
Mais ou menos e incompleta a resposta.
O Rei do Baião cantou para Harry Truman em agosto de 1947 em Petrópolis, região serrana do Rio.
Mas o que há em comum, mesmo, entre os dois, é o fato de não terem título universitário; como o ex-presidente Lula, aliás.
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Ontem foi 12, hoje é 13.
O dia de ontem foi de sorte, para muitos.
O ano tem 12 meses, os apóstolos de Cristo eram 12 e 12 são os signos do Zodíaco.
E há muitos outros 12 na nossa vida.
O 13, também.
Mas o 13 carrega peso pesado.
Principalmente quando cai numa sexta-feira.
Mais ainda quando a sexta é do mês de agosto...
Mas ainda estamos em abril.
Mesmo assim duas sextas-feiras já se passaram, contando com a de hoje.
Um inglês chamado Brown fez as contas e descobriu que de 400 em 400 anos há no nosso calendário 97 anos bissextos e 688 sextas-feiras 13. Detalhe: em cada 100 anos, há 172 sextas.
Ok, ok, é cultura inútil, portanto vamos debitá-la na caixinha de curiosidades.
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A cantora Lia Cordoni manda email pedindo uma correção, ela:
“Agradeço que tenha escrito a respeito do meu trabalho, mas acho importante que as informações estejam corretas.
Na quarta-feira lancei meu primeiro vídeo-clipe, mas o CD Samba-Fusão foi lançado em 2010, ok?!
No seu blog você coloca como se eu estivesse lançando o CD agora...
Corrija essa informação pra mim, por favor.
Se quiser saber mais sobre o Histórico do Projeto Samba-Fusão, está tudo documentado no meu site:
http://www.liacordoni.com/
A maioria das canções nasceu em 2007, o CD foi produzido entre 2008 e 2009, e lançado em 2010.
O clipe foi lançado agora em 2012.
Tudo de bom e um ótimo dia pra você!
Salve a música brasileira! E salve a música autoral!”.
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Outra perguntinha: Luiz Gonzaga também tocou para Eva Perón, mulher do general-presidente da Argentina Juan Domingo. Quando foi isso?

quinta-feira, 12 de abril de 2012

TRUMAN, HITLER E LUIZ GONZAGA

O 12 de abril de 1945 amanheceu de luto, nos Estados Unidos.
Nesse dia, vítima de complicações cerebrais, morria o 32º presidente da poderosa nação do centro da América do Norte, Roosevelt.
O vice Truman, atarantado, assumia o governo sem saber direito o que ocorria no caldeirão fervente das decisões em torno da 2ª Grande Guerra.
Hitler babava de ódio contra os humanos.
Sem dúvida, o mundo estava em perigo.
Por sua vez, o Brasil cumpria acordo firmado com os EUA, enviando toneladas de látex extraídas a duras penas das profundezas amazônicas pela vigorosa força nordestina.
Essa força foi decisiva para a vitória dos aliados contra os nazistas.
Contarei depois, em livro já adiantado.
Inexplicavelmente naquele 12 de abril não houve gravação musical nos estúdios da Victor, a segunda maior gravadora implantada no Brasil.
Era uma quinta-feira de sol, com pássaros trinando onde havia árvores e verde.
Um dia antes, o pernambucano Luiz Gonzaga realizava o sonho de gravar um disco cantando e não só solando sanfona, como até então fizera.
Ele já gravara 49 músicas, em 24 discos de 78 RPM (Rotações Por Minuto) com o selo da Victor.
Mas os mandachuvas da gravadora não o queriam cantando.
Gonzaga blefou, ele me disse:
“Contei que estava indo de mala e cuia para a Odeon, pois lá eu poderia gravar cantando”.
O blefe surtiu efeito.
No 11 de abril de 1945, Gonzaga entrou em estúdio gravou a mazurca Dança Mariquinha, dele e Miguel Lima; e Impertinente, uma polquinha só dele.
Sessenta e tantos anos depois, o resto dessa história todo mundo sabe.
Pois bem, e hoje estamos no ano do seu centenário de nascimento.
No vídeo abaixo, uma apresentação que fiz numa das unidades do CEU (Centro Educativo Unificado), ao lado do violonista, cantor e compositor baiano Gereba. Clique:
Ah! Antes, uma pergunta: você o que há em comum entre Truman e o Rei do Baião?

quarta-feira, 11 de abril de 2012

PADRE LANDELL, A UM PASSO DO RECONHECIMENTO

A paulistana de trinta e poucos anos Lia Cordoni não é propriamente uma revolucionária na arte do canto, mas também não faz feio no disco de estreia que está chegando ao mercado por meios próprios, com distribuição da Trattore.
Sua voz é boa, sua dicção também.
As letras são simples, todas de autoria de Jairo Cechin.
O carro chefe do disco é uma suposta mistura de ritmos intitulada Samba-fusão, que abusa de citações a gêneros musicais.
Ela canta, talvez explicando a razão da “fusão”:

...Samba-fusão, samba-fusão
É hip-hop, reggae rap
Repente, rock, baião...

O samba vem de longe, dos batuques negros de além África, e ganhou forma na casa da velha baiana Tia Ciata nos primeiros anos do século passado, no Rio de Janeiro.
A primeira gravação de um samba (Pelo Telefone), que nem era samba, era maxixe, data da virada de 1916 para o carnaval de 17.
Sucesso enorme.
Mas isso não vem ao caso.
O caso é que Lia Cordoni tem voz bonita, apurada, e sabe se movimentar em público, mesmo quando imita os trejeitos da gauchinha Elis Regina, de saudosa memória.
Caso se dedique à profissão que está abraçando, poderá ir longe.
Bons ouvidos carecem de boas vozes.
Na discografia brasileira, desde a era dos discos de cera, de 78 RPM, há todo tipo de samba, como sambalanço, sambatuque, sambaião, samba acalanto, samba de breque, samba caipira, samba choro, samba chula, samba estilizado, samba exaltação, samba tango, samba tuiste, samba de roda e mais uma infinidade de outras variações ou "fusões".
Agora mesmo o craque Criolo está fazendo bonito, misturando ritmos.
Jorge Ben fez algo parecido, lá atrás.
Odair Cabeça de Poeta, também.
E tantos.
O disco de Lia será lançado com um pocket show na Fenac, loja da avenida Paulista, logo mais a partir das 19 horas.
Vale conferir.

HERÓI DA PÁTRIA
O padre gaúcho Roberto Landell de Moura (1861-1928) está a um passo de ter o nome reconhecido pelo governo e incluido no Livro dos Heróis da Pátria. Campanha nesse sentido foi abraçada pelo ex-senador Sérgio Zambiasi e continuada por sua sucessora, Ana Amélia. Na imprensa, ganhou força através do newsletter Jornalistas&Cia., dirigido por Edu Ribeiro. O padre Landell é pioneiro das telecomunicações. Além disso, ele inventou o rádio e o telefone sem fio. O rádio nasceu da experiência que fez entre a avenida Paulista e o bairro de Santana no dia 3 de junho de 1900, dois anos antes de ser gravada por Bahiano a primeira música em disco, no Brasil: Isto é Bom, lundu de Xisto Bahia. Para o padre virar oficialmente herói brasileiro, basta uma assinatura da presidente Dilma Rousseff.

terça-feira, 10 de abril de 2012

DIRETAS JÁ: 18 ANOS E MOVIMENTO, UMA REPORTAGEM

Num dia como hoje, terça 10 de abril, há 18 anos, ocorria na região da Candelária, no Rio de Janeiro, a maior manifestação popular já realizada no País: o comício pelas eleições Diretas, que reuniu cerca de 1,2 milhão de pessoas.
O comício foi o começo do fim do regime militar implantado no Brasil desde a tomada de poder, em 1964.
Às 14 horas, a multidão começou a se aglomerar.
Às 16h10, começaram os discursos.
Discursaram artistas, intelectuais, políticos; entre os quais vários governadores, antes de Brizola.
Já era tarde da noite, quando a multidão entoava o Hino Nacional.
O final foi cheio de emoção, quando a multidão toda cantava a todo pulmões a célebre canção Pra Não Dizer que Não Falei de Flores, do paraibano Geraldo Vandré.
Quinze dias depois, a grande decepção: a emenda pelas Diretas Já não foi aprovada pelo Congresso Nacional, pois eram preciso 320 votos, ou 2/3 dos deputados.
O resto da história se sabe: Tancredo venceu Maluf, no Colégio Eleitoral formado por 686 delegados de vários partidos, entre os quais PMDB e PT.
Esse era um tempo de exceção, com censura na imprensa, inclusive. Daí existirem vários jornais pequenos, alternativos, nanicos.
Entre os jornais alternativos à chamada grande imprensa, havia Pasquim, Opinião e Movimento.
Movimento teve 334 edições; a primeira no dia 7 de julho de 1975 e a última, no dia 23 de novembro de 1981.
Foi um jornal raçudo, de posição, cuja história se acha no livro Uma Reportagem que acompanha um DVD com todas as edições do jornal.
A obra é assinada por Carlos Azevedo, Marina Amaral e Natalia Viana (Manifesto Editora, 2011).
Leiam-no.
Leiam também um dos mais importantes livros sobre a nossa chamada imprensa nanica: Jornalismo de Guerrilha, a Imprensa Alternativa Brasileira - da Ditadura à Internet (Disal Editora, 2004). 

JEQUIBAU E MÁRIO ALBANESE
Logo mais, às 20 horas, estarei dando um abraço no amigo paulistano Mário Albanese (foto), cocriador com o maestro gaúcho Ciro Pereira. São dos dois o ritmo musical Jequibau, lançado mundialmente em agosto de 1965. Mário será homenageado pela Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo com um jantar no restaurante Vila Távola, no Bixiga de Adoniran Barbosa. Motivo? Trabalhos prestados à cultura. Flores em vida! Detalhe: Mário é destaque na exposição instalada na área de Convivência II do Sesc Santana, no Jardim Paulista, que continuará aberta à visitação pública até o próximo dia 27 de maio. Você ainda não a viu? Tá na hora...

segunda-feira, 9 de abril de 2012

AYRTON MUGNAINI, DE NOVO NA PRAÇA

Tem jornalista cantor, compositor, pintor, poeta, romancista, dramaturgo, cineasta, roteirista, humorista, político.
Tem jornalista metido em tudo quanto é profissão.
Conheço vários e bons, como Maída Novais, criadora do grupo Trovadores Urbanos; Chico César, hoje titular da Secretaria de Cultura do Estado da Paraíba; Carlos Aranha, cantor e compositor; Enio Squeff, pintor; José Nêumanne, poeta; Moacir Japiassu, romancista; Roniwalter Jatobá, contista...
Ayrton Mugnaini compõe, toca vários instrumentos de corda, pinta e borda, além de escrever e publicar livros sobre rock etc. e tal.
Sim, ele também é tradutor de inglês, juramentado, e tem composições gravadas por ele mesmo e outros intérpretes, como Falcão, Pato Fu e os grupos Língua de Trapo e Nasi & os Irmãos do Blues.
Chegou até a lançar músicas de sua autoria em LP.
Agora ele vem com mais um CD: Lados-E (de Eletrônica), com 23 faixas boas e curiosas, com letras e explicações bem feitas numa revistinha que acompanha o disco.
O novo CD de Ayrton traz ótimas participações, como Leo Nogueira, Osvaldir Spadim, Sonya Prazeres, Tato Fischer, Tereza Miguel, Wilson Rocha e Silva e a cantora paraibana Socorro Lira, interpretando A Letra do Caymmi, em homenagem a Dorival, que começa assim:

Tem a letra do Caymmi
Que eu lembro como é:
"Por que foi que eu vim de longe
Pra gostar dessa mulher"?
Pois agora inventei outra
Só pra poder te dizer:
Você veio de tão longe
Pra eu gostar de você...
.
Eu se fosse você, iria correndo procurar por aí esse disco de Ayrton Mugnaini. Começaria acessando o email milledischi@yahoo.com.br Depois entraria no endereço www.ayrtonmugnainijr.blogspot.com e até arriscaria a lhe telefonar (9116.3027), quem sabe ele atenderia, hein?

domingo, 8 de abril de 2012

JORNALISTAS EM FESTA E OPERETA INFANTIL

Ontem, 7 de abril, foi - não sei se foi - comemorado o Dia Nacional do Jornalista.
Nesse dia, 100 anos depois da chegada da família Real portuguesa ao Brasil, com a Imprensa Régia, foi fundada a Associação Brasileira de Imprensa, ABI, no Rio de Janeiro, por iniciativa do catarinense Gustavo de Lacerda, nascido em Desterro, atual Florianópolis, no ano de 1854.
Mas antes, no dia 16 de fevereiro, foi - não sei se foi - comemorado o Dia do Repórter.
Não sei, na verdade, o porquê da diferença entre repórter e jornalista.
Será porque repórter reporta notícias e o jornalista o que faz, então? Só trabalha em jornal e repórter nos meios de comunicação todos, incluindo rádio etc.?
Tem também o Dia do Repórter Fotográfico: 2 de setembro.
Justo, nesse caso.
O repórter fotográfico se difere do fotógrafo que simplesmente faz cliques num batizado, por exemplo; num casamento, num aniversário ou velório ou por mero divertimento ou passatempo ou hobby... Esse pode até ter uma foto publicada num jornal ou revista ilustrando uma notícia, um artigo, uma reportagem ou entrevista pingue-pongue, mas não pode ser considerado, no rigor do termo, um repórter fotográfico.
Um repórter fotográfico se especializa, vira profissional como José Pinto, Jorge Araújo, U. Dettmar...
A história da fotografia é antiga e não aponta apenas um nome como seu único descobridor.
Sabe-se que foram muitos os que se dedicaram às pesquisas que acabaram por nos revelar a arte e a importância da fotografia.
Uma das primeiras fotografias teve como autor o francês Joseph Nicéphore Niépce, que começou a mexer com compostos químicos e luz no início da primeira metade do século 18.
Antes até Da Vinci dava suas investidas nessa área, além da pintura que o tornou gênio.
Tem ainda o Dia do Jornalista Internacional: 8 de setembro,
E o Dia do Repórter Policial: 31 de outubro, mesma data dedicada ao Dia do Repórter Político.
Mas eu não ia falar nada disso.
Falei porque não falaram do criador do Prêmio Esso de Jornalismo, Ney Peixoto do Vale, que morreu em decorrência de um AVC no dia 1º de abril passado.
O prêmio que Ney criou, em 1955, surgiu com a denominação de Prêmio Esso de Reportagem, que teve como primeiro premiado, Mário de Moraes.
Como uma coisa puxa outra, e perguntar não ofende... Eu pergunto: o jornalista continua buscando a notícia ou a notícia anda buscando o jornalista?

BABÁ BOA
Babá boa nos Estados Unidos ganha até R$ 13 mil por mês, segundo a Folha de hoje. E um jornalista bom quanto ganha, aqui ou nos Stêites?

VERÍSSIMO
Muito bom o texto de Mário Prata publicado hoje na Folha, lembrando o imorrível Millôr. Na rua, a velhinha simpática o confundiu com Veríssimo, hahaha. Ótimo.

FALTAM TEXTOS
Textos como o do Prata estão faltando nos nossos jornais. Por que, hein? Edu, Audálio, Brickmann, Zé Hamilton, Zuenir, Dines e Guto têm respostas a essa pergunta? Experientes colegas continuam aposentados, fora do dia a dia e da pauta. Por que, hein? Os donos de jornais e editores nos matam a partir dos 40, que é quando ficamos melhor...

OPERETA
Não sei se pode ser chamada de opereta o musical Crianças do Brasil que assisti ontem à noite com os impecáveis Duofel e violinos, viola, cello e contrabaixo do Quinteto da Paraíba e arranjos de Adail Fernandes, no Auditório Ibirapuera. A obra de Fernando Melo e Luiz Bueno encanta, sim, mas não acho que seja uma opereta no sentido clássico do termo. Grosso modo, opereta é um resumo de ópera; uma história curta, com começo, meio e fim. Seu auge data dos fins do século 19, na Itália. Foi lá que se originou. É basicamente instrumental. Os instrumentos ganham “papéis” e “vida” próprios. A temática de Crianças do Brasil vem do massacre da noite de 23 de julho de 1993, em frente à Igreja da Candelária, Rio de Janeiro. Emociona e explica a longevidade incrível do Duofel no campo da música brasileira: 34 anos. Deixo aqui de comentar a segunda parte do espetáculo, por entender que o Duofel vai além dos Beatles.
Ah! O massacre da Calendária não rendeu Prêmio Esso.
Por que?

ZEZÉ FREITAS
A cantora Zézé Freitas convidando para espetáculo com seu Quarteto na próxima sexta 13, na Casa do Núcleo, à Rua Padre Cedro, nº 25, Alto de Pinheiros, a partir das 21 horas. Zezé é uma das melhores intérpretes de Zica Bergami, de Lampião de Gás. Reservas pelos telefones 3032.8401 e 3815.9714.

FUBÁ
Quer aprender a fazer um bom bolinho de fubá? Então, clique:

sexta-feira, 6 de abril de 2012

INEZITA BARROSO, DONA DE RESTAURANTE

- Você não sabia que eu fui dona de restaurante?
Não.
- Você não sabia que no meu restaurante tinha música ao vivo com Luiz Vieira, por exemplo?
Não.
- No meu restaurante eu sempre fiz do bom e melhor, por isso, talvez, durou ano e meio.
Eu não sabia...
- Nunca ninguém, até hoje, fez como eu fazia um picado à paulista...
Como era o nome do seu restaurante?
- Casa Inezita Barroso, na Avenida Santo Amaro, ano 1978.
...............
Esta conversa acabou de acontecer.
Foi agora, há cinco minutos.
Foi assim:
Inezita atendendo o telefone:
- Oi?... Só você, Assis...
Inezita continua sendo a mais importante cantora do Brasil, e como pessoa ou persoanalidade também.
Taí...
Aprendamos, não é?

quinta-feira, 5 de abril de 2012

DUOFEL NO AUDITÓRIO IBIRAPUERA, VAMOS?

O Duofel é uma incrível orquestra de violões formada por dois grandes artistas, Luiz e Fernando.
Fernando e Luiz (na foto) eram músicos aparentemente sem futuro, até o começo da segunda metade dos anos de 1970.
Luiz, um paulistano, tocava guitarra elétrica num grupo chamado The Ventures.
Fernando, alagoano, era cantor e tocava baixo elétrico na noite paulistana, apaixonado por rock, Elvis e Beatles.
Eu conheci a orquestra, isto é, a dupla, num ano qualquer dos 90, quando me encontrava à frente dos microfones da Rádio Capital, apresentando o programa referência da baoa música, São Paulo Capital Nordeste.
À época, os dois haviam gravado a moda de viola Disparada, do carioca Theo de Barros e do paraibano Geraldo Vandré.
Gostei dos dois tocando violões.
Na verdade, eu os achei incrível.
E de lá para cá tenho falado bastante a respeito de ambos.
Sábado e domingo próximos eles estarão se apresentando no Auditório Ibirapuera.
Estarei lá, junto com Andrea e Marina.
Tenho certeza de que farão um belo espetáculo.
Claro, vão tocar Beatles e outros bichos.
E certamente, Vandré.
Ah! Duofel?
Duofel é sinônimo mais que perfeito de boa música.
Vamos todos lá, no Auditório Ibirapuera?
Sábado estaremos lá, com certeza.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

PRORROGADA A EXPOSIÇÃO ROTEIRO MUSICAL

Acabo de ser informado que a exposição Roteiro Musical da Cidade de São Paulo continuará aberta à visitação pública, na área de Convivência II do Sesc Santana, até o próximo dia 27 de maio, em decorrência do grande sucesso de público e crítica. A mostra, da qual respondo pela Curadoria, foi inaugurada com coquetel para convidados na noite de 24 de janeiro. Desde então tem sido num crescente o número de visitantes, entre estudantes, artistas, jornalistas, escritores e público em geral.
No total, quase 30 mil pessoas a viram até agora.
Os dias mais movimentados são os de fim de semana.
Paralelamente à exposição, também chamada de instalação por conter ambientes especialmente criados por designers, arquitetos e montadores, se desenvolveu nos últimos três meses uma extensa programação musical, que contou com nomes expressivos da nossa música popular, como Inezita Barroso, Tom Zé (em visita à exposição, na foto), Altamiro Carrilho, Paulo Vanzolini, Mário Albanese, Eduardo Gudin, Elzo Augusto, Arrigo Barnabé, Lívio Tragtemberg, Fabiana Cozza, Osvaldinho da Cuíca e grupos de samba e choro.
Praticamente todos os gêneros musicais foram apresentados, de samba à valsa, passando por choro, batuque, rap e repente, esse último representado por Oliveira de Panelas e Sebastião Marinho.
No Roteiro Musical da Cidade de São Paulo se acha toda a evolução e variação musical da cidade.
As primeiras citações musicais à cidade se acham em discos gravados há cerca de 100 anos.
A história começa numa espécie de “túnel do tempo”, à entrada da mostra; seguida por uma linha memorial desde os anos 10 do século passado.
Foram criadas “janelas”, nas quais são homenageados grandes nomes da música, como Alberto Marino e Alberto Marino Jr., Paulo Vanzolini, Inezita Barroso, Zica Bergami, Adoniran Barbosa, os sambistas históricos, como Dionísio Barbosa e Geraldo Filme; os vanguardistas da cidade, como Itamar Assumpção, Suzana Salles, Tetê Espíndola e grupos Língua de Trapo e Premê; Mário Albanese, criador do ritmo Jequibau, ao lado do maestro Ciro Pereira etc.
Há ainda na mostra uma “Arena”, um “Boteco” e um “Mapa” da cidade.
Na Arena, destaque para dois grandes momentos da cidade: a Revolução de 1932, Constitucionalista; e os festejos comemorativos à fundação da cidade, em 1954.
No Boteco, o público poderá conferir uma amostragem musical dos times de futebol da cidade.
No Mapa, dispostos no chão, há círculos em que ao serem pisados acendem-se luzes e músicas feitas para determinados bairros são ouvidas.
O Brás é o bairro mais cantado pelos compositores.
Um jogo interativo, com base na exposição, foi impresso e está sendo distribuído nas escolas.
O SESC Santana se localiza à Avenida Luiz Dumont Villares, 579, Jardim São Paulo.
As visitas podem ser feitas entre as 10 e 21 hs, de terça a sábado; e aos domingos e feriados, das 10 às 18 hs.

MÁRIO ALBANESE
O compositor e instrumentista Mário Albanese será homenageado com um jantar pela Associação dos Comentaristas Esportivos do Estado de São Paulo no próximo dia 10, a partir das 20 horas, no restaurante Vila Tavola, à Rua 13 de Maio, Bixiga. Fica o registro.

terça-feira, 3 de abril de 2012

DE PAPO P'RO Á, AMANHÃ NO JORNALISTAS&CIA

É de autoria do mineiro de Uberaba Joubert de Carvalho a letra do cateretê de Papo P'ro á, sob melodia do pernambucano de Recife Olegário Mariano Carneiro da Cunha.
Essa música foi gravada pela primeira vez em disco de 78 RPM (rotações por minuto) no dia 28 de agosto de 1931, pelo paulista de Guaratinguetá Gastão Formenti.
Com alguns milhares de cópias, ela chegou à praça dois meses e poucos dias depois, através da extinta Victor, cujos estúdios ficavam na matriz, no Rio de Janeiro.
Tornou-se um clássico do nosso cancioneiro.
Um trecho:

...Quando no terreiro
Faz noite de luá
E vem a saudade
Me atormentá
Eu me vingo dela
Tocando viola
De papo p'ró á...

Há inúmeras gravações dessa música, no Brasil e no Exterior.
Joubert nasceu no dia 6 de março de 1900 e partiu para a eternidade no dia 20 de setembro de 1977.
Ele também é autor de outros clássicos populares, como a toada Maringá e a marcha-canção Ta-hí (Pra Você Gostar de Mim), cuja primeira gravação coube à portuguesinha Carmen Miranda, no finalzinho de 1929. Essa cantiga, gravada com acompanhamento da Orquestra Victor, à frente Pixinguinha, e participação especial à tuba o então futuro maestro Eleazar de Carvalho, foi lançada com grande sucesso no carnaval de 1930.
Maringá tem história própria.
Á época, o autor era estudante de Medicina.
Estudava no Rio.
Ao ser apresentado ao então ministro da Viação do governo Vargas, o paraibano José Américo de Almeida, já famoso pelo romance A Bagaceira, marco do regionalismo literário nordestino, ouviu a história de uma jovem retirante vítima da seca que assolava o interior da Paraíba. Chamava-se Maria, mas todos a conheciam por Maria do Ingá, por ser natural do município de Ingá, no Agreste paraibano. Lançada por Gastão Formenti, a toada logo ganhou a boca do povo. Tanto que em 1947 virou nome de uma cidade do Paraná, das mais belas e arborizadas do País, hoje com mais de 350 mil habitantes.
A coluna que passo a assinar no newsletter Jornalistas&Cia uma vez por semana, a partir de amanhã, é uma homenagem ao autor. Clique para ouvir o original De Papo P'ro á, com Gastão Formenti:

segunda-feira, 2 de abril de 2012

UM PAÍS SE FAZ COM HOMENS E LIVROS

Era uma vez um mundo muito doido, onde os pais não davam bola nem à História nem a histórias de ninar, aquelas de fazer bem a crianças do mundo todo.
E nem aos filhos os pais davam bola.
E não era bola de jogar pelada, era bola de desatenção.
E assim cresciam os filhos ao Deus dará, diante dos aparelhos de televisão.
Cresciam jogando game, matando gente e bicho por brincadeira.
Cresciam à toa, sem passado nem futuro.
...E os filhos iam à escola por obrigação.
Na escola, os professores não sabiam ensinar.
Na escola, os professores até errado falavam.
Mas os filhos dos pais que os mandavam à escola não ligavam pra isso e fingiam aprender a língua-mãe, Geografia. Matemática, Ciências e outras matérias.
Os professores fingiam que ensinavam e os alunos fingiam que aprendiam.
Era aquele um mundo muito doido.
Espécie de reino do faz-de-conta, às avessas.
Espécie péssima dos reinos encantados de verdade, aqueles habitados por príncipes e fadas e guerreiros valentes que não titubeavam um milésimo de segundo sequer para salvar princesas em apuros, fosse combatendo com espadas mágicas dragões ferozes, fosse pondo pra correr bruxas malvadas.
Até que um dia...
Bem, até que um dia alguém disse que um país se faz com homens e livros.
E aí tudo mudou.
Os pais começaram a se interessar por História e leitura.
Os pais começaram a dar importância aos filhos, que deixaram de lado o vício de ver TV e jogar games e assim nunca mais mataram gente nem bicho.
Na escola, os professores passaram a ensinar de verdade e de verdade os alunos passaram a aprender e descobriram durante pesquisas em livros didáticos o autor da frase que tratava de homens e livros: o paulista de Taubaté Monteiro Lobato.
E descobriram mais: que em homenagem a Lobato, autor de uma infinidade de obras para crianças e adolescentes, foi criado o Dia Nacional do Livro Infantil: 18 de abril.
Mas hoje é 2 de abril...
Descobriram que foi num 2 de abril que nasceu outro ilustre escritor: o dinamarquês Hans Christian Andersen.
Como Lobato, Andersen dedicou a vida a escrever histórias para o público infantojuvenil.
Como Lobato, Anderson nos legou à História obras-primas do gênero, como O Soldadinho de Chumbo, A Pequena Sereia e O Patinho Feio.
E como Lobato, Andersen ganhou o Dia Internacional do Livro Infantil.
É bom contar e ouvir histórias.
Você já leu A Menina Inezita Barroso?
Que viva a criança em todos nós!

domingo, 1 de abril de 2012

LEMBRANDO A ZEBRA DE 64 E O 1º DE ABRIL

Num dia como o de hoje, só que uma quarta-feira, o Brasil acordou em rebuliço, com tanques, soldados armados e cavalos nas ruas marchando contra civis.
No rosto das pessoas, medo e incerteza.
Um dia antes, João Goulart, o Jango, era deposto por pretender dá à luz a reforma agrária, assumir as refinarias de petróleo e tabelar os aluguéis.
No lugar dele assumiu, por 15 dias, o presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli.
Duas semanas depois, Mazzilli era substituído pelo marechal Castello Branco.
Com esse movimento era instalada a ditadura militar, que durou até 15 de janeiro de 1985, quando o mineiro Tancredo Neves foi escolhido presidente da República por um Colégio Eleitoral.
Detalhe: no governo parlamentarista (1961-62) de Jango, Tancredo foi Primeiro-Ministro.
O resto se sabe.
Hoje, no poder, se acha uma mulher que ajudou o País a voltar ao Estado de Direito: Dilma Rousseff.
Que o Brasil jamais volte ao Estado de Exceção.

DIA DA MENTIRA
Hoje, 1º de abril, é O Dia da Mentira ou dos Bobos, cujas origens remontam à França do século 16.
Boa parte do mundo brinca com essa data.
Muita gente já pagou "mico" nesse dia.
Personagens "mentirosos" aparecem em toda a história da literatura erudita e popular, como Seu Lunga, real, no Ceará; e, entre tantos, o fictício Pantaleão Pereira Peixoto, velho fazendeiro que tinha na mulher, Terta, a grande atestadora de seus incríveis feitos.
- É mentira, Terta? – perguntava em determinadas situações o seu criador, o humorista Chico Anysio, a sua dengosa, submissa e conivente amada.
E ela:
- É não...
Na Alemanha do século 17 surgiu o Barão de Münchhausen, mentiroso que só!
O cordelista Henrique César Pinheiro escreveu em sextilhas:

Existe gente na Terra
Sem ter credibilidade.
Mas os três priores sujeitos
Da triste modalidade,
Ganham de qualquer outro
Com muita facilidade.

Compõem essa trindade:
O bêbado, o torcedor,
Todo e qualquer político
Que engana seu eleitor.
Não torço mais este time
É o diz o perdedor

O bêbado de ressaca
Faz promessa ao criador
Que nunca mais vai beber
Na cabeça muita dor
O mundo inteiro girando
E ele tomando Anador.

Político pior raça
Que há na face da Terra.
Uma raça desprezível
Não vale que o gato enterra.
Promete como sem falta
E o eleitor só se ferra.

Após ganhar eleição
Do povo logo se esquece.
As promessas de campanha
Já não mais lhe apetece.
É esperar nomeação
E curtir o que merece.

Já o pobre torcedor
Não tem qualquer curtição.
Quando o seu time perde
É aturar a gozação.
E esperar outro jogo
Pra esquecer a frustração.

O diabo do cachaceiro
Espera passar ressaca.
Entra logo num boteco
E a velha cachaça ataca.
Não está nem preocupado
De encarar a jararaca.

sexta-feira, 30 de março de 2012

OLIVEIRA DE PANELAS DEU AULA NO SESC

Uma belíssima e completa aula de poesia, incluindo explicações e demonstrações de técnica, sensibilidade e talento ao som de viola nordestina foi feita ontem à noite, ao vivo, no espaço chamado “Arena” da exposição Roteiro Musical da Cidade de São Paulo, instalada e aberta à visitação pública na área de Convivência II do Sesc Santana, à Av. Luiz Dumont Villares, 579, desde o dia 25 de janeiro, aniversário da cidade fundada pelo jesuíta espanhol José de Anchieta, em 1554.
A aula foi assistida por uma seleta e atenta platéia, que incluiu um dos craques do jornalismo televisivo brasileiro Paulo Panayotis, ex-correspondente da Record, em Londres.
O professor que nos transmitiu a magnífica aula foi o poeta improvisador Oliveira Francisco de Melo, conhecido mundo a fora por Oliveira de Panelas, que aparece aí ao lado no clique histórico de Darlan Ferreira, junto comigo (de chapéu) e a produtora cultural Andrea Lago; a cantora Vera Lima e o referido Panayotis, mais a assessora de Oliveira para assuntos poéticos, Marina.
"Panelas" foi adotado por Oliveira como “sobrenome” artístico por ser assim denominada a cidade onde ele nasceu no dia 24 de maio de 1946, com uma população hoje estimada em pouco mais de 25 mil habitantes e localização no Agreste pernambucano.
Quem perdeu a oportunidade de ver Oliveira ontem em ação na “Arena” lá em cima citada, tem hoje a última oportunidade de vê-lo, a partir das 21 horas, no teatro do Sesc que acolhe a exposição Roteiro etc.
Oliveira fará uma performance com o rapper Nelson Triunfo, considerado por muita gente como um dos mais expressivos representantes do hip hop em São Paulo. Detalhe: Nelson, como Oliveira, é nordestino, só que da cidade de Triunfo, localizada no Sertão pernambucano, a região do Pajeú-berço de tantos repentistas importantes, como Otacílio Batista e seus irmãos geniais, Louro e Dimas, já habitantes do espaço celestial.
Quer ter uma ideia do que ocorreu ontem, à noite, no Sesc?
Então clique e veja, além disso, uma pequena retrospectiva de Roteiro Musical da Cidade de São Paulo, editada pelo especialista em áudio e vídeo Darlan Ferreira.
Essa mostra no Sesc já contou com a presença de cerca de 30 mil visitantes e artistas que se apresentaram na "Arena", no Deck e no Teatro, entre os quais Inezita Barroso, Tom Zé e banda; grupos Samba da Vela e Samba de São Mateus; integrantes do coletivo de chorões de Sampa, Sincopado; Osvaldinho da Cuíca, Altamiro Carrilho, Mario Albanese, Paulo Vanzolini, Eduardo Gudin, Fabiana Cozza, Passoca, Roberto Seresteiro, maestro Livio Tragtemberg e Orquestra das Ruas de São Paulo; Elzo Augusto, Vanguarda Paulistana (Na Ozzetti, Wandi Doratiotto, Carlos Careqa, Anelis Assumpção), Peri Pane, Edgard Scandurra, Arrigo Barnabé, Sebastião Marinho e Costa Senna:

quarta-feira, 28 de março de 2012

AMANHÃ É DIA DE OLIVEIRA DE PANELAS, NO SESC


Não tem graça nenhuma: primeiro foi Chico Anysio, que bateu asas e voou semana passada.
Agora, hoje, quem parte é outro gênio do humor brasileiro: Millôr Fernandes.
Como se não bastassem essas verdadeiras tragédias, ontem quem partiu foi a rainha do chorinho, Ademilde Fonseca.
É muita tristeza num tempo só, não é?
E agosto ainda nem chegou...
Para nosso alívio, chega amanhã a São Paulo um dos mais inspirados e importantes poetas improvisadores do País, o pernambucano radicado há anos na capital paraibana Oliveira de Panelas, chamado de O Pavarotti do Sertão.
Panelas desembarca em Sampa a nosso convite para um dedo de prosa no Sesc Santana.
Nosso encontro faz parte da programação da exposição Roteiro Musical da Cidade de São Paulo, instalada na área de Convivência II do já referido Sesc Santana.
A prosa começará às 20 horas, para privilegiados que reservarem ainda hoje presença.
Corram, amigos, pois há poucas entradas à disposição.
Oliveira de Panelas (comigo aí, em João Pessoa) já cantou para vários chefes de Estado no Brasil e no Exterior; tem dezena e meia de livros publicados, folhetos de cordel e uma carrada de discos nos formatos de LPs e CDs.
Foi parceiro de Otacílio Batista por mais de duas décadas.
Numa palavra?
Oliveira de Panelas é incrível!
E essa é uma oportunidade rara para vê-lo e aplaudí-lo em São Paulo, acreditem.
Querem ouví-lo antes cantando e contando um pouco da sua vida? Cliquem:

terça-feira, 27 de março de 2012

HOJE TEM ELEIÇÃO NO SINDICATO DOS JORNALISTAS

Durante três dias a partir de hoje, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, com sede à Rua Rego Freiras, 530, sobreloja, receberá votos de seus associados para escolha de nova Diretoria ou confirmação da atual, que tem à frente José Augusto Camargo, o Guto, disputando o cargo de presidente pela terceira vez.
É importante a mobilização da categoria em torno das eleições, por ser, naturalmente, um exercício necessário a qualquer formação.
Guto integra a Chapa 1, de Sindicato Forte, Unidade e Luta.
A Chapa 2, Renovar para Mudar, é encabeçada por Bia Barbosa.
Mudança em qualquer área de atuação profissional nunca foi fácil.
A história mostra isso.
O Sindicato sempre enfrentou turbulências, políticas e econômicas.
Hoje, embora diferentemente dos tempos da repressão militar, essas turbulências são identificadas mais fortemente pelas dificuldades de os profissionais se manterem no emprego.
Mas não é só isso.
As empresas de notícias já não se auto-investem como certamente deveriam; tampouco investem nos profissionais que saem dass faculdades sem experiência alguma.
Assis é difícil apostar no futuro.
Os jornais e revistas hoje estão com visuais mais bonitos, bem arejados, mas com conteúdo final quase sempre a desejar.
Tudo é muito rápido.
Conheço de perto a atuação de Guto à frente do Sindicato, inclusive porque faço parte do Conselho Editorial do jornal Unidades.
O meu voto vai para a Chapa 1.

OLIVEIRA DE PANELAS
Depois de amanhã 29, às 20 horas, o poeta improvisador Oliveira de Panelas estará conosco num bate-papo informal ao som de viola nordestina, no interior da instalação Roteiro Musical da Cidade de São Paulo, no Sesc Santana. Agendem-se. São poucas as vagas. Embora gratuitas, carecem de reserva. Aliás, você já foi visitar essa mostra, que fica aberta o dia todo e parte da noite, na área de Convivência II do Sesc Santana? Esta é a última semana. Abaixo, uma reportagem a respeito. Clique:

segunda-feira, 26 de março de 2012

ROTEIRO MUSICAL DE SÃO PAULO, ÚLTIMA SEMANA

Agendem-se!, pois inauguramos hoje a última semana de visitação pública à exposição Roteiro Musical da Cidade de São Paulo (foto ao lado e vídeo, abaixo), instalada na área de Convivência II do Sesc Santana, à Avenida Luiz Dumont Villares, 579.
A mostra, já visitada por cerca de 30 mil pessoas, está no Sesc desde o dia 24 de janeiro, quando um coquetel para convidados deu-a por aberta.
Em seguida, uma longa programação musical foi desenvolvida em torno da exposição, começando com Inezita Barroso e seu regional no dia do aniversário da cidade, 25 de janeiro, com teatro lotado e longa fila de espera por desistências...
Seguiram-se outras atrações, como Tom Zé e banda, Orquestra de Músicos das Ruas de São Paulo e a Corporação Musical Operária da Lapa; Zezé Freitas e Filó Machado interpretando parte do repertório da autora da valsa Lampião de Gás, Zica Bergami; Quinteto em Branco e Preto, Comunidade Samba da Vela e Berço do Samba de São Mateus; Osvaldinho da Cuica, Roberto Seresteiro, o pessoal da Vanguarda Paulistana representada por Na Ozzetti, Wandi Doratiotto, Carlos Careqa, Anelis Assumpção e Arrigo Barnabé; uma roda de choro, com Toninho Ferragutti; Movimento Sincopado, Altamiro Carrilho, Izaias e seus Chorões e dona Inah, além de Arrigo Barnabé e Kiko Dinucci.
Tudo isso entremeado com bate-papos no interior da instalação e no próprio teatro, onde nos apresentamos ao lado de Inezita e Altamiro.
Também estiveram conosco Paulo Vanzolini, Eduardo Gudin, Elzo Augusto, Fabiana Cozza e Mário Albanese, criador do ritmo Jequibau.
Nosso próximo encontro, na noite de 29 deste mês, será com o poeta improvisador ao som de viola nordestina Oliveira de Panelas, que virá de João Pessoa, PB, especialmente para isso.
Na sua especialidade, Oliveira é considerado o maior do mundo.
Portanto, de novo recomendo: agendem-se!
Além dos artistas citados, outros também já se apresentaram no teatro e no deck do jardim do Sesc Santana, como o violeiro urbano Passoca, o repentista Sebastião Marinho e Peri Pane, e sábado e domingo últimos o pessoal do rock paulistano, entre os quais Kid Vinil, mais o brincante Costa Senna.

domingo, 25 de março de 2012

ANGELI, COSTA SENNA, INEZITA E CORINTHIANS

Após bom tempo passado, passei ontem na Benedito Calixto, pracinha movimentada e simpática do bairro de Pinheiros, a oeste desta Sampa.
Nessa praça de um tudo ela tem; especialmente no quesito quinquilharia.
Depois fui almoçar um baião de dois no bar do conterrâneo Biu, que fica nas proximidades da praça, na Cardeal Arcoverde.
Molhei a garganta com Germana, que não sou de ferro.
Em seguida, fui à “Ocupação” da obra retrospectiva do meu amigo cartunista Angeli, no espaço Itaú Cultural, na Paulista.
Gente saindo pelo ladrão.
Lá, porém, notei a falta de um belíssimo e histórico cartoon comentando a invasão policial à USP, nos fins dos anos de 1970. Pra ser mais exato, setembro de 1977, quando o finado coronel Erasmo Dias, troglodita, botou pra quebrar no lombo da estudantada.
Dias antes, como repórter da Folha, eu estivera com ele na Secretaria de Segurança Pública do Estado, quando, conversa vai, conversa vem, ele diz que iria invadir o campus da USP.
Percival de Souza estava lá, pois era uma coletiva convocada pelo secretário...
A cena captada por Angeli mostrava fileiras de brutamontes armados, bufando entredentes.
Num balãozinho, ele escreveu: “Assis, você precisa ser mais femenino”.
Assim mesmo, “femenino”.
Ahahaha.
Trabalhávamos juntos, na Folha.
Grande Angeli!
E aí fui até o Sesc Santana onde ainda se acha à visitação pública a exposição Roteiro Musical da Cidade de São Paulo, por cuja Curadoria eu respondo.
Você já foi visitar essa mostra?
Não?
Então corra, pois ela está prestes a ser encerrada.
Cerca de 30 mil pessoas já a viram, de terça a domingo...
Oficialmente foi aberta no dia 25 de janeiro, por mim e Inezita Barroso.
Aliás, em conversa agora há pouco, por telefone, ela contou:
“De novo, acabei de sair do hospital. Mas estou bem e não posso parar. Anteontem fui centro de um belo encontro com crianças e atores que fazem o programa Cocoricó, da TV Cultura. Falei muito a seu respeito e do livro a Menina Inezita Barroso. Eu aviso às vésperas de o programa ir ao ar. Tenho certeza de que você vai adorar”.
Aproveitei para convidá-la a assistir prosa que terei com o cantador Oliveira de Panelas, no próximo dia 29, no Sesc Santana.
Caso esteja bem, bem, ela estará lá.
Torçamos.
Ainda no Sesc que fica na Dumont Villares, assisti ontem, entre às 19 e 20 horas, o belo espetáculo Viagem, do brincante Costa Senna (foto).
Senna encerra o espetáculo com todo mundo cantando junto com ele, antes de interpretar a ótima São Paulo, Santa Ilusão, inédita em disco, que trata dos frequentadores da Praça da Sé.
Viva Senna!
Ah! Tudo anda tão bem com Inezita, que ele findou nossa fala, assim:
- Só falta o Corinthians ganhar hoje do Palmeiras (ela pronunciou: Parmeira...).

CORINTHIANS
O Coringão fez bonito, hoje. O Lourenço Diaféria iria gostar, e muito. Um a zero no primeiro tempo para o adversário. No segundo e até o fim, de virada: 2 x 1. O Felipão deve ter ficado uma rara, desde o final do jogo, nos vestiários.

TREZE, DE CAMPINA GRANDE, PB
Não é justo o que a direção do Treze fez com o craque Léo Rocha, demitindo-o, só porque perdeu um pênalti de “cavadinha”. A última vez que vi meu time paraibano foi cá, em Sampa. Léo ainda estava nos cueiros. Fomos juntos, eu e o conterrâneo Geraldo Vandré, num ano qualquer dos 90.

JOSÉ SERRA
José Serra, que historicamente apresenta inexplicavéis problemas para se firmar até o fim num cargo eletivo, que ele próprio escolhe, volta a concorrer à Prefeitura da maior cidade do Brasil, São Paulo. Na convenção do seu partido, o PSDB, realizada hoje, ele recebeu 52% dos votos ou 3.176 dos 6.229 da tchurma. O problema é que ele, com esse resultado, se apresenta como o inimigo na ser combatido no próprio partido. Ou há quem ache que Aníbel e Trípoli vão trabalhar por ele? A disputa vai ser boa.

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