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quarta-feira, 18 de julho de 2012

AUDÁLIO, QUINO E JOSÉ NÊUMANNE

Uma multidão de intelectuais, incluindo jornalistas e escritores (no clic de Darlan Ferreira, ao lado), compareceu ontem à festa de lançamento do novo livro de Audálio Dantas: Tempo de Reportagem, Histórias que Marcaram Época no Jornalismo Brasileiro (Ed. LeYa, SP, 287 pág.), num badalado restaurante da Vila Madalena, cá em Sampa.
O livro é importantíssimo, especialmente para os jovens iniciantes na profissão de jornalista. Nele, lê-se uma história melhor do que outra.
No lançamento reencontrei muitos colegas, entre os quais o conterrâneo José Nêumanne.
Indignado ele me contou da perseguição que está sofrendo na internet, o que o levou a prestar depoimento numa audiência pública na Câmara Federal, no último dia 3. E hoje o Estadão publicou um importante artigo seu abordando a questão redes sociais e internet, que merece ser lido e discutido.

O PAI DA MAFALDA
E ontem foi o dia do 80º aniversário de vida do argentino de Mendoza Quino, de batismo Joaquín Salvador Lavado Tejón, criador de Mafalda, incrível personagem de histórias em quadrinhos conhecida no mundo todo.
Mafalda apareceu pela primeira vez numa tirinha em 1962, mas o seu criador considera que ela nasceu no dia 29 de setembro de 1964.
Numa noite de dezembro de 2003, Quino compareceu ao programa São Paulo Capital Nordeste, que durante pouco mais de seis anos apresentei, ao vivo, na Rádio Capital.
Com Quino e os cartunistas Paulo Caruso e Custódio, mais o estudioso de HQ Álvaro de Moya (foto abaixo, na qual ainda aparecem Quino e o cantador Sebastião Marinho), discorremos sobre a importância da arte do cartum e das histórias em quadrinhos para a cultura contemporânea.
Viva Quino!
A Rede Covarde da Maledicência Impune, artigo publicado na edição de hoje do jornal
O Estado de S.Paulo:
Provedores e redes sociais na internet devem ser tidos como meios de comunicação.
No fim do mês passado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) deu provimento a recurso do Google contra decisão do Tribunal de Justiça do Rio que o obrigava a deixar de oferecer fotos e filmes de apelo erótico e sugestões de pedofilia da estrela de cinema e televisão Xuxa Meneghel. A jurisprudência foi firmada sob a alegação de que o provedor de internet não pode ser inculpado e punido por material que não produz nem fiscaliza, mas apenas faz circular. Antes disso, a Terceira Turma do STJ manteve condenação ao Orkut, de propriedade do Google, por ter mantido ofensas feitas por um blogueiro ao diretor de uma faculdade em Minas. Aquela turma fixou em 24 horas, depois de denunciada a ofensa, o prazo para o veículo suspender a exibição dela, sob pena de ser corresponsabilizado judicialmente.
Para qualquer leigo em meandros do jurisdiquês, caso do autor destas linhas, há uma contradição em termos. E certamente a confusão é provocada pela ausência de uma legislação clara e rigorosa para coibir a circulação de infâmias covardes e anônimas em redes sociais e quaisquer veículos que acolham e divulguem informações de todo tipo num dos meios mais utilizados de comunicação deste século da alta tecnologia, que é a rede mundial de computadores. A omissão jurídica a respeito do assunto não é uma exclusividade tupiniquim, mas nos países desenvolvidos alguns avanços têm sido registrados para impedir abusos sem violação de direitos elementares da liberdade de informação, expressão e opinião. A praticidade e a comodidade oferecidas pelo banco de informações vendido pelo Google são de tal ordem que tem passado ao largo dessas decisões o fato elementar de que esse provedor vende um produto que obtém de graça, o que caracteriza, obviamente, pirataria. E também que a tecnologia capaz de facilitar qualquer pesquisa ou informar algo relevante a alguém que trabalhe com informação ainda não desenvolveu meios que tornem possível separar o joio do trigo. Não se sabe como distinguir um dado correto de uma reles falsificação.
Na verdade, não é realista reivindicar a erradicação da falsidade proibindo que o instrumento funcione, pois isso provocaria uma revolta mundial de usuários já habituados à facilidade da obtenção dos dados necessários para uma pesquisa ou um texto. Mas urge mudar radicalmente o enfoque que tem sido dado à proteção das mensagens veiculadas - reais ou falsas. As redes sociais e os provedores dessas informações não são – como querem fazer crer os executivos de um dos mais bem-sucedidos negócios de alta tecnologia do mundo – apenas formas de relacionamento interpessoal, mas seu alcance permite defini-los como meios de comunicação social. Quem duvidar está convidado a refletir sobre a importância dada a esses meios pela publicidade comercial e pela propaganda política.
Por mais riscos que a falta de vigilância possa provocar, seja na boa imagem de produtos, seja na honra de cidadãos, ninguém resiste a anunciar, promover ou simplesmente se expor por esses meios. Neste ano de eleições municipais, o caluniômetro nacional ganhará velocidade maior até do que a do impostômetro da Associação Comercial de São Paulo, fazendo parecer folguedos de crianças as infâmias divulgadas na última campanha presidencial, tais como fotos de Luiz Inácio Lula da Silva com uma mancha de urina na calça ou lendo um livro de cabeça para baixo e de sua candidata, Dilma Rousseff, exibindo um fuzil a tiracolo. Dilma também foi citada falsamente como impedida de entrar nos Estados Unidos por causa de sua militância na guerra bruta e suja contra a ditadura militar brasileira, na qual os americanos simpatizavam com os militares.
No entanto, ainda que vítima, o governo do Partido dos Trabalhadores (PT) nunca manifestou interesse algum em reprimir a covarde rede de infâmias que circula impunemente entre os usuários de computadores no Brasil, como se ela fosse de somenos importância.
O petista Marco Maia (RS), presidente da Câmara dos Deputados, tem tratado com displicência acima do razoável a tramitação na Casa do Marco Civil da Internet, que, em teoria, poderia pôr fim à confusão a respeito da responsabilidade de provedores e redes sociais em crimes contra a honra, como exposto no início deste texto. Aliás, a expressão em teoria merece uma explicação. A proposta a ser debatida e votada no Congresso é de uma platitude que não assusta caluniadores pela internet nem tranquiliza suas vítimas eventuais – quaisquer que sejam. Seria ingênuo imaginar que os parlamentares, cujos partidos são vítimas e algozes da rede mundial da maledicência, enfrentassem temas que tampouco empolgam seus colegas nos países mais ricos, como a pirataria do Google ou os serviços prestados pelas redes sociais às agências de espionagem. Mas é sua obrigação precípua impedir que se confunda – como vem ocorrendo, e não só nos meios cibernéticos – liberdade de expressão com licença para enxovalhar a honra alheia.
A indiferença dos legisladores ao problema torna-os cúmplices de quem se aproveita da ausência de leis que impeçam expressar ressentimentos, manifestar desvios de comportamento e até tirar vantagem da difamação. Não há mais tempo hábil para evitar que essa prática daninha provoque turbulências indesejáveis nas campanhas eleitorais que estão para começar. Mas é preciso desde já empenhar a energia e o poder político que os membros do governo federal têm para pôr fim a esse massacre de reputações na telinha, em vez de gastá-los na discussão de marcos regulatórios da mídia e outros eufemismos a pretexto de disfarçar tentativas de controlar a informação ou a opinião desagradáveis ou nocivas aos donos do poder.
O primeiro passo a ser dado é a conscientização de que combater a veiculação da infâmia anônima em quaisquer meios, computadores pessoais inclusive, não é ferir as liberdades individuais, mas acudi-las, salvaguardando a honra do cidadão.

terça-feira, 17 de julho de 2012

HOJE É DIA DE AUDÁLIO DANTAS RECEBER AMIGOS

Ontem à tarde, uma colega da TV Cultura bateu à minha porta para saber o que acho do cidadão alagoano Audálio Dantas.
Nota 10, eu disse.
E como jornalista?
Nota 10, também.
Eu conheci Audálio Ferreira Dantas à frente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo no começo da segunda metade dos anos de 1970, durante o “lento, seguro e gradual” processo de transição política, chamado de Abertura, posto à prática pelo general Geisel, em 1974, e encerrado em 1985, com a eleição do mineiro Tancredo Neves pelo Colégio Eleitoral.
Paraibano de João Pessoa, eu chegara à capital paulista em 1976. Estava adoentado, com bacilos de Kock a me incomodar o peito.
Bati à porta do Sindicato para conhecer colegas e fui recebido por Audálio.
Depois embarquei a Campos do Jordão para uma estadia não propriamente espontânea.
Após oito meses voltei decidido a encarar a vida por aqui, e novamente nos vimos.
E nos tornamos amigos.
Comecei fazendo bicos na redação da TV Cultura, no tempo que Aizita Nascimento apresentava o telejornal.
Depois fui trabalhar na Folha, onde permaneci por uns sete anos.
Depois Estadão, como chefe de reportagem da Editoria de Política.
Depois TVs Manchete, Globo etc.
Audálio fez uma carreira incrível no jornalismo.
A sua contribuição ao jornalismo e à literatura de denúncia é muito grande, coisa que faz desde os tempos da Folha da Manhã, hoje Folha de S.Paulo, nos anos de 1950; passando em seguida por revistas marcantes, como O Cruzeiro, Realidade, Quatro Rodas etc.
Audálio Dantas é pra virar estáuta, certo? E vou abraçá-lo daqui a pouco, às 19 horas, no restaurante Jacaré Grill, à Rua Harmonia, 321, Vila Madalena, quando ele estará autografando mais um livro, Tempos de Reportagem (Editora LeYa).
Vamos lá?
A Vanira Kunk – todo homem importante tem uma mulher, idem – manda dizer que não vão faltar cervejas, quitutes e caldinho de feijão.
Há como resistir?

FEIRA DE CORDEL
Começa hoje às 16 horas, prossegue amanhã e termina depois, dia 19, a I Feira Brasileira do Cordel, em Fortaleza. A iniciativa é da Aestrofe, com apoio do Minsitério da Cultura e do Governo do Ceará. O local é o Centro Dragão do Mar de Arte de Cultura. O baiano Marcus Haurélio, que reside na capital paulista e é um dos mais expressivos cordelsitas brasileiros da atualidade, acaba de embarcar para participar da feira.
PS - A primeira ilustração desta postagem, em p&b, é reprodução de página de parte de reportagem de Audálio Dantas, com chamada de capa, publicada na revista O Cruzeiro velha de guerra, edição de 16 de junho de 1962.

sábado, 14 de julho de 2012

A BASTILHA E SAUDADE DO FUTURO, O FILME

Conta a história que foi numa manhã como esta, num dia como hoje – 14 de julho –, que boa parte da população parisiense, instigada por um jornalista, invadiu a Bastilha e a destruiu.
A Bastilha, um portal que virou uma fortaleza em Saint-Antoine, foi construída no correr da Guerra dos Cem Anos pelo rei Carlos V e governada com mão de ferro pelo marquês de Launay, morto e decapitado após a invasão, pelos invasores.
Esse acontecimento, ocorrido em 1789, mudou radicalmente a situação social e política da França, culminando com a ação militar de Napoleão Bonaparte, um ano depois.
Vem daí a frase marcante do filósofo do Iluminismo Jean-Jacques Rousseau (1712-78) que o mundo livre conhece: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Isso tudo para dizer que depois de 200 anos da tomada da Bastilha veio ao mundo a minha caçula, Clarissa, que hoje faz 23 anos e daqui a meses conclui o curso de Pedagogia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo; e que no dia daqueles 200 anos eu compus uns versos que posteriormente foram musicados pelo mineiro Téo Azevedo e gravados pela cantora Fatel.
Essa gravação foi incluída na trilha sonora do filme Saudade do Futuro, produção franco-brasileira de Cesar Paes e Marie-Clémence, em 2000.
O filme tem por base um dos meus livros, A Presença dos Cordelistas e Cantadores em São Paulo, lançado pela Ibrasa.

PS - Acima, os versos inseridos no encarte do CD de 2001, com a trilha do filme. Para ler melhor, clique sobre. Tanto o filme quanto o CD podem ser adquiridos via Livraria Cultura.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

LUA ESTRELA BAIÃO, A HISTÓRIA DE UM REI

Hoje é sexta 13.
Dizem que é de agouro etc.
Não acredito, embora saibamos que no dia 13 de dezembro de 1968 foi decretado o Ato Institucional nº 5.
E o resultado disso todo mundo sabe: torturas, mortes e desaparecimentos de brasileiros, no Brasil.
Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, nasceu numa sexta-feira como esta, no longínquo ano de 1912.
E ele foi o que foi, e deixou o que deixou como herança para um povo carente do que é bom.
O meu novo livro, Lua Estrela Baião, a História de um Rei, começa assim:
“Naquele fim de noite, começo de longa e agitada madrugada, uma estrela cadente riscou o céu escuro anunciando o nascimento de um menino num dos casebres da fazenda Caiçara, no sopé da Serra do Araripe, a 12 quilômetros de Novo Exu, Pernambuco, lugar distante muitas e muitas léguas da capital, Recife.
A noite abafada e calorenta, de verão, prometia festa e emoção”.
Aguardem.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

NOITE DE FESTA, COM CHEIRO DE CHOCOLATE

Ontem a noite foi de festa e confraternização em torno do escritor Roniwalter Jatobá e seu novo livro, Cheiro de Chocolate e Outras Histórias (Ed. Nova Alexandria, SP, 148 pág.), lançado com toda pompa na Livraria Martins Fontes, na Paulista, e que li hoje de manhã de uma tacada só.
A obra (reprodução da capa, ao lado), muito bem editada, reúne duas dezenas de histórias curtas; uma melhor do que a outra.
Algumas, porém, são marcantes; como a que dá título ao livro.
No conjunto pode se dizer que é uma obra em que o autor se mistura com seus personagens, todos aparentemente reais.
Enfim, como dizia Goethe na citação oportuna de Ronaldo Cagiano na orelha do livro: “O começo e o fim de toda atividade literária é a reprodução do mundo que me cerca por meio do mundo que está dentro de mim”.
São histórias de gente simples, comum; de vida e morte, de lembranças na cidade grande.
Algo a ver, provavelmente, com a sua chegada à maior cidade do Hemisfério Sul nos 70, São Paulo, hoje a 5ª mais densa do mundo em população e extensão territorial, segundo dados da Organização das Nações Unidas, ONU.
No festivo local de lançamento ontem, presentes inúmeros amigos do autor, a destacar artistas e intelectuais como Luís Avelima, que acaba de traduzir diretamente do russo o livro Gente Pobre, de Dostoievski; Marco Haurélio e Pedro Monteiro, grandes cordelistas; Enio Squeff, autor das ilustrações do livro; José Donizete, Celso de Alencar, Álvaro Alves de Faria, Darlan Ferreira, as irmãs cantoras Celia & Celma; e o decano da imprensa brasileira, Audálio Dantas (no clique aí abaixo, ladeado pelas irmãs).

terça-feira, 10 de julho de 2012

HÁ 80 ANOS COMEÇAVA A GUERRA DE 32

Na capital paulista o domingo 10 de julho de 1932 amanheceu nublado e num rebuliço só, com o comércio fechado e meio mundo correndo pra todo lado com medo, muito medo, pois era o primeiro dia de combates entre brasileiros em São Paulo.
Sim, era a revolução que estourara na noite anterior dando agora a cara contra os abusos do golpista gaúcho Getúlio Dornelles Vargas.
Jornalistas e radialistas se engajaram imediatamente, exigindo eleições e uma nova Constituinte. As mulheres e até futebolistas como Arthur Friedenreich (no destaque, ao lado) também não ficaram indiferentes à causa do levante já desenhado no dia 23 de maio.
Trens foram mobilizados para levar soldados e voluntários para batalhas de campo no interior do Estado.
Uma enorme campanha para angariar fundos junto à população foi deflagrada. Slogan: Ouro pra São Paulo.
O movimento, que duraria 87 dias, era chefiado pelos generais Isidoro Dias Lopes e Bertoldo Klinger.
O governador era o embaixador Pedro de Toledo.
A Revolução Constitucionalista, também chamada Guerra dos Paulistas, resultou em 934 mortos.
Extraoficialmente, os números variam de 2000 a 2500 e o dobro disso de feridos.
Friedenreich, grande cartaz da época e chamado de El Tigre, o nº 1 do futebol brasileiro, engrossou as fileiras em defesa de São Paulo no dia 1º de agosto, quando foi enviado como comandante de um batalhão a Eleutério, distrito de Itapira, divisa com Minas Gerais.
Não se sabe se ele matou ou feriu alguém, mas por certo a sua presença numa frente de combate serviu para o futebol ser melhor visto e avaliado, pois não o era até então.
Antes, em 1919, sem que soubesse, Friedenreich fora homenageado numa música por Pixinginha, 1 x 0, que somente seria gravada quase 30 anos depois, pelo próprio Pixinguinha e seu parceiro predileto, Benedito Lacerda.
A música, um chorinho, traz no título o resultado do placar entre Brasil x Uruguai, pelo campeonato Sul-Americano, atual Copa América.
O único gol da partida levou a assinatura de El Tigre.

JACKSON DO PANDEIRO
Hoje faz 30 anos que o alagoa-grandense José Gomes Filho, o Jackson do Pandeiro, também chamado de Rei do Ritmo, partiu para a Eternidade, vítima de embolia cerebral num leito de hospital em Brasília.
Jackson nasceu no mesmo ano que Pixinguinha compôs 1 x 0.
Da mesma forma que Luiz Gonzaga ficou conhecido como Rei do Baião, Jackson ficou conhecido como o criador do Rojão.

RONIWALTER JATOBÁ
O escritor Roniwalter Jatobá está neste momento reunindo amigos e admiradores na Livraria Martins Fontes, 509, ao lado da estação Brigadeiro do metrô. O momento marca o lançamento de mais um belo livro dele, Cheiro de Chocolate e Outras Histórias, com a chancela da Editora Nova Alexandria. Começou às 18h30 e vai até às 21h30. Vamos? Eu estou indo.

domingo, 8 de julho de 2012

HOJE É DIA DE AUDÁLIO DANTAS!


Como o fabulista francês La Fontaine ou o cantor e instrumentista baiano Morais Moreira, o jornalista alagoano Audálio Ferreira Dantas nasceu num 8 de julho, como hoje.
Fontaine em 1621, Moreira em 1947 e Audálio em 1929, três meses depois de o estudioso tieteense Cornélio Pires iniciar a série de 104 gravações para a extinta Columbia em discos de 78 RPM que ficaria famosa por conter os primeiros registros de modas rurais.
La Fontaine se preocupou com o mundo infantil e, portanto, com a educação das pessoas em formação.
Morais Moreira nunca será descartável num repertório de boa música, da mesma forma que Audálio Dantas jamais deixará de ser lembrado no mundo do bom e responsável jornalismo.
Por isso é de se aplaudir a iniciativa da direção do mais importante newsletter do Brasil, Jornalistas&Cia, por elaborar e lançar com tanto carinho e respeito um caderno especial sobre a vida do brasileiro Audálio e sua trajetória impecável na imprensa.
Esse caderno é para ser lido num só fôlego, depois indicá-lo aos amigos e guardá-lo.
Audálio Dantas começou a carreira na extinta Folha da Manhã, hoje Folha de S.Paulo.
Ele tem muita história pra contar.
Como diria a cantora e amiga Inezita Barroso:
- E é tão compriiiiiiiiida!
Tim, tim, Audálio.
Nos veremos terça 17, para um bota-fora no Jacaré Grill, ali na Vila Madalena.
Ninguém faz 80 anos à toa, não é mesmo?

CANTORIA
O feriadão tirou público da roda de violeiros repentistas ontem, à tarde, no espaço cultural Gam Yoga, na Vila Madalena. Mas foi bonita a festa sim, com direito a cobertura da TV Brasil.
De surpresa compareceram a grande improvisadora Mocinha de Passira e o presidente da Ucran, Sebastião Marinho, acompanhado do apologista de cantoria Heleno Barros.
Numa beira da roda apresentaram-se Erivaldo da Silva, Zé Milson Ferreira e Chico Pereira, depois de discorrermos um pouco sobre a magia do mundo do repentismo e suas modalidades.
Um baião em décimas, na linha dos Dez-de-Queixo-Caído, foi desenvolvido em homenagem à memória do poeta e político paraibano Ronaldo da Cunha Lima, que ontem de manhã se despediu deste mundinho besta.
A modalidade Dez-de-Queixo-Caído é feita com versos de sete sílabas, tendo rimas obrigatórias em "ido" o sexto e o sétimo versos.
Cliquem:
PS - A foto lá de cima, em p&b, registra um momento de prosa dos tempos em que trabalhávamos na assessoria de imprensa do Metrô paulistano.

sábado, 7 de julho de 2012

RONALDO CUNHA LIMA PARA A ETERNIDADE

Através do amigo poeta cearense Moreira de Acopiara, que está com o cantador Geraldo amâncio participando de um congresso de repentistas em Palmas, no interior de São Paulo, eu acabo de receber a informação de que outro amigo poeta – esse, paraibano de Guarabira - acaba de partir para a Eternidade: Ronaldo Cunha Lima.
O caso se deu no meio da manhã de hoje, na UTI domiciliar instalada no apartamento onde ele morava no bairro de Tambaú, à beira mar da capital pessoense.
Tenho boas lembranças de Ronaldo, que na vida foi tudo: advogado, vereador, prefeito, deputado, governador, senador, poeta e declamador dos melhores que já vi.
Deixou muitos livros publicados.
No começo dos 90, à época prefeito de Campina Grande, ele participou do programa de televisão Show Sem Limite, respondendo sobre a vida e obra do poeta Augusto dos Anjos.
A final do programa foi emocionante (clique abaixo).
Ronaldo quase sempre estava com um sorriso na cara, pronto para uma boa prosa.
Era bem humorado e brincalhão.
Uma vez, um sábado como hoje, chegando a São Paulo ele me telefonou para almoçar junto com o conterrâneo jornalista José Nêumanne Pinto, uma das canetas e línguas mais afiadas e lúcidas do País, na atualidade.
Ronaldo perguntou:
- O que vamos almoçar?
E eu:
- Pode ser uma peixada, um baião-de-dois...
E ele:
- Eu venho lá da nossa terrinha, Assis, pra comer peixe e baião aqui?
E foi então que ainda caí na besteira de perguntar se ele se comeria um bode; e nem deu tempo pra dizer se grelhado etc. A resposta foi rápida:
- Se alguém segurar...
A risada de nós três reboou no saguão do hotel e fomos comer não sei o quê no Dinhos ou no Rubaiyat, ali na alameda Santos.
Que Deus o tenha num bom lugar.
PS – A foto que ilustra estas mal traçadas linhas foi feita numa das edições da Bienal do Livro cá na capital paulista, quando eu autografava no stand da União Brasileira de Escritores, UBE, o livro O Coronel e a Borboleta e Outras Histórias Nordestinas. Fica a lembrança que enriquece a saudade.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

JORNALISTAS&CIA TRAZ ELEAZAR DE CARVALHO

Amanhã é dia de cantoria no espaço cultural Gam Yoga, ali à Rua Fradique Coutinho, 1004, na Vila Madalena.
O baião de violas começará às 15 horas, com a dupla Erivaldo da Silva e Zé Milson Ferreira.
A entrada é gratuita e livre para todas as idades; ou seja dos 8 aos 80, com direito a cobertura especial da TV Brasil.
O projeto Violas e Repentes é uma proposta da Associação Raso da Catarina, iniciada no dia 3 de março com Sebastião Marinho e Andorinha.
No local já se apresentaram, além de Marinho e Andorinha, as duplas Titico Caetano & Vicente Reinaldo, Dedé Laurentino & Zé Cândido e Luzivan Matias & Manoel Soares.
O projeto, do qual participo como apresentador, tem término previsto para o dia 4 de agosto, com Zé Francisco & Sebastião Cirilo.

MOCINHA DE PASSIRA
Mocinha de Passira, uma das poucas mulheres do mundo da cantoria se acha em São Paulo, de passagem. Aproveita para cantar ao som de viola para seus fans, na sede da União dos Cantadores, Repentistas e Apologistas do Nordeste, à Rua Teixeira Leite, 263, Liberdade.

ELEAZAR DE CARVALHO
Vocês já leram o caderno especial MEMÓRIA DA CULTURA POPULAR deste mês, resultado de parceria do Instituto Memória Brasil com o newsletter Jornalistas&Cia? O caderno traz reprodução integral de uma entrevista que fiz com o maestro Elezar, em 1985. Acho que vocês vão gostar.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

SÃO JORGE, TIMÃO E LUA CHEIA

São Jorge fez a parte dele, iluminando o Brasil com uma belíssima lua cheia.
O presente de ouro foi para anunciar a grande partida que ocorrerá daqui a pouco entre Corinthians x Boca Juniors pela Libertadores da América no estádio do Pacaembu, pertinho cá de casa.
O Boca já papou seis taças desse campeonato.
O Timão, nenhuma.
Mas hoje pode ser a quebra desse enorme jejum.
Arriba, Coringão!

quinta-feira, 28 de junho de 2012

TODO DIA É DIA DE CHORO. E DE ELEAZAR

Hoje, 28 de junho, é o Dia Nacional do Choro em homenagem a Alfredo da Rocha Vianna, o Pixinguinha (1897-1973); da mesma forma que o 13 de dezembro é o dia Nacional do Forró, em homenagem ao rei do baião, Luiz Gonzaga (1912-89), que sugeri à deputada Luiza Erundina e depois tive a alegria de ver aprovado no Congresso Nacional, com chamegação protocolar do ex-Lula.
Um dos primeiros choros de Pixinguinha, 1 x 0, foi composto no ano de 1919 em homenagem a Arthur Friedenreich, O Tigre, autor do gol da vitória na prorrogação da partida Brasil x Uruguai, pelo Campeonato Sul-Americano de Futebol .
Bobagem, mas o fato e que esse chorinho só foi gravado muitos anos depois; para ser exato, no dia 12 de junho de 1946 por Pixinguinha e seu grande amigo e parceiro principal o flautista Benedito Lacerda.
O disco, de 78 rpm da Victor, foi lançado três meses depois.
Do lado B, mais um choro clássico de ambos foi gravado com a participação de ambos: Sofres Porque Queres, com Pixinguinha ao saxofone.
Três anos depois, Garoto, amigo do criador do ritmo Jequibau, Mário Albanese, faria a segunda gravação dessa música, para a Odeon.
Antes de Pixinguinha, o grande representante desse gênero musical foi Joaquim Antônio da Silva Callado (1848-80).
Querem saber mais?
Leiam José Ramos Tinhorão, ora.

ELEAZAR DE CARVALHO
Hoje, 28 de junho, se de corpo presente estivesse entre nós o cearense de Iguatu Eleazar de Carvalho estaria completando 100 anos de idade. Mas não está, e nem por isso deveremos esquecê-lo, não é mesmo?
O irrepreensível Eleazar foi o nosso maior maestro, um cara que conquistou o mundo com uma batuta na mão e uma incrível sensibilidade.
Querem saber mais?
Leiam a edição especial do newsletter Jornalistas&Cia da próxima segunda-feira. Aliás, por que vocês que me acompanham aqui, não espalham aos quatro ou cinco cantos do mundo sobre a importância de assinar esse newsletter, hein?
É tudo de bom.
A inteligência agradece.

DENISE E CARLOS FON
Hoje, 28 de junho, tive a alegria de receber em casa os amigos e companheiros de profissão de tantos e tantos anos Denise e Fon. Conversamos sobre tudo, e sobretudo do Brasil e dos brasileirinhos em formação. Andrea Lago fez ótimas interferências e dos dois se tornou amiga.

DÉRCIO MARQUES
Hoje, 28 de junho, faz dois dias que o mineiro meu amigo Dércio Marques partiu para a eternidade.

TRANQUEIRA DE SÃO JOÕES
Hoje, 28 de junho, recebo do meu amigo juiz de Direito da Comarca de João Pessoa Onaldo Queiroga uma notícia e tanto!
Importante para as mentes do bem do Brasil.
Essa notícia tem a ver com políticos sem caráter.
Leiam primeiro ele dizendo que "água mole em pedra dura tanto bate até que fura", explicando que esse "é um ditado certo", e que "após várias crônicas minhas denunciando a festa dos são joões fora de época, até que enfim a PF (Polícia Federal) e o Ministério Público daqui (João Pessoa) realizaram operação que resultou em várias prisões".
Agora, meus amigos, leiam a notícia publicada nos jornais de hoje da região:
"O Ministério Público da Paraíba (MPPB) vai solicitar à Justiça o afastamento dos prefeitos de Sapé, Solânea e Alhandra. Eles foram presos na manhã desta quinta-feira (28), durante a Operação “Pão e Circo”, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco/MPPB) e Polícia Federal, com o apoio da Controladoria Geral da União (CGU). O Tribunal Regional Federal da 5a Região já determinou a suspensão do repasse de recursos federais do Ministério do Turismo para as 13 prefeituras paraibanas, onde foi constatado esquema criminoso para desviar dinheiro público através de irregularidades nas contratações de bandas e serviços para eventos festivos. As prefeituras envolvidas são as de Mamanguape, Sapé, Solânea, Santa Rita, Itapororoca, Conde, Jacaraú, Mulungu, Boa Ventura, Capim, Cuité de Mamanguape, Cabedelo, Alhandra. As irregularidades também foram constatadas na Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), a Capital. As investigações apontaram direcionamento nos processos de licitação para contratar empresa responsável pelo show pirotécnico do último Réveillon, em João Pessoa, por exemplo. Segundo o assessor da CGU em Brasília, Israel Carvalho, estima-se que tenham sido desviados, desde 2008, cerca de R$ 65 milhões dos cofres públicos (entre verbas municipais, estaduais e federais). “A CGU esteve em loco em três municípios e constatou as irregularidades e desvios de dinheiro público. Só um grupo criminoso de empresas movimentou cerca de R$ 14 milhões. As investigações deverão apontar a participação de outros grupos”, exemplificou. O procurador-geral de Justiça, Oswaldo Trigueiro do Valle Filho, as fraudes ocorreram em vários eventosfestivos de municípios quem têm baixos IDHs (índices de desenvolvimento humano) e que têm vários problemas sociais, com escolas sucateadas e serviços de saúde precários. “O esquema envolvia duas estruturas: a iniciativa privada e as prefeituras. Pudemos ver o tamanho da influência dos empresários na administração pública e o sentimento de impunidade que os envolvidos tinham”, disse. Ele agradeceu o apoio do Tribunal de Contas do Estado (que disponibilizou um banco de dados), das Polícias Civil e Militar e dos órgãos envolvidos na operação".

ORA, ORA
Hoje, 28 de junho, ora, ora... Vou abrir um vinho.
Tim, tim!

quarta-feira, 27 de junho de 2012

EUROCOPA? QUE NADA: LIBERTADORES.

Hoje estiveram conosco o jornalista Mauro Dias e o músico Mário Albanese (ao lado, no clic de Darlan Ferreira).
Conversa pra lá de boa.
Mauro revelando que estudou música etc.
Mário revelando e ensinando segredos do Jequibau, ritmo de compasso 5/4 que criou com o maestro gaúcho Ciro Pereira e lançado mundialmente em 1965.
Mário alegre depois das tantas, entre um cafezinho e outro triste ficou depois da perda do seu time – de Portugal – para o da Espanha, nos pênaltis na Donbass Arena, em Donetsk, na Ucrânia, pelas semifinais da Eurocopa.
Os dois times jogaram bem, mesmo com suas estrelas apagadass, e mereciam ganhar, tanto que empataram no tempo regulamentar e depois foram para a prorrogação.
A batida de pênaltis decidiu: Espanha.
Foi muito.
Mário não aguentou, pediu água e mais um cafezinho e disse que tudo bem.
E foi embora. 
Mas jogo mesmo, cá pra nós, começará daqui a pouco, às 21h50, em Buenos Aires: Corinthias x Boca Juniors, no estádio La Bombonera, pela final pela Libertadores.
Haja coração!

LUIZ GONZAGA E ASSIS VALENTE

Leio nos jornais que o pãozinho nosso de cada dia está ficando pela hora da morte.
O motivo, dizem, é a alta do dólar.
E aí, sem mais nem menos, lembro a marcha Pão Duro, única parceria do pernambucano de Exu Luiz Gonzaga com o baiano de Santo Amaro da Purificação Assis Valente, como compositor grande fornecedor da portuguesinha Carmen Miranda, que em 1950 estrelou filme roliudiano (Nancy Goes to Rio) interpretando a obra marco do baião, Baião, de Gonzaga e Humberto Teixeira.
A marcha dos dois foi gravada por um deles, Gonzaga, no dia 6 de junho de 1946 e lançada em setembro do mesmo ano, quatro meses depois de ir à praça em registro histórico do conjunto Quatro Ases e 1 Coringa o já referido marco musical do Rei do Baião.
Agora o seguinte, clique:

terça-feira, 26 de junho de 2012

TODO DIA É DIA DE CIRCO

Eu gosto de circo.
Fui a muitos circos nos meus tempos de criança e tenho muitas histórias de circo pra contar.
Os circos são mágicos.
E pelo jeito o jornalista multitudo Ayrton Mugnaini também gosta.
Ayrton também é mágico, uno, na fala, no pensamento e nas acrobacias.
Raciocínio rápido.
Como cidadão, solidário, franco, briguento.
Agora ele inventou de tocar em circo, mas precisamente no Pindorama Circo de Variedades, que tem acrobatas, malabaristas, palhaços, músicos e tudo e muito mais que se espera de um bom circo e seus intérpretes e personagens.
Tudo é dinâmico e muito rápido no circo do Ayrton.
“Estamos todos os domingos de junho, e agora de julho, das 11 às 12h, no teatro Oficina, à Rua Jaceguai, 520, com ingressos a R$ 5 (crianças moradoras do Bixiga), R$ 10 (adultos moradores do Bixiga e meia-entrada em geral) e R$ 20 (inteira)”, ele informa.
A banda na qual Ayrton está é formada por João Pedro Tognonato (teclados), Wilson Feitosa (acordeão), Luan Frenk (violino), Ícaro Mart inelli (contrabaixo), Fernando Bola (bateria) e o próprio Ayrton, ao violão.
Por que circo?
O próprio Ayrton responde:
"Sempre gostei de circo, e esta é minha primeira experiência como participante; embora eu já seja palhaço em tempo integral. Já posso falar que contabilizo 41 anos de instrumentos musicais, 36 anos de palco e algumas semanas de circo. Tocar acompanhando espetáculos circenses é um pouco análogo aos músicos que faziam trilha ao vivo na época do cinema mudo, só que mais difícil, pois o filme não muda, e um número de circo pode sair a cada hora um pouquinho diferente. Por exemplo: um artista equilibra um chapéu no nariz, tendo pedido para a banda parar quando o chapéu cair na cabeça dele. A banda tem de estar atenta, de olho no picadeiro, para parar todo mundo junto quando o chapéu cair... Nada de tocar “viajando” na música de olhos fechados, como nos shows”.
Números de acrobacia - trapézio, corda, tecido - ficam ainda mais emocionantes, segundo Ayrton. E explica: “Imagine o artista a cinco ou mais metros do chão, geralmente sem rede de segurança, e você tocando com os olhos grudados nele. Às vezes dá até medo de errar e assustar o artista... Daí que temos de tocar o melhor que pudermos”.
Ainda Ayrton:
“E a nossa banda é muito boa”.
Eu vou lá, vamos?

FLÁVIO TINÉ
E aí, meu compadre, que história é essa de cirurgia na coluna?

segunda-feira, 25 de junho de 2012

HOMEM DE PARTIDO, É PARTIDO?

Uma vez perguntei ao poeta Drummond de Andrade, em entrevista que publiquei na Folha, nos anos 80, acho, qual o partido político que ele tinha por predileção.
Resposta, seca:
- Homem de partido, é partido.
Pensando nisso, penso em bicho não pela metade...
Há pouco, pra minha tristeza, no canal plim, plim, vi/ouvi chamada de matéria sobre o bichinho paca.
Oi, oi!
E a repórter, toda delicadíssima e com ar de Eliana/Xuxa, quase virando os olhinhos...:
- Com permissão do Ibama, podemos ver os dentinhos da paca...
Oi, oi!
E ela, a bichinha repórter, toda fofinha, mostrando os dentinhos lindos sem cárie da paquinha com cara de sei lá.
E eu, coitado, na minha paz de Deus, lembrei os versos doidos do poeta Cego:

“Quem a paca compra
Cara a paca pagará
Pagará a paca cara...”

Pois, pois...
E aí a perguntinha que ainda resta, de alguém que pensa neste mundo muito louco de meu Deus dos infernos:
A aliança Lula/Maluf vai levar o Brasil a onde?

REFAZENDA LANÇA GRIFE LUIZ GONZAGA

Primeiro, foi Maria Bonita que ganhou grife.
Agora é o rei do baião, Luiz Gonzaga, no centenário de seu nascimento.
Trata-se de uma coleção de 14 estampas, incluindo blusas e vestidos, que será apresentada ao público
paulistano pela estilista pernambucana Magna Coeli, criadora da marca Refazenda, que existe desde 89.
A coleção - Luiz Gonzaga: 100 Anos - foi toda desenvolvida em cetim de seda, algodão e malha, informa o amigo Matias José Ribeiro, nas cores preta, cinza e sépia, e será lançada no próximo dia 30, às 16 horas, na Rua Aspicuelta, 188, Vila Madalena. O Trio Alvorada animará a festa de lançamento da grife gonzaguiana ao som de sanfona, triângulo e zabumba.
Informações pelos telefones 3816.5414 e 3082.5444.
Também no próximo dia 30, às 10 horas, será lançado Sertão (catálogo da exposição O Sertão da Caatinga, dos Santos, dos Beatos e dos Cabras da Peste), com iconografia do cangaço selecionada por Ricardo Albuquerque.
Uma banca de debates será instalada com especialistas em Nordeste, Padre Cícero e Cangaço.
A neta de Lampião, Vera Ferreira, falará sobre Maria Bonita, sua avó.
O evento, com entrada livre, ocorrerá às 10 horas no Museu Afro Brasil (Parque do Ibirapuera, portão 10).

sábado, 23 de junho de 2012

GRÉCIA E RONIWALTER JATOBÁ

Meu endereço eletrônico acaba de acolher uma mensagem do meu amigo brasileiro Paulo Panayotis, grego de mente e coração, dando conta de texto escrito pelo poeta e ensaísta Affonso Romano de Sant´Anna, que compartilho com vocês:
“Cheguei em Atenas há poucos dias, ou melhor, no dia exato em que ocorreu a eleição que deveria decidir se a Grécia iria ou na permanecer na Zona do Euro. Diziam que se o novo governo rejeitasse o Mercado Comum Europeu, a Grécia estaria definitivamente perdida. Por isto, embora tenha vindo para um encontro de literatura, trouxe no bolso um plano para salvar a Grécia. Se a vida inteira tentei salvar o Brasil, porque não salvar também a Grécia? E o plano, vocês vão ver, tem a sua lógica. Trata-se de salvar um país através da cultura, e é o seguinte: em matéria de dívidas, nós é que somos todos devedores da Grécia. Se tirarmos Sócrates, Platão, Aristóteles (sem falar em uma dezena de outros pensadores gregos) a filosofia simplesmente acaba. Se tirarmos Sófocles e suas tragédias e o teatro grego as suas comédias, o teatro ocidental fica desorientado. Nem Nietszche nem Heidegger existiriam sem a Grécia. O que seria da psicanálise sem “complexo de Édipo” em Freud. O que seria de nosso vocabulário. E a riqueza dos mitos gregos? E eu nem falei ainda da ciência, da matemática, da arquitetura. E o conceito de democracia, de onde vem? Em síntese: se nos tirássemos Homero da história da literatura ela perdia seu fundamento principal. Ha algum tempo a atriz Melina Mercuri, quando Ministra da Cultura sugeriu que todos os países que roubaram monumentos gregos, os devolvessem. Eu vou mais longe e começo por dizer que nós é que temos que pagar a divida para com a Grécia. Quantos milhões de pessoas no mundo vivem da cultura grega. Ninguém paga aos gregos pelos direitos autorais. Quantos editores, professores, atores, tradutores vivendo `as custas da cultura grega? O mundo acadêmico desabaria na América e na Europa sem a Grécia. Querem saber?: nem o Renascimento italiano a que devemos tanto, existiria se não fosse a Grécia. Meu plano é simples: com o apoio da UNESCO criar o imposto sobre tudo o que importamos e usamos da cultura grega. Que os gregos modernos continuem simplesmente com suas oliveiras, dançando e quebrando pratos, abrindo suas ilhas luminosas aos turistas e oferecendo seus museus e ruínas. Nós pagaremos, olímpica e dionisiacamente. para que eles simplesmente existam. Nossa divida para com a Grécia não tem preço".

RONIWALTER JATOBÁ
Anotem: o escritor Roniwalter Jatobá vai lançar novo livro no próximo dia 10, a partir das 18h30, na livraria Martins Fontes, à Avenida Paulista, 509. O livro já está sendo impresso e tem como título Cheiro de Chocolate e Outras Histórias. E aviso logo: quem não for é filho do padre.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

MULHER MATOU MARIDO DORMINDO?

Não era ideia falar neste espaço da mulher que fria e premeditadamente trucidou o marido no começo da noite do dia 19 do mês passado nas dependências da cobertura onde morava, na Vila Leopoldina, cá em Sampa. Mas achei curiosas as conclusões do menestrel Vital Farias, autor de pérolas como Ai Que Sodade de Ocê, e a ele pedi licença para repercutir o texto, ipsis-literis, que escreveu e me mandou, este:
"Desde o inicio desse Crime,Covarde, Bárbaro,Hediondo,que eu sempre AFIRMAVA, que a Assassina matou seu Marido QUANDO ELE DORMIA.!
No Crime premeditado, geralmente todas as ocorrências nele praticados,são de caráter pre-determinado, assim como no caso em tela.! O que a Assassina usou desde o começo é que ele, a Vitima, (o marido) teria discutido com ela e tentou lhe dá umas tapas.(ÁLIBE)
Isto, jamais aconteceu.! O Que houve na verdade é que, quando ele ADORMECEU,,ela premeditadamente lhe feriu o tiro certeiro na cabeça a queima roupa e em seguida consumou o fato com mais tiros de misericórdia. E DEPOIS DE HORAS, O ESQUARTEJOU.!!
.Ela jamais teria condições, de alvejá-lo,e nem haveria necessidade alguma, PARA TANTO, já que tudo foi sobejamente planejado.!
.Esse argumento que ela usa a princípio, que teria havido discussões, Isto não aconteceu..!
O crime é na verdade de natureza premeditado ou melhor dizendo, premeditadíssimo com requinte de Crueldade,Frieza e sobejamente COVARDE.!
Se as AUTORIDADES,AFIRMAREM que este Crime É DE NATUREZA PASSIONAL.! .Eu Vital Farias,a partir de agora vou acreditar em, Sacy Pererê,Mula Sem Cabeça,Boi tatá,Caipora,Cumade Fulôzinha, Xupa Cabras,Curupira,Negrinho do Pastoreio, Lobisomem,Cabeça de Cuia,etc..!
Ele, SIM, O MARIDO, era um Romântico,Um apaixonado pela vida e pelas Mulheres, E mesmo não o conhecendo pre-suponho que usava a sua FORTUNA, como quem usa Perfume":Para EMBRIAGAR as suas Pretendentes e ao mesmo tempo se sentir EMBRIAGADO, pela Riqueza que chegara as suas Mãos,DE UMA CERTA FORMA, por Hereditariedade.!
Acredito se tratar neste caso específico,como um jovem que de uma certa forma se sentia PODEROSO e como tal, acreditava na transformação da Lenda Bastante conhecida que é: DO PRÍNCIPE E DA PLEBEIA.!,
SEM SABER QUE A MALDADE HUMANA, AMA A FORTUNA E A SUA VAIDADE / AMBIÇÃO É PROPORCIONAL A RIQUEZA DESEJADA .!
QUE PARA TANTO, PRATICA O CRIME EM TROCA DA RIQUEZA MAL ARRANJADA E FACCIOSA.!
CONCLUINDO
Ao meu ver;
TUDO FOI PENSADO ANTES COM MUITA FRIEZA E PROFISSIONALISMO,.!
VITAL FARIAS.
PS: VITAL FARIAS,não é psicólogo,nem psiquiatra,não é Advogado,nem tampouco é BURRO SUFICIENTE PARA NÃO TER PODER DE OBSERVAÇÃO DO ÓBVIO.!!"

ALIANÇA PERDIDA
Essa quem me manda é o amigo Jorge Sá de Miranda Netto:
- O lulla perdeu mais um dedo; o da aliança, levado pelo maluf!

quarta-feira, 20 de junho de 2012

CAIXINHA DE PANDORA

A vida política é mesmo assim, cheia de surpresas e mistérios; tal e qual a mitológica caixa de Pandora, em cujo interior se instalavam todos os males do mundo. E dentre os males, um bem havia: a esperança, combustível de sobrevivência da espécie humana até hoje.
Também entre surpresas e mistérios, se acham mudanças, choques, imprevisibilidades.
Exemplo recente disso é a convocação da deputada Erundina (PSB) para formar na chapa de Haddad (PT) à Prefeitura paulistana.
Num instante, provavelmente contrariando até seus princípios, ela disse sim.
No momento seguinte, ela bateu o pé e disse não.
Como ocupar um mesmo espaço e habitar em harmonia com “males” como Maluf (PP), ela se perguntou.
Para ela, a sua garganta é pequena demais para engolir o pepista.
E agora, o que será do PT em São Paulo?
E o PSDB, hein, que também disputou Maluf?
Nessa história, quem está se saindo obviamente bem demais é ele, sim, Maluf.
Aliás, ao firmar aliança com o partido de Lula, ele disse que estava fazendo isso por amor a São Paulo.
Pois é, só se for São Paulo Maluf.
Que viva a esperança, o bem intocável da caixinha de Pandora, a filha de Hefesto, o Deus do Fogo e da Metalurgia, com Atena, Deusa da Sabedoria, da Justiça e da Arte.
Enfim: quem é o mocinho e quem são os bandidos nessa história toda, hein?
Aguardemos o próximo episódio.

terça-feira, 19 de junho de 2012

GONZAGA FOR ALL

Do poeta e pesquisador da história do cordel Arievaldo Viana, eu acabo de receber cópia de entrevista da francesa Dominique Dreyfus dizendo que antes dela nenhum brasileiro havia escrito livro algum sobre o rei do baião, Luiz Gonzaga.
Essa fala nos induz a crer que mais uma vez um estrangeiro descobre o Brasil.
De estranhar, não é?
De estranhar inclusive porque a própria Dominique - que recebi na minha casa - leu e fez uso natural do livro Eu Vou Contar Pra Vocês, de minha autoria e que lancei em noite de festa no extinto teatro das Nações seis anos antes de ela publicar Vida do Viajante: A Saga de Luiz Gonzaga.
Dita como foi, a declaração soa no mínimo como um desrespeito ao escritor Sinval Sá, que em 1966 escreveu e publicou O Sanfoneiro do Riacho da Brígida, Vida e Andanças de Luiz Gonzaga, essencial para se compreender cada vez mais e melhor o Rei do Baião. Desrespeito também ao poeta-vaqueiro Zepraxédi, o primeiro a contar a história de Gonzaga, em versos, em 1952. E ainda a José de Jesus Ferreira, que lançou Luiz Gonzaga Rei do Baião, Sua Vida, Seus Amigos, Suas Canções, pouco antes de mim.
De surpreender ainda é o fato de constar na bibliografia de A Vida do Viajante referência aos livros O Sanfoneiro do Riacho da Brígida, Luiz Gonzaga Rei do Baião, Sua Vida, Seus Amigos, Suas Canções e Eu Vou Contar Pra Vocês; e à pág. 13 o meu nome, à guisa de agradecimento e apoio.
No link abaixo, a entrevista. Clique:
http://www.acordacordel.blogspot.com/

ESPECIAL
Semana passada estive em Brasília, para somar falas com Arievaldo Viana e Sinval Sá num especial sobre o Rei do Baião, que está sendo feito por uma equipe de profissionais da TV e Rádio Câmara (parte da equipe no clic de Andrea Lago, acima). O especial deverá ir ao ar no próximo 2 de agosto, dia do seu desaparecimento em Recife.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

HOJE É DIA DE SÉRGIO RICARDO

O mariliense João Lutfi, que o Brasil todo conhece pelo pseudônimo de Sergio Ricardo (aí ao lado, em foto comigo no começo dos 90), está completando hoje 80 anos de idade.
Sérgio é um dos mais completos artistas brasileiros.
Ele praticou e ainda pratica um monte de profissões, entre as quais a de ator, instrumentista, locutor de rádio, cantor, compositor, roteirista e diretor de cinema.
Dentre seus filmes, talvez o mais conhecido - e aplaudido - seja A Noite do Espantalho, de 1974.
O primeiro que ele fez - um curta de 35 mm - data de 1962 e ficou em 2º lugar num festival realizado em San Francisco, Estados Unidos. Título: O Menino da Calça Branca.
Em 1964, ano do golpe que torturou, matou e fraturou o pensamento civil do País, Sérgio, a pedido de Glauber Rocha, compôs em 20 minutos a trilha sonora do filme Deus e o Diabo na Terra do Sol.
Uma façanha, não?
Isso ele nos disse em 2008, durante encontro em que debatemos música, comportamento e política.
O encontro intitulado 1968: Cenas da Rebeldia, concorrido, ocorreu no Centro Cultural do BNB, em Fortaleza.
Como profissional da música, Sérgio Ricardo começou substituindo Tom Jobim numa casa noturna no Rio de Janeiro.
No disco, pela extinta RGE, ele estreou cantando a toada Vai Jangada, de Geraldo Serafim e Newton Castro, e o samba canção Sou Igual a Você, de Alcyr Pires Vermelho e Nazareno de Brito, em setembro de 1957.
Zelão, um de seus sambas mais famosos, lançado pela Odeon, foi gravado pela primeira vez, e por ele mesmo, no dia 31 de março de 1961.
Um dos momentos polêmicos e marcantes da vida de Sergio ocorreu na conturbada noite de 21 de outubro de 1967, durante a realização do III Festival da Música Popular Brasileira, no extinto Teatro Paramount, em São Paulo, quando sob uma tormenta de vaias ele transformou seu violão em cacos e o jogou à plateia em turbulência.
Parabéns, Sérgio, mais 80 procê.

CHICO SALLES E SOCORRO LIRA
Ontem fomos assistir Chico Salles na casa de espetáculos paulistana Traço de União, ali no bairro de Pinheiros. Ele cantou bem e com desenvoltura um repertório cativante, recheado de sambas, forrós e xotes. Lá para as tantas, a conterrânea Socorro Lira, que acaba de ser escolhida pela banca do 23º Prêmio de Música Popular Brasileira como Melhor Cantora Regional - regional, que diabo é isso? -, subiu ao palco pruma canja e mandou ver cantando toada e coco, ao lado de Chico. Nota 10! A produtora cultural Andrea Lago fez o registro fotográfico, como se vê aí embaixo.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

SAMBA E FORRÓ, COM CHICO SALLES

Domingo 17 tem Arraiá do Chico Salles na casa de espetáculos Traço de União, no bairro paulistano de Pinheiros.
Chico se fará acompanhar do Grupo Chabocão, formado por sanfona, zabumba, cavaco, pandeiro, violão de sete cordas e, claro, o triangulinho que o Rei do Baião botou na nossa música popular há coisa de 70 anos.
Não perca e leve os amigos para comer e/ou bebericar ao som do melhor som do dia.
Essa é a primeira vez que o Traço de União abre as portas para misturar o samba de Caymmi e Adoniran Barbosa com o forró de Jackson do Pandeiro e Luiz Gonzaga.
Paraibano de Souza, no alto sertão, safra de 1951, Chico Salles, cantor, compositor e cordelista com cadeira cativa, a de nº 10, de Catullo da Paixão Cearense, na ABLC, mora no Rio de Janeiro desde a idade de 18 anos. No Rio, estudou e se formou em Engenharia Civil, profissão que logo abandonou para se dedicar de modo integral à música.
Chico tem muitas composições feitas em parceria com o humorista Mussum, que nos anos de 1980 o encaminhou pelas trilhas dos bambas cariocas; e os craques do ramo Noca da Portela, Roberto Serrão e Beto Moura.
Entre 2000 e 2010, Chico gravou cinco CDs; o último, O Bicho Pega.
Vamos aplaudí-lo?
O Traço de União fica ali à Rua Cláudio Soares, 73, Pinheiros. Contatos pelo telefone 11.3031.8065.
O tarrabufado está programado para começar às 13 horas e o término, quando Deus quiser.
Antes disso, amanhã 16, a partir das 20 horas, Chico se apresentará na festa junina do Restaurante Feijão de Corda, organizada pelo pessoal da Caravana Pintando o Sete, que tem à frente o piauiense Luiz Wilson, titular do Programa Pintando o Sete (Rádio Imprensa, FM 102,5).
O Feijão de Corda se localiza à Av. Antônio Pitanga, 857, Diadema, na região do Grande ABC.

A ARTE DO IMPOSSÍVEL

Política é a arte do impossível.
Política é a arte dos contrários.
Política é o começo e o fim do quê só Deus sabe.
Se não fosse, a conterrânea deputada federal Luiza Erundina se recolheria da vida pública, como pretendia.
Isso ela uma vez me disse.
Disse-me isso também, não faz muito, a sua assessora, Muna Zeyn.
Aliás, o desejo de Erundina, hoje do PSB, era fazer Muna vereadora por São Paulo e depois se afastar da política partidária.
Mas aí Lula e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, entram na parada e Erundina cede.
Mistérios da política...
Bem, a aliança com o PT facilitará, sem dúvida, a Muna ocupar uma cadeira na Câmara.
A paraibana Luiza Erundina conhece São Paulo como poucos, já foi prefeita de São Paulo e por isso angariará muitos votos e, provavelmente, ocupará a cadeira de vice do ex-ministro Fernando Haddad.
Na verdade, Erundina surge como salvação da lavoura do PT, que um dia a expulsou.
Agora Serra, coitado, danou-se.
E a Marta, hein?
PS - Na foto aí a deputada num intervalo do programa de rádio que eu apresentava, chamado São Paulo Capital Nordeste (Rádio Capital). Na ocasião, eu lhe sugeria apresentar projeto para criação do Dia Nacional do Forró, 13 de dezembro, que foi aprovado no Congresso em setembro de 2005 e sancionado em seguida pelo então presidente da República, Luiz Lula da Silva.
Fica o registro.

REICHENBACH
Conheci o cineasta há uns anos na capital pernambucana, no correr do lançamento do filme Boi, ou Box (em inglês), do qual participo com texto e narração. É um filme de Márie-Clemence e Cesar Pais, premiadíssimo mundo a fora (na Turquia, foi mostrado em praça pública com tradução livre e ao vivo). Carlos morreu ontem 14, no final da tarde, vítima dum cardíaco aos 67, no exato dia do seu nascimento.

MELHOR CANTORA
A paraibana Socorro Lira acaba de ser reconhecida pelo Prêmio de Música Brasileira, como Melhor Cantora.
Bom, não é?
Então, espalhe a notícia.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

SOCORRO LIRA GANHA PRÊMIO NACIONAL

Atenção, espalhem a boa nova e digam aos quatro ventos que a Paraíba tem motivo mais do que suficiente para fazer festa desde ontem à noite, quando uma de suas filhas mais talentosas e queridas, Socorro Lira, ganhou reconhecimento nacional ao ser agraciada com o disputado prêmio de Melhor Cantora, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
O prêmio, entregue sob uma chuva de aplausos e vivas, deveu-se à excelência de qualidade de um seus discos, o CD Lua Bonita, que foi gravado de forma independente entre 2008 e 2010 e lançado oficialmente em 2011, em homenagem ao esquecido compositor e intérprete - seu conterrâneo - Zé do Norte, de batismo Alfredo Ricardo do Nascimento, que desapareceu pobre e adoentado no começo do ano de 1992.
É dele, Zé, a música que dá título ao disco de Socorro e a adaptação da toada-baião Mulhé Rendeira, gravada inúmeras vezes no Brasil e no Exterior desde o seu lançamento na trilha sonora do filme O Cangaceiro, de Lima Barreto.
Mulhé Rendeira foi gravada pela primeira pelo cantor Homero Marques, com acompanhamento do conjunto musical paulistano Demônios da Garoa, em 1953.
A premiação como Melhor Cantora é um reconhecimento tardio, mas bem-vindo, do corpo de jurados da 23ª Edição do Prêmio de Música Brasileira ao enorme talento de Socorro Lira.
Concorreram ao Prêmio artistas escolhidos numa lista de mais de 800 nomes.
Saiba mais sobre o CD Lua Bonita e sobre a própria Socorro Lira clicando: http://www.socorrolira.com.br/projetos_interna.php?id=1

E veja ela interpretando uma de suas composições no programa Sr. Brasil. Clique:

sexta-feira, 8 de junho de 2012

AINDA GERALDO VANDRÉ, AGORA NUM FILME

O Que Sou Nunca Escondi, que acabo de assistir, é um filme de 54 minutos dirigido por Alexandre Napoli e Helena Wolfenson, de 2011, sobre a existência e trajetória do personagem da música brasileira Geraldo Vandré, criado pelo paraibano Geraldo Pedrosa de Araújo Dias nos começos dos anos de 1960, em São Paulo, como certa vez ele disse em entrevista que publiquei no dia 17 de setembro de 1978 no extinto suplemento dominical Folhetim, do jornal paulistano Folha de S.Paulo.
Essa entrevista pode ser conferida no news letter Jornalistas&Cia
(http://www.jornalistasecia.com.br/edicoes/culturapopular02.pdf)
Esse documentário tem importância por mostrar pontos de partida para melhor compreensão, no futuro, do polêmico personagem que um dia fez o Brasil cantar pelo sonho de tempos melhores.
Artistas da nossa música, como Hermeto Pascoal e Heraldo do Monte, que integraram o Quarteto Novo, criado por Geraldo para acompanhá-lo nas suas apresentações País a fora, são valorosos; como valorosos são também os depoimentos de Jair Rodrigues, intérprete de Disparada no II Festival da MPB, promovido pela TV Record em 1966, e do maestro Júlio Medaglia, um dos mais criativos e presentes arranjadores de obras do tempo dos festivais de música popular.
Há alguns senões, no documentário.
Vandré, por exemplo, não deixou a música para trabalhar como advogado.
Outro: não são de modo algum emblemáticas a moda de viola Disparada e a guarânia Caminhando ou Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores, classificada em 2º lugar no III Festival Internacional da Canção, em 1968.
Disparada chama a atenção para alguém que chega de longe com ideias de mudança.
Caminhando, também; mas a sua mensagem vai além, levando a quem a ouve a repensar a história.
Ao lado dos protagonistas citados, eu digo também lá minhas bobagens.
Eu e o cantador mineiro Téo Azevedo fizemos uma música em lembrança de Vandré. Quem a interpreta é o cantor Emídio Santana. Clique:
Ah, sim: melhor do que não rodar um documentário, é rodá-lo.

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