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terça-feira, 11 de novembro de 2014

GOVERNO E CULTURA POPULAR

Eu conversava muito com Luís da Câmara Cascudo (1898 - 1986), um dos mais importantes estudiosos da cultura popular.
Eu também conversava muito com Mário Souto Maior (1920 - 2001), outro grande homem preocupado com a nossa cultura.
Cascudo era do Rio Grande do Norte e Mário, de Pernambuco.
Mas os dois partiram e o Brasil anda assim, assim.
Entra governo e sai governo e lhufas para a cultura popular. É como se os responsáveis pelos destinos da Nação fossem totalmente autossuficientes, ignorassem e, pior, tivessem vergonha do que e de quem somos. Foi não foi, lembro da omissão do governo Lula em relação à frase “o melhor do Brasil é o brasileiro”, de autoria de Câmara Cascudo, e foi não foi também lembro da frase estampada aí em cima do blog, que Dilma (ou seu ghost right) esqueceu de creditar como sendo de minha autoria.
A cultura popular é de fato muito importante não só para a memória de um país como também para a formação de uma nação.
Pois é, e outro dia bateu à minha porta uma francesa dizendo estar desenvolvendo uma pesquisa a respeito dos poetas repentistas brasileiros. Falei muito a respeito e ela aparentemente ficou encantada, gravando tudo o que eu falava e fazendo perguntas e perguntas e perguntas. A ela fiz ver da grandeza da poética desses violeiros. E indiquei vários deles.
Aproveitei para perguntar sobre os trovadores franceses e como eles andam hoje, especialmente no sul da França. Ela respondeu que eles já não existem. E disse mais: a cultura popular francesa, grosso modo, também não existe.
Lembrei do professor Raymond Campbell, que na década de 1970 veio ao Brasil para desenvolver um estudo a respeito do Sebastianismo, mas na última hora desistiu desse propósito e encampou o desafio de estudar a literatura de cordel feita no nosso País.
Fica o registro e a pergunta: não está na hora de o governo brasileiro mostrar a grandeza da nossa cultura popular?
  
GRAFITE
Fico sabendo a partir da minha filha Clarissa que o prefeito Fernando Haddad acaba de liberar espaços em toda a extensão da avenida 23 de maio para que os grafiteiros de São Paulo mostrem a sua criatividade. Isso também é cultura popular. Meus parabéns ao prefeito, pela iniciativa. Lembrar, não custa: um dos nossos maiores grafiteiros é o Kobra, que acaba de dar aos paulistanos um belíssimo painel retratando o compositor Chico Buarque de Hollanda e o mestre Ariano Suassuna. Esse painel (acima) se acha nas laterais da Senac Pinheiros, à rua Pedroso de Moraes.
Detalhe: é de autoria do mesmo Kobra a capa do livro A presença do futebol na música popular brasileira, de minha autoria. Essa capa é a primeira assinada por Kobra para um livro (ao lado).

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

NOITE DE ALEGRIA NO CANTO DA EMA


Da esquerda para a direita: RÔMULO, PAULINHO, JANAÍNA, ASSIS E ANA MARIA
A minha semana começou ontem à noite com muita festa e alegria em torno de amigos na casa paulistana de espetáculos O Canto da Ema, especializada em rítmos originários do Nordeste, como forró, xote e rojão.
Entre um chopp e outro, muita conversa agradável rolou com o empresário Paulinho Rosa e o economista paraibano Rômulo Nóbrega, que no inicio do ano que vem lançará uma biografia sobre o legendário compositor pernambucano Rosio Cavalcante, autor de grandes sucessos de Jackson do Pandeiro e Luiz Gonzaga.
Ao mesmo tempo em que nos confraternizávamos, no anexo do Canto da Ema, a cantora Janaína Pereira, do Grupo Musical Bicho de Pé, fazia a alegria de centenas de pessoas dançando com desenvoltura em todo salão.
Janaína é uma das mais completas intérpretes da boa musica brasileira, com agenda cheia até o começo do próximo ano. Enquanto ela e o seu grupo se apresentam Brasil afora, o agendamento para turnê no Exterior vai se acumulando.
Este ano Janaína já se apresentou em Portugal, França e Alemanha, onde lançou Cds e Dvds com a chancela da gravadora Arlequim  - ROMANCE.

Amanhã a partir das 19h00min a jornalista Paula Dias estará lançando o seu primeiro romance: Suave, um Amor sem Limite. A autora autografará o livro em sessão especial no Restaurante Consulado Mineiro, localizado ali na Praça Benedito Calixto.

domingo, 9 de novembro de 2014

ASTRO DO RUGBY RECEBE BRASILEIRO

O campeão mundial de rugby de 1995 o sul-africano Chester Williams encontrou um tempo em sua concorrida agenda ao Brasil para receber o produtor artístico Darlan Ferreira, num hotel do bairro paulistano de Moema. Durante o encontro, ocorrido ha poucos dias, os dois conversaram sobre cinema e música. Ainda durante o encontro, representando o Instituto Memória Brasil, (IMB), Darlan mostrou em primeira mão ao astro da África o tributo musical Oh Sweet Madiba (Song For Mandela), dele próprio e Wagner Di Paula. Surpreso e emocinado, Chester Williams abriu um sorriso largo e elogiou: "It's nice".
Williams é o Pelé dos sul-africanos. (acima, exibindo um exemplar do livro A Presença do Futebol na Música Popular Brasileira).
Em 2009 Chester Williams aparece no filme Invictus de Clint Eastwood.
Invictus é um drama biográfico estrelado por Morgan Freeman e Matt Damon.
A história é baseada no livro de John Carl "Conquistando o Inimigo"
(em inglês: in Playing the Enemy: Nelson Mandela). Que também retrata o jogo que fez uma Nação sobre os eventos na África do Sul antes e durante a Copa do Mundo de Rugby de 1995, organizada no país após o desmantelamento do apartaide.
Freeman e Damon são, respectivamente, o presidente sul-africano Nelson Mandela e François Pienaar, o capitão da equipe de rugby union sul africano, os Springboks.
O título Invictus pode ser traduzido do latim como "invicto", e é também o título de um poema do inglês William Ernest Henley.
Darlan Ferreira aproveitou o encontro para convidar Chester Williams a participar da gravação de Oh Sweet Madiba (Song For Mandela), composta em homenagem ao ex-presidente Nelson Mandela (1918-2013), no momento em que o mundo vê-se atônico com as notícias cada vez mais alarmantes em torno do mal Ebola.
Para lembrar o ex-campeão de rugby, clique:

ELIETE NEGREIROS
Como diria um amigo meu, na noite de Elite Negreiros teve mais artistas do que gente.
Pois é, na noite de beijação e abraçamento em Eliete compareceram Arrigo Barnabé, Carlos Rennó, Suzana Salles, Caito Marcondes, Eduardo Gudin, Passoca,  o cartunista Paulo Caruso e o crítico de música Zuza Homem de Melo, entre outras figurinhas de marca registrada.
O motivo do congraçamento foi o lançamento do disco Outros Sons, que originalmente foi á praça há exatos 32 anos no formato de lp.


Paulo Caruso e o diretor artístico da Kuarup, Rodolfo Zanker


quarta-feira, 5 de novembro de 2014

KUARUP E O BRASIL MUSICAL

A Argentina é o país do tango, Portugal do fado, a França da valsa, a Itália da ópera, os Estados Unidos do rock, jazz e do blues e o Brasil... Bom, o Brasil é o país mais musical do mundo, com dezenas de ritmos, do chorinho à bossa nova, do baião à tropicália, do forró ao samba, passando por gêneros dos  mais diversos no correr dos últimos pouco mais de 100 anos, como o maxixe, o lundum, marchinha (de carnaval e de São João), moda de viola, cateretê, xote, xaxado;  sem falar do repentismo nordestino, do cururu paulista, do calango mineiro e do partido alto carioca.
O Brasil é o país das pérolas, como Carlos Gomes (o maior compositor operístico das Américas), Ary Barroso, Dorival Caymmi, Anacleto Medeiros, Pixinguinha, Tonga, Lamartine Babo, Chiquinha Gonzaga (a nossa maior maestrina), Luiz Gonzaga, Geraldo Vandré, Chico Buarque, Caetano Veloso, Renato Teixeira e centenas e centenas de pedras preciosíssimas.
Mas os brasileiros desconhecem esse País tão rico, tão bonito, tão incrível.
Mas nem tudo está perdido, pois a esperança é um bichinho invisível que nos faz vivos para sempre, por isso jamais deverá morrer mesmo faltando, no caso, meios adequados para mostrar a rica musicalidade brasileira. Entre esses meios, estão -  ou deveriam estar – gravadoras para lançar as obras musicais em disco.
Mas há selos musicais insistindo trazer a tona obras registradas nos tempos do velho e bom vinil, como a Kuarup.
Aparentemente como quem nada quer, mas tudo querendo, a Kuarup, como a fênix surge do limbo trazendo no bojo alguns tesouros que agora ganham o formato de CD, como Taperoá, do paraibano Vital Farias; Tiro de misericórdia, do carioca João Bosco; Telma Costa, título homônimo da mineira; e Outros sons, da paulistana Eliete Negreiros.
Esses discos, cada um com seus gêneros são um bálsamo, uma alegria para todos aqueles que cuidam dos ouvidos e gostam de ouvir música de boa qualidade.
O dico Taperoá foi gravado originalmente entre dezembro de 1979 e março de 1980. Nele há belíssimas surpresas, como a faixa que o abre: Pra você gostar de mim, que eu ouvi do autor bem antes de ele a gravar. Nessa faixa tem até o grande Manduka – filho do poeta Thiago de Melo – tocando charango. No mesmo disco há faixas assinadas pelo poeta Salgado Maranhão, que estranhamente anda sumido, e Oswaldinho do Acordeon exibindo a sua sensibilidade genial.
O disco de João Bosco, o quarto da sua carreira,  é simplesmente uma obra-prima.
O disco de Telma Costa, o único da sua carreira e não se sabe porquê, é para ser ouvido,, ser ouvido, ser ouvido e dito ao vizinho, ao amigo, amiga e todo mundo que é excepcional, poi ela com a sua voz suave, bem colocada, não tem como não nos encantar.
O quarto disco dessa leva da Kuarup, Outros Sons,também  aparentemente não apresenta defeitos. É bom desde a faixa título, de autoria do compositor, arranjador e intérprete paranaense Arrigo Barnabé, um inquieto  experimentalista do ramo que escolheu para dar a sua contribuição ao Brasil, que é a música.
Arrigo tem um pouco de Tom Zé e de Lívio Tragtemberg.
Pois é, o Brasil precisa ser descoberto por todos nós, brasileiros.
Viva o Brasil!

Atenção: Hoje, a partir das 19h, haverá uma audição especial do disco de Outros sons na Livraria da Vila, à rua Fradique Coutinho, 915 , no bairro paulistano de Pinheiros.
Eliete e a Kuarup estão nos convidando para um bate-papo, regado com umas coisinhas. Você vai? Eu vou. 

domingo, 2 de novembro de 2014

HOJE É DIA DE CÉLIA E CELMA

Ontem foi Dia de Todos os Santos.
Hoje é dia de todo mundo e de todos orarmos por nós mesmos.
Hoje também é dia das mineirinhas Célia e Celma, da Ubá de Ary Barroso. Elas são gêmeas em tudo desde o nascimento ocorrido a 02 de novembro de 1952 – um domingo como hoje - e até em tudo que fazem, e fazem bem e bonito.
Célia e Celma afinadíssimas que nem sabiás e curiós são únicas na arte do canto.
Elas, que nem as sereias, encantam os ouvidos mais moucos.
Que se cuidem os navegantes desavisados e não é à toa que o exigente Geraldo Vandré as elogia com a espontaneidade de uma brisa que nos acarinha o rosto.
A dupla se apresentou em público pela primeira vez aos cinco anos de idade. E seguiu aos seis, sete, oito e até hoje por todo Brasil e fora do Brasil, cantando em espanhol, inglês, inche e até em japonês, e em português são imbatíveis. A dupla esteve no Japão, China, Itália e noutros lugares deste mundinho besta.
Além de cantoras, com vários discos gravados, as duas já publicaram livros e há anos assinam uma coluna de impressões pessoais num jornal de Ubá.
Elas também atuaram como atrizes. Na TV Manchete, por exemplo, elas viveram as personagens Luminosa e Iluminada na novela A História de Ana Raio & Zé Trovão (abaixo).
Isso em 1994.
Dez anos antes, elas realizaram temporada musical com grande sucesso ao lado do lendário Cauby Peixoto.
Enfim, a história de Célia e Celma é uma história comprida.
Viva Célia e Celma!


PETER ALOUCHE

 
Peter comigo e Paulo Vanzolini (1924 - 2013)
 
Um engenheiro egípcio naturalizado brasileiro Peter Alouche, ex-professor do Mackenzie e da FAAP, esteve ontem no Instituto Memória Brasil conversando sobre cultura popular. Peter, formado em letras pela Universidade de Nancy, França, é também um surpreendente cultor da literatura de cordel; inclusive, com folheto publicado. Ele tem também, em parceria com o cantor e compositor Téo Azevedo, um belíssimo tributo musical dedicado à cidade de São Paulo.

sábado, 1 de novembro de 2014

A TRAGÉDIA DO ABANDONO

É nas intempéries ou marolinhas que em segundos se transformam em tsunamis que vêm a tona os reais valores humanos.
Nos momentos difíceis tudo se complica: o sol nasce escuro e a noite se enche de pernilongos. Na mente de quem vive esses tempos, só confusão.
As intempéries, porém, passam como passam os inimigos e as más notícias.
As intempéries são filhas do absurdo, denominadas mentiras, omissões, traições.
Histórias de intempéries ou mal tempo estão todas estampadas na Bíblia, bem grande.
Há uns dois mil anos, um cara traiu outro. Em 1954, atirado na solidão da madrugada, o presidente Vargas, traído, deu um tiro no peito. E aí o povo jamais o abandonou...
No último impeachment ocorrido por estas bandas, as massas abandonaram Collor.
 Diógenes cercado por cães - por Jean Leon Gerome
E traição por traição, Sarney fez o que fez com Dilma: a ela jurou amor, mas na hora H, na urna, optou por Aécio.
Na Grécia antiga, o cego Diógenes, discípulo de Antístenes, que foi discipúlo de Sócrates, andava pelas ruas, em pleno dia com uma lanterna acesa - ao seu lado, protegendo-o, inseparáveis cães, que jamais o abandonaram.
Ele gozava dos poderosos e andava à procura de um homem honesto. Não consta que achou, mas essa é outra história.

VISITA AO IMB:
Ontem no final da tarde, o cantor e compositor Cacá Lopes esteve no Instituto Memória Brasil acompanhado do cordelista Marco Haurélio.
Tivemos uma longa conversa. Haurélio é autor de cerca de 40 livros sobre cultura popular. 

Fica o registro. 

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

POR QUE PERGUNTAMOS TANTO?

A felicidade é uma joia para ser repartida entre as pessoas, até porque ninguém é feliz sozinho...
Por que, porque, por quê, porquê?
O bom jornalista deve perguntar, perguntar, perguntar e ouvir o interlocutor, seu entrevistado.
Criança não é lá de ouvir muito bem, pois gosta mesmo é de chorar e logo após seu primeiro ano de vida pergunta, pergunta, pergunta e pouco fala, se é que me entendem.
E o que é que tem a ver o jornalista com a criança?
Ora, a mania de perguntar.
Um cientista não é muito de externar as suas perguntas, mas passa a respondê-las através de incansáveis pesquisas: por que nascemos, por que vivemos, porque morremos e ao morrer para onde vamos?
Por que o sol nasce todos os dias? Por que hora chove e ora não chove? Porque a água do mar é salgada? Por que os pés de caju dão caju? Porque pé de jaca dá jaca? Por que pé de limão não dá abacaxi ou cenoura? Por que Ravel compôs o bolero que ficou tão famoso?
Qual a finalidade da vida e por que perguntamos tanto?
Sei lá, acho que a mania de tanto perguntarmos é apenas uma forma de passatempo. 
O pôr-do-sol na praia do Jacaré, em João Pessoa.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

FALTA DE CHUVA INSPIRA COMPOSITOR

Oito dos nove estados Nordestinos continuam sofrendo as mazelas da seca.
Três dos quatro estados do Sudeste estão sofrendo da mesma causa.
Em Minas Gerais até a nascente do São Francisco secou.
Em São Paulo dezenas e dezenas de municípios estão com racionamento d’água, mesmo com o governador Alckmin dizendo  contrário. Mas ele está visivelmente aperreado.
A linha vermelha entre o Palácio dos Bandeirantes e o Palácio do Planalto está ativada, com o governador paulista estendendo o pires à presidente Dilma Rousseff.
E o povo sofrendo, sem saber o que lhe ocorrerá nos próximos dias ou meses com relação à crise hídrica que está se vivendo.
Aliás, a água, a falta d’água e o excesso d’água n’alguns momentos da vida brasileira têm sido secularmente um problema cruciante.

Em 1985 – quem não se lembra? – os artistas da música brasileira, à frente Chico Buarque e Fagner, se mobilizaram em torno do dilúvio que quase afoga todo o nosso Nordeste. Naquela ocasião, a pedido do Fagner, o poeta Patativa do Assaré (1909 – 2002) escreveu uma letra, “Seca d’água”, que Chico e Fagner inspiradamente melodiaram. A obra foi incluída no compacto simples e vendido com a grana resultante daí destinada às vítimas daquelas terríveis enchentes. Essa iniciativa foi inspirada no movimento de artistas norte-americanos que geraram o LP “We are the world”, naquele mesmo ano de 1985.
Enquanto a iniciativa brasileira chamou-se Nordeste, Já!, os americanos denominaram o movimento pró-africanos de USA Africa.
Os recursos arrecadados com iniciativa de Chico e Fagner rendeu pouco mais de zero, enquanto a iniciativa norte-americana rendeu  55 milhões de dólares.
Cerca de 150 vozes da nossa música popular se acham no disco Nordeste, Já!, desde os próprios Chico e Fagner, a Djavan, Luiz Gonzaga, Gonzaguinha, Fafá de Belém e Caetano.
Fica o registro.

O tema água, falta ou excesso, se acha com muita frequência na discografia da música brasileira. Agora mesmo mais uma pode  ser acrescentada:  Súplica paulistana (abaixo), do Potiguar Germanno Júnior.

Súplica paulistana é uma belíssima canção inspirada no clássico da música popular Súplica Cearense, de Gordurinha e Nelinho (abaixo).

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

HOMOFOBIA, SEPARATISMO E GUERRA

Ouvi no rádio que o recém eleito deputado estadual Coronel Telhada, do PSDB, externou na rede social o seu apreço pela homofobia.
O mesmo coronel também externou seu desejo de dividir o Brasil.
Disse o coronel que está na hora de São Paulo virar uma simples unidade da República Federativa do Brasil.
Isso é um despropósito. É feio, ilegal e dói, que o digam os gaúchos, que anos atrás criaram um movimento para também se separar do Brasil.
Anos atrás dois artistas compuseram uma música induzindo que o Brasil fosse separado do nordeste. A música, NordesteIndependente, foi gravada pela cantora Elba Ramalho, em 1984. Como peça musical é uma bela obra.
Detalhe: logo depois, o poeta repentista Lourinaldo Vitorino compôs e gravou uma composição rebatendo o conteúdo de Nordeste Independente. E diga-se de passagem, uma bela composição a de Lourinaldo, em que diz que o Brasil não tem que ser dividido coisa nenhuma.
Chega desse tipo de pensamento , inclusive porque não levará a nada, a não ser incutir nas pessoas uma ideia de raiva por nosso país.
O nosso país é fantástico, é maravilhoso.
Viva o Brasil!

DIÁLOGO
E o senador Aloísio Nunes, vice da chapa derrotada do Aécio à Presidência da República, hein?
Aloísio, senador de São Paulo pelo PSDB, raivoso, subiu ontem à tribuna para dizer que não aceita dialogar com a presidente reeleita Dilma Rousseff. Uma pena. Política e tudo na vida são feitos com diálogo. Sem diálogo há guerra e guerra é guerra.

Numa guerra todos perdem.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

PAÍS DIVIDIDO E FORTUNA

Esse negócio de que as últimas eleições à presidência dividiram ou racharam o Brasil é uma balela saída de cabeça oca. Aliás, esse tipo de raciocínio é muito perigoso. Não nos esqueçamos que os golpistas de 64 convenceram os Estados Unidos de que o Brasil estava assim, dividido.E foi o que se viu: um golpe civil-militar dado na calada da noite e que deixou na escuridão o nosso país por 21 anos seguidos.
Não há esse negócio de Brasil dividido entre nordestinos e não nordestinos, como andou espalhando a oposição.
O mundo, claro, é injusto, sempre foi injusto, desde o tempo em que o homem ganhou fôlego e desceu das árvores, subjugando seu semelhante e outros bichos mais fortes, como a mulher.
Triste.
Claro, isso é tristíssimo, e nesse ponto a nossa raça não tem jeito; pois se quisesse, viveríamos bem melhor, pois a paz é o ponto para o bom-viver.

SÃO JUDAS
Hoje é dia de um dos santos mais adorados da igreja católica. São Judas Tadeu.
São Judas, nascido na Palestina no século I d.C., é um dos pilares da igreja, considerado o santo das "causas impossíveis". Hoje, na igreja que leva seu nome, localizada no bairro de Jabaquara, são esperados cerca de 30 mil fiéis. Uma lembrança: foi nessa igreja, exatamente no dia 27 de setembro de 1994, que eu e os irmãos Paulo e Chico Caruso, entre outros amigos, assistimos à missa de sétimo dia pela alma do cartunista Fortuna, de batismo Reginaldo, nascido na capital do Maranhão, no ano de 1931.
Viva Fortuna!

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

VITÓRIA DE DILMA É UMA APOSTA NA ESPERANÇA

Dilma: 54 501 118 X Aécio: 51 041 155.

Esse placar do jogo político que levou Dilma Rousseff à reeleição tisnou de luto brabo a plumagem tucana.
Isso ainda vai dar pano pra manga, numa espécie de vingança.
E nesse próximo jogo, quem ganhará e perderá?
Dilma ganhou de Norte a Sul, mas à exceção de Minas perdeu no Sudeste.
Essa história eu conheço um pouco e tem um nome que a define: dis-cri-mi-na-ção.
Eu tinha 24 anos quando cheguei em São Paulo e um ano depois, quando decidi ficar, passei a sofrer discriminação 
Isso é terrível, inclusive porque perante Deus e a Constituição Brasileira, somos todos iguais.
Essa discriminação, essa briga, esse desencontro de iguais foi incrementada por parte da mídia.
A Folha é pluralista, o Estadão é conservador, para muitos, reacionário; a Veja é oportunista e a Gigante rádio Jovem Pan é tucana, fortemente tucana.
A edição de Veja que foi às bancas na quinta passada, véspera do último debate político do 2º turno promovido pela TV Globo, nos deu uma lição triste e lamentável de como não fazer bom jornalismo.
Aprendi há uns 40 anos que o bom jornalismo é feito com seriedade, com fidelidade
à verdade. Simples: as partes envolvidas numa reportagem têm que ser ouvidas. E no caso em pauta, há o agravante de se dar credibilidade a uma denúncia sem provas.

Isso é grave, sim. 
Sinceramente eu gostaria de ouvir ou ler opiniões de representantes da minha categoria.
Será que isso vai ficar assim mesmo? Caso positivo, rasguem-se os ensinamentos aprendidos décadas atrás.
Por enquanto é rezar e chorar.
No primeiro pronunciamento público após a confirmação da vitória para o segundo mandato, Dilma falou de esperança e agradeceu às suas bases, aliados, eleitores e prometeu dialogar com todas as representações políticas do país. Prometeu também levar avante a Reforma Política e outras reformas necessárias que o país precisa. Prometeu ainda dar prioridade à Educação, à Cultura e à Ciência. 
E mais: na parte de agradecimento, agradeceu ao seu mentor e criador político, Lula (abaixo), chamando-o por "militante número um das massas populares".
Como na eleição anterior, escrevi neste mesmo espaço que acreditava na Presidente Dilma como gestora.
Continuo firme nessa crença.


MINISTÉRIO:
Com a Vitória de Dilma Rousseff, o Secretário do Município de Cultura de São Paulo, Juca Ferreira, deverá voltar ao cargo de Ministro da Cultura.




Foto acima: Debate mediado por mim nos tempos em que eu chefiava a Editoria Política do Estadão, em 1988.

domingo, 26 de outubro de 2014

DIA DE ESPERANÇA E PASSARINHO

O dia hoje foi bonito do começo ao fim. Com sol, brisa e esperança pairando no ar.
Acordei ali pelas quatro da madruga ouvindo o trinado de um curió desgarrado numa árvore perto da minha janela.
Perecia estar só e chamando a sua companheira.
Foi quando me lembrei do humorista Chico Anísio, que era doido por mulher, viciado em casamento e em democracia, mas dizia que a ultima vez que votara para presidente da República fora a favor do marechal Lott, que perdeu.
E como uma coisa puxa a outra, lembrei também de Vandré que este ano mesmo também me disse que fora no Lott que ele votara pela ultima vez.
Isso faz tempo!
Da minha parte eu tinha trinta e nove anos quando votei pela primeira vez.
Eu sou da safra de 1952.
E como uma coisa puxa a outra...
Agora a pouco Roniwalter Jatobá me telefonou para dizer da sua satisfação com a edição do seu novo livro Sina (Ed. Objetiva).
É um conto maravilhoso distribuído em trinta páginas, cujo enredo começa no ano de 1952 e segue até 1976, com idas e vindas de membros de uma família humilde dos fundões do Brasil, que tenta na capital de São Paulo uma condição melhor de vida. Mas a tragédia permeia a história dessa família.
Sina é um conto de mestre.

CHICO ANTONIO
Eu conheci Chico Antonio personagem carismático de Mário de Andrade. Chico era natural do Rio Grande do Norte e se acha nas páginas do livro O Turista Aprendiz.
Eu era repórter da Folha e fui com o colega Dirceu Soares entrevistá-lo no programa odo Rolando Boldrim, à época da Globo. Pois bem, Chico Antonio pode ser visto amanhã 27 no Canal Brasil, às 22hs, no documentário O Herói com Caráter assinado por Eduardo Escorel, que será entrevistado por Amir Labaki.

sábado, 25 de outubro de 2014

REPENTISTAS GLOSAM DILMA EM CANTORIA

Políticos intelectuais como Euclides da Cunha, Ronaldo Cunha Lima, Saulo Ramos, Ariano Suassuna, Paulo Vanzolini, Manuel Bandeira e Rachel de Queiróz eram grandes entusiastas da poética musical do repente brasileiro. Esses nomes me levam a outros, como Almir Pazzianotto, Peter Alouche e Aldo Rebelo, ex-deputado federal e atual ministro dos esportes.
Certa vez, na década de 70, veio da França o professor Raymund Cantel, titular da cadeira de cultura popular universal da Sorbonne, para desenvolver pesquisa sobre literatura de cordel e a arte do Repente. Agora mesmo, seguindo seus passos, chega à São Paulo a estudante Elvina Le Poul.  Ela já ouviu dezenas de repentistas e no Instituto Memória Brasil disse que os europeus, especialmente os franceses, têm grande admiração pelos poetas improvisadores ao som de viola.
Pois bem, de muito bom grado atendi ontem o convite do amigo Aldo Rebelo para almoçar ao lado de alguns desses artistas tão admirados. Foi um encontro e tanto no tradicional restaurante Andrade, especializado em pratos típicos da culinária nordestina.
O encontro reuniu Sebastião Marinho, Andorinha, João Bernardo, Luiz Wilson, Zé Teotônio, Téo Azevedo e Moreira de Acopiara, entre outros (foto acima no clic de Darlan Ferreira).
O secretário de cultura do município de São Caetano, Jander Lira também esteve presente.
Houve momentos marcantes de uma verdadeira cantoria.
Sebastião Marinho e Andorinha abriram a roda glosando o mote O Brasil está Querendo dona Dilma Novamente (Click abaixo). 
https://www.youtube.com/watch?v=BQr-2id_2A8&feature=youtu.be
Outro momento bonito foi quando o aboiador Zé Teotônio desenvolveu um tema em que os vaqueiros do sertão estão sendo substituídos por motoqueiros.
Demonstrando estar ainda totalmente integrado às suas raízes nordestinas, Aldo Rebelo chegou a se emocionar por instantes enquanto aplaudia os artistas em performance. Ele mesmo chegou a informar que na sua terra, Alagoas, as vaquejadas também contam com motoqueiros com suas máquinas endiabradas a correr atrás de boi. Uma tristeza.
Euclides da Cunha, Ronaldo Cunha Lima, Saulo Ramos, Paulo Vanzolini, Manuel Bandeira e Rachel de Queiróz não tiveram tempo para ver com seus próprios olhos a tragédia da substituição da vaqueirama por motoqueiros.
Ariano viu e sofreu.
Saulo Ramos gostava tanto de cantador repentista que chegou a levar alguns para tocar na casa de Roberto Carlos, entre eles Otacílio Batista e Oliveira de Panelas.
Alias, numa certa ocasião o poeta pernambucano Manuel Bandeira escreveu:
Anteontem, minha gente,
Fui juiz numa função
De violeiros do Nordeste
Cantando em competição,
Vi cantar Dimas Batista,
Otacílio, seu irmão,
Ouvi um tal de Ferreira,
Ouvi um tal de João...

O trecho aí faz parte de um longo poema que o poeta publicou na coluna que escrevia no jornal do Brasil, em 1959. Detalhe: Muitos anos depois, o compositor/cantor Djavan musicou e gravou  num LP os primeiros onze versos sem dar crédito ao autor...

Fica o registro.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

VIVA TAIGUARA


Na ocasião será lançado também um livro contando a trajetória do artista.
Eu conheci Taiguara há muitos anos.
Lembro dele chegando lá em casa, rindo e brincando com meus filhos.
Era uma figura e tanto!
Andei muito com ele pelas ruas da cidade. Aqui e ali, no bar, eu tomava uma cervejinha enquanto ele, sempre munido de bom chimarrão.
Conversávamos muito.
Ele falava muito da sua passagem por Londres, mas principalmente pela África.
Numa ocasião, na sua casa, ele me mostrou ao piano algumas canções ainda inéditas e muito bonitas, como Sol de Tanganica e O Cavaleiro da Esperança, essa última em homenagem ao líder guerrilheiro Luis Carlos Prestes.
Taiguara era uma pessoa afável, doce, amiga.
Lembro também dele falando a respeito da sua presença na televisão brasileira.
Ele xingava muito a TV Globo e dizia se arrepender de ter participado várias vezes do programa Silvio Santos.
Numa determinada ocasião, ele me telefonou me convidando a assistir um espetáculo que estrearia no Anhembi.
Eu trabalhava na TV Globo e lhe disse: vou mandar cobrir a passagem de som.
Ele deu uma gargalhada, duvidando.
Resultado: a passagem de som foi coberta e levada ao ar no Bom Dia São Paulo, jornalístico da Globo.
Sim, Taiguara era uma pessoa incrível, apaixonadíssima pelo Brasil.
Lembro de muitas passagens com ele, com seu amigo Líbero e o maestro Lindolfo Gaya (1921 – 1987), arranjador das músicas do seu último LP, Canções de Amor e Liberdade (Continental, 1983).
Lembro da gente andando pela rua das Palmeiras, ele entrando numa barbearia para fazer o cabelo...
Frequentei a sua casa no Tatuapé; Tatuapé tema aliás, de uma de suas últimas canções mais bonitas.
O disco que será lançado hoje na cultura tem por título Ele Vive, que é outra homenagem a Prestes.

Eu diria: eles vivem.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

TAIGUARA TÁ NA PRAÇA!

O livro Os Outubros de Taiguara - um Artista Contra a Ditadura: Música, Censura e Exílio
(Kuarup- 158 págs. 2014) da jornalista Janes Rocha e o CD Taiguara –Ele Vive (Kuarup) chegam à praça para mostrar que Taiguara Chalar da Silva sobreviveu a todas as intempéries do seu tempo.

Data e Hora 23 de outubro, às 18h30
Loja: Conjunto Nacional - Av. Paulista, 2073 - Bela Vista
Local: Piso do Teatro

Taiguara marcou fortemente o panorama musical brasileiro a partir da segunda metade dos anos de 1960. Ele começou a cantar e a mostrar as suas composições de amor à vida no Juan Sebastian Bar, famoso reduto da boemia musical paulista, onde também começaram Chico Buarque de Hollanda e Geraldo Vandré, entre outros nomes da nossa melhor música.
O livro de Janes Rocha traz à tona a trajetória pessoal e artística do mais importante intérprete dos memoráveis festivais da MPB.
Taiguara foi o artista da música popular brasileira mais perseguido pela censura do governo Militar (1964 – 1985). No total foram 181 músicas vetadas pelos censores de plantão, que nada ou muito pouco deixavam passar dos criadores musicais da época.
Os Outubros de Taiguara tem nove capítulos. Começa com “Tanto amor pra dar de graça” em que se fica sabendo as origens do cantor que ficou conhecido como “o vencedor dos festivais”. Fica-se sabendo também a razão que, em tese, teria levado Taiguara a optar politicamente pela esquerda: seu pai, o bandoneonista Ubirajara, que era do Partido Comunista. No último capítulo o livro trata – entre outros temas- da relação de Taiguara com sua última companheira Ana Lasevicius, grande guardiã da sua memória.
Do baú de preciosidades sonoras guardado por Ana, ganha agora a forma de CD um punhado de músicas, dentre as quais onze inéditas. O CD Taiguara - Ele vive reúne 15 faixas, todas tecnologicamente trabalhadas pelos craques Ricardo Cavalheira e Felipe Sander, que operaram verdadeiro milagre para trazer de volta a voz limpa, linda e emocionante do cantor de Universo no teu corpo.
A primeira faixa desse importantíssimo disco, pra mim já um dos melhores do ano, que se chama “Ele Vive”, é inspirada em Luiz Carlos Prestes – chamado de O Cavaleiro da Esperança -, “líder” do artista.
O disco traz ainda outras homenagens a figuras conhecidas do mundo artístico como Beth Carvalho, “Manhã na Candelária”; e Vanja Orico, “Te Quero”.
O disco e o livro são ótimos e se completam.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

ARTISTAS ENGAJADOS

De um lado, Fagner e Fafá de Belém; do outro, Chico e Beth Carvalho; no meio, Aécio e Dilma.
Não é de hoje que artistas da música popular se juntam a políticos e partidos políticos para defender interesses populares.
Em 1909, o grande Ruy Barbosa, então senador, candidatou-se à Presidência da República, mas perdeu para Hermes da Fonseca.
Dez anos depois, o mesmo Ruy voltou a disputar a cadeira de chefe da Nação, mas de novo perdeu. Dessa vez para o paraibano Epitácio Pessoa, que – lembremos – inauguraria o rádio no Brasil, em 1922.
Detalhe: a segunda campanha de Ruy à Presidência contou com o inestimável apoio do tieteense Cornélio Pires, humorista, contador de causos e pioneiro na gravação de discos independentes no Brasil.
Mas, como se viu o apoio de Cornélio, nada ou pouco valeu a Ruy.
Na verdade, não são poucos os artistas da música popular envolvidos na conquista de votos para seus candidatos.
Foi assim sempre, desde os primeiros anos da República.
E esses apoios, além de constantes, vão num crescendo.
Resta saber até que ponto, de fato, esses apoios rendem resultados para os candidatos.



segunda-feira, 20 de outubro de 2014

ANALFABETISMO POLÍTICO-CULTURAL

Com relação à cultura popular e o programa de governo de Dilma e Aécio, a minha curiosidade tem se aguçado a cada dia.
A Dilma andou resgatando do bisaco do folclore algumas frases expressivas, como “saco vazio não para em pé”.
Agora mesmo foi a vez do neto do Tancredo de excursionar pelas veredas da cultura popular.
Referindo-se ao programa mais médicos, Aécio disse que se trata simplesmente de um “mito”.


Ora, é muito simplismo.
Mito é uma palavra de origem grega que nos leva ao conhecimento de muitas coisas, muito além de “médico” e “medicina”.
Pois é, dá nisso desconhecer cultura. Isso é simplesmente prova analfabetismo político-cultural.
Recomendo a leitura do Dicionário do Folclore Brasileiro, de autoria do estudioso da cultura popular Luís da Câmara Cascudo (1898 – 1986).


Pandora, de John William Waterhouse (1896)

sábado, 18 de outubro de 2014

EM PAUTA, A CULTURA POPULAR

Não é de agora que eu tenho falado neste Blog da ausência da cultura popular no programa dos presidenciáveis.
Nos últimos dias, para minha surpresa, Dilma tem se expressado aqui e ali com vocabulário popular, usando frases do povo. Exemplo? “Nem que a vaca tussa”, “Pingo nos is” e “Saco vazio não para em pé”.
Ela também fez referência a “lenda” e “fábula”, especialmente quando  rebateu a paternidade do programa Bolsa Família, que segundo seu concorrente fora uma criação do governo FHC.
Acho bom isso pois, enfim, a cultura popular é a digital de um povo. Aliás, as frases lembradas por Dilma, se ajustadas, ficariam assim: Pois é, saco vazio não para de pé, por isso vou por os pingos nos is nem que a vaca tussa.
E viva a cultura popular!

JOÃO DO VALE

Foi de fato uma noite muito bonita a de ontem no Centro cultural da Penha, no Teatro Martins Penna, no bairro da Penha, como programado, abrimos o espetáculo Na Asa do Vento pontualmente às 20h. Plateia aconchegante e participativa em todos os momentos da apresentação de Papete, Sapiranga, Ana e Daniel, cantando e trocando obras-primas do maranhense João do Vale. Perdeu quem não foi. Fica o registro no clique de Darlan Ferreira, abaixo..


sexta-feira, 17 de outubro de 2014

AMOR E TORCIDA

Os sentimentos humanos são todos antigos, e o mais sublime talvez seja o amor.
O amor é o que move a vida, seja o amor filial seja o amor amor ou qualquer pessoa.
O amor é mola-mestra para o bom caminhar da humanidade.
O amor é somatória, o amor é vida, o amor engrandece quem ama.
O amor é união, sem amor a vida fica mais pobre, mais cinza, mais nada.
Amor não combina com separação, o abandono, com raiva ou vingança.
O amor é compreensão, é entrega entre as pessoas.
O que se viu anteontem no Beira-Rio, em Minas Gerais, foi uma prova muito bonita de amor, carinho e respeito de uma torcida por seu time.
O Atlético precisava de quatro gols contra o Corinthians.
Os quatro gols foram alcançados, com o apoio incrível da torcida. Essa foi uma prova definitiva de que o amor, nas suas formas e aparências diversas, esteve presente no modo torcida.
E o Corinthians voltou a São Paulo de cabeça baixa, com menos quatro gols na sua história centenária.

Viva o amor. E abaixo o abandono.

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