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quinta-feira, 22 de março de 2012

HOJE É O DIA MUNDIAL DA ÁGUA

O corpo humano é mais líquido, o planeta é mais líquido, mas todos nós, incluindo a Terra e os animais que a habitam, precisamos de água doce, potável, pois sem isso a raça corre o risco de se extinguir.
E não adianta paliativos.
Não adianta beber água do mar, cachaça ou o melhor uísque.
O que precisamos mesmo é de água doce, natural, pois sem ela não há como sobrevivermos.
Vários países já começam a racionar água.
E não falo de países árabes, pois o deserto é mesmo aqui, no Patropi.
Segundo a Organização das Nações Unidas, ONU, metade das cidades chinesas já padece de escassez de água com boa qualidade para consumo. E se o país continuar crescendo como está, demográfica e economicamente, daqui a 30 anos o bicho vai pegar.
O mesmo é válido para outros países asiáticos.
De 100 litros de água potável, 60 são desperdiçados.
E no Brasil?
O nosso País, como se sabe, é privilegiadíssimo em todos os sentidos, mas somos campeões no campo do desperdício.
Não aprendemos nada.
Em vários setores da vida cotidiana, somos analfabetos e, pior, nos recusamos a aprender.
A previsão é que daqui a dez anos nós moradores da 5ª maior cidade do mundo, São Paulo, estaremos em pleno racionamento, sofrendo do mal da sede.
Mas ninguém parece ligar.
As cenas de desperdício do bom líquido se repetem nas ruas, nas casas, no dia-a-dia.
E ninguém faz nada para impedir isso, nem o Estado.
O que e como será o amanhã de todos nós?
Especialistas dizem que o lençol freático do nosso Nordeste guarda uma quantidade incrível de água, mas essa água tende a escassear. Motivo? O desmatamento, a erosão e, consequentemente, a perda de qualidade da água e sua evaporação.
O tema é polêmico e vasto, como o mar...
Ah! E já temos no solo, subsolo ou subterrâneo brasileiro a presença de várias empresas transnacionais explorando comercialmente e como querem a água de fontes minerais, como a Nestlé e a Coca-Cola,
Por que o governo não dá um tranco nesse processo?
Não há líquido mais importante para a raça humana do que a água.
Há a Petrobras e por que não uma Aguabras, com a chancela federal?
Hoje é o Dia Mundial da Água.
Esse dia foi criado há exatos 22 anos, pela ONU.
Merece uma boa reflexão, não?.

CHICO ANYSIO
Não tem graça: Chico Anysio está doente, internado em estado crítico.

NARCISO
Demorou, mas saiu: pesquisa da universidade West Illinois, nos Stêites, dá conta que os cabras do Facebook com maior número de pessoas na sua área de contato são narcisistas. A troco de quê, hein? Segundo a pesquisa, essas pessoas usam a rede para se mostrar e serem o centro das atenções. Ela falam  na primeira pessoa, "eu", e "mim". Paciência, para isso acho que não tratamento.

terça-feira, 20 de março de 2012

O ARTISTA, UM BELO FILME

O Artista é um belíssimo filme, sob muitos aspectos.
Tanto que ganhou cinco estatuetas na última entrega do Oscar em Los Angeles, de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator, Melhor Figurino e Melhor Trilha Sonora e, entre outras indicações, a de Melhor Atriz Coadjuvante.
O ator Jean Dujardin interpretando o personagem George Valentin está impecável, como impecável está a atriz franco-argentina nascida em Buenos Aires Bérénice Bejo, na pele de Peppy Miller como estrela do cinema falado em ascensão no começo dos anos de 1930.
E o que dizer da atuação do cãozinho terrier Uggie no filme de Michel Hazanavicius, como amigo fiel do “astro” Valentin?
George Valentin nos remete a Rodolfo Valentino, de batismo Rodolfo Alfonso Raffaello Pierre Filibert Guglielmi di Valentina D'Antonguolla, italiano naturalizado norte-americano e principal nome do cinema mudo até o início da segunda parte dos anos de 1920.
O Artista mescla comédia romântica e drama pesado.
A história se passa entre os anos de 1927 e 1932.
George Valentin perde para o cinema falado e entra em crise.
Perde também a mulher e a fortuna e taca fogo nos rolos que contém seus filmes e quase morre queimado, não fosse a rápida atuação do cãozinho Uggie...
Antes disso, ainda no auge da carreira, Valentin conhece por acaso a dançarina com pretensão ao estrelato Peppy Miller.
É quando o filme começa a ganhar ritmo.
Logo Peppy torna-se uma grande estrela e ele, Valentin...
Sem dúvida, O Artista é um belo filme e também um tributo a Rodolfo Valentino, Charles Chaplin e, de modo geral, ao próprio cinema mudo.
Assitam-no.

ANA DE HOLLANDA
Estão de novo querendo derrubar a irmã do Chico do cargo de minsitra da Cultutra. Até quando ela vai suportar a pressão, hein?

IVES GANDRA DA SILVA MARTINS
Surgiro leitura do artigo Incentivos Fiscais Nocivos ao Brasil, assinado por Ives Gandra e Hamilton Dias de Souza e publicado hoje à pág. A 3 do jornal Folha de S.Paulo. Trata do Projeto de Resolução 72 de 2010 "que estabelece aplicação uniforme de alíquota zero de ICMS nas operações interestaduais com mercadorias importadas", a ver com a guerra fiscal promovida pelos Estados, em detrimento dos interesses do País.

segunda-feira, 19 de março de 2012

CORDEL CHEGA À GLOBAL

A Global Editora acaba de pôr no mercado mais um belo livro: Antologia do Cordel Brasileiro, seleta assinada e apresentada por Marco Haurélio, um dos mais expressivos e representativos autores de historinhas em folhetos de cordel da aatualidade.
A obra reúne textos de antigos e novos cordelistas.
Dentre os antigos, se acham o pioneiro Leandro Gomes de Barros, José Pacheco, Manuel D’Almeida Filho e Antônio Teodoro dos Santos.
Leandro está presente na antologia com O Soldado Jogador, uma pérola do gênero; Pacheco, com História do Caçador Que Foi ao Inferno, não fica atrás; idem D’Almeida Filho, com A Guerra dos Passarinhos; e Antônio Teodoro, autodenominado O Poeta Garimpeiro, com a Sereia do Mar Negro.
A Guerra dos Passarinhos, de D' Almeida Filho, lembra a obra-prima de Hitchcock, The Birds, de 1963.
Mas a comparação fica por aí.
Dentre os novos autores inseridos na antologia organizada por Marco Haurélio, um Doutor em Letras pela Universidade da Bahia, destaque para Rouxinol do Rinaré, Pedro Monteiro e os irmãos Klévisson e Arievaldo Viana.
Antologia do Cordel Brasileiro é uma bela obra.
Vale a pena lê-la, e logo.

SINDICATO DOS JORNALISTAS DE SÃO PAULO
Nos dias 27, 28 e 29 deste mês os jornalistas sindicalizados voltarão às urnas para escolher a diretoria que dirigirá os destinos da entidade no correr dos próximos três anos. A chapa 1, encabeçada pelo atual presidente, José Augusto Camargo, o Guto, tem chance de continuar no cargo.   

quinta-feira, 15 de março de 2012

LUIZ GONZAGA NASCEU EM 1912...

Definitivamente, este é o Ano Luiz Gonzaga.
A importância do Rei do Baião na discografia brasileira é medida por seu invulgar talento.
Ele deixou um legado musical inigualável, a partir, mesmo, da enorme quantidade de músicas que compôs sozinho ou em parceria: 625 títulos no total, nos mais diversos gêneros, além de baião: sambas, choros, mazurcas e valsas, entre outros.
A sua obra musical ultrapassou fronteiras ao ser gravada em várias línguas, entre as quais japonesa, inglesa, francesa, espanhola e até em rapanuí, de uma das ilhas da Polinésia.
O Nordeste brasileiro no mundo...
E isso não é pouco.
No Brasil, contam-se nos dedos os artistas que não incluem músicas dele no seu repertório.
Nem o papa da bossa nova, João Gilberto, ficou indiferente ao baião gonzaguiano e compôs Bim, Bom, falando de baiãozinho etc.
Durante andanças mundo afora, eu encontrei Gonzaga na França, Portugal...
Artistas do Cone Sul, incluindo a Argentina, gravaram Gonzaga.
Na Argentina, uma lei foi feita para impedir a música estrangeira.
O motivo era Gonzaga.
Enfim, inúmeros artistas estrangeiros gravaram músicas suas, até o criador do bebop, Dizzy Gilespie, e mais recentemente o ex-líder do Talking Heads, David Byrne.
Mas antes, muito antes, teve a portuguesinha Carmen Miranda que gravou, em 1950, Baião, numa versão de Rey Gilbert, versionista norte-americano da bossa nova.
Teve também, ainda nos tempos dos discos de 78 RPM, Peggy Lee, a grande voz feminina dos Estados Unidos...
A japonesinha Keiko Ikuta gravou Paraíba e Baião de Dois.
Sem dúvida: Luiz Gonzaga, o divisor de águas da música popular brasileira, trouxe a música e os ritmos do Nordeste para o mapa do Brasil.
Ele cantou o homem do campo, o vaqueiro, o aboiador, os padres, os cangaceiros, os beatos e beatas, o sol, a chuva, a seca...
Ele cantou o Sertão, o povo do Cariri e da Caatinga, região inóspita única no mundo.
Ele influenciou e continua influenciando gerações de artistas brasileiros.
Virou mito em vida.
Vou dizer isso e mais um pouco no próximo dia 29 de abril numa palestra em Corumbá, cidade localizada ali na região do Centro-Oeste do nosso País.
Este é o Ano Luiz Gonzaga.

ROTEIRO MUSICAL DA CIDADE DE SÃO PAULO
O Rei do Baião está presente em alguns momentos da instalação multimídia Roteiro Musical da Cidade de São Paulo, diariamente aberta ao pública, gratuitamente, no espaço Convivência II do Sesc Santana. A foto que ilustra este texto, de Darlan Ferreira, mostra um pouco esse espaço e a instalação. Ainda não foi lá,vê-la? Então, vá! É hora e leve amigos, amigas, a família. Você vai gostar. Uma coisa: amanhã, ali pelas 22 horas, estarei falando sobre a mostra no programa do Ronnie Von, na TV Gazeta, canal 11. É melhor do que o Big Brother, garanto.

segunda-feira, 12 de março de 2012

SOL, CHUVA E GRANIZO. UM BELO ESPETÁCULO

Nos últimos três dias, está chovendo cá em Sampa à tarde quase pontualmente: ali pelas 15 e tantas horas, quase 16.
E hoje foi bonita a chuva, com granizo e pingos ventados à esquerda e à direita; com pedrinhas de gelo caindo na rua, pequenininhas, bulindo com nossa imaginação sem ferir ninguém nem quebrar coisas, como os vidros dos carros.
Fiquei só olhando o espetáculo natural da natureza, parado sob o toldo de um boteco onde eu acabara de almoçar um prato chamado virado à paulista, ali na Rua das Palmeiras, onde fica a sede da rádio CBN, cá bem pertinho de casa.
Chovia e fazia sol.
Coisa de casamento de raposa, como eu aprendi com minha vó Alcina a ver fenômeno parecido na Paraíba da minha infância.
Adorei.
Agora, neste instante, nem 18 horas, o calor voltou a incomodar.
Mas aí já é coisa conseqüente das tempestades solares que estão revirando a barriga do universo e deixando os cientistas com uma pulga na orelha.

CBF
Sai uma coisa e entra outra.

JOVENS
Acabo de ler matéria em destaque no UOL dando conta de que seis dias antes da venda do novo iPad em Londres, jovens, chamados de applemaníacos, já fazem fila quilométrica. Meu Deus,q eu diabo é isso?

PETER ALOUCHE
O home, está ficando cada vez mais importante. Pela sengunda vez nos últimos seis meses, ele é chamada de capa da tradicional revista Ferroviária. Mas merece, pois é o mais importante consultor de transportes do Brasil.



sexta-feira, 9 de março de 2012

O MESTRE GOOGLE É TRAIDOR

Aí está notícia bombástica, embora esperada...
Pesquisa realizada há pouco no estrangeiro através de um organismo não sei se público ou privado denominado Birminghan Science City, que imagino ser da Inglaterra, dá conta de que 54% de um grupo de 500 crianças e adolescentes, de 6 a 15 anos, preferem, grosso modo, consultar o Google aos pais ou professores para tirar as dúvidas que lhes incomodam.
O Google é gigante de pés de barro.
Uma ferramenta para ser usada por quem conhece os meios de pesquisa mais consistentes.
Ele e seu irmão siamês Wikikpedia são traidores, armas que disparam com frequência contra seus próprios atiradores.
Confiem-se nas pesquisas de campo, pois essas não falham.
O google é etc., etc.
Mas quem hoje em dia faz pesquisa de campo?
Só especialistas do valor de um Dr. Paulo Emílio Vanzolini.
Nas pesquisas de campo os pesquisadores perguntam, ouve e vêm o alvo de seu interesse.
No caso, aí está: as 500 crianças e adolescentes.
Conclusão: está mais do que na hora de os pais prestarem mais atenção aos filhos e o governo oferecer meios de os professores se reciclarem e aprender para, melhor preparados, ensinar os alunos.
A globalização é veneno que não falha.
Cuidemo-nos.
Aliás, o amigo aí hoje deu bom dia ou boa tarde ao vizinho, ao companheiro de trabalho?
Certos hábitos não podem morrer, porque senão ficaremos todos iguais, no pior dos sentidos.

quinta-feira, 8 de março de 2012

LEI OBRIGA TV PAGA A PÔR CULTURA NO AR

Os assinantes de TV a cabo logo serão beneficiados com uma programação que certamente os beneficiará.
É que em agosto do ano passado o Congresso aprovou e a presidente Dilma Rousseff sancionou em setembro a Lei nº 12.485, que tem por finalidade “aumentar a produção e a circulação de conteúdo audiovisual brasileiro, diversificado e de qualidade, gerando emprego, renda, royalties, mais profissionalismo e o fortalecimento da cultural nacional”.
Assim a providencial lei obrigará os detentores dos canais pagos a inserir na sua programação de horário nobre 70 minutos de cultura nacional semanalmente, a partir do momento que entrar em vigor, talvez ainda neste março.
Isso representa apenas 2,08% das 168 horas semanais das TVs que a lei alcançará.
Mais: esse tempo subirá para três horas e trinta minutos, até setembro de 2014.
O que ainda é muito pouco.
As TVs pagas não gostaram disso, não.
A SKY, por exemplo, chegou ao absurdo de fazer uma ampla campanha em jornais e revistas contra a lei, com abaixo-assinado coletado e tudo o mais.
Mas não deu certo.
Os produtores culturais começaram a acender foguetões.

quarta-feira, 7 de março de 2012

MESTRE JOSÉ ANTÔNIO SEVERO. LEIAM-NO!

Diga-se depressa: Rios de Sangue, do gaúcho de Caçapava do Sul José Antônio Severo não é apenas uma obra com “ares de clássico”, como sugere o microtexto da contracapa do livro.
A história é contada em dois volumes e é fantástica!
O 2º volume intitula-se Cinzas do Sul.
Essa nova obra de José Antônio Severo definitivamente já nasce clássica, absurdamente clássica; a partir, mesmo, da forma como é escrita.
Trata dos 100 anos de guerras no nosso Continente.
Página a página, entre sangue, suor e lágrimas, nos encontramos com a Argentina, Paraguai e Uruguai.
Muita gente tombou, caiu; muitas dores foram cravadas a balas e baionetas, de parte a parte dos guerreiros das nações envolvidas.
E aí é história, com todas as letras e entendimento.
Portugal está presente, como presentes estão personagens da nossa vida nacional, entre os quais Manuel Luís Osório, que foi barão e visconde antes de se tornar o mais popular e respeitado militar-guerreiro do Exército brasileiro.
E poeta de verve improvisadora, no seu meio uma raridade e tanto!
No último capítulo de Rios de Sangue, o autor traz à luz o poeta de qualidade que foi Osório; em primeira instância, um verdadeiro encantador de serpentes.
Conta-se que diante da lira dele, sempre impressionante, ninguém ficava indiferente.
O autor Severo não inventa no romance.
Ele transforma os fatos duros, como são geralmente todos os fatos, de guerras principalmente, em fatos leves.
Daí, romance...
Besteira, o historiador fala alto num texto perfeito!
À página 436, por exemplo, ele conta a história de dois tenentes; um deles choramingoso por sofrer o destroçante ranço amargo do amor.
Da conversa entre os dois, sai o desafio para um poema improvisado ao qual Osório não se furta, pois guerreiro sempre.
Na pele de um dos tenentes, seus amigos, o poeta-militar glosou o tema e disse:

Que sou infeliz, bem vejo!
Vejo que sou desgraçado,
E menos afortunado
Se mais agradar desejo.
Contra o fado em vão forcejo,
Em vão contra a sorte lido,
Sou sempre malsucedido
Nas duras lutas do amor,
Se peço a Márcia um favor,
Mais me foge o bem querido.

E depois emendou, na página seguinte:

Se nos braços de outra amante
Por meu gosto me prendi,
Mesmo aí por ti suspiro
Eu para te amar nasci.

Nas quase 500 páginas do livro há histórias interessantíssimas, ocorridas nos intervalos das batalhas. E são histórias esquecidas, ou desconhecidas, pelas gerações atuais; pois apagadas pelos tempos passados.
Na obra de José Antônio Severo o Brasil se sobressai por completo, como peça-chave dos conflitos que resultaram na delimitação das fronteiras dos já referidos países; integrantes, junto com a Venezuela, do Mercado Comum do Sul, ou Merconsul, um balcão especial de negócios criado há duas décadas com o fito de aproximar gente e comércio da região.
Com a correta narrativa que faz dos 100 anos de guerra no nosso Continente, Antônio Severo firma-se definitivamente como um dos mais claros e belos textos da vida literária brasileira.
Sem dúvida, ele é um historiador e tanto!
Sabiamente, Severo usa o truque do romancista escolado para prender o leitor, linha a linha...
Não há dois Severos no Brasil, por isso não dá para compará-lo a ninguém.
Corram e leiam logo Rios de Sangue e Cinzas do Sul.
E aprendam com a leitura, pois José Antônio Severo é um senhor professor!

terça-feira, 6 de março de 2012

MÁRIO ALBANESE, NA REVISTA TRIP

Corram às bancas, pois a Trip de fevereiro está praticamente esgotada.
No número 207 desse mês, a revista traz uma ampla reportagem ilustrada por fotos curiosas como a que se vê ao lado sobre o compositor e instrumentista paulistano, da safra de 1931, Mário Albanese, criador, junto com o maestro Ciro Pereira, do ritmo Jequibau que encantou boa parte do mundo quando foi lançado, em agosto de 1965.
Nesse mês de agosto, do folclore, também se comemora em São Paulo o Dia do Jequibau.
A batida do Jequibau é identificada no compasso 5/4 e suas origens se acham no folclore.
Parte da história desse artista, aliás, se acha na instalação multimídia Roteiro Musical da Cidade de São Paulo, aberta à visitação pública, gratuitamente, no Sesc Santana desde o dia 25 de janeiro.
Essa mostra se estenderá até o dia 1º de abril.
A respeito, o jornal Bom Dia São Paulo, edição de hoje, trouxe uma interessante reportagem que se acha no Portal da TV Globo.
Vale a pena uma espiada.
Mário Albanese é menos lembrado no seu país, Brasil, do que no Exterior.
Talvez seja por casos assim que se costuma dizer que o Brasil é um país sem memória.
Viva Mário!

ANTÔNIO SEVERO
Atenção: amanhã na Livraria Cultura do conjunto Nacional, à av. Paulista 2073, a partir das 19 horas, o jornalista José Antônio Severo recebe os amigos para autografar em dois volumes a história dos 100 anos de guerra no Continente Americano, Rios de Sangue e Cinzas do Sul (Editora Record). Estou findando a leitura das últimas páginas do 1º volume. Amanhã direi algo a respeito.

TROFÉU MULHER IMPRENSA
Depois de amanhã 8, boa parte do mundo comemorará o Dia Internacional da Mulher. As comemorações em São Paulo começam amanhã 7, às 21 horas, com a entrega do troféu Mulher Imprensa (8ª edição) no WTC World Trade Center, à avenida Nações Unidas, 12.559, 3º andar, piso C. A iniciativa é do Portal e Revista Imprensa, em parceria com a Maxpress. Entre as jornalistas premiadas se acham Cristina Piasentini, Fátima Bernardes, Miriam Leitão e Mônica Waldvogel.


segunda-feira, 5 de março de 2012

XANGAI NUM MAR DE CANTIGAS, NO SESC

O cantor Xangai a cada dia surpreende a sua enorme legião de fãs.
O espetáculo que apresentou ontem à noite no Sesc Belenzinho foi exemplar.
Durante cerca de hora e meia e perante uma platéia lotada e interativa, o artista baiano cantou um mar de cantigas e contou causos que arrancaram sorrisos e gargalhadas de todos.
Foram vários momentos de encantamento.
Ele lembrou Luiz Gonzaga – cujo centenário de nascimento ocorre este ano –, Zé Dantas, João do Vale, Juraildes da Cruz, o poeta-declamador Jessier Quirino, o repentista Ivanildo Vila Nova e até seu conterrâneo romântico Waldick Soriano, autor do bolero Eu não sou Cachorro não, de 1972.
Nem precisou cantar obra nenhuma do legendário cantador Elomar Figueira Mello.
Nos derradeiros minutos finais, Xangai ainda ensaiou meneios de ator ao interpretar uma comprida cantiga chamada ABC do Preguiçoso ou Ai d´Eu, Sodade, de domínio público, que costumava ouvir do velho avô Avelino, no interior da Bahia.
Engraçadíssima.
É a história de uma mulher que atiça o marido preguiçoso a trabalhar. Começa assim

“Marido se alevanta e vai armá um mundé
Pra pegá u'a paca gorda
Pra nós cumê um sarapaté”.

E o preguiçoso responde, enfadado:

“Aruera é pau pesado, num é, minha véa?
Cai e machuca meu pé
E ai d'eu, sodade”.

E por aí vai o cantor Xangai cantando o que os outros não cantam.
Viva Xangai!

SÉRGIO REIS
Senti a queda do Sérgio Reis num palco onde se apresentava em Belo Horizonte, ontem em Três Marias, Minas. Conheci o Serjão nos anos 80, quando eu ainda trabalhava como repórter para o grupo Folha. Muito tempo depois, eu e o Tony Campelo elaboramos uma caixa de discos (CDs), retrospectiva da sua carreira. Estimo recuperação rápida.

COPA
Danado, ainda tem uns caras estrangeiros que consideram o Brasil a casa de mãe Joana. Agora foi esse tal de Valcke não sei o quê, da Fifa, que fica nos enchendo a paciência. Sabe o que acho? Acho que o Brasil não perde nada se deixar pra lá a próxima Copa. Mas, claro, tem muita grana no envolvida de gente pesada. Penso: nem só de futebol vivemos nós.   

domingo, 4 de março de 2012

NASCEU ANTONIO, VIVA ANTONIO!

Hoje, pouco antes de o sol nascer às 6h06 por estas plagas, mais uma vez o milagre da vida se concretiza num leito da Maternidade São Luiz, na capital paulista: a menina Dri deu à luz o menino Antonio (foto), que chegou forte e saudável pesando 2,97 kg, para a alegria do pai Alê, de primeira viagem, familiares e amigos.
O casal era só alegria após o nascimento de Antonio, ocorrido de parto normal e pontualmente às 5h39.
Antonio veio num dia de sol, com os termômetros girando em torno dos 20 graus e sob os bons fluídos da Lua Crescente.
A título de curiosidade: num dia como este, no distante ano de 1924, foi publicado pela primeira vez nos Estados Unidos a letra e a partitura da canção mais cantada no mundo.
A canção todos a conhecem: Happy Birthday to You.
E a sua publicação se deu num livro do norte-americano Robert Caleman.
Em 1942, essa canção ganhou versão assinada por Bertha Celeste Homem de Mello, paulista de Pindamonhangaba concorrente de um concurso musical promovido pelo cantor e radialista carioca Almirante, de batismo Henrique Foréis Domingues.
Desse concurso, levado a efeito pela Rádio Tupi do Rio de Janeiro, participaram centenas de compositores de todo o País.
A canção, desenvolvida em quadrinhas, começa assim:

Parabéns pra você
Nesta data querida
Muita felicidade
E muitos anos de vida...

Entre médicos e enfermeiras, houve quem dissesse que Antonio não chorou ao pôr os olhos por cá. Ao contrário, sorriu e cantou.
Um bom sinal.
Seja bem-vindo ao nosso planeta, Antonio.

INEZITA BARROSO
A cantora paulistana Inezita Barroso vira hoje mais uma folhinha do calendário. Ela, toda feliz, anuncia: 87 anos! "Agora tem muita gente que nega a idade. Eu, hein! Estou é muito feliz". E por mais uma razão: o livro que escrevi a seu respeito, A Menina Inezita Barroso (Cortez Editora), acaba de ser escolhido, entre milhares no Brasil, para participar da feira de livros infantojuvenis da Bolonha, Itália, considerada, no gênero, a maior do mundo. Detalhe: essa feira não é aberta ao chamado grande público, mas a livreiros, editores, cineastas etc. agora só falta A Menina Inezita Barroso ser lido em línguas estrangeiras!

CORINTHIANS X SANTOS
Está começando Corinthians x Santos na Vila Belmiro, com querbra-pau nas proximidades do estádio. De um lado no gramado Neymar, do outro Adriano. O duelo pode ser dos bons. Independentemente do resultado, Alê dedica o clássico ao filho Antonio. A torcida pela vitória do Timão é enorme.

XANGAI
Logo após o jogão Corinthians x Santos, entra em campo, noutro campo - o do Sesc Belenzinho - o baiano Xangai interpretando um repertório recheado de músicas suas e parceiros, entre os quais Capinam, Renato Teixeira e Juraildes Cruz. Claro, ele não deixará de lado obras do seu amigo Elomar Figueira Mello. A partir das 18 horas.

quinta-feira, 1 de março de 2012

REPENTE, EDUCAÇÃO E POLÍTICA

Março começa com poesia improvisada ao som de violas no bairro da Vila Madalena.
Violas & Repentes é um projeto que visa difundir cada vez mais a arte do Repentismo e da cantoria em Sampa.
A iniciativa é de Alessandro Azevedo, criador do espaço cultural Raso da Catarina e do personagem Charles, palhaço admirado por adultos e crianças que ele incorpora há muitos anos.
Uma vez por mês, a partir de sábado 3, e durante seis meses,  repentistas como Sebastião Marinho, Andorinha, Dedé Laurentino, Chico Chagas e Titico Caetano estarão de violas em punho improvisando temas relacionados ao imaginário brasileiro e à realidade que nos cerca.
O primeiro encontro ocorrerá na área cultural da escola Gam Yoga, à rua Fradique Coutinho, 1004, às 15 horas, com a dupla Andorinha & Sebastião Marinho, no vídeo abaixo.
Sebastião é presidente da União dos Cantadores, Repentistas e Apologistas do Nordeste - Ucran.
Outros poetas improvisadores que participarão da programação do projeto Violas & Repentes são os seguintes: Vicente Reinaldo, Dedé Laurentino, Titico Reinaldo, Zé Cândido, Chico Chagas, Chico Pereira, Manoel Soares, Sebastião Cirilo, Erivaldo da Silva e uma mulher que a cada dia vem ganhando o respeito e a admiração dos homens repentistas: Luzivan Matias.
Repentismo é uma palavra inexistente nos dicionários de língua portuguesa, ao contrário de cordel, expressão má definida no Dicionário Caldas Aulete na segunda metade do século 19 em Portugal, depois no Brasil.
Repentistas são artistas populares originários da Idade Média.
Surgiram primeiramente no sudeste da Europa como trovadores.
Essa arte é desenvolvida em clima de improvisação ao som de violas, pandeiros ou rabecas e ganhou força e qualidade no Nordeste brasileiro dos fins do século passado.
Foi trazida pelos desbravadores portugueses.
Em nenhum lugar do mundo a cantoria do repente é tão bem desenvolvida como em nosso País.
Alguns dos principais representantes dessa arte hoje são Oliveira de Panelas, Ivanildo Vila Nova, Rogério Menezes, Edmilson Ferreira, Antonio Lisboa, Hipólito Moura, Raulino Silva, João Santana, Chico de Assis, Luciano Leonel, Raimundo Caetano, Zé Cardoso, Zé Viola, Louro Branco, Jonas Bezerra, Moacir Laurentino, João Lourenço, Geraldo Amâncio, Lourinaldo Vitorino, Valdir Teles e Sebastião da Silva.

EDUCAÇÃO E CULTURA
Lemos menos livros em 2011 do que em 2010. A queda foi de 6%. A ida a cinema e a casas de espetáculos musicais caiu 4% e 3%, respectivamente. Um aumento de 2% foi registrado no item referente a teatro. A conclusão é de pesquisa da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro. Os pesquisadores ouviram 1.000 pessoas em 70 cidades brasileiras. Das 55% pessoas que disseram não estar nem aí com a cultura, 72% preferem ver televisão e 20% comer churrasco em casa. 15% seguem o caminho da igreja, 11% o do futebol e 8% enchem a cara nos bares. E aí? Sem educação ninguém vai a canto nenhum, no máximo corre o risco de se estufar comendo carne etc., virar rato de igreja ou um alienado pela bola. Isso é futuro?

CÂMARA FEDERAL
Quem não assiste, sugiro assistir aos debates na Câmara Federal pela TV. Vale a pena. É uma maneira simples de acompanhar o desempenho dos deputados. Ontem à noite, em sessão extraordinária, o presidente da Casa, Marco Maia, pisou no acelerador para votar depressa uma MP (Medida Provisória) que cria cadastro nacional de municípios com áreas em risco de desastres naturais. O deputado Glauber Braga, da base do governo e relator da Medida, por pouco não foi impedido de apresentar suas conclusões e propostas. Mas depois de um consistente discurso, ele conseguiu adiar a votação da MP para o próximo dia 6.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

ANO BISSEXTO

Este 2012 é um ano bissexto, e não é bissexto porque na somatória dos dias aparecem dois “6” duplo, como pensa o povo.
É bissexto simplesmente porque tem um dia a mais no calendário gregoriano, que é o calendário que regula o nosso tempo.
Isto é: invés de 365, 2012 terá 366 dias se não acabar antes, em dezembro, como torcem os agourentos.
Esse dia a mais vai para fevereiro, que é o mês mais curto dentre os outros.
Hoje, portanto, é o marco do chamado ano bissexto.
Todos os anos múltiplos de 400 são bissextos, segundo mestre Malba Tahan, aquele que sabia de tudo e mais um pouco.
Depois de hoje, para aparecer outro ano igual, com 366 dias, só em 2016.
Quem viver verá.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

A PENA ANTENADA DE JOSÉ NÊUMANNE

O jornalista paraibano José Nêumanne Pinto acaba de cometer uma das suas melhores pérolas de sua escrita, desde que começou a opinar sobre a vida política brasileira no século passado.
Ele sabe das coisas e não há falha alguma especialmente no texto que acaba de me mandar, via email: A Quem Vencer Serra na Prévia, Nem as Batatas, que será publicado no próximo dia 2, sexta, na coluna da página 2 do jornal O Estado de S.Paulo que ele assina há muitos anos.
Gostem ou não, mas Nêumanne a cada dia se firma como dono único de uma pena é antenadíssima; nunca sequer razoável, sempre ferina.
O poeta José é lírico, mas o analítico político José Nêumanne Pinto é maquiavélico.
Num tempo em quem que poucos opinam, por medo por isso ou aquilo, ele é, além de tudo ótimo.
Merece aplausos.
Limeira também o aplaudiria.
Esquerda ou direta, isso ainda interessa?
Outro dia me perguntaram se eu sou corinthiano. Respondi:
- Gosto de um bom jogo.
Viva o Brasil!
Quanto às batatas, leiam mestre Machado.
Aníbal e Trípoli são nada, nesse jogo.
E se esse jogo Serra perder, o PSDB já era.
Aguardemos.
Opinar faz um bem danado.
Agora ouçam/vejam o velho e bom Altamiro Carrilho, maior flautista vivo do Brasil e que o Brasil não dá bola, num registro de sábado 24 passado, no Sesc Santana. Cliquem:

PS - Você já visitou a instalação ROTEIRO MUSICAL DA CIDADE DE SÃO PAULO, à entrada do Sesc Santana?
Se não, não sabe o que está perdendo.
Vá! Assumo, pois respondo por sua curadoria.

ALTAMIRO REGE PÚBLICO NO SESC

Ainda valendo a bela apresentação de Altamiro Carrilho no teatro do Sesc Santana, no último dia 25.
O artista fez bonito e até cantou.
Bem humorado contou coisas bastante curiosas.
Exemplo: além de flauta, ele toca todos ou quase todos os instrumentos de percussão.
Disse também que compôs e Luiz Gonzaga gravou, em 1971, uma música de sua autoria feita em parceria com R. Valente, O Coreto da Pracinha, cuja primeira parte da letra diz:

Primeiro a banda passou
Tocando coisas de amor
Depois tocaram a praça
Em rimas cheias de graça
Mas ninguém se lembrou
Do Correto da Pracinha
Onde sempre tocava
A garbosa bandinha...

Altamiro revelou que na mesma sessão de gravação nos estúdios da extinta RCA Victor com o Rei do Baião chegou a tocar triângulo.
A música?
A engraçada Ovo de Codorna, de Severino Ramos.
Pra encerrar, uma das partes do espetáculo no Sesc em que Altamiro rege o público.
É só clicar para ouvir a jóia musical de Pixinguinha e Braguinha:


domingo, 26 de fevereiro de 2012

ALTAMIRO CARRILHO DEU AULA NO SESC

Foi uma noite inesquecível a de ontem no Sesc Santana.
A grande atração, o flautista Altamiro Carrilho, da safra de 1924, esteve fantástico.
Ele brincou, tocou, ensaiou passos de danças e até cantou – coisa raríssima na sua carreira de instrumentista de mais de 70 anos.
Na verdade ele encantou a platéia lotada do teatro do Sesc Santana, com fila à espera por desistências...
Gente de todas as idades, incluindo adolescentes como Dedé e Paulinha, filhos do pianista Paulo Benites, não só aplaudiu como cantou o que ele sugeria.
Aliás, em muitos momentos, Altamiro regeu o público – e o grupo de chorões do Movimento Sincopado ciceroneado por Tatiana Fraga.
Momento especial foi quando ele pediu ao público para cantar Carinhoso, chorinho clássico de Pixinguinha e João de Barro, o Braguinha.
O espetáculo começou com ele respondendo às minhas perguntas no palco do teatro.
Disse coisas incríveis.
Lembrou de suas performances em palcos da Rússia, Alemanha, Itália, Japão, México, Congo... Países onde, inclusive, gravou discos nunca lançados no Brasil.
Falou de Benedito Lacerda, o artista-parceiro preferido de Pixinguinha, que ele substituiu numa gravação histórica com Moreira da Silva, o Kid Morengueira.
Falou da importância de Luiz Gonzaga, o rei do baião, para a música brasileira.
Enfim, Altamiro Carrilho, ainda o mais importante flautista brasileiro, deu uma aula inesquecível de humanidades e cidadania.
Pra variar e deixar o público em completo estado de graça, ele encerrou o espetáculo com duas músicas fora do repertório.
De improviso, fez a todos acompanhá-lo no choro Urubu Malandro, motivo popular com arranjo de Lourival Carvalho e versos de Braguinha, eterno sucesso na voz da incrível Ademilde Fonseca...
Ademilde gravou esse choro nos fins de 1943, para a extinta Continental.
“Foi a noite mais bonita da minha vida”, ele me segredou depois, no camarim.
Altamiro Carrilho é, sem dúvida, perfeito exemplo de ser humano.
E de música sabe tudo.
Confiram a nossa conversa introdutória ao espetáculo de ontem registrado pela sensibilidade de Darlan Ferreira, clicando:
Assis Ângelo e Altamiro Carrilho - Bate-Papo Musical.wmv

sábado, 25 de fevereiro de 2012

PERY PARTIU

Cláudio Sá, filho do amigo Cláudio Fontana, posta palavras elogiosas no blog e sugere que eu escreva algo sobre o cantor Pery Ribeiro, vítima de violento ataque no miocárdio que o levou para a eternidade ontem, aos 74 anos.
Pery era uma figura e tanto!
Eu o conheci num ano qualquer da década de 1980.
À época eu assinava uma coluna semanal sobre música e músicos para a Agência Estado, do Grupo Estado - JT, Estadão etc. -, nos tempos de Fernando Fernandes - também já desaparecido - e Mera Teixeira, hoje apresentadora de um programa de televisão aqui em Sampa.
Foi nessa ocasião que ele, Pery, me contou a história de Garota de Ipanema.
A primeira gravação dessa música foi feita por ele em disco de 78 RPM no dia 26 de março de 1963 para a Odeon e lançada à praça em julho daquele ano, dois meses antes de essa mesma música ser gravada “oficialmente” pelo Tamba Trio, para a Philips.
O detalhe é que a gravação de Pery foi feita sem consentimento dos autores, Tom Jobim e Vinicius de Morais.
Lembro ainda que no dia 4 de março de 2004 o levei ao programa São Paulo Capital Nordeste, por mim apresentado durante anos numa emissora de rádio paulistana.
A entrevista tornou-se histórica porque dela participaram outros nomes importantes da nossa música, como o pianista João Carlos Martins (no clic póstero de Darlan Ferreira, com Pery ao centro), a cantora Cláudia e o Trio Virgulino, que misturou bossa nova com forró, frevo e baião.
inesquecível.
Vai o homem fica a fama.
Saudade!

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

MÁRIO ALBANESE E ALTAMIRO CARRILHO

Os bate-papos informais que ando tocando com artistas da nossa música na “arena” da instalação Roteiro Musical de São Paulo, na área de Convivência II do Sesc Santana, estão rendendo ótimos comentários até dos próprios artistas.
Esses bate-papos vêem ocorrendo desde o último dia 9, quando reunimos Paulo Vanzolini, autor de Ronda e Volta Por Cima, e Eduardo Gudin, de Paulista e Velho Ateu. Depois, no dia 16, estiveram conosco Elzo Augusto, de Abaixo Assinado e São Paulo Mãe Madrinha, e Fabiana Cozza, no momento uma das mais representativas cantoras da cidade.
Ontem foi a vez de prosearmos com o paulistaníssimo Mário Albanese (foto), um dos grandes compositores e pianistas brasileiros, criador do ritmo Jequibau em parceria com o maestro gaúcho Ciro Pereira.
Os violonistas Santisteban e Bonfim foram uma bela atração à parte.
Mário contou em quase hora e meia detalhes de como criou o Jequibau, lançado mundialmente em São Paulo no dia 13 de agosto de 1965.
Lembrou que as raízes do ritmo estão no folclore.
Cantarolando uma ciranda, identificou o compasso 5/4.
Foi muito aplaudido nesse momento, por uma platéia seleta e privilegiada.
A nosso pedido, ele cantou acompanhado de Santisteban e Bonfim.
O próximo bate-papo na “arena” de onde se acha à visitação pública a instalação Roteiro Musical da Cidade de São Paulo ocorrerá na noite de 29 de março, com um dos mais criativos e reverenciados poetas improvisadores do Brasil, Oliveira de Panelas.
Antes, precisamente amanhã às 21 horas, trocaremos um dedo de prosa no palco do teatro do Sesc Santana com o flautista Altamiro Carrilho, espécie de lenda no campo da cultura musical instrumental do País.
Uma pergunta: você já esteve no Sesc Santana?
Ontem à noite o Jornal da Gazeta pôs no ar uma matéria sobre o Roteiro Musical da Cidade de São Paulo, cuja inauguração completa hoje um mês.
Veja a matéria clicando aí abaixo.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

CARLOS SILVA NO LUA NOVA, HOJE

Há pouco, antes de a chuva desabar sobre Sampa, fui almoçar num restaurante aqui perto de casa e depois aproveitei para dar uma espichada num sebo ali na São João, quase esquina com a Angélica.
Conversa vai conversa vem com o sebista, acabei por comprar um belo livro da Nova Aguilar reunindo os romances, digamos, “femininos” do baiano Jorge Amado, tema de samba-enredo da escola campeã do carnaval paulistano deste ano: Mocidade Alegre, que levou para a avenida o nome do autor de Gabriela Cravo e Canela, Dona Flor e Seus Dois Maridos, Tereza Batista Cansada de Guerra e Tieta do Agreste.
E conversa vai conversa vem, o sebista começou a filosofar e a opinar sobre os casos do dia-a-dia.
Pra começar, disse que os brasileiros em formação não deveriam ter no currículo tantas matérias. Para ele, bastariam duas: português e matemática.
Português pra falar direito e matemática pra ganhar dinheiro, pois “nessa vida o que vale é dinheiro”.
E tome BBB etc. e tal.
Também é bom falar com taxistas.
Outro dia, um deles me disse: “Mulher é tudo igual, só muda o nome e às vezes o endereço”.
Pois é, tem disso.
Falar com barbeiro é um perigo inda maior.

CARLOS SILVA
O bom poeta e cantador Carlos Silva (na foto com Nininho de Uauá) está trocando por uns dias a sua Bahia querida pela capital paulista. Hoje ele se apresenta com os amigos Marco Antônio Mendes, Nininho de Uauá e Joab Moraes no conhecido ponto de encontro Lua Nova, à Rua Treze de Maio, 540, Bela Vista. O show de Silva se chama Eu e Meus Camaradas, a partir das 20h30. No repertório só coisas bonitas. Garanto: vale a pena ir. E eu próprio só não irei porque hoje, a essa mesma hora, estarei num bate-papo informal/musical no Sesc Santana com o paulistano Mário Albanese, compositor, pianista e criador do ritmo Jequibau. Essa apresentação, que faz parte da instação Roteiro Musical da Cidade de São Paulo, da qual sou curador, está agendada há tempo, como indica o material de divulgação.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

VIVA LUIZ GONZAGA REI DO BAIÃO!

Incrível tudo.
E dois décimos de diferença deram a vitória à escola de samba Unidos da Tijuca do Rio de Janeira, há pouco na Sapucaí.
Não vi o desfile ao vivo anteontem na avenida, mas o Osvaldinho da Cuíca garantiu que foi das coisas mais lindas que seus olhos registraram até hoje.
Registrei isso, a sua opinião no texto de ontem postado neste espaço.
E se ele disse...
E aí está o resultado.
No texto de ontem eu disse que Osvaldinho entrou no palco do teatro do Sesc Santana tocando sua cuíca como ninguém, puxando do fundo do seu coração e da sensibilidade do seu instrumento a asa-branca que o rei do baião Luiz Gonzaga imortalizou desde a primeira vez que a registrou em disco, em 1949.
Claro, é legal saber que o Brasil cada vez mais dá importância a Luiz Gonzaga (aí de lado, comigo moiando a garganta... e lá embaixo, eu falando dele).
E eu já disse e repito: ele é o divisor de águas da nossa música popular.
O meu novo livro, com esse título e coisa de 500 páginas, com textos bem colocados a respeito de Lua e tudo o mais, está pronto pra ir à rua. Porém, há um só porém: falta editor, falta quem o banque.
Viva Luiz Gonzaga e parabéns à Unidos da Tijuca!


ALBANESE COMIGO NO SESC, AMANHÃ 23


O compositor e instrumentista paulistano Mário Albanese estará amanhã, quinta, 23, no Sesc Santana.
Estaremos juntos no espaço denominado Arena, o centro da instalação Roteiro Musical da Cidade de São Paulo, que desde o dia 24 do mês passado tem recebido muitos milhares de visitantes.
Mário Albanese nasceu no último sábado de 1931, no bairro do Paraíso.
Filho de um alfaiate de nome Biagio e de uma professora, Clara Albanese; e neto de um mestre da música de São Paulo, Domingos Petrillo, pianista, violinista e bandolinista, Mário iniciou a carreira de artista antes mesmo de se formar no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, em 1949.
Sua atuação musical na vida paulistana foi intensa, até pelo menos os anos de 1980.
Gravou seu primeiro disco (Apresentando Mário Albanese) para o selo Ricordi: um compacto duplo (capa reproduzida aí acima), em 1956.
Também pianista e maestro, Mário Albanese criou junto com o gaúcho Ciro Pereira um tipo de música a que deu o nome de Jequibau, neologismo para uma batida especial lançada mundialmente no dia 13 de agosto de 1965. Essa batida se encaixa com perfeição no compasso 5/4, isto é: numa escala rítmica que resulta num quinário de pulsação nativa e própria.
A raiz do Jequibau se acha no campo do folclore, de onde foi extraída uma célula para gerá-lo.
Sua obra tem sido gravada por inúmeros intérpretes de reconhecidos valor no Brasil e no Exterior, desde Agostinho dos Santos a Altemar Dutra, passando por Isaura Garcia, Inezita Barroso, Carmélia Alves, Eliana Pittman, Leny Eversong, Tito Madi, Hermeto Pascoal, Pery Ribeiro, Jair Rodrigues, Moacir Franco e os grupos Zimbo Trio e Titulares do Ritmo.
No Exterior, Mário foi gravado, entre outros, por Charlie Byrd, Andy Williams, Percy Faith, Vick Karr, Sarah Cheretien, Normann Luboff, Sadao Watanabe e Al Caiola, nos Estados Unidos, Holanda, Japão etc.
Na Discografia Brasileira ele aparece com dois discos gravados no modo 78 RPM.
O primeiro foi feito com seu Conjunto em 1959 (Odeon) e segundo ao piano, em 1962 (Chantecler).
Com o poeta Geraldo Vidigal, da geração saída dos 40, Mário Albanese compôs Canção da Avenida Paulista; e com Sylvio Tancredi, especialmente para os festejos do 4º centenário da cidade, o samba-exaltação São Paulo Coração da Minha Terra, gravado pelo cantor Osvaldo Ribeiro em 1955.
De Martins Fontes Mário musicou o poema Ser Paulista.
Sim, para não esquecer: a cada dia 2 de agosto, em São Paulo é comemorado o Dia do Jequibau.
Esse dia foi criado e aprovado pela Câmara Municipal da cidade.
Formado em Direito pela tradicional Faculdade de São Francisco, Mário Albanese é membro da Academia Internacional de Música e do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo.
Junto com Jorge Melo é considerado um dos maiores especialistas em direitos autorais do Brasil.
Detalhe: a sua importância na música brasileira é enorme, embora o chamado grande público não o aplauda como deveria, por desconhecê-lo - naturalmente. Mas isso é compreensível, pois, infelizmente, a sua obra hoje não é tocada nem no rádio e nem na televisão, tampouco aparece nos jornais e revistas.
Nem as grandes salas de espetáculos, como o Municipal, lhe abrem as portas.
Uma pena para os bons ouvidos.
O Jequibau surgiu em 1965 e não em 1958...
Flores em vida!
Viva Mário Albanese!



terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

OSVALDINHO DA CUÍCA ARRASOU NO SESC

Foi um espetáculo bonito o de hoje à noite no Sesc Santana, com os meninos da Comunidade Samba da Vela. Platéia lotada, bonita, com todo mundo cantando o repertório do grupo de Santo Amaro.
Durou quase uma hora a mais do tempo previsto, e pelo gosto do público o grupo estaria tocando e cantando até agora.
Músicas fáceis de serem assimiladas pela memória, refrões idem como o partido alto Maria Não Volta Mais, de Nino Miau e Chapinha.
Chapinha, cearense em Sampa há 38 anos, é um dos fundadores do grupo a mim recomendado por Paulo Vanzolini que já dura mais de dez anos.
O convidado da noite foi mestre Osvaldinho da Cuíca (ao lado, no clic de Darlan Ferreira), amigo e parceiro.
Da Cuíca entrou arrasando, interpretando no instrumento que tem ligação direta com seu coração a toada Asa Branca, que Luiz Gonzaga imortalizou em disco.
E juro!
Eu vi uma pombinha asa-branca sair da cuíca do Osvaldinho.
Claro: me emocionei.
Pois é, mas não vi pela tevê ontem o desfile da Unidos da Tijuca na Sapucai, com o enredo sobre o rei do baião.
Osvaldinho viu e disse:
- Foi uma das coisas (desfile) mais bonitas que vi em toda a minha vida.
E olhem só: o nosso primeiro Cidadão Samba de São Paulo é do tempo de anteontem.
Viva Osvaldinho da Cuíca!

MÁRIO ALBANESE
Depois de amanhã 23, quinta, Mário Albanese será meu convidado especial para um dedo de prosa na Arena da instalação do Roteiro Musical da Cidade de São Paulo, no Sesc Santana. Mário, criador do ritmo musical Jequibau, é um dos maiores artistas do Brasil.

NO SESC: HOJE É OSVALDINHO, 5ª É ALBANESE

Agora que me dei conta: hoje é 21 de fevereiro.
Portanto, dia de Osvaldinho da Cuíca no teatro do Sesc Santana, a partir das 18 horas.
Da Cuíca faz parte da programação enriquecedora da instalação Roteiro Musical da Cidade de São Paulo, extraída do Instituto Memória Brasil e sob minha curadoria até o próximo 1º de abril.
Aliás, quem ainda não a viu tá na hora de ver.
Osvaldinho se apresentará ao lado do grupo comunidade Samba da Vela, de que tomei conhecimento há uns cinco anos através de Paulo Vanzolini.
O grupo nasceu em 2000, por iniciativa dos sambistas Magnu Souza, Paquera, Maurílio e Chapinha, moradores do bairro de Santo Amaro, zona Sul de São Paulo.
Já o vi em ação e garanto: é ótimo.
Na próxima quinta 23 estarei com o compositor e instrumentista Mário Albanese, em prosa aberta ao público no espaço denominado arena da já lembrada instalação.
Mário, criador do ritmo jequibau com o maestro Ciro Pereira, é um dos maiores nomes da música brasileira, aplaudidíssimo no Exterior e aqui, mais ou menos.
Viva Mário Albanese!

COISAS & COISAS
O carnaval é uma coisa e muitas coisas rolam no carnaval.
Agora mesmo abrindo o Portal UOL me deparei com uma coisa querendo saber que coisa era aquela que estava chegando e tornando o ambiente alvoroçado.
A primeira coisa era o camarote de uma cervejaria.
A segunda, um jogador de futebol.
E a terceira, uma socialite que não sabia o nome do jogador.
Mas ao saber, saiu correndo para tirar um foto a seu lado.
Pode?

QUEM VIU?
Na madrugada de hoje ão vi pela tevê o desfile da Unidos da Tijuca na Sapucaí. O enredo, inspirado na vida e obra de Luiz Gonzaga, eu já ouvira antes. Foi bonito?

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

LUIZ GONZAGA É TEMA DA UNIDOS DA TIJUCA

Escolas de samba do Espírito Santo, Pernambuco e Rio de Janeiro homenageiam este ano o rei do baião Luiz Gonzaga, que em dezembro faria 100 anos.

Hoje no começo da madrugada a carioca Unidos da Tijuca desfilará na Sapucaí um enredo contando a sua história.
Na avenida estarão ilustrando o enredo alguns artistas representativos de personagens nordestinas, como Lampião e Maria Bonita.
Essa não é a primeira vez que o estilizador do baião vira tema de escolas de samba.
Em 1982, a carioca Unidos de Lucas tirou o 5º lugar com o enredo Lua Viajante, de Carlinhos de Andrade e Roberto Costa.
Escolas de Santos, Ceará e outros Estados já fizeram o mesmo.
É muita história pra contar.


domingo, 19 de fevereiro de 2012

SIM, EM SAMPA TEM BERÇO DE SAMBA

Quem foi, ganhou.
E muita gente ganhou a noite ontem indo ao Sesc Santana para assistir a irretocável apresentaçã do grupo Berço do Samba de São Mateus (ao lado, no clic de Darlan Ferreira), formado por percussão, cordas e metais. No repertório, pérolas dos paulistanos Paulo Vanzolini e Eduardo Gudin; e também do alagoano Jorge Costa e do paulista de São Carlos do Pinhal Octavio Henrique de Oliveira, o Blecaute (General da Banda). Três convidadas especiais participaram do espetáculo: Verônica Ferriani, Priscila Amorim e Graça Braga.
Do balaio de Vanzolini saíram Cravo Branco, Praça Clóvis, Amor de Trapo e Farrapo, que o seresteiro Nélson Gonçalves gravou com categoria; Ronda, claro; Volta Por Cima e Mente, essa última resultante de parceria com Gudin e originalmente gravada por Clara Nunes.
Verônica foi um espetáculo à parte: graciosa, simples, bem postada no palco, lembrando um pouco outra bela voz: Cris Aflalo.
Priscila Amorim foi outra grande surpresa, ao lado da arrasadora paulistana Graça Braga, integrante da Comunidade Samba da Vela e agora com CD em homenagem ao cantor e compositor carioca Candeia, desaparecido em 1978.
Graça Braga deu mais vida às composições de Eduardo Gudin.
A obra de Jorge Costa esteve representada por Triste Madrugada e Ladrão Que Entra em Casa de Pobre só Leva Susto, muito bem interpretadas por Priscila Amorim.
Hoje, às 18 horas, tem mais Berço do Samba de São Mateus no Sesc Santana, interpretando obras de Geraldo Filme e Adoniran Barbosa. As convidadas do grupo são as cantoras Celia e Milena.
Programa imperdível.

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