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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

KLÉVISSON DÁ ADEUS A JOÃO FIRMINO

Nem bem Gonzaga de Pai Pra Filho saiu de cartaz e entrou nas locadoras em forma de DVD, os piratas urbanos atacaram com fúria capital: cópia do filme de Breno Silveira já pode ser achada fácil, fácil, nas bancas improvisadas nas esquinas do Centro da capital paulista, ao preço de R$ 2,50.

LIVROS
Mais dois livros sobre o Rei do Baião acabam de chegar à praça: Baião em Crônicas, do juiz de Direito Onaldo Queiroga (Prazer de Ler, Recife, PE; 2012) e O Beabá do Sertão na Voz de Gonzaga, da historiadora Arlene Holanda e do poeta popular Arievaldo Viana (Armazém da Cultura, Fortaleza, CE; 2012).
O Beabá é ilustrado por Suzana Paz.
O livro de Onaldo é simples, fácil de ler.
Um deleite.
O livro de Arlene e Arievaldo também é muito bom. Os autores pecam apenas na linguagem escolhida, recheada de expressões notadamente regionais e frases como a que se acha no final do penúltimo parágrafo do capítulo Forró, à página 19, um tanto grosseira para um público que pode estar se iniciando nos encantos e mistérios do Sertão/Nordeste que Luiz Gonzaga tão bem apresentou ao País e em boa parte do mundo.
Acho que a obra mereceria um pequeno glossário.
As ilustrações são ótimas.
Arievaldo é autor de outro livro sobre Gonzaga: O Rei do Baião, do Nordeste Para o Mundo (Planeta Jovem, São Paulo, SP; 2012), com ilustrações do craque pernambucano Jô Oliveira.
Destinado a leitores adolescentes, o livro, todo desenvolvido em estrofes de seis versos (sextilhas), encanta do começo ao fim:

Dois mil e doze é o ano
Já marquei no calendário
A cultura brasileira
Fez um grande relicário
Pros fãs de Luiz Gonzaga
Festejarem o centenário.
Luiz Gonzaga do Nascimento veio ao mundo no dia 13 de dezembro de 1912, em Exu, Pernambuco.

SOCORRO LIRA
A cantora Socorro Lira está ajeitando a garganta pra cantar em Brasília. Será no próximo dia 13, no teztro da Caixa Ecônomica. Depois ela lvolta pra se apresentar no Sesc.

SOBRANDO INGRESSOS
Há ingressos para o carnaval paulistano hoje e amanhã no Sambódromo sobrando. Motivo: o preço. Os ingressos de arquibancada custam entre R$ 80,00 e R$ 165,00, pro povaréu. Para o público menos povo, os ingressos custam entre R$ 240,00 a R$ 500 (cadeira de pista) e R$ 1.100,00 a R$ 2.400,00 (mesa de pista).

JOÃO FIRMINO
Do poeta popular Klévisson Viana, eu acabo de receber:
- Assis, estas estrofes eu fiz em homenagem a meu mestre João Firmino Cabral, e estou lhe mandando para você publicar no seu blog.
Eis, pois, em décimas de cantador, a homenagem de Klévisson para o poeta João, que nos deixou no dia 1º deste mês:

Minha pena quebrou, perdi o tino,
O meu verso tremeu, turvou a vista,
Com a morte do grande cordelista
Meu querido amigo João Firmino...
Um anjinho no Céu cantou um hino,
Recitando uma história predileta,
Uma mala de versos bem repleta
João Firmino levou pro firmamento
E Jesus lhe falou nesse momento:
— Todo o Céu lhe esperava meu poeta!

Nesse instante Manoel D’Almeida Filho
Veio então pro salão bem sorridente
E falou pra Firmino bem contente:
— Meu compadre, hoje o Céu ganhou mais brilho.
Nessa vida o poeta é um andarilho,
Divulgando esse dom celestial,
Faz romance, folheto e recital,
Revelando as antigas tradições,
Fala em Deus, no amor, nas emoções,
Tudo isso de forma magistral.

João disse: — Parti, mas lá ficou
Meu filhinho Joelson, que é fiel!
Divulgando a cultura do cordel
Batalhando assim com o que restou...
João Firmino do bolso retirou
Uma estrofe que fez de despedida
Para esposa, os filhos, sua vida...
E um folheto contando a sua história
Sua infância difícil, a trajetória...
Foi aplaudido por todos em seguida.

A quem chora a perda de Firmino,
Lamentando sua morte, sua passagem,
Segue ao mestre a nossa homenagem
Ao poeta na casa do Divino.
Uma viola, ou som de um violino
E uma estrofe de rima bela e pura.
Leve flores à sua sepultura
Enxugue as lágrimas em paz e siga em frente,
Tenha fé em Deus Pai Onipotente,
Pois o bálsamo do tempo tudo cura!

E NADA DE VOTAÇÃO
De novo a semana findou, os congressistas cairam na folia e o povo, ó, chupando o dedo. O orçamento da União para 2013 continua engavetado. Era para ser votado ano passado, mas os congressitas tinham mais com que se ocupar, por exemplo: com a escolha do presidente da Câmara, do presidente do Senado, do líder do PMDB...  

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

HOJE É DIA DE CLEMENTINA DE JESUS

Clementina de Jesus nasceu às vésperas do carnaval de 1901, em Valença, cidade ao sul do Rio de Janeiro.
Eu era repórter da Folha num ano qualquer dos 70, mais para o fim da década, quando a conheci.
Eu a entrevistei para o suplemento Folhetim, sem saber direito a sua história.
E fui sincero ao dizer-lhe que não sabia.
Ela abriu aquele sorriso conivente e tranquilizador de mãe e me conquistou ao dizer que ninguém falava dela, que eram poucos os repórteres que escreviam sobre ela etc.; portanto nada mais natural que eu não conhecesse a sua história, e que por conta disso eu ficasse tranquilo, que ela entendia etc. e tal.
Ufa!
Algo parecido ocorreu entre mim e Gilberto Freyre.
Só que Freyre disse que me daria entrevista só quando eu lesse toda a sua obra.
Ele escreveu muito, publicou muitos livros. E por não ter conseguido ler tudo que escreveu, eu jamais o entrevistei.
Luís da Câmara Cascudo, estudioso e mais fiel intérprete da alma brasileira, foi comigo tão compreensível quanto Clementina de Jesus.
Até hoje não li todos os seus livros – cerca de 170; mas nem por isso deixou de me atender na sua casa em Natal, no Rio Grande do Norte.
Aprendi com os três.
Clementina nasceu no dia 7 de fevereiro de 1901 e lançou o primeiro disco cantando pérolas, junto com Aracy Côrtes, em 1965. Seu descobridor foi Hermínio Belo de Carvalho, que uma noite conheci no extinto bar/restaurante Vou Vivendo (em homenagem a Pixinguinha), que pertencia a cantor e compositor Eduardo Gudin.

CARNAVAL
A dupla de artistas Dodô e Osmar contribuiu enormemente com o carnaval baiano. Dodô e Osmar amplificaram guitarras. A barulheira que hoje por lá se ouve – e em todo o País, também - é deturpação do que a dupla fez. Uma pena, não é? E tudo, lá, começou em 1942. Armandinho, filho de Osmar, conta: "Eles compravam o cavaquinho e o violão e quebravam a parte oca, ficavam só com o braço, e botavam um corpo feito de madeira de jacarandá e um captador. Até que resolveram fazer isso usando sebo maciço. A guitarra baiana antigamente não tinha identidade, não tinha o peso da guitarra elétrica. A que usamos hoje não é adaptada, a de Armandinho tem um pedal próprio embutido. Antes elas usavam captadores de outros modelos, era um problema. Os modelos tinha um campo harmônico pequeno, o som era estridente. Hoje ficou mais grave e robusto. O pau elétrico foi um divisor de águas, inventaram uma nova forma de tocar”

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

BRASIL PRECISA DE CHOQUE DE EDUCAÇÃO

Mais uma constatação de que devemos nos envergonhar está nos resultados do Censo Escolar/2011: 72,5% das escolas públicas do País não têm bibliotecas. Isso significa 113.269 escolas públicas sem um livro sequer para os alunos.
Pode hoje em dia isso acontecer e passar batido dos olhos de todos nós?
Educação é coisa séria, aqui ou em qualquer lugar.
Outro dia comentei possível corte de verbas previstas em orçamento da União para o exercício de 2013 destinadas às áreas de Educação e Saúde, da ordem de R$ 7,4 bilhões.
Em agosto do ano passado anunciou-se um orçamento para essas áreas bem diferente, de 11,9% a mais em relação ao exercício anterior.
Os 11,9% recairiam sobre R$ 104,997 bilhões, o que dariam R$ 117,424.
Nada mal.
Do total previsto, R$ 79,331 bilhões iriam para a Saúde (alta de 10,7%) e R$ 38,093 bilhões para a Educação (alta de 14,4%).
Mas a realidade pode ser bem outra.
A proposta de Orçamento Geral da União que deveria ter sido votada em 2012, não foi. Ficou para hoje, 5 de fevereiro do ano da graça de 2013.
Você acredita que isso ocorrerá?
Eu sou meio São Tomé...

NO TÁXI
Hoje num táxi, conversa vai, conversa vem com o motorista, ouço:
- O nosso País precisa de um choque de educação! A picaretagem política está demais. Os valores morais se inverteram. Como é que pode malandros como Renan Calheiros e esse aí um tal de Henrique serem presidente do Senado e da Câmara? O povo está em perigo.
Vox populi, vox Dei.

PMDB EM ALTA
Falei ontem de Renan na presidência do Senado e de sua peroração em torno de ética etc. Mas esqueci de falar que Eduardo Campos, nessa brincadeira, também foi premiado como líder do PMDB na Câmara, casa da qual agora é presidente o rio-grandense do Norte Eduardo Cunha.
Eita, é a farra do boi em detrimento a do bode!

BRINCADEIRINHA
Só pode ser isso, mesmo de mau gosto; pois só de pensar que o grupo de poderosos da Câmara, incluindo naturalmente o seu novo presidente, possa desrespeitar decisão do STF que condenou réus de movimentar o trem mensaleiro, arrepia.
Pelo sim, pelo não, estou com as orelhas de pé.

TIRIRICA
Leio nos jornais que o palhaço Tiririca não quer mais brincar de deputado. Alega que está decepcionado. A verba que embolsa (R$ 26,7 mil) é boa, como não é de se jogar fora a verba de gabinete (R$ 97.200 mil). E ter o direito de movimentar emendas até R$ 15 milhões é legal. Mas ele está desiludido com a política oficial e garante que não se candidatará a mais nada.
O palco do circo Brasília não é sopa.

CORDELISTA JOÃO
O cordelista João Firmino Cabral despachou-se deste mundo para Deus. Foi sexta 1 passada, de morte natural. João era sergipano e poeta há mais de 50 anos. Deixou obra bonita e muitos fãns. Seu mestre foi Manoel D´Almeida Filho, que não conheci pessoal,ente – apenas de telefone. Já o João conheci numa daquelas bienais de livro que ocorrem em Fortaleza. Na foto acima aprecemos eu ao lado de Mestre Azulão, Bule-Bule atrás com seu indefectível chapéu; Klévisson Viana e Marco Haurélio. João é o cidadão de camisa de mangas compridas.
Viva João Firmino!

FLÁVIO TINÉ
O amigo jornalista Flávio Tiné está passando uns dias no Hospital Santa Catarina, cá em Sampa. Tiné não é brincadeira, não. É macho das terras pernambucanas, madeira de lei, de dar em doido. Mas sai logo daí Tiné, tem skindô na rua. Recife tá frevendo. Arriba!

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

TOMBEMOS A MÚSICA CAIPIRA?

O povo do Norte está em movimento para tombar o ritmo Carimbó como patrimônio cultural imaterial do Brasil, a exemplo do que já foi feito com o Samba de Roda do Recôncavo, do Samba Carioca, do Frevo, do Tambor de Crioula, da Capoeira...
Agora acho que está mais do que na hora de a Música Caipira ser também tombada como tal.

ADEUS, JOÃO
Fico sabendo através de e-mail de Klévisson Viana que o cordelista sergipano de Itabaiana João Firmino Cabral acaba de se despedir desde mundinho besta. Ele nasceu no dia 1º de janeiro de 1940, segundo curto verbete à pagina 96 do Dicionário Bio-Bibliográico de Repentistas e Poetas de Bancada, de Átila Augusto F. de Almeida e José Alves Sobrinho, edição 1978 da Editora Universitária de João Pessoa.

TÁ DOMINANDO
Desde sexta passada responde pela presidência do Senado o alagoano do PMDB Renan Calheiros, que cinco anos antes havia sido apeado do mesmo posto que agora assume devido acusações de mau comportamento perante o erário público.
Dando pistas do que fará, disse no seu discurso que a ética em si não é nada.
Desde hoje 4 responde pela presidência da Câmara dos Deputados o rio-grandense do Norte Henrique Eduardo Alves, do PMDB.
Esse Alves também é acusado de mau comportamento.
Ambos foram escolhidos por maioria de seus pares, em votação secreta.
E quem é o vice-presidente da República?
Temer, Michel Temer, também do PMDB.
O PMDB, que sucede o MDB, partido que bateu de frente com o governo militar, hoje bate de frente com nada.
É verdade que nunca elegeu um de seus membros presidente, mas precisa?
Ah! Sim: ao passar a bola ao Renan, Sarney - muito emotivo - chorou.
Enquanto isso, hoje, quem chorou também foi Eduardo Alves.

MARCHINHAS DE CARNAVAL
Clique:

sábado, 2 de fevereiro de 2013

E AÍ, VOCÊ GOSTA DE MÚSICA CAIPIRA?

O que tem a ver Adão e Eva com Luiz Gonzaga e Cornélio Pires?
E Roberto Carlos com Tonico e Tinoco, hein?
E Shakespeare com Luís da Câmara Cascudo?
Foi no campo e não na cidade que se originou um tipo de cultura – musical, inclusive – a que chamamos grosso modo de caipira, com variantes noutros lugares e países.
Caipira como se diz ainda em São Paulo é o homem simples, sem estudos formais, mas de uma inteligência fora do comum, em extinção.
Há caipira negro, branco e caboclo.
O negro descende de escravos; o branco, de bandeirantes; e o caboclo, de brancos e índios.
Os africanos nos trouxeram o jongo e outros ritmos.
O samba carioca tem influência do jongo.
Mas, enfim, os meios de comunicação, satélites etc., a mecanização e os hábitos modernos em geral levados ao campo, à roça, à vida rural, têm contribuído enormemente para o fim do caipira e tradição, incluindo a fala ou dialeto, riquíssimo.
Muitas vezes o termo caipira, derivado do tupi, é usado de modo pejorativo como, aliás, matuto também o é no Nordeste; e capiau ou catrumano, em Minas.
À música caipira, também chamada de música do interior, deu-se o acréscimo de “raiz” para distingui-la nos tempos atuais da música sertaneja ou “sertanoja”, na expressão do radialista Moraes Sarmento.
No campo da música caipira ou sertaneja há ritmos e gêneros diversos, como catira ou cateretê de origem indígena, toada, recortado, moda de viola etc.
Tonico e Tinoco (CLIQUE abaixo, nas linhas azuis) formaram uma das duplas mais autênticas da música caipira.
Luiz Gonzaga, por sua vez, levou à discografia brasileira o baião, o forró, o xaxado e o xote, entre outros gêneros originalmente rurais.
Agora deixo pra você responder as perguntas lá de cima, senão eu as responderei mês que vem em palestra na Fundação Cultural Ema Gordon Klabin, ali no Jardim Europa.

http://www.youtube.com/watch?v=V3Ep-bLUTOk
http://www.youtube.com/watch?v=pwJRxc8lF9k
http://www.youtube.com/watch?v=WzlR9UnXD9U

PS - A foto que ilustra este texto foi feita durante a gravação do CD Assis Ângelo Apresenta Inéditos de Capitão Furtado e Téo Azevedo, em 2008.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

VOCÊ SABIA QUE...

... O cantor paulistano Paraguassu (Roque Ricciardi), autor de várias músicas sobre São Paulo, gravou seu primeiro disco, um 78 RPM, em 1912?
- Que Alberto Marino Jr., letrista da primeira música sobre um bairro de São Paulo, o Brás (Rapaziada do Brás), era corinthiano e que antes de se doutorar pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco foi “crooner” da Orquestra Columbia, e que participou da gravação do Hino do Palmeiras’?
- Que o cardiologista, músico e maestro italiano Antonio Sergi, o Totó, autor do Hino do Palmeiras, e Gennaro Rodrigues eram a mesma pessoa?
- Que a paulistana Inezita Barroso é corinthiana roxa?
- Que vão de A a Z as quase 3.000 músicas compostas e gravadas sobre São Paulo?
- Que a primeira música feita para a capital paulista (Missa a São Paulo) data de 1750, e a última (Verás Que um Filho Fiel Não Foge à Luta), de 2012?
- Que há 67 músicas com o título São Paulo, e que a mais conhecida é a de Lamartine Babo e José Francisco de Freitas, o Freitinhas, ex-aluno do autor da melodia do Hino à Bandeira, o maestro Francisco Braga? 
- Que o imigrante italiano Giuseppe Rielli foi o primeiro artista a gravar solos de sanfona em discos, no Brasil, e que o filho Osvaldo Rielinho era o titular de uma academia de sanfoneiros na capital de São Paulo?
- Que na letra do Hino Nacional Brasileiro aparece pela primeira vez a citação literal a um bairro paulistano, o Ipiranga, e que o hino foi gravado pelo tenor Vicente Celestino, em 1921?
- Que o mineiro Antenógenes Silva gravou discos com a cantora mexicana Libertad Lamarque, se apresentou com Carlos Gardel em Paris, tocou música lírica no Teatro Municipal do Rio e que da sua extensa discografia destaca-se a polca Viajando pra São Paulo?
- Que Vinicius de Moraes compôs Dobrado de Amor a São Paulo com o pernambucano Antônio Maria, antes de dizer que São Paulo não tinha samba e que esse dobrado foi lançado em disco em 1954, pela carioca Araci de Almeida e Orquestra Tabajara, do paraibano Severino Araújo?
- Que há gravações do samba Trem das Onze em várias línguas, incluindo a italiana, por Del Turco; e a hebraica por Matt Caspi, uma espécie de Roberto Carlos de Israel?
- Que Luiz Gonzaga faz referência a São Paulo em cinco músicas e que chegou até a lançar um LP intitulado Luiz Gonzaga/SP-QG do Baião, em 1971?
- Que a cantora Laura Okumura participou do filme de suspense Dama do Cine Xangai cantando Ronda, de Paulo Vanzolini, em japonês?
- Que Paulo Vanzolini é um biólogo respeitado no mundo todo, é PhD em Harvard, membro da Academia Brasileira de Ciências desde 1963 e que dirigiu o Museu de Zoologia da USP por muitos anos e cuja biblioteca ele formou e depois a doou com os direitos de autor de Ronda e Volta por Cima?
- Que Adoniran Barbosa foi garçom do ministro da Guerra Pandiá Calógeras (governo Getúlio Vargas) e atuou como ator do premiado filme em Cannes O Cangaceiro, de Lima Barreto, em 1953?
- Que é ibitinguense quem nasce em Ibitinga-SP, e que era de lá a compositora e desenhista “naïf” Zica Bergami, autora da valsa Lampião de Gás, gravada em japonês por Keiko Ikuta?
- Que há mais de 40 músicas que se referem ao Metrô paulistano?
- Que o baiano de Irará Tom Zé ganhou o IV Festival da TV Record, em 1968, com a canção São São Paulo Meu Amor e que até hoje ele não recebeu o prêmio em dinheiro constante do Regulamento?
- Que Rapaziada do Brás, com “z” no original, foi a primeira música dedicada a um bairro da cidade de São Paulo e que seu autor, Alberto Marino, tinha apenas 15 anos de idade quando a compôs?
Quer saber mais um pouco sobre a cidade de São Paulo, aniversariante de hoje?
Então, clique:
http://www.jornalistasecia.com.br/edicoes/culturapopular01.pdf
A respeito da menina Sampa falarei daqui a pouco no SPTV 2ª edição e no Jornal da Cultura, ali pelas 21 horas, ao vivo. Se estiver dando sopa aí na poltrona, sintonize o canal 5 e depois o 2. E falaremos depois.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

UM PASSEIO POR SAMPA DE ANTIGAMENTE

Algumas das mais antigas ruas da capital paulista formam um triângulo, chamado Triângulo Paulista – ou Paulistano.
Lembro isso porque amanhã vou passear pelo Centro velho da cidade que me adotou há quase 40 anos.
O convite veio da reportagem da TV Globo.
Aceitei.
O referido Triângulo é formado pelas ruas Direita, XV de Novembro e São Bento.
A Direita é das três a mais conhecida, por estar em tudo quanto é livro de história e até em música.
São Paulo começou com a celebração de uma missa, no dia 25 de janeiro de 1554.
Entre os celebrantes, Nóbrega e Anchieta.
Mas com Nóbrega e Anchieta e índios estava mais uma dezena de jesuítas.
A ordem religiosa Companhia de Jesus, de jesuítas, foi criada em 1534, na França.
A missa teve lugar num casebre de poucos metros, onde hoje se acha o Pátio do Colégio.
Da construção original, pouco restou.
A poucos metros do Pátio, tem a casa da Marquesa, chamado Solar; solar da Marquesa, que fica ali na antiga Rua do Carmo, agora rebatizada de Roberto Simonsen.
A marquesa referida tinha por nome Domitília de Castro e Melo, xodó de dom Pedro I, e também do sanfoneiro Mário Zan, que por muitos e muitos anos depositou flores no seu túmulo, no Cemitério da Consolação.
Um pouco mais adiante na trilha do nosso passeio, depois de passarmos por prédios antigos ainda preservados, na sua maioria, nos depararemos com a catedral que originou a primeira igreja matriz da cidade, palco de grandes acontecimentos: a Sé.
É ali, aliás, que se acha fixado o marco zero da cidade.
Mais à frente, depois de ruas estreitas, há a Praça João Mendes com tribunal e fórum, tendo ao lado a Avenida Liberdade que já foi chamada de Rua da Forca, do Pelourinho, da Pólvora e do Cônego.
Antes, bem antes, fora a mesma avenida chamada de Rua de Cima.
De Cima porque, naturalmente, havia a Rua do Meio e a Rua de Baixo.
Na Rua de Baixo, antiga Rua Livre, há hoje a Praça Carlos Gomes.   
Gomes foi o maior compositor operístico das Américas, gravado por Caruso e tudo mais quanto é gogó de força.
A partir dessa região, o Centro velho cresceu e chegou à rua Santa Ifigênia e suas travessas Aurora, Vitória e dos Andradas, famosas pelas produções de filmes do ciclo marginal, que os cinéfilos tão bem conhecem.
E pelo caminho até aí vamos passando pelo Teatro Municipal, Vale do Anhangabau...
O passeio é bom.
Vem comigo. Antes, clique:
E danou-se:
Amanhã o querido amigo e parceiro Vital Farias completa 70tinha.
Ele nasceu em Pedra D´Água, sítimo localizado na região de Taperóa, terra do Ariano.
Vital é um dos 50 filhos de um pai.
Viva Vital Farias!

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

LULA É UM TARADO!

Sabemos: Lula é um tarado pelo poder.
Compreenda-se: de onde ele veio, poucos vingaram e viraram gente.
O Nordeste é pra profissionais, pra povo pra lá dos Sertões...
É coisa assim, como beber bebida com álcool sem o corpo poder ou suportar...
Neguim praquelas bandas se não for forte, cai.
Pois, pois.
Por isso, o mundo todo fica de boca aberta ouvindo esse tal de Lula: preto, pobre, analfabeto e assim, assim, mangando de poderoso, quando ele próprio o é. 
Suas diferenças geram polêmicas.
Sei do que digo, moço! 
De fato o cara, ele do sertão, é incrível.
Errar é da vida.
Ele tem sede por poder e vida; de fazer, mesmo errando...

SEU DOMINGOS
E o Dominguinhos, hein?
Ô silêncio da gota serena que nos faz sofrer!
Acorda, Dominguinhos!!!

LULA/BRIGA
O casal Lula-Dilma sai do País pra discutir diferenças em Paris.
Opa! Por que não aqui?

LULA/SP
O próximo governador de São Paulo, anote aí: Lula.
Dilma será reeleita, segundo bolinha de cristal que não prever problemas de ordem mortal para o ex-presidente.

SECA
Mas, pensemos: até o rei do baião Luiz Gonzaga, grande como sempre foi e será, pegou o chapéu e o gibão e partiu rumo à eternidade.
E nós aqui nos achando, hein?
Paremos com isso ó, pô!  

DECLARAÇÃO DE AMOR A SÃO PAULO
(Uma Besteira, Porém Com Amor) 
Clique:
http://www.youtube.com/watch?v=qh4Y2WjdumE

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

O ENSINO DA EDUCAÇÃO E CULTURA NO PAÍS

Ensino e educação, formação e cultura. 
Isso tem a ver com a palavra pedagogia originária da Grécia antiga, que tem a ver com cidadania, respeito, solidariedade, sensibilidsade, calma, paz, tanquilidade, bem coletivo, carinho etc.
Isso também tem a ver com Clarissa, a nova pedagoga que o Brasil ganhou ontem entre o final da tarde e o começo da noite numa bonita solenidade, simples, educativa, de formatura no Auditório Ruy Barbosa do Mackenzie, em São Paulo.
A palavra pedagogia tem a ver com preceptor, professor, mestre, guia; aquele ou aquela que conduz ou leva alguém ao conhecimento; ou aquele ou aquela que tira alguém da escuridão, do analfabestismo, e o leva para o saber.
Enfim, pedagogo ou pedagoga é a pessoa que ensina a outras pessoas a viver de bem consigo e com a vida.
Clarissa (aí ao lado comigo, o pai todo pimpão) sempre demonstrou a vontade de estudar, estudar, estudar com afinco e se preparar para ajudar na formação de quem vem chegando.
O futuro é a criança bem preparada para a vida.
Portanto, quero crer que o futuro do Brasil está no ensino da educação e da cultura, daí o que chamamos de formação cidadã.
É do berço que se faz o ser.
Claro, estou orgulhoso.
Clarissa certamente contribuirá muito na formação de muita gente.
O Brasil tem futuro.
Viva o Brasil!

GRANDES EXEMPLOS
O Brasil nos tem dado grandes nomes no campo do ensino, da formação, do estudo do folclore como Silvio Romero, Câmara Cascudo, Amadeu Amaral, Mário de Andrade, Gustavo Barroso, Téo Brandão, Cornélio Pires e tantos outros. Para saber mais um pouco sobre Câmara Cascudo, clique: 

Como artista, o rei do baião Luiz Gonzaga foi também um grande brasileiro. A respeito dele, saiba mais clicando:  

DE PAI PRA FILHO
Hoje, na Globo, é o último capítulo do filme tornado microssérie Gonzaga - de Pai Pra Filho, para o qual fui chamado para dar pitacos no campo musical. O resultado? Um belíssimo filme. Perde quem não assití-lo (ainda está em cartaz, na praça).

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

FALÊNCIA DO ENSINO PÚBLICO

O estudante Matheus Camacho desde que começou a estudar o fez pela via da escola particular, cujas mensalidades custam os olhos da cara. 
O estudante André Akinaga Benites, também.
E milhares e milhares, talvez alguns milhões de estudantes brasileiros estudem hoje em escola particular, levando boa parte dos pais a se matar de trabalhar para lhes oferecer um futuro melhor do que os outros, ou seja: o daqueles cujos pais são desconhecidos e vivem com a madrasta vida.
O índice de aproveitamento de quem estuda nas escolas privadas é bem maior do que o de quem estuda sob a batuta dos professores da rede oficial de ensino.
Isso está provado, tanto que não se vê com frequência alunos da rede pública exibir troféus de melhor etc.
E por que isso?
Simples: a escola pública está falida.
Os professores ganham merrecas e fingem que ensinam; os alunos, por sua vez, fingem que estudam e tudo fica por isso mesmo, sem falar da violência que é a falta de meios para quem mora longe de tudo e pena para chegar à escola ou a professores que dão aulas até debaixo de árvores no interior do País, como tantas e tantas vezes a TV já mostrou.
O fato, minha gente, é que o Brasil é carente em quase tudo; tanto que está precisando de especialistas nas mais diversas áreas.
Só no campo da Engenharia e da Arquitetura, por exemplo, faltam mais de 800 mil profissionais.
Mas isso não tem sensibilizado os governos que entram e saem do bem-bom palaciano.
Há pouco, para minha tristeza, li notícia dando conta de que até a Dilma andou cortando verbas do Orçamento da União dirigidas às áreas da Educação e da Saúde.
Quanto?
R$ 7,4 bilhões. 
Isso mesmo!
Para a Cultura, anuncia-se para este ano a disponibilização de R$ 3 bilhões.
E eu besta cá quieto no meu canto acreditando que Cultura e Educação são prioridades na vida, essenciais na formação do ser humano...

JOÃO PESSOA
O meu amigo soteropolitano Rildo Santana andou de férias por João Pessoa, cidade onde dei meus primeiros suspiros e de onde carrego o vírus da crença da paz por um país melhor. Disse ele que se encantou com a vida pessoense, com as pessoas. Disse que viu uma cidade limpa habitada por cidadãos educados e solícitos. Senti-me orgulhoso. Viva a capital paraibana!

JÔ OLIVEIRA
Do amigo Jô Oliveira, um dos melhores ilustradores do Brasil em todos os tempos, manda e-mail informando que o selo para os Correios Lendas do Folclore Brasileiro, de sua autoria, acaba de ser escolhido por um júri composto por artistas, filatelistas, representantes de instituições filatélicas e dos Correios como o Melhor Selo de 2011 (acima), na categoria Arte Filatélica e irá representar os Correios do Brasil em concursos internacionais de selos.

VIOLÊNCIA
Muitas crianças do bairro paulistano de Santo Amaro, na zona sul da cidade, ainda estão sem os presentes de fim de ano. Motivo: a violência. Na região os carteiros estão sendo assaltados, sem que as autoridades nada façam em prol dos cidadãos. Está mais do que na hora de um basta geral para pôr fim aos descalabros. 

DE PAI PRA FILHO
E hoje tem história de Gonzaga na Globo. É minissérie em quatro capítulos editada com muita coisa que sobrou do filmão. No ar depois da novela lchata de Glória Pires, Salve Jorge.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

MARATONAS ESTUDANTIS

Sempre achei legal as maratonas estudantis criadas para estimular o estudo de quem gosta mais de determinadas matérias.
A notícia de que o estudante paulistano Matheus Camacho, de 14 anos, levou para casa a medalha de ouro da Olimpíada Internacional de Ciência, realizada mês passado em Teerã, me fez lembrar meus tempos de estudante em João Pessoa.
Mas só isso, nada mais, pois sempre fui um estudante medíocre.
Nunca levei pau em matéria alguma, porém nunca passei disso, de estudante medíocre.
Claro que eu gostava de determinadas matérias, entre as quais história e português, e de algumas outras extracurriculares, como música e latim.
Acabei estudando música e artes plásticas na Divisão de Extensão Artística da Universidade Federal da Paraíba, com os professores Aldo Parisot, João Câmara Filho, Raul Córdula e Celene Sitônio.
Celene era professora xilogravura.
Parisot é membro da Julliard School, uma das mais respeitáveis escolas de música do mundo, da qual foi mestre de regência o cearense de Iguatu Eleazar de Carvalho (1912-96), criador do Festival de Inverno de Campos do Jordão. Clique:
http://www.jornalistasecia.com.br/edicoes/culturapopular03.pdf).
Os cursos de Música e Artes Plásticas me serviram para descobrir que não tenho talento algum, a não ser o de identificar e aplaudir os verdadeiros artistas, como Miguel dos Santos (ao lado, uma de suas obras), com quem dividi sala de aulas de pintura nos começos dos 70, época em que eu já fazia onda no jornal O Norte, da capital paraibana.
Mas o fato é que sempre gostei dessas maratonas estudantis, que têm por finalidade descobrir talentos pelas entidades que as realizam.
Agora mesmo o jovem André Akinaga Benites, estudante de piano (abaixo, dando mostra de talento ao artista Geraldo Vandré), está se preparando para participar da 16ª Semana Olímpica, a se realizar entre os dias 20 e 26 deste mês, em Aracaju, SE.
André é um dos medalhistas (bronze) da 34ª Olimpíada Brasileira de Matemática, realizada mês passado.
Só o fato de participar de um evento dessa magnitude já é uma vitória na vida de qualquer estudante.
Mas o brilho da Semana Olímpica de Aracaju desde já fica ofuscado pelo fato de os pais terem de arcar com os custos de passagem dos filhos.
Ah, sim! Já não sei mais nada de latim, a não se o fato de que não existe mais.

domingo, 13 de janeiro de 2013

CAÇADOR DE CIRCO 2

Boa parte dos grandes artistas da nossa música popular, incluindo Vicente Celestino, Orlando Silva, Nélson
Gonçalves, Waldick Soriano e Luiz Gonzaga de certo modo deve seu sucesso ao público de espetáculos circenses.
Luiz Gonzaga era um verdadeiro apaixonado por circo, ele sentia orgulho de cantar e se misturar com o público e os artistas de circo.
Mas os tempos são outros, de globalização, como lembra Andrea Lago.
O cantor Chico Salles, ao constatar que não temos mais circo como antigamente, recomenda, simplesmente: nós também precisamos mudar.
O advogado e produtor musical de São Paulo Braz Baccarin, responsável pela gravação e lançamento do samba Trem das 11, de Adoniran, diz por e-mail que:
- Por falar em circo, minha infância esteve muito ligada ao circo. Acho que me apaixonei pela primeira vez aos 9 anos, por  uma trapezista. Mas isso é história que não volta mais.
Ele comenta também a onda de violência que assola o País, especialmente em São Paulo:
- A violência sempre existiu, mas agora passou do limite.
Sem dúvida, o caso é sério.
Mas é sério também o caso circo.
Será que nos circos de hoje haveria espaço para um Carequinha, um Piolin, um Pimentinha, um Arrelia ("tudo bem, tudo bem, tudo bem?"), hein?
Ali pelos anos 1990 assinei o prefácio do livro Arrelia, Uma Autobiografia (Ed. Ibrasa), que recomendo.
Para lembrá-lo, clique aí abaixo:

sábado, 12 de janeiro de 2013

CAÇADOR DE CIRCO

A violência está demais.
Todo o primeiro bloco do noticiário JN da TV Globo hoje foi sobre a violência que assola as principais cidades do País.
Não é à toa, aliás, que há programas de TV inteiros ao vivo e diariamente sobre violência espalhados por todo canto.
Assustador é tudo isso.
E fora do Brasil também a violência grassa; conflitos, guerras...
Até quando?
Por outro lado, coisas boas há: na TV Cultura, por exemplo, vi Inezita Barroso mostrar hoje a tradição das folias de reis do mês de janeiro.
Sim, eu sou insistente por coisas boas e prometo desde já: vou virar caçador de circo.
Motivo?
Sempre gostei de circo e ontem fui assistir ao espetáculo do Tihany no Parque Villa-Lobos, ali à beira da Marginal.
Fachada maravilhosa, mas a entrada um pouco salgada: R$ 150,00.
Uma garrafinha d´água, R$ 5,00.
Uma latinha de guaraná, R$ 7,00.
Um saquinho de pipoca, R$ 10,00.
Uma foto ao lado de um cachorrinho bonitinho etc. e tal do circo, no intervalo – nunca assisti a espetáculo de circo com intervalo - de 20 minutos, R$ 20,00.
Por aí.
Achei caro, inclusive porque o espetáculo conta apoio da Rouanet.
E na entrada um batalhão de vendedores nos empurrando “lembrancinhas” do Tihany.
Lá dentro, as cadeiras ocupadas com público pela metade.
Abrem-se as cortinas e ansioso tento me situar nuns momentos quaisquer do passado, em vão.
O espetáculo não tinha nada a ver com aqueles que me faziam menino feliz.
Faltou o globo da morte, faltaram os saltos mortais e o encantamento de alegria – e tristeza - provocado pelos palhaços de caras pintadas.
Atrações musicais brasileiras também faltaram.
No seu lugar, uma atração internacional em língua inglesa e no intervalo, música brega e ruim; sertanoja, como diria o meu amigo Moraes Sarmento, que já não se acha entre nós.
Senti falta de muita coisa legal que me fazia bem.
Mesmo notando os trapézios vazios, aplaudi com sinceridade a moçinha que se balançava lá no alto.
O picadeiro, cá pra nós, não reconheci.
A meu ver, legal e certinho só a dupla de acrobatas e as performáticas contorcionistas chinesas. Uma graça elas: são feitas de borracha?
Não sou especialista, mas os números de magia a mim me pareceram fracos e óbvios.
Ah! Sim, e teve o apelo ao consumo: carro bonito no palco, moto bonita no palco e até helicóptero no palco na parte de atuação do ilusionista, que, lamentável, fez uma criança voltar constrangida para seus pais.
Explica-se: foi chamada uma criança de no máximo seis anos ao palco, mas uma se adiantou e chegou primeiro. A que chegou depois, teve de voltar.
Aliás, não vi e nem ouvi criança nenhuma gargalhando ali no circo.
Quer dizer: isso também é uma violência, pois onde já se viu criança não morrer de rir num circo que se preze, hein?

ADIVINHADOR DE CHUVA
Pois é, no Nordeste tem muito adivinhador de chuva.
Esses adivinhadores também são chamados de profetas da chuva.
Mas eles não fazem chover, no máximo tentam descobrir quando a chuva chega e seca passa.
No Nordeste hoje em dia a seca ainda faz sofrer e mata bicho e gente.
Quando essa violência vai acabar, hein?
Eu mesmo morri de rir muitas vezes assistindo a estripulias de palhaços.
Será que ainda há por aí circo com palhaços que nos façam rir?

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

ESTRANGEIROS NA OBRA DO REI DO BAIÃO, E CARNAVAL

Sambas e marchas de carnaval na voz de craques como Silvio Caldas, Orlando Silva, Carlos Galhardo e Cyro Monteiro, entre outros, eram os gêneros musicais mais comuns em 1941, ano em que Luiz Gonzaga lançou-se como artista da música popular pela extinta fábrica de discos Victor. Antes de tornar-se Rei do Baião, ele gravou muitos choros, mazurcas, polcas e até duas músicas de autores estrangeiros: as valsas Farolito, do mexicano Agustín Lara e Manolita, do francês Leo Daniderff.
Depois de 49 músicas instrumentais lançadas à praça até 1945, Luiz Gonzaga apostou todas as suas fichas na música extraída do folclore nordestino incluindo o baião, ritmo inspirado na afinação das violas dos cantadores repentistas.
Enquanto lançava músicas que adaptava junto com o seu primeiro grande parceiro, o advogado cearense Humberto Teixeira, flautista amador, Gonzaga compunha marchinhas e sambas que, porém, jamais gravaria, como Meu Brotinho e Meu Pandeiro, lançadas por Francisco Carlos e Cyro Monteiro em 1950 e 1947, respectivamente.
Mas nem por isso ele deixou de estar ligado ao carnaval, principalmente como homenageado em sambas de enredo.
As primeiras homenagens que ele recebeu nesse estilo musical datam dos fins dos anos 1970, através de grupos e pequenas escolas do Nordeste.
Em 1982, a escola de samba carioca Unidos de Lucas, foi à avenida com o enredo Lua Viajante.
Dez anos depois foi a vez de o Maranhão prestar louvor ao grande pernambucano de Exu, com o enredo Luiz Gonzaga Rei do Baião, interpretado pelo puxador Ribão, hoje presidente da União das Escolas de Samba do Estado.
Pouco antes, em 1990, Pernambuco o homenageou com o samba enredo Lula Lua do Sertão.
Trinta anos depois de a escola de samba Unidos de Lucas o homenagear o Rei do Baião, foi a vez de a escola do 1º grupo do Rio de Janeiro Unidos da Tijuca ir à Sapucaí com o enredo O Dia em Que Toda a Realeza Desembarcou na Avenida Para Coroar o Rei Luiz do Sertão (CLIQUE abaixo, na linha azul).
Essa escola ganhou o carnaval de 2012 com 299,9 pontos.


E o Dominguinhos continua internado no Hospital Santa Joana, em Recife. O seu estado de saúde permanece inalterável. Ou seja: merecedor de todos os cuidados.   

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

MEMÓRIA DA CULTURA POPULAR


Passa ano e sai ano e tragédia provocada pela seca no Nordeste e noutras partes do País ainda persiste (recorte de jornal ao lado), sem que providências de fato e sérias sejam tomadas por quem de direito e responsabilidade.
O que não dá é os políticos continuarem a culpar São Pedro pela falta de chuva ou pela abundância de chuva, como ocorre hoje no Nordeste e no Rio de Janeiro.
O risco agora é faltar eletricidade no País, embora o governo diga que esse risco não existe.
Mas existe, é concreto: o nível dos reservatórios está na casa dos 20%.
É pouco, muito pouco.
Enquanto isso, os jornalões e a chamada grande imprensa nem, nem com a situação: pouco ou nada informam sobre esse que é um grande problema nacional.
Mas o que fazer diante desse quadro?
O primeiro impulso é rezar ou fugir das regiões atingidas tanto pela falta d´água ou pela violência da abundância d´água.
Isso é o o que eu chamo de fim do mundo.
Mas o mundo não acabou, como previram vozes agourentas espalhadas por aí a fora.
Quer saber mais sobre esse assunto?
Então clique na linha azul aí embaixo e leia o especial do mês Memória da Cultura Popular:

domingo, 6 de janeiro de 2013

OSVALDINHO EMPLACA NOVO SAMBA NA VAI VAI

Estou satisfeito já neste início de ano com a repercussão que o livro Lua Estrela Baião - a História de um Rei (Cortez Editora) está ganhando na imprensa. 
Sob o título "Imperdível", alguém de Veja escreveu:
"No mês em que se comemoram os 100 anos do nascimento de Luiz Gonzaga, o jornalista Assis Ângelo lança o livro Lua Estrela Baião - a História de um Rei. Tudo começa com Mocinha, uma senhora que reúne seus netos e bisnetos para contar parte da trajetória do sanfoneiro que projetou o baião no Brasil, e que ela conhecera pessoalmente. O livro dá destaque à infância de Gonzaga e termina quando ele deixa a cidade em que nasceu, Exu, no sertão de Pernambuco, para entrar no Exército, aos 18 anos. Mocinha fala sobre a família do sanfoneiro, principalmente o pai Januário José dos Santos, que o incentivou a puxar o fole. Ela aproveita para contar a história da cultura e do folclore nordestino, de que Gonzagão é importante personagem. Lua Estrela Baião conta com ilustrações de Luciano Tasso e com uma seção de curiosidades sobre o pernambucano".

E de Pais&Filhos, também:
"No dia do centenário de Luiz Gonzaga, que tal apresentar ao seu filho a história do Rei do Baião? No Brás, bairro antigo da cidade de São Paulo, dona Mocinha reúne seus netos e bisnetos para contar a história de Luiz Gonzaga. A obra mostra o mundo nordestino, com histórias tradicionais, natureza e folclore presentes na região".  

Acesse Exame.com clicando:

E também o Estadão, na Estante de Letrinhas:

DOMINGUINHOS
O Hospital Santa Joana de Recife acaba de divulgar novo boletim informando que o sanfoneiro Dominguinhos começou hoje a se submeter a sessões de hemodiálise. O artista continua fazendo tratamento antimicrobiano e respirando com a ajuda de aparelhos. Ainda com marca-passo, ele está sem sedação, "mas sonolento e sem estabelecer contato".    

VAI VAI
E agora fiquei sabendo que o samba enredo da Vai-Vai para o Carnaval deste ano tem entre seus autores o Osvaldinho da Cuíca, que, aliás, participa do CD O SAMBA DO REI DO BAIÃO, ao lado de Socorro Lira, Oswaldinho do Acordeon, Papete, Ventura Ramirez, Jorge Ribbas, a galega Uxía e a portuguesa Susana Travassos, entre outros artistas. Esse disco será lançado à praça após o Carnaval. Não se perde por esperar.
para ouvir o samba, clique:

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

DOMINGUINHOS ESTÁ MELHORANDO...


Fiquei fora do mundo real na última semana.
Nada de telefone, internet, jornal, revista, rádio e TV.
Só livro, livro, livro, dia e noite.
Guimarães Rosa, Graciliano Ramos, Machado de Assis.
Voltei ilustrado de Joanópolis, SP, a terra dos lobisomens.
E o Darlan Ferreira me liga agora, dizendo que o Geraldo Vandré acompanhou entrevista que dei ontem à noite à CBN, sobre o rei do baião Luiz Gonzaga.
Segundo Darlan, Vandré foi logo lhe perguntando:
- Você está gonzagueano?
E caiu na risada.

DOMINGUINHOS
O querido sanfoneiro, compositor e cantor herdeiro artístico do Rei do Baião está com melhoras; pequenas, mas sim. No hospital Santa Joana, na capital pernambucana. Já respira sem aparelhos, mas ainda está inconsciente. Grave portanto, seu estado de saúde. O Brasil ficará menor sem Dominguinhos.

ANA MARIA
Minha filha Ana está em João Pessoa. Almoça sábado com o querido Miguel dos Santos, um dos maiores artistas plásticos do Brasil, em todos os tempos. Ele nasceu em Caruaru, PE, mas a capital paraibana o adotou, bem nos princípios dos anos de 1960. Estudei com ele na Divisão de Extensão Artística da Universidade Federal da Paraíba. Eu caí em mim: virei jornalista, depois de estudar com mestres como João Câmara Filho. Para Miguel, mandei hoje o livro LUA ESTRELA BAIÃO: A HISTÓRIA DE UM REI.

INEZITA BARROSO
Após chegar de Joanópolis, me deparei na portaria do meu prédio com o livro INEZITA BARROSO, COM A ESPADA E A VIOLA NA MÃO (Ed. Imprensa Oficial). Lerei e o comentarei semana que vem.

GONZAGÃO
Também na portaria se achava o livro O “BEABÁ” DO SERTÃO NA VOZ DE GONZAGÃO, assinado por Arlene Holanda e Arievaldo Viana, belamente ilustrado por Suzana Paz. Também comentarei depois.

ÍNDIA
Os advogados indianos estão dando um exemplo incrível e bonito ao mundo: não defender canalhas. O caso é que bandidos impunes estupraram semana passada em Nova Deli uma estudante de 23 anos, que morreu ontem. Lá, na Índia, ocorre um estupro a cada vinte minutos. No Brasil, a cada dez minutos uma mulher sofre algum tipo de violação. Aqui, a Lei Maria da Penha continua enfrentando dificuldade para ser cumprida. Portanto, está na hora; mais do que na hora, de o governo e a sociedade se mobilizarem em defesa 

DE NOVO, DOMINGUINHOS
Clique:

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

DOMINGUINHOS, AINDA INTERNADO

O quadro clínico do artista é estável, mas merece muitos cuidados.
Ainda não há previsão de alta do hospital.
Dominguinhos foi internado às pressas após uma gripe que lhe agravou a sua saúde já debilitada desde 2006, quando médicos diagnosticaram em São Paulo um câncer de pulmão.
Ele também sofre de insuficiência ventricular, arritmia cardíaca e diabetes.
Antes de ser internado às pressas, Dominguinhos – que não viaja de avião – tinha shows marcados em Brasília e Salvador.
No próximo dia 12 de fevereiro ele completará 71 anos de idade.
BRAGUINHA
Hoje faz seis anos que o compositor Braguinha, autor de clássicos da nossa música popular, como
Carinhoso, com Pixinguinha, partiu para a Eternidade. Ele tinha 99 anos de idade quando isso aconteceu.
CARUSO
O que o tenor italiano Enrico Caruso teve em comum com o rei do baião, Luiz Gonzaga?  
Resposta rapidinha: o 2 de agosto.
RÁDIO
A foto que ilustra este texto, na qual se vê Dominguinhos todo feliz, foi feita no dia 2 de julho de 2001num dos estúdios da  rádio Capital, onde eu apresentava o programa São Paulo Capital Nordeste, de grande audiência. 

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