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sábado, 12 de janeiro de 2013

CAÇADOR DE CIRCO

A violência está demais.
Todo o primeiro bloco do noticiário JN da TV Globo hoje foi sobre a violência que assola as principais cidades do País.
Não é à toa, aliás, que há programas de TV inteiros ao vivo e diariamente sobre violência espalhados por todo canto.
Assustador é tudo isso.
E fora do Brasil também a violência grassa; conflitos, guerras...
Até quando?
Por outro lado, coisas boas há: na TV Cultura, por exemplo, vi Inezita Barroso mostrar hoje a tradição das folias de reis do mês de janeiro.
Sim, eu sou insistente por coisas boas e prometo desde já: vou virar caçador de circo.
Motivo?
Sempre gostei de circo e ontem fui assistir ao espetáculo do Tihany no Parque Villa-Lobos, ali à beira da Marginal.
Fachada maravilhosa, mas a entrada um pouco salgada: R$ 150,00.
Uma garrafinha d´água, R$ 5,00.
Uma latinha de guaraná, R$ 7,00.
Um saquinho de pipoca, R$ 10,00.
Uma foto ao lado de um cachorrinho bonitinho etc. e tal do circo, no intervalo – nunca assisti a espetáculo de circo com intervalo - de 20 minutos, R$ 20,00.
Por aí.
Achei caro, inclusive porque o espetáculo conta apoio da Rouanet.
E na entrada um batalhão de vendedores nos empurrando “lembrancinhas” do Tihany.
Lá dentro, as cadeiras ocupadas com público pela metade.
Abrem-se as cortinas e ansioso tento me situar nuns momentos quaisquer do passado, em vão.
O espetáculo não tinha nada a ver com aqueles que me faziam menino feliz.
Faltou o globo da morte, faltaram os saltos mortais e o encantamento de alegria – e tristeza - provocado pelos palhaços de caras pintadas.
Atrações musicais brasileiras também faltaram.
No seu lugar, uma atração internacional em língua inglesa e no intervalo, música brega e ruim; sertanoja, como diria o meu amigo Moraes Sarmento, que já não se acha entre nós.
Senti falta de muita coisa legal que me fazia bem.
Mesmo notando os trapézios vazios, aplaudi com sinceridade a moçinha que se balançava lá no alto.
O picadeiro, cá pra nós, não reconheci.
A meu ver, legal e certinho só a dupla de acrobatas e as performáticas contorcionistas chinesas. Uma graça elas: são feitas de borracha?
Não sou especialista, mas os números de magia a mim me pareceram fracos e óbvios.
Ah! Sim, e teve o apelo ao consumo: carro bonito no palco, moto bonita no palco e até helicóptero no palco na parte de atuação do ilusionista, que, lamentável, fez uma criança voltar constrangida para seus pais.
Explica-se: foi chamada uma criança de no máximo seis anos ao palco, mas uma se adiantou e chegou primeiro. A que chegou depois, teve de voltar.
Aliás, não vi e nem ouvi criança nenhuma gargalhando ali no circo.
Quer dizer: isso também é uma violência, pois onde já se viu criança não morrer de rir num circo que se preze, hein?

ADIVINHADOR DE CHUVA
Pois é, no Nordeste tem muito adivinhador de chuva.
Esses adivinhadores também são chamados de profetas da chuva.
Mas eles não fazem chover, no máximo tentam descobrir quando a chuva chega e seca passa.
No Nordeste hoje em dia a seca ainda faz sofrer e mata bicho e gente.
Quando essa violência vai acabar, hein?
Eu mesmo morri de rir muitas vezes assistindo a estripulias de palhaços.
Será que ainda há por aí circo com palhaços que nos façam rir?

4 comentários:

  1. Não temos mais circo como antigamente. Nós também precisamos mudar.

    Abração,
    Chico Salles.

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  2. Assis, meu velho

    Texto belíssimo, atualíssimo e comovedor. Apenas uma alma sensível como a sua para transformar sentimentos em poesias.
    Saudades do amigo,
    Abs.

    Fábio Sormani

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  3. Eulinete dos Santos13 janeiro, 2013 15:20

    Ah Sormani, o Brasil hoje é um circo e nós somos os palhaços. E nós temos q rir p/ não chorar. É tanta desgraça, violência, seca no nordeste...eu mesma perdi 3 vacas essa semana por conta da falta de água e pasto aqui no interior do MA. Um cenário mto triste. Mas é vida q segue, tem q enxugar as lágrimas e tentar levantar os q resistem.

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  4. Desculpe. Falei Sormani pq ele linkou o texto no twitter. Ótimo texto senhor Assis Ângelo.

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