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terça-feira, 16 de julho de 2024
CAMÕES NO MEMORIAL DA AMÉRICA LATINA
segunda-feira, 15 de julho de 2024
A CULTURA POPULAR PERDE SÉRGIO CABRAL
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Clique para ler a reportagem de Tinhorão e Sérgio Cabral |
domingo, 14 de julho de 2024
VIVA CLARISSA!
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Clarissa |
LICENCIOSIDADE NA CULTURA POPULAR (114)
Outra mulher que também abriu o coração e a mente para o sexo foi a goiana Cora Coralina, de batismo Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas (1889-1985). Deixou uma obra pequena, porém resistente. É dela Pouso de Boiadas:
Conversa sem sentido.
Os homens estirados
nas redes e nos forros,
assuntam de mulheres...
- Fêmea. Erotismo de macho.
Palavreado obsceno.
(...)
Manelão canta sozinho.
Manelão canta baixinho.
Moda de mulher.
...Dola... Xandrina...
... o chamado obscuro, sexual.
(...)
Manelão canta em surdina,
Manelão canta baixinho,
Manelão canta sozinho
Toada de mulher.
Dola... Xandrina...
O rude chamado sexual.
A saga bárbara
dos boiadeiros.
Quatro anos depois de seu falecimento, foi lançado o LP Cora Coralina com 13 poemas, entre os quais: Velho Sobrado, Estas Mãos, O Cântico da Terra, Todas as Vidas e Meu Epitáfio, que diz:
Morta… serei árvore
Serei tronco, serei fronde
E minhas raízes
Enlaçadas às pedras de meu berço
são as cordas que brotam de uma lira.
Enfeitei de folhas verdes
A pedra de meu túmulo
num simbolismo
de vida vegetal.
Não morre aquele
que deixou na terra
a melodia de seu cântico
na música de seus versos
Num dos contos incluídos no livro Contos Novos (1947), o autor Mário de Andrade fala de dois jovens estudantes que sentem atração física mútua. Ainda nesse livro, Mário escreve a história que tem como personagens centrais Nízia e Rufina. Já falamos. O final desse conto é dúbio, como dúbio é o final do conto Frederico Paciência.
Enfim, quem transou com quem?
Amor e preconceito sexual sempre geraram discussões febris, no Brasil e noutras plagas.
A escritora inglesa Jane Austen (1775-1817), mostra isso no livro Orgulho e Preconceito, publicado pela primeira vez em 1813.
Nesse livro, Austen conta a história de um casal que tem cinco filhas prontas para se casar. A mãe, Sra. Bennet, faz tudo e muito mais para que suas belas donzelas não padeçam no poço profundo do caritó. A mais nova, porém, de 16 anos, foge de casa com um cara sem futuro. A partir daí o romance ganha força.
A leitura de Orgulho e Preconceito nos leva à cena rural onde tudo se passa. Lá a mulher solteira que saía de casa e não se casava logo caía na boca ferina do povo. Isso, para uma família bem constituída, era o pior que podia acontecer.
Maria Firmina dos Reis, boa no verso como Cora Coralina, foi a primeira brasileira a publicar um romance no Brasil. Úrsula foi levado à praça em 1859. Três anos depois nascia no Rio de Janeiro Júlia Lopes de Almeida.
Júlia, primeira e única mulher a participar das reuniões que resultaram na fundação da Academia Brasileira de Letras, ABL, foi a segunda mulher brasileira a escrever e a publicar um romance: A Viúva Simões.
O livro de Júlia, lançado em 1897, conta a história de uma mulher que perdeu o marido e por bom tempo passou a cuidar apenas da filha Sara, enquanto a criadagem cuidava das duas.
O isolamento da viúva, Ernestina, dura até o momento em que ela reencontra um namorado da adolescência. Esse, Luciano, de tanto atentar, finda por amolecer o coração da protagonista. O fim beira a tragédia.
Júlia Lopes de Almeida foi, até aqui, a escritora que mais contos e romances publicou. Seus títulos andam na casa dos 50.
Foto e reproduções de Flor Maria e Anna da Hora
sábado, 13 de julho de 2024
LICENCIOSIDADE NA CULTURA POPULAR (113)
Maria Firmina dos Reis (1822-1917) foi uma professora do Maranhão e a primeira mulher a escrever um romance intitulado Úrsula (1859). Era abolicionista. Amor e paixão se misturam na história. Bonito, bem movimentado. Personagens negros. Era também poeta.
Discretíssima no comportamento pessoal, Maria Firmina abriu o coração para poucas paixões. Um exemplo disso é o poema Ela!, incluído no livro Cantos a Beira-mar:
Ela! Quanto é bela, essa donzela,
A quem tenho rendido o coração!
A quem votei minh’alma, a quem meu peito
Num êxtase de amor vive sujeito...
Seu nome!... não — meus lábios não dirão!
Ela! minha estrela, viva e bela,
Que ameiga meu sofrer, minha aflição;
Que transmuda meu pranto em mago riso.
Que da terra me eleva ao paraíso...
Seu nome!... Oh! meus lábios não dirão!
Ela! virgem bela, tão singela
Como os anjos de Deus. Ela... oh! não,
Jamais o saberá na terra alguém,
De meus lábios, o nome que ela tem...
Que esse nome meus lábios não dirão.
Esse poema tem tudo a ver com amor feminino, entre uma mulher e outra. Apesar disso, não chamou a atenção de ninguém. Quer dizer: embora tabu, o tema aqui abordado por Firmina dos Reis não provocou espanto nem polêmica.
Essa poetisa, de origem maranhense, morreu pobre e cega na casa de uma amiga no ano de 1917.
sexta-feira, 12 de julho de 2024
EM CAMPO, FUTEBOL E CEGUEIRA
Se são milhares de agremiações esportivas Brasil afora, imaginemos agora a quantidade de agremiações esportivas no mundo todo. E referi-me aqui apenas aos times de futebol.
Dito isso, pergunto: quem aí pode me dizer quantos profissionais de futebol existem no Brasil?
Além dos profissionais aos milhares, existem os candidatos a profissionais de futebol.
A verdade é que são poucos os profissionais que ganham muito. O resto é lanterna, lanterninha, apagada.
Confesso que já faz tempo que não dou bola ao futebol.
Noutros tempos eu estaria ligado aos grandes campeonatos.
Domingo que vem Espanha e Inglaterra disputam o final da Eurocopa em Berlim, Alemanha.
Eu estaria também ligado à finalíssima da Copa América no domingo que vem em Miami, entre as equipes da Argentina e Colômbia.
E a Seleção Brasileira por onde anda, hein?
A verdade é que o nível do futebol não anda bem, principalmente no tocante aos nossos profissionais...
Agora fico imaginando coisas de ontem, do passado.
Lembro que gostei de ver a Seleção Canarinho, em campo, em 70. Foi um show. Todos botaram pra quebrar. Muitos já partiram, entre os quais Pelé.
Tostão, de batismo Eduardo Gonçalves de Andrade, tinha 26 anos de idade quando brilhou em Guadalajara e lugares outros. Curioso e lamentável foi o fato de ele estar jogando com a retina esquerda desabando.
Três anos depois da Copa 70, Tostão perdeu completamente a visão esquerda.
São muitos os atletas que atuam cegos põe aí afora.
Em 1920, na Espanha, cegos começaram a praticar futebol em campo. No Brasil, isso ocorreria trinta e poucos anos depois.
Organizados, cegos criaram o Futebol de 5.
O Futebol de 5 parece um pouco com Futebol de Salão.
O Brasil tem um tricampeão nessa modalidade. Seu nome é Ricardinho, gaúcho.
Até um técnico de futebol cego nos temos: Márcio Bastos Moreira.
Ricardinho ficou cego aos seis anos de idade, vítima de glaucoma.
O Márcio sofreu descolamento de retina.
quinta-feira, 11 de julho de 2024
A CEGUEIRA NÃO É O FIM
Na infância conheci bons professores e professoras e gente mais da lida cotidiana.
Conheci gente de todo tipo, enquanto ganhava forma e mais vontade de viver.
Aprendi muita coisa com pessoas de profissões diversas portadoras de saber.
Entre a gente que conheci se acham cordelistas e cantadores de viola.
No mundo da sabedoria se acham pessoas fisicamente tortas e desprovidas de visão via olhos.
Quem já não ouviu falar da obra do grande gênio mineiro Aleijadinho?
Quem já também não ouviu falar do cego Homero dos tempos gregos, autor de Ilíada e Odisséia.
E Camões, hein?
Camões perdeu um dos olhos e continuou a ver as coisas da vida...
O argentino Jorge Luis Borges, escritor de grande categoria, seguiu fazendo história depois de pelos olhos nada mais ver.
Mais pra cá surgiram cegos Aderaldo, Sinfrônio...
Não conheci pessoalmente nenhuma dessas pessoas, mas conheci Patativa do Assaré, José Ramos Tinhorão, Paulo Vanzolini, Luiz Gonzaga.
O poeta Patativa perdeu os olhos nos seus tempos de infância no Assaré, CE.
O jornalista Tinhorão, estudioso da nossa música, deixou que lhe escapasse a visão de um olho.
Quando eu próprio estava para perder os olhos, o cientista e compositor bissexto da boa música pediu que eu o olhasse bem nos olhos. E perguntou: "Está vendo aqui, no olho esquerdo, por ele já não vejo nada".
O sanfoneiro Luiz Gonzaga, Rei do Baião, perdeu o olho direito num acidente de automóvel.
Nunca, em nenhum momento, ouvi dessas pessoas qualquer lamentação referente à visão parcial ou total perdida. Ao contrário, até brincavam.
Pouco tempo antes de elevar-se às nuvens, em tom de galhofa, disse-me Tinhorão: "Estou ficando que nem você. Daqui a pouco vamos estar dois ceguinhos andando tontos pelas ruas".
E Lampião, hein?
quarta-feira, 10 de julho de 2024
TODO DIA É DIA DE CUIDAR DOS OLHOS
Dos mais de oito bilhões da raça homosapiens, pelo menos 1,2 bi vive com algum grau de deficiência visual. Desse total, cerca de 300 milhões de homens e mulheres, mais mulheres, não vê um milímetro à frente do nariz. Ou seja: é uma multidão que vive totalmente cega.
No Brasil, o número de pessoas totalmente cegas se acha na casa dos 500 mil.
Os números globais referentes a cegos e cegas são da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os números tocantes ao Brasil, referentes ao mesmo problema, são disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Por que venho eu cá com esses números?
Hoje 10 é o Dia Mundial da Saúde Ocular.
A data foi criada com o propósito de tomarmos vergonha na cara para a cara ficar mais bonita com os olhos distinguindo cores e sorrindo.
Eu cuidei muito bem dos meus olhos, mas mesmo assim fugiram de mim. Descolamento de retina e coisa e tal.
Existem centenas de doenças d'olhos.
E aí o jeito é seguir a vida criando novos caminhos.
Descobri que há vida além da cegueira.
terça-feira, 9 de julho de 2024
SÃO PAULO DE PERNAS PRO AR
Hoje 9 é feriado em São Paulo.
O feriado paulistano deve-se à Revolução Constitucionalista ou Revolução de 32, como também ficou conhecido o levante do povo de São Paulo contra Getúlio Vargas e o seu governo. Durou pouco tempo, mas deixou expressivo saldo de mortos e feridos.
A revolta do povo de São Paulo perdura até os dias de hoje, tanto que não existe nenhuma rua, avenida, praça, monumentos e coisa e tal em nome do velho caudilho gaúcho. Oficialmente, claro.
A FGV, Fundação Getúlio Vargas, é uma entidade de constituição particular.
O dia 9 de julho, hoje, marca também a fundação da Sala São Paulo.
A Sala São Paulo, instalada ali no que foi a gare da estação ferroviária da Luz, foi criada no governo Montoro. Isso exatamente há 25 anos, ou seja, há um quarto de século.
Franco Montoro foi um governador que deu muita atenção às artes e artistas.
Antes de criar a Sala São Paulo, Montoro cuidou de reerguer o Teatro São Pedro. Esse teatro foi construído por um jovem empresário português e entregue aos paulistanos em 1917.
Hoje, em Campina Grande, PB, será sepultado o corpo do cantor e compositor paraibano Biliu de Campina. Tinha 75 anos de idade quando morreu ontem, num hospital campinense. Não era casado e nem deixou filhos.
Biliu gravou vários discos, incluindo dois LPs.
Biliu de Campina |
segunda-feira, 8 de julho de 2024
VIVA PROCÓPIO FERREIRA!
domingo, 7 de julho de 2024
LICENCIOSIDADE NA CULTURA POPULAR (112)
No livro Contos Amazônicos (1893), Sousa nos apresenta uma curiosa personagem: Maria, no conto Amor de Maria. No texto o autor conta a história de uma jovem muito bonita que finda por apaixonar-se por um desconhecido que de repente chega à cidade onde ela vive. O cara é do tipo bonitão, enxerido, disputado pelas moçoilas. O caso termina em morte.
O primeiro livro de Inglês de Sousa foi O Cacaulista, publicado em 1876.
Os textos inseridos no Contos Amazônicos não são, grosso modo, contos. O último, O Rebelde, por exemplo, é memorial. É texto em que o autor encontra na infância a morte do pai e tal. Nesse texto há momentos muito fortes:
Paulo da Rocha pareceu hesitar algum tempo, mas um novo gesto de meu pai, cheio de uma desesperada energia, o decidiu. Carregando-me ao ombro com um vigor incrível, pôs-se a
correr para o quintal, donde em breve saímos pelo portão, apesar das minhas súplicas e dos esforços que fazia para que me deixasse.
Bem compreendia eu que era a última vez que via a meu velho pai, e doía-me abandoná-lo naquele supremo momento.
Durante algum tempo andou Paulo da Rocha dando voltas pela vila, até que chegamos ao porto. Na extremidade da vila, em uma enseada, estava uma canoa, e nessa canoa se achavam três pessoas: Padre João da Costa, minha mãe e Júlia.
Caí nos braços de minha mãe que me recebeu soluçando. Depois da primeira efusão, minha mãe perguntou:
— E teu pai?
Lágrimas foram a única resposta que dei. Para fazer diversão a esta cena, o pernambucano empurrou a canoa, saltando dentro dela, e armando-se do mará exclamou em voz que procurou tornar alegre.
— Agora, fujamos!...
Perguntar, não custa: quem foi o pioneiro do Naturalismo no Brasil, Aluísio de Azevedo ou Inglês de Sousa?
Bom, não digo. Porém a mim não custa dizer que o francês Émile Zola (1840-1902), foi o criador do movimento naturalista. O cabra era bom em verso e prosa.
Em 1890, o maranhense Aluísio de Azevedo publicou o romance O Cortiço. Obra-prima sobre a qual já falamos.
Em 1890, a contista e romancista carioca Júlia Lopes de Almeida publicou o livro Memórias de Marta. A história toda, quase toda se passa num cortiço.
O livro de Júlia é o primeiro na nossa historiografia literária que rola num cortiço. Pois, pois.
Em 1964, a escritora Lygia Fagundes Telles abordou a temática religiosa no livro Verão no Aquário, no qual cria um nervosíssimo triângulo amoroso entre a mãe Patrícia e a filha Raíza, com o seminarista André. O caso de Lygia dói nos nervos, é tenso, como só ela sabia fazer. Aliás, esse foi o primeiro livro de uma escritora brasileira abordando essa temática, no século 20. No fim o padreco se mata, cortando os pulsos.
Foto e reproduções de Flor Maria e Anna da Hora
sábado, 6 de julho de 2024
LICENCIOSIDADE NA CULTURA POPULAR (111)
O Missionário, romance do paraense de Óbidos Herculano Marcos Inglês de Sousa (1853-1918), trata de um religioso que resiste o quanto pode aos clamores da carne. Seu nome: padre Antônio de Morais.
O padre de Inglês de Sousa é um idealista, mas passa a duvidar dos seus princípios quando jovens raparigas o assediam na paróquia que é titular.
A história se passa numa fictícia cidade chamada Silves, localizada nas brenhas do fim do mundo amazônico.
Antônio deixa Silves para reencontrar no coração da floresta uma razão para resgatar a firmeza que tinha na carreira sacerdotal. Porém quanto mais foge para se reencontrar, se perde. À pág. 145 do livro de Sousa, diz o narrador:
… Então ele, saindo de uma luta suprema, silencioso, com um frio mortal no coração, com o cérebro despedaçado por um turbilhão de sentimentos contrários, atirou-se à moça, agarrou-a pela cintura e mordeu-lhe o lábio inferior numa carícia brutal. Foi breve a luta. A neta de João Pimenta caiu exausta sobre o tapete de folhas úmidas do orvalho, douradas pelo sol. Entre os ramos dos cacaueiros os passarinhos sensuais cantavam…
O personagem aí não é outro senão o padre Antônio.
Foi publicado em 1891, tornando o autor mais apreciado pelos leitores e crítica.
ADEUS LAÉRCIO DE FREITAS!
A vida é uma caixinha de surpresas. Pois, pois.
Na última quinta 4, Paulo Garfunkel, o Magrão, falava comigo sobre o pianista paulista de Campinas Laércio de Freitas.
Essa conversa foi ali pelos começos da tarde de anteontem.
No começo da tarde de ontem 5 ouço no rádio notícia dando conta da morte de Laércio. Estou pasmo até agora.
Laércio Freitas tinha 83 anos de idade quando a Megera o levou. Nessa hora ele se achava dormindo como dormindo também partiram Charles Chaplin, Manezinho Araújo e Zuza Homem de Melo.
Manezinho, o Rei da Embolada, era amigo meu, como amigo meu era o colega jornalista Zuza Homem de Melo.
Pois é, a vida é de morte.
GUERRA PAULISTA
Era um sábado como hoje o dia 5 de julho de 1924, quando São Paulo acordou com gritos e ruídos incomuns até então provocados por manobras militares nas ruas da cidade. À frente desses ruídos todos se achava o general de brigada gaúcho Isidoro Dias Lopes. Esse general comandava o repúdio dos militares contra o presidente Artur Bernardes.
Bom, a revolta de São Paulo em 1924 durou 23 dias.
Não custa lembrar que os revoltosos, pelo menos parte, reforçaram a Coluna Prestes que seria gerada no Rio Grande do Sul em abril de 1925.
quinta-feira, 4 de julho de 2024
VIVA IRENE DIAS CAVALCANTI!
quarta-feira, 3 de julho de 2024
O MUNDO EM DESGRACEIRA
O mundo está caindo aos pedaços. Sim, isso mesmo: o nosso.
O mundo a que me refiro é a Terra, onde nascemos e morremos. Alguns viram santos. Mas isso já faz tempo, pois santos já não se fazem. O que se faz e refaz são loucos endemoniados.
Pois, pois, a Terra virou um inferno só. Pra tanto basta ver tudo se acabando em guerra na Rússia, Ucrânia, Israel/Faixa de Gaza e outros países daquela região maiormente chamada Arábia.
O Irã está engatilhando armas.
N'alguns lugares de África gatilhos já foram apertados.
Na América Central...
Nos EUA o barulho provocado por incompreensões está beirando o auge.
E na França, hein?
Na Turquia, Itália, Alemanha, Holanda... Na Argentina o povo está comendo miséria misturada com vento e outros ingredientes de sabor amargo.
No Brasil, o dólar está chegando aos píncaros. Foi de repente. Está subindo, subindo... Quanto mais o dólar sobe, mais desce o poder aquisitivo do povo. E sabemos: a inflação pega carona no dólar. Ora subindo, ora descendo.
Como se isso tudo não bastasse, ainda tem o diabo de um furacão se multiplicando em violência. Ganhou forma no mar e anda por aí assustando os viventes, bicho animal ou bicho gente.
Esse maldito furacão, que vou chamar de Lampião, é filho bastardo da natureza violentada pela ignorância humana, que nada respeita.
Não é à toa que furacões do tipo citado nascem da força quente das águas do mar.
Enquanto isso, o Pantanal arde em brasa.
E tenho dito!
terça-feira, 2 de julho de 2024
E O PANNUNZIO POR ONDE ANDA, HEIN?
segunda-feira, 1 de julho de 2024
HISTÓRIAS DE ROGACIANO
domingo, 30 de junho de 2024
LICENCIOSIDADE NA CULTURA POPULAR (110)
São muitos os casos de padres envolvidos com freiras e não freiras de idades diversas.
Padres geraram músicos, escritores, advogados.
Entre os autores famosos gerados por padres se acham José de Alencar e José do Patrocínio.
Há muitos filhos renegados por padres e freiras.
Na literatura estrangeira e da nossa Pátria há muitos casos verídicos e inventados em que os personagens são católicos.
Entre os casos inventados, não custa lembrar Mocinha de Luto, do curitibano Dalton Trevisan. Trata do caso de uma jovem seduzida pelo namorado e depois por um advogado, um médico e um padre. Ai, ai, ai…Livro que dá o que pensar, do mesmo Trevisan, é Novelas Nada Exemplares (1979).
A Polaquinha, livro de 1985, é um personagem que Trevisan foi buscar no noticiário de antigamente, pois foi antigamente, ali no começo do século 19, que as polacas ou polaquinhas passaram a desembarcar no Rio de Janeiro, São Paulo e outras grandes cidades. Eram jovens mulheres que vinham da Rússia, Polônia e proximidades para ganhar a vida como prostitutas no Brasil.
No livro A Polaquinha o autor Trevisan conta suas aventuras nas noites curitibanas.
Dalton quieto no seu canto, dificilmente dá em público o ar da sua graça. Não recebe visita de amigos e admiradores. Vive enclausurado. Difícil saber o que faz, além do que diz nos seus textos curtos e provocadores. No gênero e forma não tem paralelo.
É difícil, impossível, seja quem for pegar um livro de Trevisan e não gostar. Ele é cirúrgico com sua pena infalível.
Dalton Jérson Trevisan continua escondido em lugar incerto e não sabido feito um ermitão.
Trevisan é a versão brasileira do norte-americano J. D. Salinger (1919-2010), autor do livro O Apanhador no Campo de Centeio.
Trevisan nasceu no dia 14 de junho de 1925.
Foto e reproduções de Flor Maria e Anna da Hora
sábado, 29 de junho de 2024
LICENCIOSIDADE NA CULTURA POPULAR (109)
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Júlia Lopes de Almeida |
Foi Cascudo quem apresentou o embolador Chico Antônio à Mário.
Esse Chico teve o nome incluído em três livros do Mário de Andrade, entre os quais O Turista Aprendiz.
Chico foi tão importante para Mário, como Manuelzão (1904-1997) para João Guimarães Rosa.
A obra de Mário de Andrade é recheada de erotismo e sensualidade. O amor nas páginas de Mário é uma constante.
Entre 1923 e 1926, Mário escreveu quase uma dezena de contos. Esses contos, sete, foram publicados em 1947 no livro Contos novos.
Nesse livro o autor parecer identificar-se com um ou outro personagem. Em Frederico Paciência, por exemplo.
Mas Mário de Andrade mostrava preocupação com o dia a dia negativo do seu tempo.
O conto Nízia Figueira, sua criada fala duas mulheres: uma branca e uma negra. Patroa e criada.
A criada atendia com toda dedicação a Nízia.
Um dia, Rufina é enrolada por um cara que a engravida. Ele some e ela entra em desespero passando a viciar-se em cachaça.
Pois é, na literatura brasileira se acha o comportamento dos brasileiros e brasileiras.
A história é fantástica, seja ela ficcionista ou realista.
Em janeiro de 2024, o Papa Francisco voltou a surpreender a ateus e cristãos quando afirmou que “o prazer sexual é uma dádiva de Deus”.
Já falamos aqui de filhos de papa. História real, sem possibilidade nenhuma de dizer o contrário. História é história.
A história inspira ficção.
Em 1959, o jornalista, contista, romancista e novelista Rodrigues Marques escreveu o livro de contos Os Quatro Filhos do Papa.
A história que dá título ao livro fala de um cara que faz uma turnê mundo afora. Um “bon vivant”. Ele conta a uma tia querida das suas andanças. Na Itália, conheceu filhos de um papa. A tia fica em êxtase. E mais ainda quando o tal diz que os filhos do papa que conheceu vão estar no carnaval do Rio de Janeiro.
sexta-feira, 28 de junho de 2024
VIVA O NORDESTE DE TODO MUNDO!
Eu nasci em João Pessoa, PB, no ano da Graça de 1952.
O Nordeste é uma região formada por nove Estados. Nessa região a cultura popular é rica, variada e de belezas mil.
No Nordeste nasceram João Gilberto, Vandré, Caetano, Gil, Sivuca, Humberto Teixeira, Luiz Gonzaga, Dorival Caymmi, Dominguinhos, Jackson do Pandeiro, Zé Ramalho, Alceu Valença, Marinês, Alcione, Maria Betânia, Anastácia, Lia de Itamaracá; os irmãos Artur e Aluísio de Azevedo, Augusto dos Anjos, José Américo de Almeida, José Lins do Rego, Raquel de Queiroz, Ariano Suassuna, João Cabral de Melo Neto, Câmara Cascudo, Gilberto Freyre, Patativa do Assaré, Jorge Amado, José de Alencar, Manuel Bandeira, Castro Alves, Ferreira Goulart, Nelson Rodrigues, Maria Firmina dos Reis...
O Nordeste é rico em tudo.
É isso!
quinta-feira, 27 de junho de 2024
AINDA FESTA NO METRÔ
ADÉLIA PRADO
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