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domingo, 30 de junho de 2024

LICENCIOSIDADE NA CULTURA POPULAR (110)

Dalton Trevisan
Na literatura brasileira do século 19 fácil, fácil, acham-se muitos padres como personagens. Em Portugal, inclusive. Eça de Queiroz era craque em criar padres e padrecos.
São muitos os casos de padres envolvidos com freiras e não freiras de idades diversas.
Padres geraram músicos, escritores, advogados.
Entre os autores famosos gerados por padres se acham José de Alencar e José do Patrocínio.
Há muitos filhos renegados por padres e freiras.
Na literatura estrangeira e da nossa Pátria há muitos casos verídicos e inventados em que os personagens são católicos.
Entre os casos inventados, não custa lembrar Mocinha de Luto, do curitibano Dalton Trevisan. Trata do caso de uma jovem seduzida pelo namorado e depois por um advogado, um médico e um padre. Ai, ai, ai…
Livro que dá o que pensar, do mesmo Trevisan, é Novelas Nada Exemplares (1979). 
A Polaquinha, livro de 1985, é um personagem que Trevisan foi buscar no noticiário de antigamente, pois foi antigamente, ali no começo do século 19, que as polacas ou polaquinhas passaram a desembarcar no Rio de Janeiro, São Paulo e outras grandes cidades. Eram jovens mulheres que vinham da Rússia, Polônia e proximidades para ganhar a vida como prostitutas no Brasil. 
No livro A Polaquinha o autor Trevisan conta suas aventuras nas noites curitibanas. 
Dalton quieto no seu canto, dificilmente dá em público o ar da sua graça. Não recebe visita de amigos e admiradores. Vive enclausurado. Difícil saber o que faz, além do que diz nos seus textos curtos e provocadores. No gênero e forma não tem paralelo.
É difícil, impossível, seja quem for pegar um livro de Trevisan e não gostar. Ele é cirúrgico com sua pena infalível.
Dalton Jérson Trevisan continua escondido em lugar incerto e não sabido feito um ermitão.
Trevisan é a versão brasileira do norte-americano J. D. Salinger (1919-2010), autor do livro O Apanhador no Campo de Centeio.
Trevisan nasceu no dia 14 de junho de 1925.

Foto e reproduções de Flor Maria e Anna da Hora

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