Abram alas! Chego hoje e chego tarde na forma de blog, lembrando que o turbulento dia 1º de abril de 1964 rompeu a barra dos trópicos trazendo horror, mordaça e morte para quem discordasse fosse do que fosse. Como na incrível história de Kafka, em que um cidadão acorda metamorfoseado em barata, de uma hora para outra o Brasil acordou suado, assustado, suspeito, perseguido. Por trás daquilo, empresários influentes e políticos direitistas passavam cheques em branco e davam o aval que o sistema pedia em nome da lei e da ordem para engolir suas presas. À frente, uma junta militar mal humorada fazia e desfazia o que queria sob as garras do general Humberto de Alencar Castelo Branco. Pois bem, embora conhecido por Dia da Mentira em todo canto, aquele inesquecível 1º de abril acabaria por se tornar diferente dos outros, ao portar uma realidade chocante, terrível, que se estenderia por duas décadas inteiras, amortecendo mentes e corações e prenunciando a criação de um Estado de exceção: os “anos de chumbo”, que vieram à tona com a decretação do Ato Institucional nº 5 (AI-5), na fatídica noite de dia 13 de dezembro de 1968. ///// Na tarde do dia 26 de março último, na área de convivência do SESC Consolação, ali na Dr. Vila Nova, o passado possibilitou lembranças entre mim e a atriz Vanja Orico. Ela: – Eles (soldados) me prenderam apontando armas. Eu disse: “Não atirem, somos todos brasileiros”. A fama ou o fato de ser filha de um embaixador (Osvaldo Orico), ou ainda um milagre, impediu que a atriz de Latuada e Felini tivesse destino a ser lamentado, ao se atirar contra veículos militares no Rio de Janeiro, na tarde de 24 de outubro de 1968, Entre uma fala e outra, ela chegou a cantar na língua dos russos. Vejam e ouçam. ///// Logo mais à noite farei palestra numa unidade do Rotary Clube, na região paulistana de Interlagos. O tema é educação; coisa de que tanto carecemos, não é mesmo?
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ASSIS,
ResponderExcluirPARABÉNS PELO BLOG.
É PRA FRENTE QUE AS MALAS BATEM!
MUITO SUCESSO!!!
KLÉVISSON VIANA
Assis, seja bem vindo. Como sempre. Os anos de chumbo que nos perseguiram são os mesmos. Com outros atores: assassinos de rua, traficantes, desalmados. Como os de outrora, nivelam, por baixo, a condição humana. Seja o instrutor de de brasilidade. Fernando Coelho, velho jornalista e mais velho ainda, poeta. 01.04.09
ResponderExcluirAssis,
ResponderExcluirSucesso. É o grande paraibano entrando na modernidade. Mostre a cara do Brasil, a verdadeira, que você conhece muito bem.
Roniwalter Jatobá
A internet só tem a ganhar com a volta de Assis a esta tribuna. E o brasil mais ainda...
ResponderExcluirAssis, você realmente se reinventa a cada dia!!
ResponderExcluirParabéns pelo blog. Assim fica mais fácil acompanhar suas andanças e criações.
Sua voz, literalmente, não pode calar.
Mantenha sua consciência, alegria e generosidade.
Um abraço
Rozângela Inojosa Galindo
Assis,
ResponderExcluirBota pra quebrar!
Transmita e discuta o Brasil. Nós precisamos.
Paulo Benites.
Caro Assis, nasci em 1959 e me considero filho da ditadura. Não fosse O PASQUIM, que meu irmão "estudante" da década de 60 esquecia propositadamente em cima da cama, teria eu ficado no limbo, na escuridão. Na TV da época, não fossem o Ziraldo e o Sergio Cabral (o pai), seria eu um completo alienado. Na música, Raul, Chico, Mutantes, Novos Baianos, Geraldo Vandré, os festivais ... Na rádio, você, o Zuza Homem de Melo, o Hélio Ribeiro, narraram um Brasil diferente do que víamos nos noticiários e nos pátios das escolas, entre um hino e outro.
ResponderExcluirAgora na Internet, Assis Ângelo, Marco Haurélio e até eu, se eu quizer! Viva a liberdade, e repetindo o nosso brinde de ontem, viva o Brasil!
Esqueci de assinar acima.
ResponderExcluirJúbilo Jacobino.
vou postar, vou postar... postei !!!
ResponderExcluirCaiu na rede... é peixe! E dos grandes! Vai se soltar como sempre, mergulhar fundo e transmitir em rede: Cultura, dicas e informações. Pois, num gancho qualquer, consegue pendurar com maestria, histórias e mais estórias. Parece até piada... mas ele é isso. Salve Cap. Gancho! Seu tesouro é todo nosso! Gde abraço!
Mestre Assis.
ResponderExcluirUm mestre que aprendi a admirar lendo-o, e tive a sorte de conhecê-lo em Mossoró, neste início de século.
Parabéns pelo novo espaço e vamos que vamos em defesa de um Brasil mais cultural, já que é tão rico de culturas.
Abração.
Kydelmir Dantas.
Dia da mentira, de fato, pois alguns propalam a deturpação mentirosa de que houve em primeiro de abril de 1964 uma "revolução"; golpe maldito, covarde e escabroso.
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