Assis e Capiba no programa Gente e Coisas do Nordeste |
No começo da segunda metade de 1918, a denominada “gripe espanhola” chegou ao Brasil pelos portos de Recife, Rio e São Paulo. Rapidamente a praga pegou. Matou muita gente por cá e alhures. Ao fim e a cabo, pelo menos 500 milhões de pessoas foram a óbito. Isso significou algo como ¼ da população mundial. Muita gente importante pegou essa gripe. O poeta Olavo Bilac morreu disso, em dezembro daquele ano.
O carnaval de 1919 foi uma barbaridade em todos os sentidos. Houve suicídios, estupros, balas...
Este ano de 2023 é, a rigor, o primeiro carnaval pós-pandemia Covid-19.
Evoé!
O carnaval é a festa popular de maior ressonância no Brasil. Foi trazida por portugueses cerca de um século depois de terem nos encontrado na pele dos indígenas. Éramos mais ou menos cinco milhões de almas de etnias diversas. Sobraram poucas. Pilantras de todos os tipos e patentes não se cansam de chafurdar nas terras dos nossos originários, pondo-os numa situação de risco grave, gravíssima, mas essa é outra história.
Carnaval: carne levare, carnivale, carnaval...
Não dá pra cravar com exatidão o mês e o ano em que nasceu o carnaval. Há quem diga que tem origens na Antiguidade. Pagã. Há também quem diga o contrário, ou seja: na Era iniciada com o nascimento de Jesus. Idade Média ou sei lá! O fato é que o carnaval, tal como o conhecemos, surgiu mesmo foi no Brasil.
Em país algum o carnaval é tão colorido e sensual como o carnaval do Brasil. É um carnaval bonito, extraordinariamente bonito, com sotaques e gingas pontuais de norte a sul.
O carnaval no Nordeste tem um quê a mais que outros carnavais do país.
No Sudeste, notadamente no Rio e em São Paulo, as escolas de samba são a grande atração.
Recife, chamada de Veneza brasileira, apresenta um carnaval peculiar e por isso mesmo inesquecível com seus grupos de maracatu e cirandas. Sem falar no famoso Galo da Madrugada com aqueles bonecões representando personagens do bem e do mal que pululam na vida nacional. E tem o frevo.
O frevo pernambucano é alegre, bonito, incomparável.
O pai do frevo sempre foi pra mim o inimitável Capiba, de batismo Lourenço da Fonseca Barbosa. A propósito cheguei a perguntar a Capiba se ele mesmo se considerava o pai desse inebriante ritmo. Rindo disse que não, que não era pai de nada. Mas quisesse ou não, compôs frevos incríveis. Chapéu de Sol Aberto, por exemplo. Esse frevo chegou a dar título a um LP, cuja capa foi ilustrada (vejam só!) por ele próprio.
Há uns 30 anos entrevistei Capiba no programa Gente e Coisas do Nordeste, que eu apresentava na Rádio Atual. Duas horas de papo.
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