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sábado, 30 de agosto de 2025

EITA, BRASIL SEM GRAÇA!

Crédito: CNNBrasil


Triste e frios ventos da madrugada de hoje 30 trouxeram a má notícia do indesejável desaparecimento do gaúcho da cepa Luis Fernando Veríssimo (1936-2025).
Veríssimo era um cara raro entre os raros. Era filho de outro deus da nossa briosa literatura, Érico.
Eu conheci esse Veríssimo através do querido Fortuna, que é certo estar no céu esperando seu colega. 
Fortuna foi quem propiciou esse encontro entre nós dois, Veríssimo e eu. Lembro-me como se fosse hoje. 
Corria o ano de 1992, quando eu fazia lançamento do livro O Coronel e a Borboleta E Outras Histórias Nordestinas. A capa trazia a marca do genial Fortuna e dentro, no miolo, uma ilustração do imortal Jaguar.
Bom, pessoal, Luis Fernando Veríssimo disse uma vez que um brasileiro com um mínimo de visão e bom senso seria, naturalmente, de esquerda. E explicava ele acrescentando que "Ser de esquerda não é opção, é decorrência".
Veríssimo vai, como o seu pai, mas pra nós ficam seus livros e exemplo de vida.
Viva Luis Fernando Veríssimo!

domingo, 24 de agosto de 2025

O HUMOR ESTÁ SEM GRAÇA

Crédito: BandNews


Jaguar, o humorista Jaguar, de batismo Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe acaba de nos dar adeus ao ter o coração parado. 
O passamento de Jaguar foi agora já neste fim de tarde no Rio, onde morava.
Eu conheci Jaguar ali pelos fins dos anos 70.
Publiquei entrevistas e reportagens no velho e bom Pasquim, criado por Jaguar e Ziraldo. Além desses, Millôr, Tarso de Castro e Fortuna. Esses aqui citados estão fazendo gracinhas hoje lá em riba pra Deus, JC e santos e santas de todos os calibres, além de anjos, arcanjos e querubins. 
Lá longe, bem pra cima da nossa cabeça, deve estar ocorrendo uma zoeira danada. Ops!
Pois é amigos e amigas, este mundinho de zosta está cada vez mais ficando pior.
O Pasquim de Jaguar, Ziraldo, Millôr, Tarso, Fortuna e tantos mais morreu. 
E eu, hein?
Lembro de meus encontros com Jaguar, Ziraldo, Tarso, Fortuna...
Uma vez Fortuna me carregou pra lançamento do livro O Coronel, a Borboleta e Outras Histórias no Salão de Humor de Piracicaba. O primeiro que recebeu o livro foi Jaguar, que se disse surpreso com a qualidade do livro (capa de Fortuna) e de uma ilustração por ele assinada e publicada numa página que já não sei qual. 
É isso, não é Fausto?
Adeus Jaguar, me aguarde...

sexta-feira, 15 de agosto de 2025

SAFADEZA AMERICANA

Crédito: Poder360


Outro dia eu disse que os EUA não são flores que se cheire.
Amigos, amigas, o que está ocorrendo neste mundinho doido onde vivemos é uma loucura total. É gente se candidatando a matar gente.
Não precisamos espichar os olhos para ver a desgraceira que países ditos do "primeiro mundo" estão a fazer contra o que resta do mundo. Sim, este em que vivemos.
O que o tal Trump está fazendo é um jogo canalha, como ele, a favor dele.
Esse cara, repito canalha, foi eleito por seus seguidores radicais para derrubar a democracia. E não custa lembrar que foi eleito democraticamente e o que está fazendo é completamente diferente do que universalmente proclama a democracia: liberdade. 
Os EUA sempre acharam que os países da nossa América eram deles. 
Amigo, amiga, no dia 2 de dezembro de 1823 um cara chamado James Monroe (1758-1831), 5° presidente gringo daquelas bandas do Norte, ocupou espaço no Congresso lá deles para dizer que, entre outras coisas: "América para os americanos".
A ideia era, segundo a doutrina Monroe, controlar o continente americano. O lance era: proteger os países da nossa América, do Sul e Latina. 
No que toca ao México, em 1847, os EUA subtraíram, pra dizer o mínimo, mais da metade do território desse país.
E vou parar por aqui, porque o que os EUA fizeram com os países da nossa América foi muito violento.
A relação comercial do Brasil com os EUA data da segunda metade do século 19. O café, como produto, era a grande novidade degustada por todos.
O café continua sendo nos EUA e no mundo afora uma preferência especialíssima.
Em 1893, o paulistano Eduardo Prado (1860-1901) já falava da safadeza que os EUA estavam fazendo contra o Brasil. Sugiro que leiam o livro A Ilusão Americana. 
Sim, voltarei ao assunto. 

terça-feira, 12 de agosto de 2025

O CEGO NA HISTÓRIA (7)


Pois bem, o romance Esaú e Jacó foi publicado em 1904. Antes disso, o nosso Machado publicara Dom Casmurro (1899).

Sem dúvida, Esaú e Jacó transformou-se num dos dez romances clássicos do bruxo do Cosme Velho. 

Depois de publicar Esaú e tal, Machado deixou-se publicar o seu último livro: Memorial de Aires.

Machado era fluminense, como se deve saber. 

Machado morreu em casa na madrugada de 29 de setembro de 1908. Nesse mesmo dia, madrugada, mês e ano nascia na terra mineira um cara que o futuro haveria de aplaudir: João Guimaraes Rosa. 

Rosa, como Machado, inovou a literatura brasileira. 

Muitos outros autores do nosso patropi fizeram-se importantes. E não são poucos. 

Em 1892 nascia, em Alagoas, um menino que ganharia fama como escritor: Graciliano Ramos de Oliveira. 

Leitor amigo, você saberia dizer os pontos de identificação entre Machado de Assis e Graciliano Ramos?

Bom, houve um momento na vida de Machado em que a visão lhe falhou completamente. 

Houve um momento na vida de Graciliano em que seus olhos lhe negaram visão. Foi na infância, mas o problema minimizado o acompanhou no decorrer dos seus 60 anos de vida. 

Como se não bastasse, há outros pontos em comum entre Machado e Graciliano. 

Machado era poeta no começo da vida literária. 

Graciliano também foi poeta, embora tenha iniciado a carreira como prosador. Seu primeiro conto teve por título O Pequeno Pedinte, publicado num jornalzinho da sua infância. Detalhe: tinha o futuro autor a idade de 12 anos.

Além de poeta, Machado foi quem todos nós sabemos. 

Graciliano, por sua vez, foi quem todos nós sabemos. 

A história de Machado de Assis e de Graciliano Ramos se cruzam em vários momentos. 

Machado nasceu pobre de marré marré e aleluia!

Graciliano não nasceu em berço de ouro. O pai, um brutamontes, o castigava aos gritos e chicotadas. A mãe o humilhava de todas as formas, chamando-o de "bezerro encourado" e/ou "cabra-cega".

Bezerro encourado significava, lá no passado nordestino, pessoa enjeitada pela mãe, humana ou vaca de rebanho. 

A expressão cabra-cega tem origem antiquíssima. Data de muito antes da Idade Média. Surgiu como brincadeira infantil e como brincadeira acabou. A base era vendar os olhos de uma criança, pois brincadeira de criança era e fazer com que a vendada conseguisse segurar outra criança a quem passasse a venda.

No Nordeste essa brincadeira tinha outra versão: uma criança tinha os olhos vendados e de vara em punho tentava quebrar uma panela ou pote de barro pendurada em algum lugar. Tal panela estava recheada de balas e outras guloseimas. Era uma festa.

Na obra de Machado de Assis há referências à cegueira. Na obra de Graciliano também. 

Em 1938 o famoso alagoano levaria às livrarias o livro São Bernardo. 

Em São Bernardo, o narrador é um ex-guia de cego.

Órfão de pai e mãe, Paulo Honório foi adotado por uma mulher chamada Margarida, que compatilhava a vida com um cego.

O tempo passou e Paulo, que nunca tirou da cabeça a ideia de ficar rico custasse o que custasse, levou a sua mãe para morar consigo na fazenda que comprou por meios questionáveis. 

É uma história fortíssima a que se lê em São Bernardo. 

Por questões de ciúme por uma jovem com quem teve a primeira vez na cama, Paulo é preso e condenado a três anos, nove meses e 15 dias depois de esfaquear um rival. Alfabetizou-se na cadeia, graças a um sapateiro com quem dividia a cela.

E fiquemos por aqui.


segunda-feira, 4 de agosto de 2025

ATENÇÃO: OS EUA NÃO SÃO FLORES QUE SE CHEIRE



Os Estados Unidos da América, EUA, formam um país que carrega na sua história presidentes escravocratas.

Presidentes houve nos EUA que presidiram o país de dentro da própria casa para fora.

Isso aí dito, é história do começo do século 20. Procurem ler mais a respeito. 

Sem falar nas putarias, nas loucuras de Carter e de Clinton. 

Meus amigos, minhas amigas, vocês já leram o romance O Presidente Cego (1977), de William Safire.

Este arrodeio todo que eu estou a fazer tem a ver com um pateta troglodita chamado... Como é mesmo o nome dele?

Outro dia uma repórter da TV Globo em Washington perguntou ao atual ocupante da Casa Branca se conversaria com o presidente do Brasil, Lula.

A resposta, escrota, do ocupante da Casa Branca foi: "Se ele me ligar, eu atendo a qualquer momento".

Esse cara que hoje ocupa a principal casa de Washington nasceu para menosprezar o ser humano. Quer dizer: sente prazer em humilhar, achando-se o dono do mundo. 

Amigos e amigas, se ainda não viram, vejam o filme O Grande Ditador (1940), de Charles Chaplin.

Brasil, brasileiros de bom senso, é preciso não perdermos de vista as manobras infernais que ora estão sendo arquitetadas por um bruxo do "reality show".

As manobras desse tal podem prejudicar imensamente o nosso País.

No dia 4 de dezembro de 1893, o paulistano Eduardo Prado lançou em São Paulo o livro A Ilusão Americana. O lançamento teve a obra toda esgotada em menos de uma hora. A polícia de Floriano Peixoto partiu pra cima e arrebentou. 

Voltaremos ao assunto. 

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