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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

MENTIRA NÃO TEM ASA PRA VOAR

Agora nas mãos do Centrão, Bolsonaro está se achando.
Ao participar da abertura do ano político no Congresso, o presidente tentou cantar de galo, mas o máximo que conseguiu foi arrancar de boa parte dos congressistas expressões como "genocida!" e "fascista!". Claro, em tom ameaçador respondeu: "Me aguardem em 22".
Na sua fala enviesada, num português lamentável, Bolsonaro apresentou uma pequena lista de prioridades. Nessa lista, trinta e cinco itens.
Uma lista com 35 prioridades, sem incluir o começo nem o fim do mundo, é no mínimo curiosa. Né não?!
É como eu disse, o cara está se achando. 
Enquanto isso, o povo continua morrendo ao tomar cloroquina. E o General titular da Saúde, por onde anda?
O melhor que Bolsonaro sabe fazer é mentir. Mentir e mentir, como faz todo negacionista. Clique: 


FACEBOOK

Hoje faz 17 anos que um cidadão norte americano, Mark Zuckerberg inventou o Facebook. Essa ferramenta da internet é de uma importância singular, mas como tudo, precisa ser utilizada com responsabilidade. É isso aí, viva o Facebook!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

O QUE É PIOR, O CENTRÃO OU A COVID-19?


O Centrão nasceu com a denominação de Centro Democrático, veja você. E não é de hoje.
O mineiro Tancredo Neves foi eleito presidente do Brasil pelo colégio eleitoral, encerrando o ciclo militar.
Tancredo morreu antes de assumir o cargo e no seu lugar ficou o maranhense José Sarney.
É ai que entra o Centrão, sedento por poder e grana. Mas foi no decorrer da Assembleia Nacional Constituinte, instalada em Brasília no dia 1 de fevereiro de 1987, que o Centrão de garras afiadas, afiadíssimas, caiu de boca nas tetas do governo e continua mamando até agora. 
Um dos primeiros líderes do Centrão foi o paulista Roberto Cardoso Alves, o Robertão (foto acima, à minha esquerda).
Robertão ganhou fama com a frase extraída da oração de São Francisco, "é dando que se recebe". 
O Centrão é um grupo formado por políticos conservadores, pra dizer o mínimo, sem compromissos ideológicos. A esse grupo interessa o poder pelo poder, mamata, negociata. 
Seja em que tempo for o Centrão entra em jogo pra faturar. Foi assim desde a sua formação. A primeira grande vitória desse grupo foi conseguir no Congresso esticar o tempo de governança de Sarney, de quatro para cinco anos. 
Pouca gente se lembra, mas Bolsonaro foi beneficiado pelo Centrão já no seu primeiro mandato de Deputado Federal, em 1991.
Ele era filiado ao PFL, que virou Democráticos (DEM). 
Na campanha pra Presidente da República, Bolsonaro mentiu aos eleitores dizendo que não compactuaria com a "velha política". 
A tal velha política referida por ele era/é representada tchurma há muito acostumada a mamar nas tetas do Governo. E aí está. 
Depois de comemorar antecipadamente a vitória dos presidentes do Senado e da Câmara, Bolsonaro agora terá que pagar a conta, que não será pequena. 
O novo Presidente da Câmara, o alagoano Arthur Lira, esbaldou-se com seu pessoal numa festinha particular que rompeu o dia. Foi de arromba.
Nessa festinha, o Centrão mandou às favas os protocolos que visam evitar o contágio de quem está com o novo Corona Vírus. 
O que é pior, o coronovírus ou o pessoal do Centrão? 

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

BOLSONARO NAS MÃOS DO CENTRÃO

Político do baixo clero, Bolsonaro nunca aprendeu a defender o Brasil.
O que Bolsonaro, político do baixo clero, aprendeu na vida foi defender seus próprios interesses. Incluindo os interesses das mulheres com quem viveu e dos filhotes que aí estão a chafurdar na lama em que o pai chafurda.
Bolsonaro elegeu-se condenando a "velha política".
A velha política a que ele se referia era/é a política representada pelos velhos caciques da política, do Centrão.
O atual presidente da República ganhou, mas perdeu. Explico: ao prometer o que não pode cumprir, Bolsonaro perde.
Os jogadores continuam a jogar.
O Centrão é um grupo de felas criado há muito tempo para se locupletar, politicamente falando. E com a grana do erário público.
O Centrão não tem alma.
Os integrantes do Centrão não têm alma.
Os cara que formam o Centrão são oportunistas, no pior sentido do termo, desde criancinhas.
Os integrantes do Centrão são filhos do Capeta.
Bolsonaro está perdido em si mesmo.
Bolsonaro rasteja mais pra baixo do que cu de cobra.
Bolsonaro é uma cobra sob o controle do Centrão.
Bolsonaro ganhou, em tese, os presidentes da Câmara e do Senado. Em tese.
O Centrão vai arrancar do que resta da alma de Bolsonaro.
Bolsonaro foi eleito presidente do Brasil, mas quem passa a governar o Brasil agora é o Centrão.
Êêê Bolsonaro...

IEMANJÁ E PANDEMIA

 
 O número de mortos provocados pela pandemia se aproxima dos 230 mil, no Brasil. No mundo, já são mais de 2 milhões de vidas perdidas a partir do novo coronavírus.
Esse mal pandêmico poderia mudar o comportamento das pessoas e do mundo, mas é muito improvável que isso não aconteça. Infelizmente.
Os embalos de sábado se multiplicam no dia a dia, no Brasil e por aí afora.
Lockdown é decretado em muitos lugares, inclusive no Brasil.
Mas grande parte das pessoas dá de ombros à questão. 
Nem todas autoridades seguem os mandamentos científicos. 
Domingo 31 o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, pegou o filhote de 15 anos e foi numa boa assistir a final da Libertadores, no Maracanã.
Torcer pelo time de preferência é coisa pessoal, de qualquer um, de um qualquer, mas o prefeito da maior cidade do país não é um comum qualquer. Deveria dar exemplo, até porque a cidade que governa é uma das que mais mortos apresentam no triste ranking da Covid-19. 
Pois bem, as festas continuam sendo realizadas a todo o vapor. 
Hoje 2 é o dia de Iemanjá. 
Iemanjá é a rainha do mar.
O dia, mesmo nestes tempos bicudos de pandemia, não será esquecido na Bahia nem nas cidades litorâneas. 
Os fiéis de Iemanjá vão estar rendendo-lhe preces. 
Iemanjá se acha em muitos folhetos de cordel e na literatura nacional. 
O baiano Jorge Amado (1912 -2001) era um adorador da Rainha do Mar. 
Iemanjá é divindade e também se acha abundantemente na música popular. Ouça: 


LEIA MAIS: https://assisangelo.blogspot.com/2017/02/iemanja-e-rainha-de-todos-os-rios-mares.html

 

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

A PRÁTICA POLÍTICA DA TRAIÇÃO

Você já ouviu falar em Judas Iscariotes?
Pois bem, foi esse cara que um dia entregou Cristo a seus algozes.
Esse gesto lhe rendeu 30 moedas de prata.
Em valores de hoje, essas moedas valeriam cerca de 200 dólares americanos ou um pouco mais de 1000 reais, na nossa moeda. Uma merreca. Mas foi por esse merreca que Cristo findou pregado numa cruz, por nós.
Traição é uma praga prática surgida em tempos imemoriais.


O Brasil tem na história
História de traição
Calabar traiu seu povo
Em troca de patacão
Tiradentes, nosso herói
Foi morto por traição

(Do Cordel Serpente Quer por Ovo no Coração do Brasil; reprodução da capa, ao lado)

A traição de Judas fez-me lembrar o intenso jogo político que ora ocorre nos gabinetes palacianos e, especialmente, na Câmara e Senado. 
Rodrigo Maia foi traído pelo seu próprio partido, o DEM, liderado pelo esperto ACM Neto. Essa traição já gera reflexo em vários outros partidos. 
O PSDB, o MDB, o PT e o escambal devem votar no candidato do palácio, o deputado Artur Lira. 
No Senado, a situação também é pró palácio. 
Há pouco o MDB estava fechado contra Pacheco e a favor de Simone Tebet, concorrente à substituição de Davi Alcolumbre.
Tebet agora está mais só do que ermitão em mata fechada. 
Já cantando vitória, Bolsonaro sai da moita e manda recado ao seu arqui-inimigo Rodrigo Maia: "Seja feliz. Tudo um dia acaba". 
Com a vitória de seus candidatos na Câmara e no Senado, Bolsonaro ganha fôlego e pode continuar a jogar contra o povo brasileiro sem que seja impedido. 
Esse é o jogo do toma lá da cá. Esse jogo também é chamado de favas contadas. 
Política não é pra iniciante. 
O ex-governador mineiro Magalhães Pinto (1909 - 1996) deixou uma frase clássica: "Política é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Você olha de novo e ela já mudou".
Outro mineiro, Tancredo Neves (1910 - 1985), em estudo sobre a política brasileira, também deixou uma frase memorável: "Voto secreto gera uma vontade de trair danada". 
As eleições que começam logo mais à noite, na Câmara e no Senado, serão secretas. 
Curiosidade: a turma pró Bolsonaro Câmara, seguros da vitória, estão rindo a toa com um bolão a 200 pratas por cabeça. Os mais eufóricos, cravam 302 votos pra Lira. 
A derrota de Maia é visível. Só um milagre o salvará, mas contra ele há muitos Judas. 

domingo, 31 de janeiro de 2021

E O SÃO PAULO, HEIN?

Não sei se fios da internet levam imagens e informações em tempo real aos reinos encantados de Paiaiá e Nova Soure, BA. Se levam, o Tonho e o Itinho devem estar no mínimo ressabiados com as últimas ocorrências envolvendo o São Paulo Futebol Clube.
Minha dúvida tem a ver com a realidade irritante registrada há pouco em Goiás, quando o São Paulo perdeu para o Atlético Goianiense. Dois a um.
Se Tonho do Paiaiá e Itinho de Nova Soure estão tristes, o contrário posso dizer que ocorre com a  personalidade mais expressiva de Paiaiá: Carlos Sílvio.
Sílvio é um cara que não morre toda vez que seu time perde. Mas é sãopaulino.
Quase toda vez que o São Paulo perde, eu telefone para o Sílvio pra lhe encher o saco.
Sãopaulinamente falando, eu conheço o Sílvio.
O São Paulo é um clubezinho de futebol da mais importante cidade do Brasil, dos trópicos.
Nunca briguei com Sílvio sobre o timezinho pelo qual ele torce. Ninguém é perfeito,né?
Ontem 30 o cantor e compositor Jorge Mello, papo vem papo vai, diz que descobriu em mim um defeito: que não sou corinthiano.
O Jorge é um gozador.
Minhas amigas, meus amigos, no começo deste texto eu disse que conheço o Sílvio. Pois bem, sabendo disso tenho quase certeza de que ele não acompanhou até o fim a derrota do seu time. Mais: pelos fios da internet ele "viajou" até Barcelona, na Espanha, para ver o embate travado pelo time local contra o Bilbao. 
É isso, o São Paulo joga mal e o Sílvio corre mundo para ver jogos que dão gosto ver.
Com o placar de hoje 31 o São Paulo soma 4 derrotas e 3 empates em 7 jogos.A continuará assim o Sílvio vai conhecer o mundo inteira.
Dito isso, quero dizer quero dizer que estou com saudades das lives do Sílvio.
Para lembrar, clique:
 

FUTEBOL DÁ DINHEIRO

Futebol é ópio, é alegria e tudo o mais que move o mundo.
Notícia de última hora: o argentino Messi ganha algo em torno de 15 bilhões de reais por ano.
O que vocês acham disso?

PALMEIRENSE DEDICA TÍTULO A PROFISSIONAIS DA SAÚDE



Alguém disse, talvez Nélson Rodrigues, que o futebol é o ópio do povo. Ao dizer isso Nélson pegou uma "deixa" de karl Marx (1818-1883).

Seja como for, o futebol é alegria e vibração.

É difícil alguém não gostar de futebol.

Há quem tire sarro do futebol. Isso fica por conta dos machões, que dizem não entender o porque de um magote de macho correr atrás de uma bola.

Pois é, né?

Ontem vibrei ouvindo Éder Luis (Transamérica) narrar o jogo Palmeiras x Santos.

A partida rendeu ao Palmeiras o título de Campeão da Libertadores/2020.

Durante quase todo o jogo, o time paulistano treinado pelo português Abel Ferreira, manteve-se na retranca enquanto o Santos tentava fazer de tudo para furar o bloqueio comandado pelo capitão Gustavo Gómez.

O gol que deu o título ao Palmeiras saiu da cabeça do atacante Breno Lopes impedindo qualquer reação de defesa do goleiro Jhon, aos 53 minutos finais.

O gol ocorreu pouquíssimos instantes depois da expulsão do técnico Cuca, Santos.

Conheço muita pessoas doidas pelo Santos, entre elas o colega jornalista Helvídio Mattos.

Helvídio deve continuar bebendo água de coco e leite até sei lá quando!

Calma, Helvídio...

Mas o melhor de tudo, entre o jogo Palmeiras e Santos, veio depois do final da partida quando o técnico português, em entrevista coletiva (abaixo) disse que os campeões de verdade não foram os seus comandados, mas os médicos e enfermeiros que lutam tenazmente contra o Novo Coronavírus.

Melhor do que isso, só o fim dessa maldita Pandemia provocada pelo vírus que causa a Covid-19.

Só não gostei de uma coisa: de a Rádio Bandeirantes cortar a fala lúcida do técnico Abel Ferreira.

Além também de ter gostado da entrevista de Ferreira, meu amigo Carlos Sílvio (Rádio Conectados), sãopaulino, comentou entusiasmado: "eu nunca ouvir um técnico de futebol falar tão bem sobre sua profissão, colegas e família. Sensacional!". Outra coisa, o gol do Breno contra os domínios do Jhon era "in-de-fen-sá-vel".

Sílvio é goleiro titular do Paiaiá FC. Detalhe: ele considera-se o goleiro mais injustiçado da história das últimas copas, pois nunca foi convocado para defender as cores do Brasil na Seleção.










sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

BOLSONARO VAI ÀS COMPRAS

Bolsonaro está em campo comprando deputado e senador.
Não é nova essa prática.
A novidade é que Bolsonaro se elegeu prometendo acabar com a "velha política".
Pra garantir a reeleição, em 22, Bolsonaro está abrindo o erário público e dele tirando de 3 a 20 bilhões de suados reais do povo contribuinte, para fazer o gosto de seus aliados do Centrão.
Uma vergonha!
O sonho de consumo imediato do Coiso, é ter nas mãos a caneta que lhe faz feliz e triste o povo.
A hora é agora de os políticos que têm vergonha na cara elegerem os candidatos opositores a Rodrigo Pacheco (Senado) e a Arthur Lira (Câmara).

 

PLANTAÇÃO DE PÉ DE CEPA

Você sabia que cepa tem a ver com planta?
Cepa também tem a ver com pessoas de boa linhagem, mas esse não é o causo.
O Brasil está correndo pra trás, como uma peça dos diabos.
Essa corrida pode ser definida como vitória do atraso, da ignorância, da irresponsabilidade, da incompetência, da prepotência e de tudo o mais que habita o negacionismo e as trevas.
É um governo que vive à deriva do racional, do ético.
O chefe dessa coisa chamada governo é um negacionista histórico, que vive no mundo da lua. 
Propositadamente?
Nem os idiotas tem essa capacidade, não é mesmo?
Bolsonaro é sinônimo de tudo quanto é atraso.
Depois de fazer de gato e sapato seus últimos Ministros da Saúde, cruzou os braços pra dizer que já fez tudo que tinha de fazer. Pois, enfim, "todos morreremos um dia, inclusive eu".
O general titular da Saúde, a contragosto, se acha em Manaus, capital do Amazonas. 
A população manauara, de resto o Amazonas, está morrendo sufocada. 
Iniciativa do ministro foi mandar pacientes com a Covid-19 a outros Estados. 
As vítimas dessa doença podem estar levando no corpo variantes do novo Coronavírus. 
Até agora, médicos especialistas identificaram mais de duas dezenas de variantes da Covid. 
E se as pessoas que estão sendo levadas para tratamento noutras unidades da Federação contaminarem médicos e enfermeiros que estão lhes atendendo? 
A possibilidade de haver transmissão das variantes do novo corona, chamo de "plantação de vírus".
Vírus da nova cepa, claro. 
 


O número de mortes pela Covid-19 já passa de 222 mil, no Brasil. No mundo, o número se aproxima dos dois milhões. 
Contaminados neste nosso Patropí pela Covid já passa de 9 milhões de pessoas. 
Enquanto isso, o presidente continua tirando sarro do povo. 

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

O MUNDO PÓS VIETNÃ

Zé Hamilton no Vietnã, pelo traço de Fausto

O presidente da China, Xi Jinping, abriu o Fórum Econômico Mundial de Davos de 2021, de modo virtual, conclamando o mundo ao combate contra a Covid-19. 
O presidente do Brasil omitiu-se. 
Em 1964, os Estados Unidos da América decidiram mandar tropas pra lutar contra o Vietnã do Norte. 
À época, a guerra no Vietnã envolvia o Norte e o Sul. Era o povo lutando contra o povo. 
De um lado comunistas, de outro capitalistas. Os capitalistas eram apoiados pelos EUA e os comunistas, pela China e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, URSS. 
O conflito resultou em pelo menos 3 milhões de mortos. 
A Austrália e a Coreia do Sul apoiaram, a pedidos, os EUA na tentativa de sufocar o comunismo vietnamita representado pelo Vietnã do Norte, cujo general era Ho Chi Minh (1890-1969). 
O governo americano, à época Lyndon Johnson (1908-1973), pediu que o governo brasileiro mandasse tropas para o Vietnã. Castelo Branco (1897-1967) negou. 
A Guerra do Vietnã, assim chamada, começou em 1959 e terminou em 1975. 
Há exatos 47 anos, no dia 27 de janeiro de 1973, o diplomata Henry Kissinger e o representante do Norte vietnamita Le Duc Tho discutiram na França as bases para a libertação de soldados americanos e a retirada total das tropas que apoiavam a parte sul do Vietnã, cujas ações tinham como líder Bão Đai − Ngô Đình Diêm. 
O acordo de paz firmado em Paris não surtiu efeito imediato. 
Com a retirada das tropas americanas do Vietnã, o Norte partiu com tudo pra cima do Sul. 
Em 1976, Ho Chi Minh e seus aliados comemoraram a vitória e implantaram oficialmente o comunismo no país, reunificando-o. 
Essa história toda é em parte contada pelo jornalista brasileiro José Hamilton Ribeiro, que esteve lá, pela revista Realidade. Na realidade e no imaginário, retratado pelo chargista Fausto (acima). Perdeu parte de uma perna ao pisar numa mina. 
Existem cinco países comunistas, atualmente: China, Coreia do Norte, Vietnã, Laos e Cuba. 
E a Rússia, a Venezuela…? 
Há diferenças entre o socialismo e o comunismo, mas essa é outra história. 
A guerra do Vietnã tem bases na Guerra da Indochina. 
Essa história é longa. 
Quando terminou a 2ª Guerra Mundial, começou a Guerra da Indochina contra a França. 
A essa altura vivia-se uma Guerra Fria, na qual os EUA e a URSS disputavam a primazia de governar o mundo. 
A derrota dos americanos no Vietnã foi impulsionada pelos movimentos da contracultura. Isso foi contado e recontado de todas as formas. No teatro, no cinema, nos discos, canções. 
Entre os personagens desse movimento estavam artistas como Joan Baez. Joan Baez gravou um clássico da época, assinado por Mauro Lusini e Franco Migliacci. Ouça.
 
Muitos outros artistas gravaram essa música, incluindo um de seus autores: 


Muitos anos depois de cobrir a tragédia vietnamita, Zé Hamilton retornou ao antigo campo de batalhas. E viu tudo diferente. Novo. 
O Brasil integra o BRICS, bloco econômico que reúne países em desenvolvimento: Rússia, Índia, China e África do Sul. 
O Brasil, na atual pandemia gerada pelo Novo Coronavírus, tem dependido de Rússia, Índia e China, países fabricantes de vacinas contra a Covid-19. E aí?
O mundo todo continua em guerra, agora contra um inimigo mais invisível do que os vietcongues.
Sobre José Hamilton Ribeiro, escrevi e gravei Poema para um repórter de guerra. Ouça: 
 

A CACHORRINHA DE MACHADO DE ASSIS

Muita gente está morrendo de tristeza, nestes tempos loucos de pandemia.
Tristeza mata, e não é de hoje. É de sempre.
O escritor Machado de Assis nasceu em 1839 e morreu em 1908, no Rio de Janeiro.
Entre o nascer e o morrer, Machado construiu uma obra literária de grandeza incomparável.
Mas o nosso Machado era gente, uma pessoa humana, cheia de sentimentos.
Machado, um negro, casou-se com uma branca portuguesa chamada Carolina.
Machado e Carolina viveram juntos durante 35 anos. Não tiveram filhos.
Machado, que casou-se em 1869, adotou uma cachorrinha a que deu o nome de Graziela.
Graziela era, originalmente, uma personagem de romance do francês Lamartine (1790 - 1869).
Graziela era tudo para Machado e para sua mulher, Carolina.
Graziela morreu em 1881. Treze anos depois, Carolina.
Com a morte de Graziela e Carolina, Machado morreu de tristeza. De depressão.
Um cachorrinho, um gatinho, um bichinho qualquer fortalece a vida humana. Principalmente quando essa vida humana é só.





quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

O DOCE PAÍS DE BOLSONARO

A pandemia que anda incontrolável no Brasil e no mundo abriu distâncias enormes entre pobres e ricos. O número de pessoas que vivem na linha da pobreza, segundo o IBGE, é enorme. Milhões. Pessoas que vivem com menos de dois reais por dia. Meu Deus!
É como disse o poeta cearense Patativa do Assaré (1909 -2002), entre nós: há um Brasi de cima e um Brasi de baxo. Ouça:


 
O Brasil de cima é esse que Bolsonaro tão bem trata. 
Em 2020, Bolsonaro liberou R$1,8 bilhão para compras de bebidas, doces, chicletes etc. Exemplos: 

Biscoito: 50 milhões
Leite condensado: 15 milhões
Achocolatado: 14 milhões
Gelatina Alimentícia: 9 milhões
Doce de leite: 8 milhões
Chiclete: 2 milhões

Veja mais absurdos: PORTAL DA TRANSPARÊNCIA

JÔ SOARES NA TV CULTURA


Ontem 26, depois do Jornal da Cultura, acompanhei a entrevista de Jô Soares, canal 2, SP, ao programa Provoca/Provocações, apresentado por Marcelo Tas.
No programa, Jô falou algumas coisas interessantes. O destaque foi a sua posição sobre o suicídio.
Gostei do que ele disse, gostei do que foi exposto ao apresentador.
Jô foi questionado sobre alguns personagens que criou ao longo do tempo em que atuou Brasil afora. 
Esses personagens, segundo ele, sobreviveriam às tormentas provocadas pelo ex-capitão que subiu ao poder e nos governa como se fossemos idiotas. 
A respeito do tempo este em que vivemos, Jô disse que não há como o Brasil voltar aos tempos de ditadura. Nem de esquerda, nem de direita. 
No correr do papo, o entrevistado criticou o PT pelas sacanagens feitas contra o erário público. 
Esse partido, ainda segundo Jô, merece explicações à sociedade. Um "mea" culpa. Pois, enfim, envolveu-se em corrupção.
Perguntado sobre se não sentia falta de um programa na TV, ele respondeu do alto dos seus 83 anos de idade, completados no último dia 16: "Deixei a televisão na hora certa, pois está no fim. Ou quase. Porque há muita concorrência, a internet, por exemplo".  
Jô Soares é descendente de paraibano. 
No começo dos anos de 1990, não lembro exatamente quando, fui convidado por ele para uma entrevista no programa que apresentava no SBT e que depois foi pra Globo (Registro acima). Na ocasião, eu estava publicando o livro Eu Vou Contar pra Vocês (Reprodução da capa, ao lado), sobre o Rei do Baião, Luiz Gonzaga.
Antes de confirmar minha presença no programa, perguntei se poderia levar Dominguinhos ou Anastácia. 
Dominguinhos estava fora de São Paulo. 
E ai levei Anastácia, que deu seu recado e foi muito bom. 
 

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

BOLSONARO É PALAVRÃO

Gosta de falar grosso
Mas logo depois afina
É seu jeito besta de ser
De falar coisa cretina
Ninguém desse bicho gosta
Nem aqui nem lá na China


O sujeito dessa estrofe é o presidente do Brasil.
Ele não presta e mente horrores, o tempo todo.
Depois dizem que o cego sou eu, somente porque já não vejo com os olhos que Deus me deu.
A minha tia Benedita obrigava-me a lavar a boca toda vez que eu, inda menino, soltava um palavrão.
Bolsonaro é palavrão.
O povo erra, mas o povo que erra também conserta o erro cometido.
O presidente atual do Brasil detesta jornalista. Leia: 

Já há uma mobilização para impedir Bolsonaro de continuar a governar o Brasil. A desgovernar o Brasil. Leia: IMPEACHMENT JÁ!

MIL VIVAS AOS JOVENS!

Eu não sei quando, mas houve um tempo em que fui jovem.
Ser jovem é um barato.
No começo dos anos de 1960, Roberto Carlos comandava um programa na TV Record intitulado Jovem Guarda.
Era um barato, mora?
Barato, diga-se, ainda não era gíria. Mas era o que o cantor-apresentador queria dizer: É um barato, mora?
Pois bem, como eu ia dizendo: houve um tempo que na vida fui jovem.
Meu amigo, minha amiga, você sabe de onde vem a expressão "jovem guarda"?
Essa expressão vem da velha Rússia. Pesquisem.
Em 1921, o baiano Ruy Barbosa estava adoentado e impossibilitado de comparecer a uma solenidade de colação de grau jovens formados.
Adoentado, como eu disse, Ruy escreveu um discurso para que um amigo o lesse, no seu lugar. Título: Oração aos Moços, que virou um livrinho... Leia-o, clicando: ORAÇÃO AOS MOÇOS
Eu já fui jovem, não duvidem.
Acho um barato a juventude, os jovens.
Eu bato palmas para os jovens...
Anna da Hora é uma jovem que hoje 26 está completando 23 anos. Está na flor da idade. É linda e inteligente.
Eu tenho a alegria de bater palmas para Anna, Anninha, a aniversariante do dia.
É bom bater palmas para quem a gente gosta. Para gente e momentos.
Anna é filha de dona Lindalva e seu Daniel, e irmã de Maria Cecília.
Dona Lindalva e seu Daniel são jovens adultos. Suas filhas, são jovens, jovens.
O mundo está aberto aos jovens.
Eu conheci de perto um cara chamado Gonzaguinha, filho adotivo do querido Luiz Gonzaga.
De Gonzaguinha é essa pérola:

SÃO PAULO CAPITAL NORDESTE

A nova edição da Veja São Paulo, encarte da Veja, traz uma reportagem sobre a presença dos nordestinos em São Paulo. 
A reportagem tá provocando uma polêmica danada. 
Por que tanta polêmica em torno da presença dos nordestinos na principal Capital do país.  
Os nordestinos começaram a chegar na Capital paulista na segunda parte do século XX. 
Não será exagero dizer que foram os nordestinos que ergueram São Paulo. 
O número de nordestinos e descendentes de nordestinos em São Paulo passa de três milhões, talvez quatro.
Falo com propriedade, pois sou um dos brasileiros do Nordeste que optaram por viver em Sampa. 
Durante quase sete anos, apresentei um programa de grande sucesso no rádio Paulistano. Titulo: São Paulo Capital Nordeste. Leia.
Abaixo, ouça o programa que apresentei na Rádio Capital AM 1040.



INSTITUTO MEMÓRIA BRASIL 

Você conhece o IMB? Clique!





segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

A VIDA É UMA VIAGEM

Há muitas maneiras de viajar. Uma delas é através da imaginação. Outra, através de um bom livro.
Sonhar também é uma maneira de viajar. Mas há quem viaje de outras maneiras: na boleia de um caminhão, na carroçaria de uma caminhão, de motocicleta, de bicicleta, de avião, de trem, de canoa, de navio, e até mesmo montado num cavalo ou num jegue.
Homens e mulheres viajam de todos os modos, indo de um lugar para outro. Viagem curta ou longa.
É através de uma viagem que o viajante conhece novos ares, novas pessoas e guarda lembranças.
Já viajei muito.
Há um filme muito bonito que muito me encantou, chamado Nunca Te Vi, Sempre te Amei. É uma viagem. Há viagem de visita, de compromisso e de aventura.
Luiz Vieira, pernambucano de Caruaru que já viajou ao encontro de Deus tem uma música bonita: Na Asa do Vento. Ouça: https://www.youtube.com/watch?v=VvG2JetK2B4
]
Luiz Gonzaga também tem uma pérola.
Aliás, viajar é, com certeza, coisa boa: https://www.youtube.com/watch?v=2G2mDtQWQrk
Ary Lobo: https://www.youtube.com/watch?v=SxLJKx0f7yM
https://www.youtube.com/watch?v=0-0x4bFRWqc
E por aí vai.
Você já leu Grande Sertão: Veredas? http://assisangelo.blogspot.com/2016/11/outro-dia-ouvi-o-lula-dizer-que-as.html
E Viagem ao Centro da Terra, de Júlio Verne.
O amigo viajante Carlos Sílvio, depois de nova ida a sua Paiaiá, BA, contou-me entusiasmado da viagem que fez um filho de Nova Soure.
Nova Soure é uma cidade baiana localizada há 235 km da capital, Salvador.
Esse filho de Nova Soure, disse-me Sílvio é um cidadão de 33 anos de idade, casado, José Nino.
Nino mora em São Paulo há muitos anos. É vigilante de profissão e um desses caras que vibram com a vida. Natural. O que não é natural nesse Novassouriense é o fato de gostar de viajar correndo. E muito. "Só pra você ter ideia, o Nino deixou a Capital paulista no dia 20 de dezembro de 2020 e chegou a Nova Soure no dia 15 de janeiro de 2021".
Pois é, o Nino correu dia e noite, parando só quando não havia como não parar. Tudo acompanhado de perto por um amigo que dirigia um carro, filmando tudo.
O percurso entre São Paulo e Nova Soure, que fica há 12 km de Paiaiá é de 2.080 km.
Sílvio entrevistou Nino, que contou detalhes dessa sua viagem (Abaixo).
Pois é, 2080 km em 26 dias. Um façanha e tanto!
Eu, nos exercícios diários, corro de 5 a 8 km. Pois é, no ano, pelos cálculos, eu corro um pouco mais de um mil km.
"Quando eu o entrevistei ele disse no correr do percurso entre Sampa e Nova Soure".
É mole?
Link do canal do José Nino: https://www.youtube.com/watch?v=J8wnUf94K30&t=66s






NA CBN, FAGUNDES FALA SOBRE LITERATURA

O relógio marcava hoje 5 três, quatro da madrugada, quando ouvi na CBN a chamada para entrevista do ator Antônio Fagundes. 
Aumentei um pouco o som do rádio e lá veio o autor falando sobre leitura.
Espantou-me a desenvoltura de Fagundes falando sobre Cervantes, Tolstoi, Victor Hugo e Gide num primeiro momento.
E lá foi ele descrevendo momentos de leitura e citando brasileiros como Jorge Amado.
Jorge Amado é uma força natural da literatura brasileira. Incrível e recomendado. Leia mais.
Não esqueceu de falar de poetas, como Manoel de Barros, falou da nova geração de poetas, que veio pra ficar. 
Realmente encantei-me com a fala do Fagundes, uma fala agradável, segura, sábia. 
Falou de amigos e do meio em que atua como profissional: a televisão, o teatro, o cinema... E confessou o desejo de apresentar um programa de rádio, ao vivo. 
Falou de amigos, de colegas de profissão, como o português Ruy Guerra, e contou que certa vez Guerra disse que iria à Cuba participar de um encontro de escritores e que lá estaria Gabriel Garcia Marquez. E que Guerra perguntou se queria algo de Cuba. Respondeu: "Quero um livro autografado de Gabo". 
Pra surpresa de Fagundes, Ruy Guerra lhe trouxe de presente uma edição espanhola do clássico 100 Anos de Solidão. O autógrafo dizia: "Do melhor autor do mundo para o melhor ator do mundo". 
Sem dúvida, foi legal a entrevista de uns 40 minutos de Antônio Fagundes à CBN. 
A entrevista pela descrição dos apresentadores, Tatiana Vasconcellos e Fernando Andrade, estava sendo feita diretamente da biblioteca da casa do ator, formada por muitos livros catalogado por temas. Adorei.
Conheci Antônio Fagundes no tempo em que eu apresentava o programa São Paulo Capital Nordeste, pela Rádio Capital. 
Não lembro exatamente o ano, o que lembro é que ele estava lançando um CD com poesias. Foi quando o entrevistei. E agora, nesses dias, ele está levando à praça o livro "Tem um Livro Aqui que Você Vai Gostar".



BRUMADINHO AINDA CHORA SEUS MORTOS

O mundo é cheio de tragédias. O mundo todo, de canto a canto.
Tragédias são tragédias, provocadas pela natureza e pelas mãos humanas. Ou desumanas.
Há exatamente dois anos, o mundo tomava conhecimento de uma das maiores tragédias brasileiras: o rompimento da barragem da Vale do Rio Doce, em Brumadinho, MG.
Duzentos e setenta pessoas morreram na ocasião. Onze corpos ainda estão desaparecidos.
Até agora, dezesseis acusados foram notificados pela Justiça. Ninguém preso. O que mais dizer a respeito, hein?

sábado, 23 de janeiro de 2021

IMPEACHMENT JÁ!


DECLARAÇÃO DE AMOR A SÃO PAULO

Eu nasci em 1952, dois anos antes das comemorações do 4º centenário de fundação da cidade de São Paulo.
Troquei João Pessoa, PB, por Sampa. Em agosto de 1976.
Eu não vim para ficar, morar, batalhar por dias melhores. Não. Eu vim a passeio com o intuito de ficar uns dias numa estância hidromineral, pois estava carente de ares novos. Meses antes, eu recebera alta hospitalar internado que fora com bacilos de Koch alojados nos pulmões.
Bom, sofri recaída e caí num leito do Hospital Bandeira Paulista contra a tuberculose, em Campos do Jordão, SP.
Ao receber alta do Bandeira, voltei à Capital e fui tomar um café no Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo. Lá conheci seu presidente, Audálio Dantas (1929-2018). Provocou-me e fiquei. Dias depois já estava trabalhando nas Folhas, com Carteira assinada e tudo.
E Audálio e eu viramos amigos.
Andei muito, corri muito.
Trabalhei no Estadão, na Globo, Manchete etc.
Um dia, em 1990, o editor de D.O. Leitura propôs-me a escrever uma reportagem sobre as músicas compostas sobre a cidade paulistana. Topei.
A reportagem foi publicada em 1991.
Conheci muitos artistas, escritores, poetas.
Tornei-me amigo de muitos artistas: Paulo Vanzolini, Inezita Barroso, Mário Zan, Papete, Realinho, Bezerrinha, Teixeirinha, Tonico e Tinoco, Sérgio Ricardo, Silvio Caldas, Nelson Gonçalves, Carlos Poyares, Patativa do Assaré, Genival Lacerda, Luiz Gonzaga…
Durante mais de 20 anos fiz o que pude para levantar tudo que já fora composto e gravado sobre a Capital paulista. 
Consegui catalogar pelo menos 3 mil títulos que tratam do cotidiano da cidade de São Paulo. Desde 1750.
Além das músicas, no acervo se acham partituras, jornais e revistas de um passado muito distante, fitas K7, VHS, MDs e discos de todos os formatos.
A pesquisa foi suada, mas o resultado fantástico.
Cerca de 7 mil compositores deixaram sua marca em obras dedicadas à São Paulo: Chiquinha Gonzaga, Ary Barroso e quem o amigo, ou amiga, aí puder pensar.
Até Tom Jobim arriscou-se a compor pra Sampa. De encomenda para um supermercado. Ouça:

 
E sobre Tom, escrevi alguns textos. Leia: 25 ANOS SEM TOM JOBIM e UM DIA, O TOM DEU O TOM EM SAMPA  
Enxerido, andei trilhando pelos campos da criação que resultam em obras que homenageiam a cidade de São Paulo. Ouça:


Em 2012 realizei, no Sesc, a exposição Roteiro Musical da Cidade de São Paulo (acima). Clique: ROTEIRO MUSICAL DA CIDADE DE SÃO PAULO, PROGRAMA TODO SEU
Antes andei falando sobre esta pesquisa. Veja: MÚSICA À CIDADE DE SÃO PAULO e PROGRAMA JORNAL DA BAND, COM ASSIS ANGELO E SEU ACERVO
Muitos artistas de todo canto deram sua versão à Capital paulista.
Paulo Vanzolini (1924-2013), que além de poeta era um cientista aplaudido em todo mundo, é autor da obra-prima Ronda. Pra ele, compus o poema que declamei em uma dessas Viradas Culturais da cidade. Este: POEMA PARA PAULO VANZOLINI

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

UM MORTO FALA DA VIDA

Os romances do carioca Machado de Assis, o "bruxo" do Cosme Velho, retratam com naturalidade a sociedade do tempo do 2º Império. Basicamente.
Eu e toda a torcida do Corinthians e Flamengo amamos Machado de Assis. Se não amam, deveriam amar.
De certo modo é até arriscado dizer, da minha parte, que amo tudo que o bruxo escreveu.
Machado de Assis foi jornalista e tudo mais.
Machado, negro, era de família humilde e humildemente deixou a sua marca na literatura nacional.

Casou com uma portuguesa e com ela viveu durante 36 anos.
A mulher de Machado, Carolina, foi sua parceira em todos os sentido. Na literatura, inclusive.
Mas por que é que eu estou falando sobre Machado de Assis?
É que há pouco tive a oportunidade de ouvir (audiolivro) Memórias Póstumas de Brás Cubas.
Brás era uma besta quadrada.
Brás era rico por herança.
Brás nunca fez nada na vida que lhe rendesse a própria sustentação.
Brás, lembra ele próprio como auto-memorialista, foi um cabra safado na sua infância e juventude.
Brás fazia de "cavalinho" seu escravo menino Prudêncio. Montava nas costas dele etc.
Brás foi um zero à esquerda, de acordo com a narrativa exposta em Memórias Póstumas de Brás Cubas.
Quando menino, quando criança, Brás Cubas fez o que só os meninos capetas fazem. Aprontou muito. E o pai o acariciava, passava a mão sobre sua cabeça sem censurá-lo pelo mau comportamento.
Em Memórias Póstumas de Brás Cubas o personagem principal, o narrador, fala sobre sua paixão por uma prostituta espanhola de nome Mercedes.
Mercedes era linda, vaidosa e oportunista. Amava um certo Xavier, mas amava principalmente as joias que Cubas lhe dava, ali pelo final da adolescência.
O que o memorialista fala a respeito de si próprio, prende o leitor.
A história de Brás Cubas, narrada por ele morto, é interessantíssima. Nos surprende.
E ainda tem o reencontro de Cubas com seu amigo de infância, Quincas Borba.
Sebastião Borba dos Santos era o nome verdadeiro de Quincas. Isso ocorre ali pelo capítulo 60... Um pouco antes ou depois.
Quincas reencontra Brás num parque.
Quincas todo fodido, Brás todo gostoso e com grana no bolso.
É uma bela história a história contada pelo morto Brás Cubas.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

NOSSA LÍNGUA, NOSSA PÁTRIA

Meu amigo você sabe
O que é o popular?
É um jeito de dizer
Ou é um jeito de falar?
Palavrinha e palavrão
É cultura popular?

Você meu amigo, você minha amiga, sabe quem é o seu Jonas?
Eu não conheço seu Jonas pessoalmente, mas o que sei sobre ele é algo maravilhoso.
Seu Jonas é baiano e tem 95 anos de idade. Figuraça. E fala pelos cotovelos. Diz histórias de ontem para o hoje dos seus filhos, que ficam encantados.
Outro dia, neste Blog, escrevi o termo "afunhenhado".
Até aí, nada demais.
Ocorre que uma das filhas de seu Jonas, Cilene, viu nesse termo uma identificação de linguagem do pai.
Achei graça.
O linguajar dos nordestinos é um linguajar diferente, com sotaques diferentes. Eu gosto.
Num ano qualquer do século passado, a cineasta Tizuka Yamasaki dirigiu uma belíssima peça intitulada Memórias de Embornal.
O ator desse monólogo era o mineiro Jackson Antunes.
Esse monólogo começa com um texto em off extraído de um livro meu e de Téo Azevedo intitulado Dicionário Catrumano (reprodução da capa do livro, acima).
Você sabe o que é afunhenado?
Você sabe o que é oxente?
Você sabe o que é tinindo?
Você sabe o que é aluado?
E rapagariga, você sabe o que é?
E aperreado, hein?
Lampião foi acoitado por muita gente. O que isso quer dizer?
E afolozado?
E fulerage?
Pois é, o Brasil tem uma língua só, grosso modo falando.
Vários sotaques e etnias nos enriquecem.
A língua é a fala de um povo.
A língua é o que nós somos.
Um país sem língua, é um país sem voz, mudo, sem propósito.
A língua é vida, muito além da boca.
Há a língua culta e a língua do povo.
Estou com as duas.
O poeta carioca Olavo Bilac (1865-1918) gerou uma obra-prima em soneto sobre a nossa língua, a língua que falamos. Leia: A ÚLTIMA FLOR DO LÁCIO
A língua que falamos é a língua pela qual nos entendemos. Desde expressões como afunhenhados a tinindo.
É isso, seu Jonas?

VADE RETRO, BOLSONARO!

O Brasil é governado
Por um ser muito raivoso
Um ser que não se cansa
De mostrar ser perigoso.
Deus do céu, por que faz isso?
Será ele o tal Tinhoso?

"A minha filha era tudo o que eu tinha, morreu. Minha riqueza foi-se embora, moço".
Pois é, essa mãe é uma mineira falando à um repórter.
A fala dessa mulher fez parte de uma reportagem sobre a violência que tem sido a Covid-19. 
Doeu-me ouvir essa mulher.
Enquanto esses depoimentos, essas falas, reboam nas mídias, o presidente brucutu fica de braços cruzados a espera de um resultado diplomático vindo, talvez, do governo do Estado de São Paulo. 
Estou falando da pandemia que grassa mundo afora.
Estou falando da falta de vacina no nosso braço. 
Não está na hora de Bolsonaro e sua equipe pegar o boné e irem pra caixa prego?
A caixa prego ali beeeeem longe do infinito.
O que Bolsonaro está fazendo nem o pior dos homens com poder fazem com seu povo. 
Bolsonaro tem que pagar pelos crimes que está cometendo contra a nação brasileira.
Que ele vai pro lixo da história, é fato. 
Providências contra esse ex-capitãozinho tem que ser tomadas.
O Brasil está morrendo... 
À propósito, meus amigos, minhas amigas, vocês já perceberam que o Bolsonaro não tem um pensamento próprio?
Não a toa Bolsonaro continua chorando pitangas pela queda do seu ídolo, Trump. 

É ignorante e frio
De tudo dá parecer
Indagado sobre o vírus
Garante tudo saber:
“Ah, é Covid... E daí?
Eu um dia vou morrer...!”...

(Do cordel Jornalismo e Liberdade nos Tempos de Pandemia; reprodução da capa, ao lado)

LANDELL E O "BRUXO DO COSME VELHO"


Brasil de grandes craques
De Pelé, Zico e Tostão
De grandes escritores
De mestres da criação
Landell criou o rádio 
E Santos Dummont, o avião


Em 1881, Roberto Landell de Moura tinha 20 anos de idade.
Naquele ano, e lá se vão 140 primaveras, o “bruxo do Cosme Velho” inaugurava o movimento Realista na literatura nacional com o livro Memórias Póstumas de Brás Cubas.
O bruxo, no caso, era o escritor Machado de Assis (1839-1908).
Naquele mesmo ano, em Roma, Landell de Moura era estudante da Universidade Gregoriana.
Brás Cubas inicia sua narrativa falando de quando morreu e porque morreu aos 64 anos, solteirão. Causa mortis: pneumonia. À beira da cova 11 amigos, mais a irmã Sabina e uma mulher de preto, cujo nome ele deixa em suspense.
Roberto Landell de Moura concluiu os estudos e ordenou-se padre, retornando ao Brasil 1887.
Paralelamente aos estudos teológicos, Moura concluiu os cursos de Química e Física.
O mundo vivia em estado de ebulição.
O padre, sem desviar de suas funções religiosas, dedicava-se a pesquisas que o poriam nos caminhos da descoberta do rádio. Foi pioneiro nesse campo, embora boicotado até por autoridades brasileiras.
O caso é que Roberto Landell de Moura é o verdadeiro inventor do Rádio, e não o italiano Guglielmo Marconi (1874- 1937). Essa história é longa, mas está chegando ao final. Num bom final.
A segunda parte do século XIX foi muito movimentada, em todos os setores do cotidiano.
E ao mesmo tempo que novidades revolucionavam o século, o povo sofria com mazelas de todo o tipo.
No romance inaugural do movimento Realista, personagens são atacados pela febre amarela. Incluindo a jovem com quem Cubas pretendia se casar: Nhã Lo Ló.
A febre amarela chegou ao Rio quando Machado tinha 10 anos de idade, atingindo quase a metade da população, que era de 266 mil habitantes.
E voltou em 1928, matando mais de 400 pessoas em 40 regiões diferentes.
Landell de Moura morreu no dia 30 de junho de 1928, de tuberculose. Quer dizer, as desgraças continuam ocorrendo de todos os modos e em todos os cantos do Brasil e do mundo.
Já existem vários livros contando a história de Roberto Landell de Moura.
A obra machadiana é extensa. E nela o autor procurou deixar à posteridade o comportamento da sociedade do seu tempo. Era cáustico, ferino, crítico, irônico...
Ah! A mulher de preto atendia pelo nome de Virgília, que fora amiga de infância e o tempo a fez sua amante.
Cubas morreu aos 64 anos de idade, sem filhos.
Landell de Moura, nascido no dia 21 de janeiro, morreu aos 67 anos de idade, sem filhos. 



Leia mais:

https://assisangelo.blogspot.com/2012/01/o-inventor-do-radio-nas-escolas.html
https://assisangelo.blogspot.com/2012/09/e-brasileiro-o-inventor-do-radio.html
https://assisangelo.blogspot.com/2011/05/antes-tarde-do-que-nunca-viva-landell.html

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