Em 1982, a cantora Clara Nunes estava feliz da vida. Nesse ano, ela colhia belos frutos com o lançamento do LP Nação.
Nação é o disco de repertório político e brasileiríssimo. Começa com
Nação, faixa título assinada por João Bosco, Paulo Emílio e Aldir Blanc.
Jêje, minha sede é dos rios
A minha cor é o arco-íris
Minha fome é tanta
Planta flor, irmã da bandeira
A minha sina é verde-amarela
Feito a bananeira
Naquele ano os brasileiros voltariam às urnas para escolher vereadores,
prefeitos, deputados, governadores e até senadores, carimbados pela imprensa
com rótulo “biônicos”.
Escolha de governador pela urna não ocorria desde 1965.
Naquele já distante ano, Clara Nunes estreava no mercado fonográfico com
um compacto (foto ao lado) depois de conquistar o terceiro lugar no festival A
Voz de Ouro ABC, realizado na sua terra Minas Gerais. Ouça:
Os três primeiros LPs que ela gravou, não alcançaram sucesso algum. Mas
em 1965, com Claridade, ela começou a ocupar os primeiros lugares nas
paradas de sucesso. Nesse ano ela conheceu o compositor Paulo César Pinheiro
(1949), produtor musical com quem se casou. A propósito, toda quarta-feira a TV
Cultura está levando ao ar uma série de cinco episódios com Pinheiro.
No correr de sua carreira, Clara Nunes (sobrenome, da mãe) gravou 15 ou
16 LPs.
No seu tempo, a cantora bateu todos os recordes de venda. Até então
nenhuma cantora brasileira vendeu tanto: 4,4 milhões de discos, mais ou menos.
No dia 2 de abril de 1983, o Brasil todo chorou a morte de Clara Nunes,
vítima de um choque anafilático, que lhe fez parar o coração.
Clara Francisca Gonçalves nasceu no dia 12 de agosto de 1942.
Num ano qualquer de 1970, eu tive a alegria de conhecer essa incrível
mulher. Acima um registro da fotógrafa Maria da Conceição. Por onde andará essa
Maria?
No acervo Instituto Memória Brasil, IMB, se acham todos os discos
gravados por Clara Nunes, mineirinha de Paraopeba.
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