Triste: mais de 19 milhões de pessoas passam fome no Brasil, atualmente.
Essa informação consta da mais recente pesquisa desenvolvida pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede PENSSAN).
Isso não é brincadeira. É lamentável sob todos os aspectos e pontos de vista.
É problema antigo e sem solução até os dias de hoje.
Passar fome não é brinquedo. É algo torturante, humilhante.
Um dos primeiros levantamentos mais sérios sobre a questão se acha no livro Geografia da Fome, do pernambucano Josué de Castro (1908-1973).
O livro de Josué causou grandes polêmicas no Brasil e fora do Brasil, tanto que chegou a ser publicado em mais de 30 idiomas. É referência temática até hoje. Quem não o leu, leia.
Josué chegou a ser deputado por sua terra e teve o mandato cassado pela ditadura militar.
Pois é, o Brasil é cheio de incongruências.
O Brasil, segundo o presidente Bolsonaro, é o maior celeiro alimentar do mundo.
O romancista Kafka, do absurdo, encontraria por cá se por cá vivesse um verdadeiro manancial para as suas histórias aparentemente sem pé nem cabeça.
Kafka é o autor de Metamorfose.
Entre janeiro de 2019 e março de 2021 Bolsonaro, com seu cartão corporativo mágico, já gastou mais de 21 milhões de reais. Nessa dinheirama se acha tudo que um nababo gosta: comida fina de todos os tipos etc.
Os gastos de Bolsonaro pelo cartão corporativo são feitos em sigilo e guardado à 7 chaves.
Os exageros de Bolsonaro, todos, estão sob sigilo. Mas sabe como é repórter, né?
Na pesquisa da Rede PENSSAN há três fases de fome: leve, moderado e grave.
A fase grave, como indica o nome, é terrível e nela se acha 9% da população.
A população brasileira é calculada pelo IBGE em mais de 200 milhões de pessoas.
E que nem cachorro, Bolsonaro não quer largar o osso nem a pau. Pra se reeleger, venderia até a mãe. Ui!
A porta dos açougues Brasil afora formam-se filas e filas de pessoas em busca de osso.
Meu Deus!
O cartunista mineiro Henfil, de batismo Henrique de Souza Filho (1944-1988), criou o triste personagem Rango.
Rango correu mundo: França, EUA etc.
O personagem de Henfil continua, infelizmente, atualíssimo.
O compositor e pianista mineiro Ary Barroso (1903-1964) tinha na TV e no Rádio um programa muito famoso. Por esse programa passou até Luiz Gonzaga.
Um dia, Ary recebeu a então caloura Elza Soares. Pobre, muito pobre, Elza apareceu diante do compositor bem magrinha, triste, enfiada num vestido surrado da mãe. Vendo a figura, Ary Barroso perguntou de modo sarcástico: "De onde você vem, menina?". E Elza: "Eu venho do planeta fome!".
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