Cultura popular, como a própria expressão sugere, é o que há de mais importante como identificação ou chancela da vida e do comportamento naturais de um povo.
No caso do Brasil, embora país ainda relativamente novo a ocupar o mapa mundi, é dos mais ricos e importantes dentre todos; desde a sua localização e extensão geográfica privilegiadas à população propriamente dita, que hoje beira a casa dos 200 milhões de habitantes.
Por outro lado, contam-se nos dedos os países cuja dimensão territorial é maior ou chega perto dos nossos mais de 8,5 milhões de quilômetros quadrados. Com um detalhe: quase todos se entendendo numa mesma língua; a exceção fica por conta de alguns grupos indígenas.
Só o Nordeste ocupa área em torno de 1,5 milhão de km2.
Não é pouco, pois nesse espaço caberiam mais de um Peru, dois Chiles, quase três Franças, quatro Alemanhas, cinco Filipinas, 11 Hungrias, 14 Cubas, 16 Portugais, 20 Dinamarcas, mais de 30 Holandas, mais de 40 Itálias...
Os nove Estados no total que formam a região são, por ordem alfabética, estes: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe, onde vivem pelo menos 30% da população do País, segundo dados do IBGE.
Faço este preâmbulo para dizer que algo muito importante, de fato, está ocorrendo às nossas barbas, pois não tenho notícia de que algum governo em qualquer época, além do atual, tenha insistido na procura de meios para discutir e valorizar a questão cultura popular.
Vargas fez muito pouco, quase nada.
À época, iniciativa nesse sentido, extremamente tímida, foi pessoal: Villa-Lobos, que andou recolhendo cantigas infantis na Paraíba.
Também de iniciativa particular, foi o que fez o escritor e musicólogo Mário de Andrade, com suas viagens pelo Nordeste.
Muitos gêneros musicais espontâneos, como o samba e o jongo, de origem africana, são hoje patrimônio cultural do Brasil.
Quem sabe o baião como gênero musical estilizado por Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira também o seja em breve; que sabe, ainda este ano...
Amanhã voltarei ao assunto.
Ah! A foto que ilustra este texto eterniza um dos nossos encontros com o Rei do Baião, em São Paulo dos anos 70.
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