Para orgulho da categoria, o colega Zé Hamilton Ribeiro, de tantas e tantas reportagens e de livros importantes publicados, como Senhor Jequitibá, de 1979, receberá amanhã 16, às 19 horas, o merecido título de Cidadão Paulistano no salão nobre da Câmara Municipal de São Paulo, naturalmente pela excelência do trabalho que desenvolve desde sempre.
Paulista de Santa Rosa de Viterbo, safra de 35, Zé Hamilton é o jornalista mais premiado do Brasil.
É chamado O Repórter do Século, merecidamente.
O primeiro prêmio, ele o ganhou em 64.
Depois outros e outros, como o internacional de Jornalismo Maria Moors Cabot, da Universidade de Columbia, em 2006.
A carreira de Zé começou em 54.
A sua volta, há muitas histórias a contar.
Em 2008 participamos do encontro “1968: Cenas da Rebeldia”, organizado pela produtora paulistana Andrea Lago, no Centro Cultura BNB, em Fortaleza.
Desse encontro, mediado por mim, participaram, além de Zé, os artistas da música brasileira Sérgio Ricardo, de Beto Bom de Bola, e Théo de Barros, de Disparada (parceria com Vandré).
Lembro que o Sérgio, nervoso na véspera, me pediu para evitar o caso da quebra de violão.
Lembram?
Foi em 1967, num festival da Record, quando a platéia enlouquecida o impediu de cantar e o vaiou bestialmente.
Discordei dele, dizendo que não dava para evitar o assunto, pois, enfim, era história.
Ele aceitou meus argumentos e tudo terminou bem, tanto que depois me disse que aquilo (o encontro) foi útil e lhe serviu de terapia.
Fiquei feliz.
Mas o meu receio, mesmo, era a reação de Zé.
Como evitar falar da sua brilhante cobertura da guerra do Vietnã para a revista Realidade, interrompia bruscamente, sem falar do acidente trágico que o fez perder uma perna ao pisar numa maldita mina e ir para os ares, literalmente?
Assunto delicado, sem dúvida.
Mas Zé, como se adivinhasse o meu dilema, abordou o assunto com humor, fazendo a platéia se deliciar e até rir com a graça da sua narrativa.
Zé Hamilton, pois, é assim: além de um grande jornalista, um profissional que de fato faz bem à categoria, é, antes de tudo, uma pessoa incrível, exemplar; dessas que a gente carrega no peito com um orgulho danado.
Mas há pouco fiquei sabendo que ele está um tanto nervoso com essa história de homenagem na Câmara, pois anda ainda triste e abalado com a perda da companheira de tantos anos e mãe dos seus filhos.
Fica assim não, Zé.
É ótimo receber o título de Cidadão da Câmara Municipal de São Paulo.
Você vai ver.
PS – A foto aí de cima foi feita por Edson, do projeto o Autor na Praça, em 2007. O primeiro que aparece é Luiz Ernesto Kawall, o segundo sou eu, o terceiro é Ricardo Kotscho e o quinto, Zé. A mocinha é uma amiga do Edison. Fica o registro.
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TIRIRICA EM PORTUGUÊS:
ResponderExcluir- Batedor de carteira.
- Do Tupi - Tiririka: Queixada de porco do mato.
- As ondas das águas do rio.
- Erva daninha.
- Palhaço cearense.
- Fulo, danado, irritado.
- Pouco ou quase nada.
- Político paulista contemporâneo.
Vale uma tese, um estudo, uma reflexão ou um aprofundamento sobre a língua portuguesa ou sobre a sociologia filosófica concreta.
Sobre o Brasil e a política atual escrevi em setílha:
Não existe alternativa
Para assumir o Poder
E o comando atual
Há muito me fez perceber
Todos na mesma canoa
Navegando numa boa
Brigam só para inglês ver.
Oposição de fachada
Cada um com seu pedaço
As riquezas loteadas
Fazendo-nos de palhaço
Sem medir as consequências
Brincam com as consciências
Com total desembaraço.
Nossos rios, nossa gente
Nossas matas e meninos
Com gerações de descasos
Sem futuros, sem destinos
Sem saúde, sem escola
Recebendo bolsa esmola
Pior do que palestinos.
As igrejas proliferam
Com toda e total permissão
Não se sabe nem qual reza
Tem cada religião
Basta a placa de Jesus
Pendurado numa cruz
Tem logo autorização.
Os times de futebol
Têm todo e total patrocínio
Tem os sócios, tem a renda
Os direitos do domínio
Comércio dos jogadores
Mas, são todos devedores
Incrível raciocínio.
Não sei por que chamam Escolas
As agremiações do samba
Também são patrocinadas
Chamadas casa de bamba
Tem subvenção na agenda
Não pagam imposto de renda
E reclamam pra caramba.
Os eleitos Congressistas
Cada um com seu castelo
E o Poder Judiciário
Sem força no seu martelo
Eu só vejo preso pobre
Só no mísero descobre
O crime pé de chinelo.
A imprensa, ah imprensa,
Porque te escondes assim?
Tantas coisas pra falar
Ficas só no folhetim!
Venha, mostre mais a cara,
Sua força se compara
A beleza do querubim.
TIRIRICA EM PORTUGUÊS: Por Chico Salles
ResponderExcluir- Batedor de carteira.
- Do Tupi - Tiririka: Queixada de porco do mato.
- As ondas das águas do rio.
- Erva daninha.
- Palhaço cearense.
- Fulo, danado, irritado.
- Pouco ou quase nada.
- Político paulista contemporâneo.
Vale uma tese, um estudo, uma reflexão ou um aprofundamento sobre a língua portuguesa ou sobre a sociologia filosófica concreta.
Sobre o Brasil e a política atual escrevi em setílha:
Não existe alternativa
Para assumir o Poder
E o comando atual
Há muito me fez perceber
Todos na mesma canoa
Navegando numa boa
Brigam só para inglês ver.
Oposição de fachada
Cada um com seu pedaço
As riquezas loteadas
Fazendo-nos de palhaço
Sem medir as consequências
Brincam com as consciências
Com total desembaraço.
Nossos rios, nossa gente
Nossas matas e meninos
Com gerações de descasos
Sem futuros, sem destinos
Sem saúde, sem escola
Recebendo bolsa esmola
Pior do que palestinos.
As igrejas proliferam
Com toda e total permissão
Não se sabe nem qual reza
Tem cada religião
Basta a placa de Jesus
Pendurado numa cruz
Tem logo autorização.
Os times de futebol
Têm todo e total patrocínio
Tem os sócios, tem a renda
Os direitos do domínio
Comércio dos jogadores
Mas, são todos devedores
Incrível raciocínio.
Não sei por que chamam Escolas
As agremiações do samba
Também são patrocinadas
Chamadas casa de bamba
Tem subvenção na agenda
Não pagam imposto de renda
E reclamam pra caramba.
Os eleitos Congressistas
Cada um com seu castelo
E o Poder Judiciário
Sem força no seu martelo
Eu só vejo preso pobre
Só no mísero descobre
O crime pé de chinelo.
A imprensa, ah imprensa,
Porque te escondes assim?
Tantas coisas pra falar
Ficas só no folhetim!
Venha, mostre mais a cara,
Sua força se compara
A beleza do querubim.