Acabei de ver na TV o compadre Rolando Boldrin (numa das fotos aí, eu com ele) apresentando coisas e gentes de que gosta.
O que foi pro ar hoje foi gravação feita mês passado, talvez. Porque no começo deste, ele me disse, por telefone, que estaria na Itália curtindo um pedaço da vida que Deus lhe deu .Férias.
Mas por que lembro isso?
Porque vi/ouvi o cantor Toninho Nascimento assassinando a canção - na verdade, uma guarânia - Caminhando ou Pra Não Dizer que Não Falei de Flores, de Vandré.
Conheci Toninho de vista, de sopetão, e o elogiei na acústica do Parque Villa-Lobos, há uns dois anos. Talvez três ou um ou um menos.
Boa voz, performance etc.
Mas ele se apresenta em público de forma como se fosse o dono de todas as canções que canta.
Tem de baixar um pouquinho a bola, senão não vai pra lugar nenhum.
Sem câmera a sua frente, aliás, ele é bem melhor.
Mas, enfim, antes de Toninho ter a cara posta no ar, o compadre lembrou de uns causinhos de cana.
Uma: aquela que o cabra tá pra lá das tantas, carregando uma garrafa e a garrafa cai no chão fazendo crac! E o tal lamenta, com a língua enrolada:
- Tomara que seja a minha perna.
A platéia cai na risada.
Outra: o cabra vai se consultar com dores e o médico pergunta:
- Você bebe?
E ele, dobrando também a língua:
- Sim, doutor. Aceito.
Boldrin conta essas coisas de forma pra lá de natural.
Como eloe não tem ninguém. Nisso, é fantástico.
Lembro, porém, que uma vez o chamei prum papo num programa que eu apresentava na Rádio Capital.
Ele foi com uma garrafa de vinho tinto debaixo do braço, e dizendo:
- Só vou ficar uns dez minutos.
E o programa de duas horas, ao vivo, rolando.
E ele bebendo.
Lá pras tantas, num intervalo, pedi um gole. E ele, imperativo:
- Não!
Resultado: ele bebeu o vinho todo sem a minha ajuda - um pecado, não é? - e terminei passando com ele pelo menos dez minutos, além do horário.
Viva Boldrin!