O gênio das cores e formas do Brasil Miguel dos Santos continua criando, graças a Deus. E isso é importante.
É importante principalmente porque o nosso país, na obra dele, aparece por meios, formas e óticas mais diversas, e naturalmente.
Na sua arte Miguel, o Mago, porque mágico, registra o cotidiano histórico através da crença popular, dos sentimentos, dos comportamentos, do dizer-fazer da gente de carne e osso - e água.
O Brasil é Miguel; Miguel é Brasil de formas e conteúdos incríveis.
Uma amostra do que faz – e digo - é o que se vê ao lado, São Jorge.
Mas procurem saber melhor quem é esse artista genial, de grandiosidade sem tamanho, por gigantesco.
Miguel dos Santos é um deus-nos-acuda.
Flores em vida.
Viva Miguel!
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sábado, 28 de janeiro de 2012
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
INEZITA BARROSO É SHOW!
Eu e Inezita Barroso subimos ontem à noite ao palco do teatro do Sesc Santana, para um rapidinho dedo de prosa.
Como previsto, eu falei e ela cantou.
A cantora-símbolo da boa música brasileira desde São Paulo respondeu com graça e naturalidade às perguntas que lhe fiz diante de uma platéia atenta e participativa.
Ela começou dizendo que ainda sente um friozinho na barriga toda vez que começa um show, seja para pequeno ou grande público.
Depois, contou da sua enorme paixão por São Paulo e a razão que a levou a interpretar o mundo caipira pela via da música.
Falou de Mário de Andrade e que a timidez a impediu de conversar com ele, seu vizinho no bairro onde residiam, Barra Funda, tradicional ninho do samba de Sampa.
No correr do espetáculo, que durou 1h37mim, ela fez o que nunca faz: situar as músicas do repertório num contexto histórico, pessoal e impessoal, de modo claro e objetivo.
Foram 15 obras apresentadas, incluindo valsas, sambas e modas de viola.
A primeira foi Serenata, obra-prima de Martins Fontes e Mary Buarque, sua professora de canto e piano nos anos de 1930, seguida de outras igualmente belas: Urutau, de Lamartine Paes de Barros; Rapaziada do Brás, de Alberto Marino; As Brabuletas (DP); Colcha de Retalhos, de Raul Torres; Chuá, chuá, de Pedro Sá Pereira e Ari Pavão; Divino Espírito Santo, de Torrinha e Canhotinho; Viola Quebrada, de Mário de Andrade; Bonde Camarão, de Cornélio Pires; O Batateiro, de Zica Bergami; Na Serra da Mantiqueira, de Ary Kerner; Ronda, de Paulo Vanzolini; Moda da Pinga (DP); Perfil de São Paulo, de Francisco de Assis Bezerra de Menezes; e, sob uma chuva de vivas e aplausos Lampião de Gás, de Zica Bergami.
Na noite anterior, durante o coquetel de abertura da instalação Roteiro Musical da Cidade de São Paulo, no já referido Sesc, Inezita foi apresentada a familiares de Alberto Marino, autor de Rapaziada do Brás, e disse, no show, que queria revê-los.
Disse também em público sentir a falta de Sylvia, filha de Zica Bergami, autora de Lampião de Gás.
Ao falar de Paulo Vanzolini, contou como ocorreu a gravação de Ronda, em 1953: por acaso esse samba foi gravado.
Há muito não se via um espetáculo musical tão completo e bonito.
PRÊMIO
- Inezita Barroso mais uma vez foi agraciada com troféu do Prêmio Governador do Estado. A solenidade, que teve à frente Geraldo Alckmin, ocorreu na última noite de 24, no Palácio dos Bandeirantes. A cantora educadamente declinou do convite de premiação para estar presente na inauguração da mostra Roteiro Musical da Cidade de São Paulo, cuja visitação ela recomendou ao público durante a sua apresentação ontem, no teatro do Sesc Santana.
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
UMA VIAGEM AO TEMPO, NO SESC SANTANA
Logo mais, às 16 horas, estarei falando a respeito da instalação Roteiro Musical da Cidade de São Paulo na área de Convivência II do Sesc Santana, à avenida Luiz Dumont Villares, 579, sobre o resultado de uma pesquisa que desenvolvo há duas décadas sobre a música feita para esta chamada Terra da Garoa, aniversariante do dia.
A mostra, inaugurada ontem à noite com coquetel para convidados (na foto Peter Alouche, autor, com o violeiro Téo Azevedo, da toada São Paulo de Todos Nós) tem por finalidade mostrar que é possível contar a história de uma cidade – ou de um país – pela via da música, o que, embora óbvio, nunca foi feito.
Nos diversos espaços da instalação, o visitante terá certamente muito do que gostar.
No espaço “Arena”, por exemplo, será possível ouvir trechos de entrevistas com artistas feitas e levadas ao ar nos programas de rádio que apresentamos ao longo do tempo em São Paulo, hoje preservadas pelo Instituto Memória Brasil, IMB.
Nas “Janelas”, há destaque a personalidades como Paulo Vanzolini, Inezita Barroso e Alberto Marino, a movimentos musicais e levantes armados como a Revolução Constitucionalista de 1932, que teve no campineiro Guilherme de Almeida o seu grande poeta/herói.
No “Túnel”, além de originais e reproduções, há curiosidades.
Compositores e intérpretes daqui e de fora têm cantado a capital de tudo quanto é jeito, gêneros e ritmos, desde sambas e batuques a dobrados, marchas e pagodes; valsas, choros e forrós; baiões, xotes e lambadas; toadas, modinhas e maxixes, tangos, emboladas, corridos, polcas e rancheiras.
Loas à cidade em que nasceram a Jovem Guarda, o Tropicalismo e os festivais de música, e também QG do baião segundo seu criador, Luiz Gonzaga, se acham espalhadas nos martelos e redondilhas dos artistas improvisadores do Nordeste, como Sebastião Marinho e Andorinha, e do Sul, como Gildo de Freitas e Teixeirinha; nas chulas, lundus e fandangos e nas batidas inconfundíveis do pop-rock e do heavy metal.
Blues, reggaes e ragtimes são outros estilos notados nos temas à Sampa.
Anhangüera, do compositor alagoano Hekel Tavares, para orquestra, coros e solistas sob argumento de Marta Dutra e texto de Murilo Araújo, é um dos mais belos poemas sinfônicos já feitos para a cidade fundada por Manuel da Nóbrega e José de Anchieta, em 1554.
Com versos do carioca Fagundes Varela, o paulistano Francisco Mignone também deixou marca numa música de concerto para a cidade.
O manauara Cláudio Santoro fez o mesmo.
Idem o maestro Erlon Chaves e seu parceiro Mario Fanucchi.
DJs e MC´s que se multiplicam nas zonas Sul e Norte da megalópole não esquecem a temática.
Enfim, nas obras em referência – cerca de três mil –, há citações a ruas, avenidas, parques e pontes; estádios de futebol, bairros, praças e ônibus; camelôs, favelas e filas de banco; delegacias, HC, bares e chuvas – e enchentes – fora do tempo; fábricas, construções e buzinas; o metrô, a garoa, hoje sem graça; igrejas, largos e vilas; escolas de samba, Martinelli e Copam; Masp, USP, museus e monumentos; heróis, paisagens e rios; trabalho, trabalho, trabalho e hinos e odes para agremiações esportivas como Corinthians, São Paulo e Palmeiras.
Tudo ou quase tudo da cidade, sua gente e seu cotidiano tem sido abordado desde o século 18 nas obras de artistas que vão de DJ Hum a Thaíde, passando por Mano Brow, Rappin Hood, Emicida, Sabotage, Criolo e Negra Li; Cornélio Pires, Adoniran Barbosa, Mário Zan, Geraldo Filme, Germano Mathias, Jarbas Mariz, Edvaldo Santana, Costa Senna e Osvaldinho da Cuíca; Ary Barroso, Sílvio Caldas, Nélson Gonçalves, Luiz Gonzaga, Mário Albanese, Tom Jobim, Hermeto, Papete, Gil, Caetano e Vinicius, que uma vez caiu na besteira de dizer que São Paulo é o túmulo do samba.
Na longa lista de obras dedicadas à Sampa, também chamada de Capital Bandeirante, Terra dos Bandeirantes, Terra da Garoa e Paulicéia – a mais populosa do planeta, depois de Mumbai e Délhi, na Índia; Istambul, na Turquia; e Karachi, no Paquistão –, aparecem tragédias como o incêndio no edifício Andraus, em 1972, e o massacre na Casa de Detenção, em 1992.
São Paulo é grande até no número de obras em seu louvor.
Essa constatação começa a se confirmar em 1990, quando o editor do D.O. Leitura – antigo suplemento cultural do Diário Oficial do Estado de São Paulo –, Wladimir Araújo, nos pediu para escrever um texto sobre o tema até então inédito em livros, jornais e revistas.
De início colhemos duzentos e poucos títulos, como o samba Ronda, do paulistano Paulo Vanzolini; o tango Estação da Luz, do paulista de Jaú Herivelto Martins, com o carioca David Nasser; canções do paraense Billy Blanco, como O Céu de São Paulo e Grande São Paulo; o chorinho Cidadão Paulistano, do capixaba Carlos Poyares; o blues São Paulo Zero Grau, do piauiense Jorge Mello; e São São Paulo, Meu amor, do baiano Tom Zé, vencedor do IV Festival da Música Popular Brasileira em 1968.
O texto foi publicado no referido suplemento em fevereiro de 1991, em duas páginas.
Depois disso, achei partituras e notas em periódicos já extintos.
O Correio Paulistano, edição de 6 de agosto de 1862, noticiou a existência de um álbum intitulado Melodias Paulistanas, formado por 12 peças para canto e piano, de autoria do padre Mamede José Gomes da Silva, diretor do Liceu Paulistano e amigo de Antônio Carlos Gomes, o mais importante compositor operístico das Américas, autor de um hino aos estudantes de Direito do Largo de São Francisco: À Mocidade Acadêmica, com letra de Bittencourt Sampaio.
Mas antes de Mamede José e Carlos Gomes, houve quem louvasse a inspiradora cidade: os religiosos Calixto e Anchieta Arzão, em Missa a São Paulo, com data de 1750.
Em 1823, o músico Bento Maurício Arcade compôs Águas do Anhembi.
Numa frase?
Esta é uma biografia musical da cidade de São Paulo.
Tomara que gostem.
PS - Em seguida ao nosso bate-papo, às 18 horas, estarei no teatro do mesmo Sesc ao lado de Inezita Barroso.
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
NO SEU DIA, SÃO PAULO GANHA BIOGRAFIA MUSICAL
- Você sabia que “Rapaziada do Brás”, com “z” no original, foi a primeira música dedicada a um bairro da cidade e que seu autortinha apenas 15 anos de idade quando a compôs?
- Você sabia que o autor de “Rapaziada do Brás”, Alberto Marino, era violinista e assinava suas obras com o anagrama Bertorino Alma, também nome de um sexteto criado por ele no início dos anos de 1920?
- Você sabia que “Rapaziada do Brás” ganhou letra em 1960, a pedido do cantor argentino naturalizado Carlos Galhardo e quem a compôs foi Alberto Marino Jr.?
- Você sabia que Alberto Marino Jr. foi promotor e desembargador do Estado de São Paulo e que ele atuou em mais de 300 sessões do Tribunal do Júri?
- Você sabia que Alberto Marino Jr. levou à cadeia o Bandido da Luz Vermelha e um de seus filhos, o juiz da Vara das Execuções Criminais Alberto Marino Neto, foi quem o libertou, em 2009?
- Você sabia que a letra do samba “Ronda”, do paulistano Paulo Vanzolini, tem sido cantada e gravada incorretamente até hoje?
- Você sabia que Paulo Vanzolini é um biólogo muito respeitado no mundo, com PhD em Harvard e também membro da Academia Brasileira de Ciências, desde 1963?
- Você sabia que Paulo Vanzolini foi diretor por muitos anos do Museu de Zoologia da USP, cuja biblioteca ele formou com os direitos de autor pelo samba “Ronda”?
- Você sabia que a cantora Laura Okumura participou do filme de suspense A Dama do Cine Xangai, cantando “Ronda”, em japonês?
- Você sabia que Mary Buarque foi professora de piano de Inezita Barroso, a primeira cantora a gravar o samba “Ronda”, em 1953, no seu 2º disco de carreira?
- Você sabia que Inezita Barroso foi professora de piano e folclore em duas universidades de São Paulo?
- Você sabia que a valsa “Lampião de Gás”, lançada por Inezita em 1960, ganhou versão em japonês de Kikuo Furuno, gravada por Yoko Abe, nos tempos dos discos de 78 RPM?
- Você sabia que a letra do samba “Trem das Onze” ficou engavetada por cinco anos e quem a desengavetou a pedido do produtor Braz Baccarin foi Arnaldo Rosa, um dos fundadores do conjunto Demônios da Garoa?
- Você sabia que o rei do baião, Luiz Gonzaga, faz referência a São Paulo em cinco músicas e que até lançou um LP intitulado SP: QG do Baião, em 1971?
- Você sabia que o sanfoneiro pernambucano Dominguinhos gravou até hoje apenas uma rancheira, "A Moça do Metrô”, com letra do jornalista Elias Miguel Raide?
Há muitas informações históricas e curiosiddes na instalação multimídia Roteiro Musical da Cidade de São Paulo, no Sesc Santana.
Você vai gostar.
Embora a mostra permaneça aberta à visitação pública, gratuitamente, até o dia 1º de abril próximo, o mesmo não ocorrerá com a maioria das atrações. Os ingressos para o show de abertura, por exemplo, a cargo da mais expressiva cantora de São Paulo, Inezita Barroso, já estão completamente esgotados. Corram: Tom Zé é a próxima atração.
- Você sabia que o autor de “Rapaziada do Brás”, Alberto Marino, era violinista e assinava suas obras com o anagrama Bertorino Alma, também nome de um sexteto criado por ele no início dos anos de 1920?
- Você sabia que “Rapaziada do Brás” ganhou letra em 1960, a pedido do cantor argentino naturalizado Carlos Galhardo e quem a compôs foi Alberto Marino Jr.?
- Você sabia que Alberto Marino Jr. foi promotor e desembargador do Estado de São Paulo e que ele atuou em mais de 300 sessões do Tribunal do Júri?
- Você sabia que Alberto Marino Jr. levou à cadeia o Bandido da Luz Vermelha e um de seus filhos, o juiz da Vara das Execuções Criminais Alberto Marino Neto, foi quem o libertou, em 2009?
- Você sabia que a letra do samba “Ronda”, do paulistano Paulo Vanzolini, tem sido cantada e gravada incorretamente até hoje?
- Você sabia que Paulo Vanzolini é um biólogo muito respeitado no mundo, com PhD em Harvard e também membro da Academia Brasileira de Ciências, desde 1963?
- Você sabia que Paulo Vanzolini foi diretor por muitos anos do Museu de Zoologia da USP, cuja biblioteca ele formou com os direitos de autor pelo samba “Ronda”?
- Você sabia que a cantora Laura Okumura participou do filme de suspense A Dama do Cine Xangai, cantando “Ronda”, em japonês?
- Você sabia que Mary Buarque foi professora de piano de Inezita Barroso, a primeira cantora a gravar o samba “Ronda”, em 1953, no seu 2º disco de carreira?
- Você sabia que Inezita Barroso foi professora de piano e folclore em duas universidades de São Paulo?
- Você sabia que a valsa “Lampião de Gás”, lançada por Inezita em 1960, ganhou versão em japonês de Kikuo Furuno, gravada por Yoko Abe, nos tempos dos discos de 78 RPM?
- Você sabia que a letra do samba “Trem das Onze” ficou engavetada por cinco anos e quem a desengavetou a pedido do produtor Braz Baccarin foi Arnaldo Rosa, um dos fundadores do conjunto Demônios da Garoa?
- Você sabia que o rei do baião, Luiz Gonzaga, faz referência a São Paulo em cinco músicas e que até lançou um LP intitulado SP: QG do Baião, em 1971?
- Você sabia que o sanfoneiro pernambucano Dominguinhos gravou até hoje apenas uma rancheira, "A Moça do Metrô”, com letra do jornalista Elias Miguel Raide?
Há muitas informações históricas e curiosiddes na instalação multimídia Roteiro Musical da Cidade de São Paulo, no Sesc Santana.
Você vai gostar.
Embora a mostra permaneça aberta à visitação pública, gratuitamente, até o dia 1º de abril próximo, o mesmo não ocorrerá com a maioria das atrações. Os ingressos para o show de abertura, por exemplo, a cargo da mais expressiva cantora de São Paulo, Inezita Barroso, já estão completamente esgotados. Corram: Tom Zé é a próxima atração.
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
VAMOS LEVAR LANDELL DE MOURA ÀS ESCOLAS
Pouquíssimas vezes vi no correr da minha carreira de jornalista – de 40 anos – resultados tão positivos como esses que estão sendo devidamente alcançados pelo informativo semanal Jornalistas&Cia, tocado à frente pelo titã incansável da categoria, Eduardo Ribeiro.
Cá no caso específico, me refiro à campanha movida em torno do Movimento Landell de Moura, de reconhecimento nacional do nome do padre-cientista gaúcho Roberto Landell de Moura, iniciada há dois anos pelo J&Cia, e que, a rigor, termina amanhã 21.
Esse dia 21 marca os 151 anos de nascimento de Roberto Landell de Moura.
Landell de Moura, precursor do rádio e das telecomunicações no Brasil, foi completamente esquecido pelos poderosos de plantão de sua época, e da nossa também nestes dias atuais.
Mas água mole em pedra dura...
As primeiras experiências para criação do rádio por Landell de Moura datam de 1893.
No dia 3 de junho de 1900, segundo notícia veiculada no Jornal do Commercio, ele conseguiu transmitir pela primeira vez a voz humana através de ondas eletromagnéticas, a partir da Rua Voluntários da Pátria, no bairro de Santana, e a Avenida Paulista, no bairro de Cerqueira César, na capital de São Paulo.
É história.
O feito foi testemunhado por representantes do governo federal e pelo vice-cônsul inglês Percy Charles Parmenter.
Pois é, e é pensamento comum que o inventor do rádio foi o italiano Marconi.
O Movimento Landell de Moura, que contou com valiosíssima pesquisa do jornalista-historiador Hamilton Almeida, autor de Um Herói Sem Glória, já renderam um selo pra cartas dos Correios em janeiro do ano passado e o título póstumo de Cidadão Paulistano.
Agora o nome do inventor está beirando a batida de martelo da presidente Dilma Rousseff para levá-lo ao Panteão dos Heróis.
Mas, o mais importante: está mais do que na hora de a história do padre Roberto Landell de Moura ir para as escolas de todo o País, para ser devidamente contada aos brasileirinhos que estão chegando.
Pessoalmente, já contei um pouco disso no livro de letras infantojuvenil A Menina Inezita Barroso (Cortez Editora, 2011). E continuarei contado essa história na exposição Roteiro Musical da Cidade de São Paulo, que será aberta ao público no próximo dia 25, no Sesc Santana.
Cá no caso específico, me refiro à campanha movida em torno do Movimento Landell de Moura, de reconhecimento nacional do nome do padre-cientista gaúcho Roberto Landell de Moura, iniciada há dois anos pelo J&Cia, e que, a rigor, termina amanhã 21.
Esse dia 21 marca os 151 anos de nascimento de Roberto Landell de Moura.
Landell de Moura, precursor do rádio e das telecomunicações no Brasil, foi completamente esquecido pelos poderosos de plantão de sua época, e da nossa também nestes dias atuais.
Mas água mole em pedra dura...
As primeiras experiências para criação do rádio por Landell de Moura datam de 1893.
No dia 3 de junho de 1900, segundo notícia veiculada no Jornal do Commercio, ele conseguiu transmitir pela primeira vez a voz humana através de ondas eletromagnéticas, a partir da Rua Voluntários da Pátria, no bairro de Santana, e a Avenida Paulista, no bairro de Cerqueira César, na capital de São Paulo.
É história.
O feito foi testemunhado por representantes do governo federal e pelo vice-cônsul inglês Percy Charles Parmenter.
Pois é, e é pensamento comum que o inventor do rádio foi o italiano Marconi.
O Movimento Landell de Moura, que contou com valiosíssima pesquisa do jornalista-historiador Hamilton Almeida, autor de Um Herói Sem Glória, já renderam um selo pra cartas dos Correios em janeiro do ano passado e o título póstumo de Cidadão Paulistano.
Agora o nome do inventor está beirando a batida de martelo da presidente Dilma Rousseff para levá-lo ao Panteão dos Heróis.
Mas, o mais importante: está mais do que na hora de a história do padre Roberto Landell de Moura ir para as escolas de todo o País, para ser devidamente contada aos brasileirinhos que estão chegando.
Pessoalmente, já contei um pouco disso no livro de letras infantojuvenil A Menina Inezita Barroso (Cortez Editora, 2011). E continuarei contado essa história na exposição Roteiro Musical da Cidade de São Paulo, que será aberta ao público no próximo dia 25, no Sesc Santana.
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
HIC, ENFIM UM LIVRO SABOROSO: DE BAR EM BAR
Lançado em 1994 pela Editora Siciliano, somente agora eu li a pérola São Paulo de Bar em Bar, escrito por Francesc Petit com base em pesquisas do legendário Mylton Severiano, o Myltainho, e Lídice Severiano.
Petit traça um belo roteiro alcoólico-gastronômico do que de melhor existia em Sampa dos 90.
Eu tive o prazer de conhecer boa parte dos bares selecionados.
Estão lá o Amigo Leal, o Bar das Putas, ao qual levei em noites diferentes os cantadores Elomar e Geraldo Vandré; o Bartolo, o Brahma, de tantos porres e desencontros; o Frangó, na Freguesia; o Long Champ, que apresentei a Sérgio Ricardo num fim de tarde e garoa fria; o Metrópolis, que freqüentei junto com o ainda anônimo William Bonner e a filósofa Marilena Chauí; o Martin Fierro, o Pé pra Fora, o Ponto Chic, de onde certa noite saí pra ser assaltado por dois vadios que pus a correr, na São João com a Ipiranga... O Riviera, ah o Riviera de tantos chopps com os cartunistas Angeli, Jotinha e o finado Glauco!
O Vou Vivendo, onde em noite comprida o mago Hermeto me tirou da mesa onde eu estava com o flautista Carlos Poyares e o violonista Heraldo do Monte, entre outros artistas cujos nomes a memória não me traz.
Lembro Hermeto, com a língua enrolada provocando:
- Você não é jornalista, crítico de música? Então, leia o que escrevi aí.
Ele tinha escrito uma música numa pauta na parede do Vou Vivendo e queria que eu a lesse...
Depois de muito bate-boca, o conciliador Eduardo Gudin - grande Gudi! – chegou com o “parem com isso!” e tudo terminou num tim, tim.
Tantas histórias!
Mas senti falta do Parreirinha na listagem do livro que é uma delícia de ler.
Eu ia lá pelo uma vez por semana, tomar umas e outras – e às vezes até jantar – com Inezita, Miltinho e Jamelão, sempre irritadiço.
Uma vez, cheguei lá com uma mulher e o Ronald Golias com seu jeito bronco foi logo tirando uma:
- Nova namorada?
Nem precisa dizer mais: o pau cantou.
Pois é, tão cedo e os tempos já são outros.
Petit traça um belo roteiro alcoólico-gastronômico do que de melhor existia em Sampa dos 90.
Eu tive o prazer de conhecer boa parte dos bares selecionados.
Estão lá o Amigo Leal, o Bar das Putas, ao qual levei em noites diferentes os cantadores Elomar e Geraldo Vandré; o Bartolo, o Brahma, de tantos porres e desencontros; o Frangó, na Freguesia; o Long Champ, que apresentei a Sérgio Ricardo num fim de tarde e garoa fria; o Metrópolis, que freqüentei junto com o ainda anônimo William Bonner e a filósofa Marilena Chauí; o Martin Fierro, o Pé pra Fora, o Ponto Chic, de onde certa noite saí pra ser assaltado por dois vadios que pus a correr, na São João com a Ipiranga... O Riviera, ah o Riviera de tantos chopps com os cartunistas Angeli, Jotinha e o finado Glauco!
O Vou Vivendo, onde em noite comprida o mago Hermeto me tirou da mesa onde eu estava com o flautista Carlos Poyares e o violonista Heraldo do Monte, entre outros artistas cujos nomes a memória não me traz.
Lembro Hermeto, com a língua enrolada provocando:
- Você não é jornalista, crítico de música? Então, leia o que escrevi aí.
Ele tinha escrito uma música numa pauta na parede do Vou Vivendo e queria que eu a lesse...
Depois de muito bate-boca, o conciliador Eduardo Gudin - grande Gudi! – chegou com o “parem com isso!” e tudo terminou num tim, tim.
Tantas histórias!
Mas senti falta do Parreirinha na listagem do livro que é uma delícia de ler.
Eu ia lá pelo uma vez por semana, tomar umas e outras – e às vezes até jantar – com Inezita, Miltinho e Jamelão, sempre irritadiço.
Uma vez, cheguei lá com uma mulher e o Ronald Golias com seu jeito bronco foi logo tirando uma:
- Nova namorada?
Nem precisa dizer mais: o pau cantou.
Pois é, tão cedo e os tempos já são outros.
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
BBBBBBBBBBBBBBBBBB ARGH!
Vou hoje quebrar a seqüência dos comentários que ultimamente venho fazendo sobre livros que acabo de ler.
Lamentável, mas vou fazer.
A razão?
Essa aberração chamada BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB qualquer coisa que a Plim Plim há anos nos põe goela abaixo, para ganhar grana e alienar todo mundo.
Lá dizem que acontece de tudo, até estupro.
Não duvido.
Outro dia recebi de presente O Livro do Boni.
Na obra, o autor de próprio punho me chama de amigo e diz que me admira pelo meu trabalho.
Inda bem.
O Geraldo Vandré estava cá em casa comigo (foto ao lado, de Darlan Ferreira) e comentou, depois de fazer observações a respeito da capa do livro:
- Ele sabe das coisas...
Dias depois eu vejo na própria TV Globo José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, dizer que não gosta e jamais dirigiria o que chamo de aberração, o BBB.
Quer dizer, o velho sabe mesmo das coisas.
E olha que o diretor do BBBBBBBBBBBBBBBBBBBB é seu filho, chamado de Boninho.
Com essa programação de lixo, até onde vai a Globo?
E a mim me pergunto: será que os bam bam bans que fazem televisão hoje acham mesmo que o Brasil é um país de idiotas?
Sei lá, talvez eu volte ao assunto...
Ah! E essa história de todo mundo procurar um rato que mordeu nesses dias uma funcionária no Senado, hein?
Cá pra nós, acho que essa não é tarefa difícil não, pois lá tem ratos a dar com pau.
Fui!
Lamentável, mas vou fazer.
A razão?
Essa aberração chamada BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB qualquer coisa que a Plim Plim há anos nos põe goela abaixo, para ganhar grana e alienar todo mundo.
Lá dizem que acontece de tudo, até estupro.
Não duvido.
Outro dia recebi de presente O Livro do Boni.
Na obra, o autor de próprio punho me chama de amigo e diz que me admira pelo meu trabalho.
Inda bem.
O Geraldo Vandré estava cá em casa comigo (foto ao lado, de Darlan Ferreira) e comentou, depois de fazer observações a respeito da capa do livro:
- Ele sabe das coisas...
Dias depois eu vejo na própria TV Globo José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, dizer que não gosta e jamais dirigiria o que chamo de aberração, o BBB.
Quer dizer, o velho sabe mesmo das coisas.
E olha que o diretor do BBBBBBBBBBBBBBBBBBBB é seu filho, chamado de Boninho.
Com essa programação de lixo, até onde vai a Globo?
E a mim me pergunto: será que os bam bam bans que fazem televisão hoje acham mesmo que o Brasil é um país de idiotas?
Sei lá, talvez eu volte ao assunto...
Ah! E essa história de todo mundo procurar um rato que mordeu nesses dias uma funcionária no Senado, hein?
Cá pra nós, acho que essa não é tarefa difícil não, pois lá tem ratos a dar com pau.
Fui!
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
LULA DÁ NÓ EM PINGO D´ÁGUA
Lendo O Que Sei de Lula, lembrei de uma passagem que tive como repórter da Folha com o personagem principal do novo livro de José Nêumanne.
Foi na madrugada da intervenção federal do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema, ali nos fins dos 70.
Esperávamos o interventor, que enquanto não chegava jogávamos conversa fora em torno de uma mesa sentados e de pernas cruzadas, com Lula e Ricardo Kotscho que um dia assumiria a Secretaria de Imprensa da Presidência da República. Quando, enfim, o interventor apresentou-se, brinquei com Lula cantarolando um trecho de música de Roberto Carlos:
- O show já terminou...
Com olhar fulminante, irritado, ele reagiu com a rapidez de um raio:
- Show, que show? Aqui não tem show nenhum!
Logo depois, diria em entrevista que iria abandonar a liderança sindical.
Lembro isso para dizer que o personagem que dá título ao livro de Nêumanne não é sopa e nunca esteve pra brincadeira. E tal camaleão acuado, sai-se bem de qualquer parada, sempre.
Amigo de Deus e do Diabo, Lula aprendeu tudo o que sabe na escola da vida.
É um ás da política, capaz de dá nó em pingo d´água até em figurões já varridos pela morte da cena política nacional, como o general Golbery do Couto e Silva.
Um dia o general, diz a lenda, sonhou ter em Lula um aliado.
Lula, que faz da política um jogo de xadrez mortal, riu quando o general partiu.
O Que Sei de Lula é um livro bem-feito, bem escrito. Poderia ser confundido com um romance policial se não tivesse o título que tem, tamanha a quantidade de personagens inescrupulosas, inclusive, que se movimentam serelepes no virar de cada página.
É um enredo e tanto!
Dá filme.
Foi na madrugada da intervenção federal do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema, ali nos fins dos 70.
Esperávamos o interventor, que enquanto não chegava jogávamos conversa fora em torno de uma mesa sentados e de pernas cruzadas, com Lula e Ricardo Kotscho que um dia assumiria a Secretaria de Imprensa da Presidência da República. Quando, enfim, o interventor apresentou-se, brinquei com Lula cantarolando um trecho de música de Roberto Carlos:
- O show já terminou...
Com olhar fulminante, irritado, ele reagiu com a rapidez de um raio:
- Show, que show? Aqui não tem show nenhum!
Logo depois, diria em entrevista que iria abandonar a liderança sindical.
Lembro isso para dizer que o personagem que dá título ao livro de Nêumanne não é sopa e nunca esteve pra brincadeira. E tal camaleão acuado, sai-se bem de qualquer parada, sempre.
Amigo de Deus e do Diabo, Lula aprendeu tudo o que sabe na escola da vida.
É um ás da política, capaz de dá nó em pingo d´água até em figurões já varridos pela morte da cena política nacional, como o general Golbery do Couto e Silva.
Um dia o general, diz a lenda, sonhou ter em Lula um aliado.
Lula, que faz da política um jogo de xadrez mortal, riu quando o general partiu.
O Que Sei de Lula é um livro bem-feito, bem escrito. Poderia ser confundido com um romance policial se não tivesse o título que tem, tamanha a quantidade de personagens inescrupulosas, inclusive, que se movimentam serelepes no virar de cada página.
É um enredo e tanto!
Dá filme.
domingo, 15 de janeiro de 2012
A FORÇA POÉTICA DE FERNANDO COELHO
Começo de ano é começo de tudo, também de pôr em dia leituras atrasadas.
É o que estou fazendo.
Nas mãos, a última página de Balada de Itapoã, novo livro do poeta baiano Fernando Coelho, jornalista fora da roda de engolir gente e sonhos, agora se dedicando à cata de pérolas que sua sensibilidade maiúscula não guarda pra si.
Essa balada é salutar; é obra boa de ler num fôlego a partir, mesmo, da dedicatória que lembra que “nossa história passa pela força do Nordeste”.
Aliás, o talento poético de Fernando Coelho é força de leão macho e de mil tempestades juntas.
Aparentemente sem nenhum esforço, ele dá cabo de seus propósitos ao extrair poesia até nas formas ocas e simples em que a vida se esconde.
Nessa sua poética, Fernando continua a brincar com palavras, fazendo jogo com elas.
O pretexto, aqui, é pedir o “de comer” a Iaiá para não passar fome na viagem que nos leva à Itapoã, sua "Bíblia do mar".
Ele quer marisco, quer caranguejo, quer arraia e sereia negra.
E quer mais, muito mais que o poeta não é bobo.
E taliquá cantador debaixo da aba de céu estrelado, o o cantor de Itapoã roga atenção dos habitantes encantados do mar, para se proteger.
Não dá, pois, para ficar indiferente aos versos de Fernando Coelho.
É tudo bonito o que ele põe nas páginas dos livros.
Leiam-no!
É o que estou fazendo.
Nas mãos, a última página de Balada de Itapoã, novo livro do poeta baiano Fernando Coelho, jornalista fora da roda de engolir gente e sonhos, agora se dedicando à cata de pérolas que sua sensibilidade maiúscula não guarda pra si.
Essa balada é salutar; é obra boa de ler num fôlego a partir, mesmo, da dedicatória que lembra que “nossa história passa pela força do Nordeste”.
Aliás, o talento poético de Fernando Coelho é força de leão macho e de mil tempestades juntas.
Aparentemente sem nenhum esforço, ele dá cabo de seus propósitos ao extrair poesia até nas formas ocas e simples em que a vida se esconde.
Nessa sua poética, Fernando continua a brincar com palavras, fazendo jogo com elas.
O pretexto, aqui, é pedir o “de comer” a Iaiá para não passar fome na viagem que nos leva à Itapoã, sua "Bíblia do mar".
Ele quer marisco, quer caranguejo, quer arraia e sereia negra.
E quer mais, muito mais que o poeta não é bobo.
E taliquá cantador debaixo da aba de céu estrelado, o o cantor de Itapoã roga atenção dos habitantes encantados do mar, para se proteger.
Não dá, pois, para ficar indiferente aos versos de Fernando Coelho.
É tudo bonito o que ele põe nas páginas dos livros.
Leiam-no!
sábado, 14 de janeiro de 2012
SERRA DE NOVO PREFEITO? É PIADA
Ler que há gente – aliados – que querem, segundo o noticiário de hoje, que o ex-tudo e qualquer coisa José Serra volte a disputar a Prefeitura paulistana, é, no mínimo, um desvario.
Meu Deus!
Serra é algo chamado nada.
O PSDB, partido ao qual pertence, também.
Muro.
O partido do Serra é muro sempre, sem opinião construtiva.
Acabei de ler o livro A Privataria Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jr.
É um livro que todo mundo deve ler.
Não conheço pessoalmente o autor.
Mas um cara com o currículo desse Amaury, autor do livro agora necessariamente polêmico, não iria, com certeza, pôr no pescoço uma corda pra se matar.
Recomendo: leiam A Privataria Tucana.
Ante tudo que é dito nesse livro, o personagem Maluf, odiento e lamentável sob todos os aspectos, é fichinha.
Sem dúvida, o lobo não é Lula.
Amaury Ribeiro Jr., com esse livro, fez sua parte.
Claro, contra ele vão surgir muitos processos do PSDB.
Vão dizer que ele é mentiroso. E, pior: petista.
Parabéns, Amaury.
Seu livro é nota dez!
Meu Deus!
Serra é algo chamado nada.
O PSDB, partido ao qual pertence, também.
Muro.
O partido do Serra é muro sempre, sem opinião construtiva.
Acabei de ler o livro A Privataria Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jr.
É um livro que todo mundo deve ler.
Não conheço pessoalmente o autor.
Mas um cara com o currículo desse Amaury, autor do livro agora necessariamente polêmico, não iria, com certeza, pôr no pescoço uma corda pra se matar.
Recomendo: leiam A Privataria Tucana.
Ante tudo que é dito nesse livro, o personagem Maluf, odiento e lamentável sob todos os aspectos, é fichinha.
Sem dúvida, o lobo não é Lula.
Amaury Ribeiro Jr., com esse livro, fez sua parte.
Claro, contra ele vão surgir muitos processos do PSDB.
Vão dizer que ele é mentiroso. E, pior: petista.
Parabéns, Amaury.
Seu livro é nota dez!
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
EUGÊNIO LEANDRO CANTA HISTÓRIAS
O Brasil realmente é um país rico, em tudo.
Há muitos anos, o pintor Miguel dos Santos me surpreendeu adquirindo piano para tocar valsas e sonatas.
Depois, o mesmo Miguel voltou a me surpreender publicando um livro de poesias.
O Miguel de quem falo é uma espécie de Picasso melhorado, nascido em Caruaru, PE, e vivido na capital paraibana, João Pessoa.
É um criador e tanto, o Miguel; e um ser sempre bom e bem-humorado.
Agora quem me surpreende é o cantor e compositor cearense Eugênio Leandro, de quem acabo de receber, via Correio, um belíssimo livro que recomendo: A Noite dos Manequins (Expressão Gráfica Editora; Fortaleza, CE).
O livro, Prêmio Moreira Campos de Conto 2011, traz pérolas bem-acabadas como a que lhe dá título.
Gostei muito da história O Mar é Grande, Vincenta!, que começa na página 29 e termina na 37.
É historinha de um cantador de viola desgarrado e uma professorinha do interior sonhadora.
Ele, dono do mundo.
Ela, querendo ser dona do mundo dele.
Não daria certo.
E tudo acaba nos conformes.
O conto da página 81 que vai até à 90, também é bonito, singelo.
O personagem central é Aluizio, delegado de um povoado sem graça distante horas e horas de Fortaleza, cidade onde vive a paixão do delegado, sua noiva Izabele.
Ele pensa nela o tempo todo, inclusive na sexta-feira de lua que tirou pra comer no bar de Donanja.
O dr. Aluizio é ciumento, o que acontecerá ao fim do conto, hein?
Parabéns, Eugênio Leandro!
Há muitos anos, o pintor Miguel dos Santos me surpreendeu adquirindo piano para tocar valsas e sonatas.
Depois, o mesmo Miguel voltou a me surpreender publicando um livro de poesias.
O Miguel de quem falo é uma espécie de Picasso melhorado, nascido em Caruaru, PE, e vivido na capital paraibana, João Pessoa.
É um criador e tanto, o Miguel; e um ser sempre bom e bem-humorado.
Agora quem me surpreende é o cantor e compositor cearense Eugênio Leandro, de quem acabo de receber, via Correio, um belíssimo livro que recomendo: A Noite dos Manequins (Expressão Gráfica Editora; Fortaleza, CE).
O livro, Prêmio Moreira Campos de Conto 2011, traz pérolas bem-acabadas como a que lhe dá título.
Gostei muito da história O Mar é Grande, Vincenta!, que começa na página 29 e termina na 37.
É historinha de um cantador de viola desgarrado e uma professorinha do interior sonhadora.
Ele, dono do mundo.
Ela, querendo ser dona do mundo dele.
Não daria certo.
E tudo acaba nos conformes.
O conto da página 81 que vai até à 90, também é bonito, singelo.
O personagem central é Aluizio, delegado de um povoado sem graça distante horas e horas de Fortaleza, cidade onde vive a paixão do delegado, sua noiva Izabele.
Ele pensa nela o tempo todo, inclusive na sexta-feira de lua que tirou pra comer no bar de Donanja.
O dr. Aluizio é ciumento, o que acontecerá ao fim do conto, hein?
Parabéns, Eugênio Leandro!
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
MARIA DO CAPITÃO É LIVRO BONITO
Merece destaque em qualquer estante o livro Bonita Maria do Capitão, assinado por Vera Ferreira e Germana Gonçalves de Araújo e chancelado pela editora da Universidade do Estado da Bahia. O livro, ricamente ilustrado, conta a trajetória da Maria que morreu abraçada com seu amado capitão Virgulino ao raiar do dia 28 de julho de 1938, nas quebradas de Aracaju.
Ela tinha 27 anos quando a fatalidade lhe bateu à porta.
Ele, quase 40.
A noite de lançamento da obra foi ontem na Livraria da Vila, unidade de Pinheiros.
Concorridíssima.
Lá estiveram alguns cangaceiros das letras, como José Nêumanne e Ruy Gandra, que eu não via há muito.
Abrilhantando o evento, Antônio Amaury, principal biógrafo do Cangaço, chamou a atenção de muita gente.
Amaury pesquisa e estuda o movimento cangaceiro do Nordeste há 62 anos.
Na prática, pois, tem dedicado a sua vida à compreensão do fenômeno que teve na pessoa do capitão Virgulino o símbolo maior.
Ela tinha 27 anos quando a fatalidade lhe bateu à porta.
Ele, quase 40.
A noite de lançamento da obra foi ontem na Livraria da Vila, unidade de Pinheiros.
Concorridíssima.
Lá estiveram alguns cangaceiros das letras, como José Nêumanne e Ruy Gandra, que eu não via há muito.
Abrilhantando o evento, Antônio Amaury, principal biógrafo do Cangaço, chamou a atenção de muita gente.
Amaury pesquisa e estuda o movimento cangaceiro do Nordeste há 62 anos.
Na prática, pois, tem dedicado a sua vida à compreensão do fenômeno que teve na pessoa do capitão Virgulino o símbolo maior.
sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
HISTÓRIA E BELLE ÉPOQUE
Tenho andado fora do ar, como uns e outros devem ter notado.
Pulei fora do Natal, pulei fora do tal ano novo.
Festividades que a mim nada me dizem.
Tibunguei no mar torto do sul da Bahia para trazer de volta a esperança de viver.
Tomei umas, claro, e apreciei o vento bater no peito.
O céu do Sul baiano tem coisas que nunca vi em lugar nenhum. Exemplo é que o tempo de repente se fecha, com nuvens pesadas e tudo, e umas canequinhas de chuva sem mais nem menos parece cair do nada para refrescar corpos.
Achei muito interessante.
Um sol danado e, de repente, um chuá em pingos.
Beleza.
Também aproveitei pra ler.
Um dos livros foi sobre a belle époque paulista, melhor: sobre a cidade de Franca, chamado Modernização Urbana na Belle Époque Paulista, de Fransérgio Follis, resultado de dissertação de mestrado para a Faculdade de História, Direito e Serviço Social da Unesp.
Se mais mestrandos fizessem o que Follis fez, certamente outro Brasil viria à tona. Para isso, e pra começo de conversa, bastaria um mergulho nos anais das câmaras municipais e bibliotecas públicas.
Fica a dica.
Pulei fora do Natal, pulei fora do tal ano novo.
Festividades que a mim nada me dizem.
Tibunguei no mar torto do sul da Bahia para trazer de volta a esperança de viver.
Tomei umas, claro, e apreciei o vento bater no peito.
O céu do Sul baiano tem coisas que nunca vi em lugar nenhum. Exemplo é que o tempo de repente se fecha, com nuvens pesadas e tudo, e umas canequinhas de chuva sem mais nem menos parece cair do nada para refrescar corpos.
Achei muito interessante.
Um sol danado e, de repente, um chuá em pingos.
Beleza.
Também aproveitei pra ler.
Um dos livros foi sobre a belle époque paulista, melhor: sobre a cidade de Franca, chamado Modernização Urbana na Belle Époque Paulista, de Fransérgio Follis, resultado de dissertação de mestrado para a Faculdade de História, Direito e Serviço Social da Unesp.
Se mais mestrandos fizessem o que Follis fez, certamente outro Brasil viria à tona. Para isso, e pra começo de conversa, bastaria um mergulho nos anais das câmaras municipais e bibliotecas públicas.
Fica a dica.
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