O
compositor Paulo Vanzolini está internado desde a última quinta 25 no hospital
Albert Einstein, na zona Sul paulistana.
Ele
deu entrada com um quadro de pneumonia preocupante e deixou a Unidade de
Terapia Intensiva, UTI, ontem.
Está
sedado e recebendo todas as atenções médicas e familiares.
As
visitas estão proibidas.
Autor
de obras-primas como Samba Erudito e Cravo Branco, praticamente desconhecidos
do chamado grande público, ao contrário de Ronda e Volta Por Cima, Paulo Vanzolini
fez 89 anos de idade exatamente no dia em que foi levado ao hospital por sua
companheira Ana Bernardo.
A
obra musical de Paulo é pequena, porém densa demais.
No
dia 9 de janeiro de 2003 ele reuniu amigos e lançou o que considera a sua “obra
completa”, reunida numa caixa com quatro CDs de 13 faixas, cada, que
rapidamente se esgotou e nunca mais foi relançada ao mercado.
A
seleção musical incluída na caixa (Acerto de Contas) foi feita por ele próprio e dela participaram Chico
Buarque, Paulinho da Viola, Elton Medeiros, Martinho da Vila, Eduardo Gudin (aí
na foto comigo e Paulo, numa prosa no Sesc-Santana em 2012), Inezita Barroso e
Ventura Ramirez, entre outros.
Paulo
nunca se considerou um compositor profissional.
Sempre
disse que fez música por distração, e que Ronda – um dos clássicos da chamada
MPB – é uma bobagem lançada em 1953, por sua amiga Inezita Barroso.
Provocador,
sempre disse também que a gravação de Ronda feita por Inezita é uma bobagem.
Considera
sua profissão, mesmo, a Medicina; principalmente um dos ramos dela, a herpetologia.
Foi
diretor do Museu de Zoologia da USP por muitos anos.
É
PhD em Harvard.
Eu sempre gostei de beber e prosear com Paulo, e isso desde o começo dos anos de 1980, quando ele ainda continuava à frente do Museu de Zoologia da Usp.
Sai logo daí, Paulo!
Sai logo daí, Paulo!
O
teu lugar não é hospital; é aqui entre nós, jogando conversa fora e botando
cerveja pra dentro.
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