Aristóteles deveria ficar muito bravo
se soubesse que sua teoria sobre governo e democracia sucumbiu ou está
sucumbindo em países de nuestra América. Na Bolívia, Morales ameaça se
perpetuar no poder como Maduro na Venezuela.
Mas não é só desse lado que
governantes insistem em fazer do poder a sua moradia. Isso está acontecendo na
Rússia e mais num monte de lugar.
O Brasil está quebrado. O rombo beira
os três trilhões de reais. É o que dizem os governadores dos estados da Federação.
Aristóteles, aquele “da causa e efeito”,
entendia que política era pra ser desenvolvida por quem se dedicasse às causas
do povo. Ele sabia da importância do Estado. Sabia também que o povo, qualquer
povo, precisava de alguém que o orientasse, que o governasse. Mas para isso,
entendia o pensador, que para governar um povo, o governante teria de ser
alguém pelo povo escolhido e acima de qualquer suspeita.
E aí vieram os reis, e muitos deles se
tornaram déspotas.
Aristóteles não deixou de lado a
aristocracia. E sempre no mesmo raciocínio, ele entendia que justeza e justiça
deveriam caminhar juntas.
Depois de Aristóteles, seguidor
dedicado dos ensinamentos de Platão, surgiu em Atenas um cidadão que passou à
história pelo nome de Diógenes.
Diz a lenda que Diógenes era cego e
aprontava como ninguém. Dizia-se que ele saía, em plena luz do dia, com uma
lanterna acesa e à procura de um homem honesto.
Vocês já pensaram o “sufoco” que
passaria Diógenes no Brasil? Quantos honestos ele acharia, hein?
Eu fiz isto:
Procurar
um ser honesto
Em
plena luz do dia
Com
uma lanterna acesa
Como
Diógenes fazia
É
coisa só pra quem sabe
O
que é cidadania
Cidadania
se faz
É
com democracia
Educação
e cultura
E
um quê de filosofia
Sem
esses “ingredientes”
Não
se faz cidadania
Platão, Sócrates e todos os gregos,
filósofos ou não, tem a ver com povo e democracia. Povo, com democracia ou sem
democracia, existe em qualquer lugar do mundo. Até na Suíça. E onde há povo há,
em tese, cultura popular. Mas pelo andar do andor, povo é “detalhe” que a
globalização e suas consequências estão pondo à beira da vala do inferno.
Outro dia uma francesa, muito
simpática, me veio fazer umas perguntas sobre literatura de cordel e lhe
respondi o que tinha de responder. Aproveitei para lhe perguntar sobre o povo e
a cultura popular franceses. Ela engasgou-se e a socorri, brincando. Na França
já não tem cultura popular, não é mesmo?
E assim vai o mundo, e com ele vou
entendendo que a cultura popular é “a digital de um povo”.
E pensar que eu ia falar hoje sobre a
força tarefa das nossas três forças armadas imbuídas no mesmo objetivo:
combater o mosquito da dengue.
ESTADO NOVO
Eu não poderia esquecer que no dia 22
de fevereiro de 1945, o diário carioca Correio da Manhã publicava ampla e
bombástica entrevista com o paraibano José Américo de Almeida, autor pioneiro
do romance regional (A Bagaceira). A entrevista, assinada pelo capeta Carlos
Lacerda, pôs fim ao Estado Novo, inventado pelo “pai dos pobres” Getúlio
Vargas. Getúlio, como se sabe, foi aquele que deu um tiro no próprio peito
depois de Lacerda receber um tiro no pé.
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