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domingo, 20 de agosto de 2017

AINDA SOBRE FELICIDADE



O amigo José Cortez telefona para saber como é que eu estou, se estou bem etc.E papo vai, papo vem, ele diz que está de molho etc., mas com uma vontade danada de fazer exercício na academia que fica bem ao lado da editora de livros que leva o seu nome, ao lado da PUC, cá perto no bairro paulistano de Perdizes. E papo vai, papo vai, ele conta que há poucos dias perdeu o celular e que agora o seu computador entrou em crise e pifou. "Parece incrível, mas estou me sentindo como um menino, livre leve solto como uma  pipa no ar. Na verdade estou feliz!é isso, estou feliz!"
Pois é, que diacho é felicidade?
Todo mundo em algum momento, já fez ou fará essa pergunta.
Ao perder o celular e o computador, Cortez disse feliz.Simples, não é? Nós é que complicamos o nosso dia a dia, criando e achando sarna para nos coçar.
A modernagem da vida, com seus valores invertidos, faze nos crer que estamos a criar o fogo e a roda e nessa brincadeira de mau gosto para conosco mesmo, pomos os pés pelas mãos e nos lascamos de verde e amarelo.
Eu acho que felicidade é morrer sem dor. Acho também que felicidade é uma risada sem compromisso, solta; é um abraço sincero, quente, querido; é, até, uma calça rasgada como diz velha propaganda que um dia escutei no rádio.
Os estudiosos da vida e do comportamento do povo dizem que felicidade é o estado de liberdade em que se acha a mente.
Eu já ouvi muitas definições de felicidade, certo?
Se folhearmos a história da cultura popular vamos achar muitas frases "definitivas sobre felicidade".
É um estado de espírito. É um momento especial que sucede conosco, de maneira ocasional, inesperado, de repente.
É o gozo que nos propicia a cópula, num encontro fortuito ou não.Quer dizer: felicidade é tudo e é nada.
Os poetas já disseram muitas coisas bonitas a respeito de felicidade, amor, alegria e amizade. Mas tudo isso é questionável sob todos os aspectos.
Há a felicidade falsa, aquela que nós mesmos, muitas vezes nos enganamos por apreciar por uma ótica errada, ilusória.
Há o amor falso, conveniente, oportunista, sacana.
Há as alegrias, muitas, variadas, variáveis, frouxa, tortas, enganosas, aquelas que parecem ser mas não são, não é mesmo?
Quanto à amizade.....bem, há amizades francas, sinceras, bonitas, únicas, verdadeiras e à  prova de tudo. Há amizades incríveis, que a cultura popular chega a definir como sendo "de sangue", "de carne e unha".
Os cordelistas compõem desde sempre,  histórias em versos sobre a felicidade, amor, alegria e amizade.
De Patativa do Assaré (1909-2002), é este soneto:


Soneto da Felicidade

Onde está a felicidade?
Para alcançá-la -- que se faz?
Que caminho, que verdade
Nos enche de amor e paz?

A pessoa que é feliz
AliMentA a paz na Terra
Seu amor à vida é que diz:
Não à fome e à guerra!

Onde a felicidade, então?
No poder? Riqueza? Fama?
Na alegre paixão de quem ama?

Na ciência? Na fé, porém?
Não! Está em fazer o bem
Sem idéia de retribuição.

Sobre Patativa:


BRINCANDO COM A HISTÓRIA (50)





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