Nestes tempos loucos, bicudos, em que as fácil fácil perdemos o bom senso e a paciência fundamentais para o bom viver; é ótimo ler ou reler as lições contidas no conto O Ateu e o Sábio, do Voltaire (François-Marie Arouet; 1694-1778), escrito em 1775 três anos antes de o autor morrer em Paris, onde nasceu.
Podemos considerar esse um livro raro e pouco conhecido.
Meia dúzia de personagens forma a história engendrada por Voltaire: Jenni, um porra louca devasso filho de um doutor em teologia, Freind; Boca Vermeja, amante do padre inquisidor Caracucarador, que condena a fogueira Jenni. Ai rola um triangulo amoroso. E segue a história com Freind; o sábio e doutor em teologia, discutindo em alto nível questões referentes à fé, à criação ( incluindo homens e bichos) e a existência de Deus.
São interessantes as definições que Freind apresenta ao correr os debates com Bacharel de Salamanca e o inglês Birton.
A história parece ter sido escrita agora, de tão atual que é.
A formação de Voltaire foi católica, mas passou a vida toda criticando essa religião. Em particular mantinha muita distancias dos jesuítas. Tinha ali uns 20 anos, quando fez publicar um folheto em que metia o pau na política da sua época. Resultado: foi levado a curtir uma temporada na Bastilha. Aliás, ele foi preso lá duas vezes. Depois teve que sair da França para morar na Inglaterra, onde desenvolveu quase toda a sua extensa obra.
Voltaire criticava a Igreja, mas dizia que: "Se Deus não existisse, tinha que ser inventado" é dele também a frase: "Posso não concordar com tudo o que você diz, mas defenderei até a morte seu direito de dizê-lo".
Friend é o alterego de Voltaire em O Ateu e o Sábio.
É sempre importante ler Voltaire.
Os editores bobos e intelectuais de meia-tigela não consideram O Ateu e o Sábio uma obra maior de Voltaire, por isso esse é um livro bastante difícil de se achar por ai.
As coisas boas, incluindo a leitura de livros, têm que ser compartilhadas.
E como termina essa história?
O que acontece com o filho devasso do doutor Friend?
O final, muito bonito, termina no último capítulo.
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