O livro A Cidade e as Serras traz um enredo muito bem feito.
O filho de Galião, Jacinto, mora num luxuoso palacete de dois andares na Paris de fins do século 19, cercado por serviçais e mais de 30 mil livros. Riquíssimo, mas infeliz.
O fiel escudeiro de Jacinto é José Fernandes, o narrador. Narrador e personagem importante junto ao protagonista.
Enfadado, sem saber bem o que fazer, Jacinto recebe notícia que dá conta de uma violenta tempestade que pusera abaixo a Capela e casas da localidade portuguesa chamada Tormes, seu berço. A tempestade espalhou os restos mortais dos seus avós. Isso o deixou preocupadíssimo. E o levou pessoalmente ao lugar. Foi uma viagem atormentada. Com ele viajaram Zé Fernandes e o negro Grilo, pau prá toda obra e fidelíssimo a seu amo.
Jacinto vivia uma vida de nababo no número 202 de um bairro de Campos Elíseos.
Um dia, ainda em Paris, Zé Fernandes perguntou a Grilo o que poderia justificar a tristeza e infelicidade do seu patrão. Resposta: "Ele sofre de fartura".
Em suma: a tempestade em Tormes foi altamente benéfica para o restabelecimento de Jacinto que lá, no campo, recobrou o vigor da juventude e a vontade de viver, casando-se com uma sobrinha de Zé Fernandes e tendo com ela 2 filhos, vivendo felizes para sempre.
A Cidade e as Serras é uma obra prima. Foi o primeiro dos onze livros de Eça de Queiroz publicado um ano depois da sua morte em 1901 e o último por ele escrito. No total, o grande Eça escreveu 25 livros, entre os quais os clássicos Os Maias, O Crime do Padre Amaro e O primo Basílio. Uma perguntinha: Meu amigo, minha amiga, você sabia que o pai de Eça, José Maria de Almeida Queiroz, nasceu no Brasil?
Eça de Queiroz morreu com 54 anos de idade, no dia 16 de agosto de 1900.
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