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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

JUSTIÇA, UM TREM SEM TRILHOS

A Justiça é uma mulher vilipendiada. Sofre todos os dias, de todas as formas, em todo canto.
Agora mesmo, neste momento, ouço no rádio a notícia de que a Justiça foi desrespeitada, agredida.
O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que as novas tarifas de ônibus da cidade fossem diminuídas em 30 centavos, de R$ 4,30 para R$4,00.
Essa, uma coisa.
Outra: o super ministro do STF, Gilmar Mendes, exige que investigações a respeito da fortuna que mantém guardada parem.
Essas investigações, apurações, estavam sendo feitas por especialistas da Receita Federal.
Não, a justiça não é cega.
Todos aqueles que gostam da verdade, da inteligência, que se emocionam com a sensibilidade histórica de personagens de todos os tempos, que fizeram história, que marcaram hão de se lembrar que o filósofo grego, Sócrates, que nasceu 4 séculos antes de Cristo e morreu 80 e poucos anos depois, não deixou nada escrito. Porém, sempre há um porém, como dizia Plínio Marcos (1935-1999), na vida de Sócrates houve Platão. E foi Platão quem trouxe à luz Sócrates. Sem Platão não haveria Sócrates.
No primeiro dos dez livros de A República de Platão, Sócrates e seu irmão Glaucos são interceptados por um jovem escravo de Polimarcos, dizendo que seu amo o quer na sua casa. 
Polimarcos é um personagem de A República. Sócrates e seu irmão estavam vindo de uma procissão em louvor a uma deusa do seu tempo. 
E Sócrates e seu irmão lá vão à casa de Polimarcos, onde amigos mútuos e o pai de Polimarcos o esperavam. E ali trava-se um diálogo muito bonito entre Sócrates e o pai de Polimarcos sobre velhice.
O primeiro dos dez livros de A República trata de coisas incríveis sobre o cotidiano universal, desde aqueles tempos.
Como sabem todos aqueles que gostam de Sócrates, Sócrates adorava perguntar e foi perguntando que ele entrou para a história. E aí vão as indagações sobre vida e sobre tudo, justiça.
O que é justiça?
Qual a importância de um homem justo na sociedade?
Sócrates chega a questionar sobre cegueira. "É possível ver sem os olhos?".
Por ter tanto interesse na vida e na justiça e em tudo que nos cerca, Sócrates foi condenado pelos poderosos da sua época e morto pela sentença que lhe deram. Crime: educar os jovens do seu tempo.
O tal Gilmar, do STF, precisa ler e aprender com Sócrates.
O STF é uma casa de marimbondos.
Por que morreu no nascedouro a CPI da Toga?
Meu amigo, minha amiga, um dia o Brasil há de ser de gente.




Um comentário:

  1. Além de um texto filosófico e histórico, Assis tira o véu de uma justiça (brasileira) que insiste em não ver o que está diante dos nossos olhos. Se, até hoje, Sócrates é uma figura enigmática, os Ministros, com suas Togas da leniência, são figuras antagônicas.
    Parabéns, pelo texto.

    Carlos Sílvio

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