Ontem sexta 18 a Academia Brasileira de Letras, ABL, anunciou ao mundo um novo imortal: Ignacio de Loyola Brandão, 82, brasileiro de Ararquara, SP.
Loyola é um cidadão a toda prova e a sua obra, importante e originalíssima.
Conheci Loyola no meus tempos de Folha de S.Paulo. Cheguei até a entrevistá-lo para o suplemento Folhetim, que circulava aos domingos no Folhão. Term Estadão, tem Folhão. O tempo passou e fui lá eu desenvolver a minha profissão nos outros jornais, revistas e emissoras de rádio e TV.
Houve um tempo em que nos reuníamos na livraria cultura, ali no conjunto Nacional. E nessas reuniões, tomando uma cervejinha, Jose Neumanne, Arnaldo Xavier, Roniwalter Jatobá, Marcos Rey, Loyola Brandão e tantos outros amigos jornalistas escritores.
No dia 20 de julho, o apresentador do programa Paiaiá Carlos Sílvio (Conectados) recebeu o novo imortal para um bate papo. Foi muito bonito.Foi um encontro de craques ao vivo.Confiram aí, clicando:
São Paulo é a principal capital do Brasil. Esta cidade reúne o maior número de nordestinos do país. É uma megalópole, a 4a. ou 5a. maior do mundo. Nas ruas dessa cidade circulam cerca de 70 línguas, quer dizer: de pessoas, de nacionalidades as mais diversas.
Já foi dito, em música inclusive, que São Paulo não pode parar. E não pára.É uma cidade que não dorme.
A noite paulistana ferve nas suas entranhas. São milhares de bares, restaurantes e todo tipo de casa comercial com suas luzes acesas e a clientela falando, cantando, comendo, brincando, fazendo o diabo a quatro.
Ontem a noite 18 fui levado a conhecer um barzinho por essas bandas em que moro, Campos Elíseos, para ouvir os amigos Brau e Antonio Gauber. Brau é violonista, compositor e cantor, e o seu parceiro Gauber, toca violino como quem toca rabeca.
A rabeca é o irmão pobre do violino. O violino é instrumento das salas de concerto. A rabeca dos ambientes populares.
Gostei de ver a rabeca se entrosando de modo natural com o violão.
O violão fala grosso e a rabeca se impõe com sua alma feminina.
Palmas para Brau e Gauber ( aí ao lado).
Domingo à tarde 13 fomos o amigo escritor Darlan Zurc e eu, abraçar o querido cartunista Fausto num ambiente cheio de gente ali pelos lados de Ana Rosa. Não era propriamente uma livraria, mas um lugar cheio de gente falante. Esse público era formado basicamente, por quadrinhistas, ilustradores, etc. O Fausto chegou de viagem de fora quase direto para lançar seu novo livro. Chama-se Gataiada (aí na foto). E ele é muito observador. Vejam vocês: outro dia, conversa vai conversa vem, ele me pergunta o que eu acho de gato. Aqui em casa, além de mim, tem Geraldo e Luna. Esse casal é formado por gato mesmo. Pois bem, foi então que respondi "que não sei, você não sabe, mas há quem ache que gato já foi gente" e não é que essa bobagem de frase o Fausto incluiu no seu livro?
Após abraçar o Fausto lá fomos Zurc e eu tomar um chopp com o paiaiaense Carlos Sílvio, que estava comandando um evento com umas três mil pessoas. A grande maioria, de Paiaiá, BA, e redondezas. Uma zoada dos infernos. E de repente, não mais que de repente, lá fui eu chamado para dizer umas coisas. E eu disse esse poema aí, que escrevi há pouco:
Há quem conte com tristeza
Eu conto com alegria
A história de um homem
Que viveu pra ver o dia
Depois de massacrado
Pelas mãos da covardia
Ele era cantador
O melhor da cantoria
Cantor de bom discurso
Em prol da minoria
E fosse qual fosse ela
De bate pronto defendia
Defender o bem comum
Era só o que fazia
Fosse tarde fosse noite
Não tinha hora nem dia
Pra carregar a bandeira:
Povo, democracia
Defendeu a liberdade
Combatendo a tirania
Com uma viola no peito
Disse tudo que queria
O povo gostava dele
Ele o povo aplaudia
E fosse pra onde fosse
O povo todo o seguia
Cantando batendo palmas
Plantando cidadania
Demorou, mas conseguiu
Mesmo cego ver o dia!
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