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quarta-feira, 10 de agosto de 2022

EU E MEUS BOTÕES (31)

Seu Assis, seu Assis, começou quase gritando o Zoião: "O sinhô acompanhou a entrevista do maldito Bolsonaro no canal Flow Podcast, conduzido por Igor Coelho?".
Antes que eu abrisse a boca, Mané pegou a deixa de Zoião bradando: "Um horror! Um horror! Como é que pode um presidente da República dizer tanta mentira na Internet?".
Zé, nervosíssimo, falou: "Meu Deus, meu Deus! O Brasil está afunhenhado, quebrado, lascado!".
Quando eu tentei dizer alguma coisa, em resposta a Zoião, Barrica do canto onde se achava não se controlou e falou quase berrando: "Esse Bolsonaro é um feladaputa!".
Calma, calma, pessoal...
"Calma coisa nenhuma, seu Assis! O que esse sujeito está fazendo de mal ao Brasil, e aos brasileiros, está fora de contexto. Fora de tudo!", falou Biu.
Biu, como se sabe, é um cabra tranquilo, de pouco falar. E lá vem ele de novo: "Seu Assis, eu nunca ouvi tanta mentira saída de um sujeito só. Esse Bolsonaro aí é um horror. É cabra que não presta. E quem gosta dele também não presta. É um feladaputa, como disse o mano Barrica".
Rabiei os olhos e dei de cara com Lampa, que me olhava enquanto cutucava as unhas com seu punhal de estimação. 
Pela primeira vez, aqui na casa do meu experiente poeta Zilidoro, notei Jão assim meio encafifado. Ele olhou pra mim e falou: "Seu Assis, é tanto absurdo que meu ouvido guardou que fico até sem jeito de dizer o que quero dizer. A minha finada vó, dona Zilda, ensinava que ninguém deve mentir. Que mentira só faz mal a quem diz e a quem ouve. O nosso presidente é um sujeito desqualificado. Completamente desqualificado, sem noção. Ele é perigoso. As suas maluquices são por ele elaboradas...".
"É isso mesmo, Jão. Você tem razão. Você é muito observador. Você está analisando perfeitamente o comportamento desse cara. Você tem razão quando diz que ele é perigoso. A entrevista que ele deu a Igor Coelho, do canal Flow Podcast, foi toda recheada de absurdos, de mentiras. Mas ainda bem que os jornalistas das grandes empresas preocupadas com o destino de nosso País estão fazendo o que deviam fazer. Ou seja: identificar ponto a ponto as mentiras, ou Fake News, ditas no vídeo que durou mais de 5 horas. É incrível o poder que tem Bolsonaro de mentir. Ele mente o tempo todo! Ele mistura tudo. Com o perdão da palavra, ele é um escroto!", desabafou o sempre calmo e sensato Zilidoro.
O Lampa, lá do seu canto, meteu a colher na conversa: "Sei não, sei não, mas acho que vou ter trabalho este mês. Se não neste mês, em setembro...".
Eu quis saber por que em setembro o Lampa teria ou terá trabalho: Que tipo de trabalho, Lampa?
Barrica se antecipou e quase ao mesmo tempo o seguiram Zoião, Biu, Zé e Jão: "Lampa quer matar!".
Levantei a mão e pedi calma, dizendo que não é esse o caminho. O caminho é a verdade e as urnas. Ninguém deve matar ninguém, o que deve morrer é a mentira. Ninguém tem o direito de mentir para ganhar adeptos e votos nas urnas. As urnas do TSE são invioláveis. E é nas urnas que deveremos matar a mentira, votando corretamente e trazendo à luz as verdades históricas. Chega de Fake News! O Brasil precisa de presidente que governe. E que resolva os nossos problemas, incluindo os problemas provocados pela fome.
"Chefe, o sinhô é muito direitin. Gente que não presta, não presta. Eu, na verdade, nunca matei ninguém. Quem mata é Deus, eu só dou uns furinho na barriga de quem não presta!", falou amuado o desengonçado Lampa.
Pessoal, eu disse, o Brasil é um país fantástico. Eu amo o meu País...
Antes que eu concluísse meu pensamento, os meus botões disseram em uníssono: "Eu amo o Brasil! Eu amo o Brasil!".
Calmo, Zilidoro falou pausadamente: "Nós a-ma-mos o nosso País. E por amar nosso País, por ele lutamos. Mas quero deixar no ar a pergunta que me incomoda: Por que as pessoas não leem mais, não leem livros? E não se informam corretamente? Na leitura, na educação, se acha muita coisa importante. Precisamos ler, ler e ler! Nunca é tarde para ler. A leitura é o caminho da verdade, como é a educação de modo geral".
De repente os meus botões, todos, bateram palmas endossando a compreensão de Zilidoro.
"É, Zilidoro tem razão. E o sinhô, também. Ninguém deve matar ninguém. O que deve morrer é a mentira. Gente que não presta por si só se destrói", diz com a voz clara, pela primeira vez, o cabra Lampa. E eu o aplaudi porisso.
Zoião, que abriu essa conversa, disse que acompanhou minuto a minuto a entrevista de Bolsonaro ao Flow Podcast. E concluindo, disse: "Sugiro que leiam o que os jornalistas escreveram sobre as falas mentirosas de Bolsonaro".
"Correto, correto!", apoiou Mané.
Só uma coisa a mais, interrompeu Jão: "Os jornalistas são fantásticos. Fazem um trabalho extraordinário, separando a mentira da verdade". Concordei. Só tinha a concordar com meus botões nesta manhã de 10 de agosto de 2022.
Quando eu falei 10 de agosto, Zilidoro pediu licença pra dizer o seguinte: "Foi no dia 10 de agosto de 1823 que nasceu, no Maranhão, o poeta Antônio Gonçalves Dias. É desse poeta a famosa Canção do Exílio. Gonçalves Dias, na sua obra, falou do índio, da vida, dos pássaros. Ele falou de amor, falou da natureza. Sugiro que leiam Gonçalves Dias".
Boa, boa, Zilidoro! Você acaba de me dar a ideia de escrever ainda hoje um texto especial sobre esse grande poeta romântico que foi Gonçalves Dias. É isso, pessoal. Nossa roda de conversa está encerrada e até outro dia.

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