Gauguin, autorretrato |
Velhos tempos, novos tempos: é assim mesmo, fazer o quê?
Em abril, dia 24, foi inaugurada no Museu de Arte de São Paulo, MASP, a exposição Paul Gauguin: O Outro e Eu, que pode ser visitada de quarta a domingo no período das 10h às 18h. É de graça às terças.
Gauguin deixou uma obra muito bonita aos olhos dos amantes das artes. Retratou o cotidiano que viveu fora da França, em países como o Taiti. Dos seus pincéis saíram figuras femininas nuas e seminuas. E masculinas, também. Isso vem chocando o público que o visita ou revisita. É um comportamento próprio de quem acha erro em tudo. A propósito, na exposição do MASP, há pelo menos um quadro proibido de ser fotografado.
Censura na parada!
O artista francês corre risco de ter a sua obra "cancelada", pelo público aqui referido.
Diante disso, de olhares enviesados que descobrem pelo em casca de ovo, sugiro que se ilustrem melhor para entender a arte pictórica de autores em qualquer tempo e lugar.
Não foi fácil a vida de Gauguin.
"Na câmara de eco da internet, com seu gosto por rótulos genéricos,
Gauguin agora é denunciado como um mulherengo predador, um agente do
colonialismo e até um agressor sexual cuja arte deveria ser ‘cancelada’.
Essa imagem está se estabelecendo no pensamento popular crítico, apesar
dos recentes esforços de acadêmicos que desafiam esse alinhamento de
Gauguin a um conjunto de valores patriarcais que, agora sabemos, ele
denunciou abertamente", disse Norma Broude, autora do livro Gauguin’s Challenge, em email a Folha de S.Paulo. E acrescentou:
"As ideias radicais de sua avó Flora Tristan, defendendo o empoderamento das mulheres, eram
ideias que Gauguin conhecia, compartilhava e em que se baseava, tanto em
seus escritos quanto em sua arte".
A propósito até o final deste mês de junho, deverá chegar as nossas mãos o livro Histórias de Esquina, gerado pelo cartunista paulista Fausto Bergocce e este paraibano, que sou eu. No livro escrevi:
Paul Gauguin (1848-1903) e Vincent Van Gogh (1853-1890)
A vida do pintor francês Paul Gauguin foi muito atribulada, cheia de altos e baixos. No começo teve a pintura como passatempo, enquanto ganhava a vida no mercado financeiro. Ao perder o emprego, passou a dedicar-se às artes plásticas. Viajou bastante. Era filho de um jornalista e de uma escritora feminista. Corriam os anos de 1880. Conheceu o holandês Van Gogh em Paris no ano de 1888. Chegaram a dividir ateliê em Arles. Desavenças entre os dois terminou em briga e em afastamento. Numa de suas viagens, Gauguin foi acusado e preso por desacato a militares. Morreu doente e preso numa cadeia de Atuona, Oceania. Van Gogh, antes de dar um tiro no próprio peito, pode-se dizer que morreu de depressão. Tinha mania de perseguição e isso fez com que cortasse um pedaço da orelha e o mandasse de presente num envelope para Gauguin. Deixou centenas de pinturas e desenhos, mas apenas um quadro conseguiu vender em vida. Assim mesmo através do irmão mais novo Theo,que morreria também poucos meses depois.Um quadro de Van Gogh, Cena de Rua em Montmartre, leiloado em 2021 pela Sotheby’s alcançou a cifra de 14 milhões de euros. Morreu pobre, aos 37 anos de idade.
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