Poderosos que flutuam à margem dos valores humanos estão, de um modo ou de outro e há muito tempo fazendo tudo para destruir o verde das nossas matas.
Pois é, não é de hoje que os indígenas são vítimas da violência dos brancos que, além de derrubar o verde, procuram extrair o último pingo de ouro do rico solo amazônico.
Fora tudo isso, os rios estão sendo contaminados e mortos pela ganância dos poderosos de plantão.
Acabo de ouvir com um nó na garganta o livro Futuro Ancestral, de Ailton Krenak.
Krenak começa lembrando de um grupo de crianças numa canoa num rio ainda navegável. Um deles diz que estão se aproximando do tempo passado. Algo assim.
É belíssima a leitura do livro de Krenak.
Após falar dos meninos na canoa, Ailton Krenak nos leva a um mergulho na história dos seus antepassados. Descreve com impressionante clareza a beleza dos rios perenes, em que os indígenas podiam alimentar-se dos peixes que as águas lhes davam.
Na sua escrita, Krenak fala das doenças que o homem branco tem levado aos rios brasileiros. Nesse ponto, ele faz referência ao Tietê paulista com suas impurezas fedorentas e mortais nas áreas urbanas por onde passa.
Confesso que ainda estou com nó na garganta.
Ailton Krenak é o primeiro intelectual indígena a ocupar uma cadeira na centenária Academia Brasileira de Letras, ABL.
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