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segunda-feira, 15 de abril de 2024

LICENCIOSIDADE NA CULTURA POPULAR (89)

Noutra ocasião eu perguntei, mas não custa perguntar de novo: pornografia é arte?
Palavras como pornografia e licenciosidade são palavras praticamente novas na boca do povo mundo afora.
Um pintor renascentista pintando uma modelo pelada, não é pornografia.
E fotógrafo de hoje fotografando modelos peladas, hein?
Assim dito, simplesmente, não é pornografia.
Pornografia é a imagem e texto feitos especialmente para provocar excitação sexual. Veja o que diz o verbete do Dicionário Houaiss: 
Pornografia (1899 cf. CF1)  
substantivo feminino
1. estudo da prostituição
2. coleção de pinturas ou gravuras obscenas
3. característica do que fere o pudor (numa publicação, num filme etc.); obscenidade, indecência, licenciosidade
4. qualquer coisa feita com o intuito de ser pornográfico, de explorar o sexo tratado de maneira chula, como atrativo (p.ex., revistas, fotografias, filmes etc.) ‹vende pornografias› ‹fica vendo p. pela televisão› tb. se diz apenas pornô
5. (1899) violação ao pudor, ao recato, à reserva, socialmente exigidos em matéria sexual; indecência, libertinagem, imoralidade
O jornalista e humorista Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly, o Barão de Itararé, nasceu no Rio Grande do Sul em 1895 e morreu no Rio. Fez muita gente rir com suas tiradas bem humoradas. Tiradas essas que irritaram profundamente os agentes da ditadura militar. Foi vereador. Preso certa vez, e depois de muito apanhar, escreveu numa tabuleta que pôs presa na porta do seu escritório. Nela lia-se: “Entre sem bater”.
Vejam só de que o Barão era capaz:

Na França, pescoço é cou
(como anda tudo a esmo!)
No Japão, Ku é ministro,
No Brasil cu é cu mesmo…

Essa pérola se acha no livro Antologia da Poesia Erótica Brasileira, organizado por Eliane Robert Moraes.
Torelly e seu personagem morreram em novembro de 1971.

Foto e reproduções de Flor Maria e Anna da Hora

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