Graciliano Ramos |
O que posso dizer, e que pouca gente sabe, é que Guimarães Rosa chegou a escrever e a publicar histórias com contexto policial. Mais: também chegou a escrever e a publicar em jornais poemas com rima e tudo mais. Aliás, o compositor Téo Azevedo chegou até a musicar alguns poemas de Rosa espalhados na sua rica bibliografia.
Poderíamos até dizer que a prosa de Rosa é pura poesia, certo?
Bom, não custa lembrar que Audálio foi conterrâneo do escritor Graciliano Ramos e sobre ele publicou dois livros: A Infância de Graciliano Ramos (2011) e O Chão de Graciliano (2007), feito em parceria com o fotógrafo Tiago Santana.
Graciliano escreveu pouco sobre temas eróticos. Pouco, mas não tão pouco assim.
Os seus três primeiros romances foram Caetés (1933), São Bernardo (1934) e Angústia (1936).
No primeiro, um empregado se apaixona pela mulher do patrão. Termina em sangue.
No segundo, que também termina em sangue, o protagonista é um menino adotado por uma doceira. Cresce e conhece uma jovem com quem passa a ter relações. Surge na parada um Ricardão que cai nas graças da moçoila. Nervoso, o protagonista comete o primeiro crime e vai parar na cadeia. Ao sair, vira uma espécie de “coroné” prepotente e coisa e tal. Ao casar-se, quer dominar a esposa, mas não consegue. O ciúme o corroi. Ao fim e ao cabo, a mulher se suicida.
No terceiro livro, Angústia, o personagem central Luís da Silva, um pobre diabo, apaixona-se pela vizinha Marina. Chega a noivar, mas aí entra na história um bambambã bonitão e cheio de grana… Luís entra em desespero ao flagrar a sua amada com o rival. Num segundo, agiganta-se e devorado pelo ciúme dá fim ao adversário. E pronto.
Foto e ilustrações de Flor Maria e Anna da Hora
Nenhum comentário:
Postar um comentário