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sábado, 2 de novembro de 2019

NO MIS, DOIS MESTRES: DA VINCI E KOBRA




Mostrar o mundo para o mundo não é coisa fácil, e quando esse mundo que se tenta   mostrar tem a ver com a arte é até mais difícil. Mesmo.
E o que dizer sobre um artista que representa o mundo?
Leonardo da Vinci, italiano (1452-1519) nasceu numa vila que lhe dá o sobrenome, em Toscana.
Esse cara da vila que leva o seu nome foi tudo o que alguém pode ser na vida, no mundo, em qualquer tempo.
Mas, não vou me estender nesse assunto, até poque assunto demais conhecido nos últimos 500 anos.
Fui um dos privilegiados convidados à inauguração da Exposição Leonardo da Vinci - 500 anos de um Gênio, num novo espaço para a cultura brasileira: MIS Experience gerido pelo Museu da Imagem e do Som, MIS, que fica logo ali na rua Vladimir Herzog, 75, no bairro paulistano de Água Branca, pertinho da TV Cultura.
Foi bom demais ouvir o que ouvi na preleção sobre o novo espaço cultural, que paulistas e paulistanos e gente de todo o canto pode se extasiar. Coisa bonita, muito bonita.
Pois bem, fui um dos convidados privilegiados a "ver" a exposição multimídia - e põe multimídia nisso - sobre o gênio italiano Leonardo da Vinci. E pra completar a alegria que carreguei comigo até o novo MIS, fui acompanhado da minha amiga jornalista Cilene Soares. E lá encontrei e reencontrei pessoas incríveis do nosso viver: Marcos Mendonça e sua querida Dalva, Gil Costa, Marquinhos, Sérgio e Carla, Lílian (maravilhosa!), Walker, Felipe, Kainan, Gabrielle. Rolando Boldrin e tantas outras pessoas da nossa convivência profissional. Aloás, acho que Deus também estava lá.
Será que Leonardo é Deus?
Desde a minha infância aprendi que os maiores dos maiores É Deus.
A Exposição Leonardo da Vinci - 500 anos de um Gênio, no MIS, é um gol fantástico - mais um! - marcado pelo craque Marcos Mendonça.
O Brasil tem jeito, não é mesmo, Kobra?
É de Kobra o belíssimo painel/mural (acima) que está logo alo à entrada da exposição, que fica em cartaz até o dia 1 de março do ano que vem.
Eduardo Kobra, que conhece todas as artes e a alma do mundo, foi o cara que a meu pedido fez a capa do livro A Presença do Futebol na Música Popular Brasileira (2010).
Esse livro eu comecei a gerá-lo na França. Olha a capa aí: 




Fotos da Exposição (abaixo)

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

FAGNER, 70 ANOS, COM DIREITO A LIVRO BIOGRÁFICO



O cantor e compositor cearense Raimundo Fagner nasceu no dia 13 de outubro de 1949. Nesse mesmo ano, no dia 10 de novembro e cantor e compósito e pernambucano Luiz Gonzaga entrava no estúdio da extinta RCA Victor e gravava o primeiro forró da Discografia Brasileira, Forró de Mané Vito.
Depois de Dominguinhos, Fagner é o cantor que mais tem gravado músicas do Rei do Baião. Gonzaga e Fagner chegaram, inclusive, a gravar juntos, 2 LPs.
Em 1971, Fagner tinha 22 anos de idade. Nesse ano, ele estreou em disco ao lado do conterrâneo Cirino. Gravadora: RGE, já extinta. O disco, um compacto simples, passou praticamente despercebido por todo o mundo. Dois anos depois, já noutra gravadora (PolyGram), ele grava o primeiro LP: Manera Fru-Fru, Manera: O Último Pau de Arara. E daí não parou mais.
Entrevistei Raimundo Fagner várias vezes nos programas que comandei, nas rádios Capital e Trianon.
Em maio de 2013 o cantor cearense e eu (foto abaixo) chegamos a receber o Troféu Gonzagão, criado  na Paraíba (PB) para premiar pessoas que têm divulgado a obra de Luiz Gonzaga.
No acervo do Instituto Memória Brasil, IMB, se acham todos os discos de Fagner. Entre eles curiosidades como uma entrevista gravada em LP (foto acima).
A jornalista Regina Echeverria acaba de lançar à praça o livro Raimundo Fagner: Quem me levará sou eu. Nesse livro o biografado conta muitos e muitos lances da sua vida, como o que que dá conta da sua decisão em defender a canção Quem me levará sou eu, de Dominguinhos e Manduka. Isso ocorreu no festival da extinta TV Tupi, em 1979. Manduka era filho do poeta Thiago de Mello.


segunda-feira, 28 de outubro de 2019

GABI, FAUSTO E LEITURA NO METRÔ

Filha de paulistanos e neta de uma autentica nordestina de Carrapichel, BA, a historiadora Gabriela Nunes nasceu na Zona Leste da capital paulista há 28 anos. Gabi, como é chamada entre amigos, é uma dessas meninas apaixonada por arte e história. Seu diploma de historiadora é da UNIFESP.
Gabi é encantadora e talentosa em tudo o que faz. Digo isso com a autoridade de quem tem passado já dois ou três ano junto falando, estudando, comentando, criticando o que há no mundo da cultura popular. Ela está se afastando momentaneamente, espero, do Instituto Memória Brasil, IMB, onde tem me ajudado bastante.Ah! Ia-me esquecendo: é ela quem faz as fotos em que apareço mostrando raridades do IMB que ilustram a coluna semanal que publico no newsletter Jornalistas & Cia.
Por um desses belos acasos da vida, acabo de receber o querido cartunista Fausto.
Fausto como cartunista é tão rápido quanto um raio e quando soube do afastamento de Gabi do IMB, mesmo provisoriamente, ele sacou do seu talento e rapidamente fixou para a posteridade a beleza radiante de Gabi. Ia-me também esquecendo: Fausto acaba de publicar o 13º livro a que intitulou Gataiada (Editora Criativo).
E eu o que faço ai na foto? Ora, só rindo feliz da vida por ter pessoas tão bonitas no entorno.




Meu amigo, minha amiga, você já foi visitar a exposição multimídia Luiz Gonzaga na Eternidade dos 30? Se não foi vá e leve amigos e parentes e quem mais quiser. A exposição permanecerá aberta à visitação pública até o próximo dia 7 de novembro no Centro Cultural Santo Amaro, a Av. João Dias, 822. Santo Amaro é um dos bairros mais populosos da capital paulista, e também, talvez o maior reduto de nordestinos e descendentes de São Paulo.

A segui clique nos links abaixo.

http://g1.globo.com/globo-news/videos/v/luiz-gonzaga-e-homenageado-em-sao-paulo/8037280/

http://culturabrasil.cmais.com.br/programas/circuito/arquivo/luiz-gonzaga-e-tema-de-exposicao?fbclid=IwAR2V8ndKkspEtleZ9dB4BJ1nh8GmZXoLZPIVjZdIyEtKEm_fzlmg6Hn2nug

https://www.instagram.com/exposicao_luiz_gonzaga/


CENA DO DIA

Fausto chega esbaforido dizendo que acabara de presenciar uma cena histórica e que permanecerá na sua memória por muito tempo. A cena, segundo ele, foi registrada por seus olhos que um dia a terra a de comer. Foi num vagão de trem do metrô: todo mundo com seus benditos celulares grudados à orelha enquanto uma solitária passageira viajava na leitura de um livro cujo título, não à toa intitulava-se O Milagre da irlandesa Emma Donoghue. A curiosa cena registrada por Fausto lembrou-me os tempos em que eu promovia leituras nos trens do metrô de São Paulo.

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

STF, POETAS E POESIAS

Começou ontem, 23 e seguiu hoje 24, sessão especial no Plenário do STF, em Brasília. O assunto debatido: prisão em segunda instância. 
Ontem o ministro Barroso terminou sua explanação citando o poeta Vinícius de Moraes.
Achei curioso o ministro se escorar num poeta para reforçar suas convicções políticas.
Hoje foi a vez de a ministra Rosa Weber apelar também, elegendo um poeta grego como o que mais lhe toca o coração. Não disse quem. E se disse não ouvi.
Pelo jeito, pelas indicações dos faróis os poetas estão com tudo e muita prosa.
As praias de todos os estados nordestinos foram poluídas por óleo crú, de origem desconhecida. E pegando embalo no gosto pela poesia dos ministros do Olimpo brasileiro...lá vai:

Agora é óleo crú
Que mancha o nosso mar
Que mata nossos peixes
Num leve pestanejar 


É terrível o que se vê
e difícil acreditar:
por que se mata tanto
Impunemente no mar?

É horror o que ocorre
Lá longe em alto mar
Navios assassinos
matando só por matar

Esse é crime grave
que alguém deve pagar
É crime ambiental
pintar de pixe o mar

O mar está gemendo
sufocado quer gritar
Lutar, pedir socorro
Para não se afogar


segunda-feira, 21 de outubro de 2019

GONZAGA NA ETERNIDADE DOS 30, VÁ VER. LOGO!


 
 O que mais se comenta na zona sul de São Paulo é a exposição Luiz Gonzaga na Eternidade dos 30. A imprensa da região e de todo o canto tem feito comentários elogiosos ao material e história expostos sobre o criador do baião e do forró. Um exemplo, é o que publicou o Diário do Grande ABC (reprodução de reportagem acima) A propósito, foi no dia 10 de novembro de 1949 que Luiz Gonzaga entrou nos trabalhos de estúdio e gravou para a extinta RCA Victor o primeiro forró da Discografia Brasileira: Forró de Mané Vito, do próprio Gonzaga e do seu conterrâneo José Dantas.
Você já foi e legou à exposição seus amigos e parentes?
Luiz Gonzaga na Eternidade dos 30 permanecerá aberta à visitação pública no Centro Cultural de Santo Amaro, ali na rua João Dias, até o próximo dia 7 de novembro. Nas fotos abaixo, um registro da abertura ocorrida no dia 8 deste mês.




 A jornalista, apresentadora do programa Bem da Terra, Renata Maron, gravou uma ótima entrevista com Sylvia Jardim e eu. Confira:

https://www.instagram.com/tv/B3ViU7KBLzG/


A noite do dia 8 deste sagrado mês de outubro foi muito bonita, mesmo. Pra ficar na história de quem por lá esteve. O final dessa noite contou com o genial violonista Marquinho Mendonça e a cantora cearense Laya. Por mim, aquela noite continuará pelo tempo que eu viver. Clic:

https://www.facebook.com/assis.angelo.9/videos/2465829746831483/

domingo, 20 de outubro de 2019

DIA DA POESIA

Hoje pra ti eu planto
mais um pé de poesia
Da cor da esperança
Da cor da alegria
Para que logo nasça
Um ramo de fantasia



Ninguém vive sem sonhar
O sofrer de nostalgia
Pra quem gosta do que faz
Todo dia é dia
De juntar letra com letra
Em nome da poesia.


O dia nacional da poesia existe desde 2015. Foi criado em homenagem ao poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade, que nasceu no dia 31 de outubro de 1902. Sobre Drummond, click:

https://assisangelo.blogspot.com/2017/08/viva-carlos-drummond-de-andrade.html




sábado, 19 de outubro de 2019

O BRASIL TEM NOVO IMORTAL: IGNACIO DE LOYOLA BRANDÃO


Ontem sexta 18 a Academia Brasileira de Letras, ABL, anunciou ao mundo um novo imortal: Ignacio de Loyola Brandão, 82, brasileiro de Ararquara, SP.
Loyola é um cidadão a toda prova e a sua obra, importante e originalíssima.
Conheci Loyola no meus tempos de Folha de S.Paulo. Cheguei até a entrevistá-lo para o suplemento Folhetim, que circulava aos domingos no Folhão. Term Estadão, tem Folhão. O tempo passou e fui lá eu desenvolver a minha profissão nos outros jornais, revistas e emissoras de rádio e TV. 
Houve um tempo em que nos reuníamos na livraria cultura, ali no conjunto Nacional. E nessas reuniões, tomando uma cervejinha, Jose Neumanne, Arnaldo Xavier, Roniwalter Jatobá, Marcos Rey, Loyola Brandão e tantos outros amigos jornalistas escritores.
No dia 20 de julho, o apresentador do programa Paiaiá Carlos Sílvio (Conectados) recebeu o novo imortal para um bate papo. Foi muito bonito.Foi um encontro de craques ao vivo.Confiram aí, clicando:





São Paulo é a principal capital do Brasil. Esta cidade reúne o maior número de nordestinos do país. É uma megalópole, a 4a. ou 5a. maior do mundo. Nas ruas dessa cidade circulam cerca de 70 línguas, quer dizer: de pessoas, de nacionalidades as mais diversas.
Já foi dito, em música inclusive, que São Paulo não pode parar. E não pára.É uma cidade que não dorme.
A noite paulistana ferve nas suas entranhas. São milhares de bares, restaurantes e todo tipo de casa comercial com suas luzes acesas e a clientela falando, cantando, comendo, brincando, fazendo o diabo a quatro.
Ontem a noite 18 fui levado a conhecer um barzinho por essas bandas em que moro, Campos Elíseos, para ouvir os amigos Brau e Antonio Gauber. Brau é violonista, compositor e cantor, e o seu parceiro Gauber, toca violino como quem toca rabeca.
A rabeca é o irmão pobre do violino. O violino é instrumento das salas de concerto. A rabeca dos ambientes populares.
Gostei de ver a rabeca se entrosando de modo natural com o violão.
O violão fala grosso e a rabeca se impõe com sua alma feminina.
Palmas para Brau e Gauber ( aí ao lado).
                                     
                                         

Domingo à tarde 13 fomos o amigo escritor Darlan Zurc e eu,  abraçar o querido cartunista Fausto num ambiente cheio de gente ali pelos lados de Ana Rosa. Não era propriamente uma livraria, mas um lugar cheio de gente falante. Esse público era formado basicamente, por quadrinhistas, ilustradores, etc. O Fausto chegou de viagem de fora quase direto para lançar seu novo livro. Chama-se Gataiada (aí na foto).  E ele é muito observador. Vejam vocês: outro dia, conversa vai conversa vem, ele me pergunta o que eu acho de gato. Aqui em casa, além de mim, tem Geraldo e Luna. Esse casal é formado por gato mesmo. Pois bem, foi então que respondi "que não sei, você não sabe, mas há quem ache que gato já foi gente" e não é que essa bobagem de frase o Fausto incluiu no seu livro?
Após abraçar o Fausto lá fomos Zurc e eu tomar um chopp com o paiaiaense Carlos Sílvio, que estava comandando um evento com umas três mil pessoas. A grande maioria, de Paiaiá, BA, e redondezas. Uma zoada dos infernos. E de repente, não mais que de repente, lá fui eu chamado para dizer umas coisas. E eu disse esse poema aí, que escrevi há pouco:

Há quem conte com tristeza
Eu conto com alegria
A história de um homem
Que viveu pra ver o dia
Depois de massacrado
Pelas mãos da covardia

Ele era cantador
O melhor da cantoria
Cantor de bom discurso
Em prol da minoria
E fosse qual fosse ela
De bate pronto defendia

Defender o bem comum
Era só o que fazia
Fosse tarde fosse noite
Não tinha hora nem dia 
Pra carregar a bandeira:
Povo, democracia

Defendeu a liberdade
Combatendo a tirania
Com uma viola no peito 
Disse tudo que queria
O povo gostava dele
Ele o povo aplaudia

E fosse pra onde fosse
O povo todo o seguia
Cantando batendo palmas
Plantando cidadania
Demorou, mas conseguiu
Mesmo cego ver o dia!

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

RECORDAR É VIVER. VIVA A VIDA!



Téo Azevedo em entrevista à Assis Ângelo, Carlos Sílvio e Helvídio Mattos, ao canal Instituto Memória Brasil

Na foto menor, ontem, 17, reunimos amigos para falar sobre o dia nacional da Música Popular. Essa data foi inspirada no aniversário de nascimento da maestrina Francisca Edwiges Neves Gonzaga, que entrou para a história da nossa música como Chiquinha Gonzaga (1847-1935),
Chiquinha deixou centenas e centenas de músicas de sua autoria. Ela foi incrível. Sua história é incrível. É preciso conhecer mais e mais a história dessa grande compositora e instrumentista brasileira.
Estiveram conosco na sede eternamente provisória do Instituto Memória Brasil, IMB, Maurício Pereira (grande mestre cuca!), Téo Azevedo, que nos concedeu uma excepcional entrevista transmitida ao vivo pelo cinegrafista Chico Silva; Cris Alves (uma das batutas do IMB); Carlos Sílvio, apresentador de raro talento (Paiaiá, Rádio Conectados) e Helvídio Mattos.

A IDADE ESTÁ CHEGANDO...

Há poucos dias acrescentei mais um ano à minha idade. Na ocasião tive a alegria de receber Wilson Baroncelli, José Hamilton Ribeiro e Yolanda; Darlan Zurc, Carlos Sílvio, Luiz Wilson, José Cortez, Germano Jr., violonistas César Amaral e Gislânia; Marquinho e Ibys Maceioh; a cantora Laya, Cris Alves, Ana e Geremias; Lúcia, Márcia e Andréia, Vanira e Mari; Sílvia Jardim e Marcelo, Silene. Recordar é viver. É só clicar:



terça-feira, 15 de outubro de 2019

IRMÃ DULCE AGORA É SANTA. E O PADIM CIÇO?

A irmã Dulce virou santa e o padre Cícero, hein?
Dos nove Estados nordestinos, o Ceará é o que oferece mais candidatos à eternização no correr dos tempos: quatro, além do Padim.
Em 1928 a menina Benigna Cardoso da Silva preferiu morrer na ponta de uma faca a ceder aos instintos sexuais de um tresloucado adolescente. Ela tinha só 13 anos de idade e já à época foi considerada uma santa mártir pela população cearense.
Os outros três candidatos a santo são religiosos, como José Antônio de Maria Ibiapina (1806-1883).
O padre Ibiapina nasceu no Ceará e morreu na Paraíba. Ele foi um dos mais completos cidadãos que andaram pelo árido solo nordestino desenvolvendo bondades e todo o tipo de assistência aos miseráveis que topava pela frente. Foi um dos grandes intelectuais da Igreja Católica.
Todos esses candidatos, mais o padre Padim Ciço esperam reconhecimento para beatificação pelo Papa Francisco, que acaba de canonizar a soteropolitana Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes (1914-1992).
Para o povo nordestino, Ciço já é santo há muito tempo, mesmo antes de ser excomungado pela Igreja.
O Padre Cícero faz parte do imaginário popular desde sempre.
No início do século XX, quando a industria fonográfica passou a florescer, o nome do padre apareceu  num disco da casa Edson (1902) na música A Farofa gravada pelo primeiro cantor profissional do país, Manoel Pedro dos Santos (Bahiano). Depois de Bahiano, o primeiro cantor a cantar o nome do padre do Ceará foi Luiz Gonzaga (1912-1989), na música Légua Tirana. Essa música foi gravada no dia 9 de junho de 1949 e lançada em outubro desse mesmo ano.




domingo, 13 de outubro de 2019

Baianos de Nova Soure em Sampa


O mês de outubro jamais deveria ser esquecido na história do Brasil. Por uma razão gritante: foi nesse mês, precisamente no dia 5, que as Forças Armadas liquidaram com toda a população do 
Arraial de Canudos, na Bahia.

Quem mandou acabar com o povo de Canudos, entre os anos de 1896 e 1897, foi o então presidente da República Prudente de Morais. Prudente foi o primeiro presidente civil do País.

Ontem 12 foi o aniversário de nascimento do cantor country do Brasil, Bob Nelson.

E por falar em country, ali na Zona Sul paulistana, no Terra Country, está rolando um som da pesada, como diz o pessoal aí mais novo.

O nova-sourense Darlan Zurc conta que todos os anos, desde 2016, é promovido em São Paulo o Encontro dos Baianos Nova-Sourenses perdidos na capital dos bandeirantes. Esse encontro, ainda segundo ele, é cometido com o intuito de localizar os conterrâneos e pô-los frente a frente. O primeiro que sacar a arma, qualquer arma, pode morrer, mas sabendo o motivo.

Nova Soure é um município distante uns 230km de Salvador, capital-berço de personagens de grande relevância na cultura nacional como o compositor, ator, poeta e músico Xisto Bahia, autor da primeira composição gravada em disco no Brasil: o "Lundu Isto é Bom", gravado por Bahiano, de batismo Manuel Pedro dos Santos (1870-1944).

Deixo aqui uma sugestão para o próximo encontro dos nova-sourenses: que se mostre a cultura daquela região.

Ah! Pra quem não sabe: Luiz Gonzaga, rei do baião, abria os espetáculos de Bob Nelson. Em vinte e quatro músicas da discografia de Nelson, traz o som da sanfona do grande exuense.

Você, meu amigo e minha amiga, já foi pousar os olhos na belíssima exposição multimídia sobre Luiz Gonzaga, ali no Centro Cultural de Santo Amaro?


segunda-feira, 7 de outubro de 2019

HÁ 70 ANOS O REI DO BAIÃO CRIAVA O FORRÓ




Luiz Gonzaga morreu, mas a sua obra está viva.
O Rei do Baião, como ficou conhecido, deu vida a vários ritmos que hoje integram o cancioneiro popular.
Além do baião, que lançou com o cearense Humberto Teixeira em 1946, Gonzaga e o sei conterrâneo Zé Dantas criaram o forró como ritmo e gênero musical.
O forró foi gravado pela primeira vez no dia 10 de novembro de 1949, há 70 anos portanto. É tempo, pois, de comemorarmos essa ultima criação do pernambucano de Exu Luiz Gonzaga do Nascimento.
Gonzaga é o mais biografado artista da música popular brasileira. Mais de 50 livros já foram escritos a seu respeito. Eu mesmo escrevi e publiquei três: Eu vou contar pra vocês, Dicionário Gonzagueano e Lua Estrela e Baião, a História de um Rei. Fora isso, o artista já foi personagem de mais de 400 folhetos de cordel. Em sua homenagem já foram compostas e gravadas mais de quinhentas músicas.
A partir de quarta 9 estaremos apresentando ao público uma grande exposição sobre a vida e carreira artística do Rei do Baião. Isso, no Centro Cultural de Santo Amaro. Vale a pena dar uma espiada nessa mostra. Para saber mais, acesse os links ai:








domingo, 6 de outubro de 2019

LUIZ GONZAGA: NA ETERNIDADE DOS 30



É impressionante como ainda há brasileiros e brasileiras que não sabem o tamanho do Brasil, novos e de ontem.
O Brasil é do tamanho dos melhores pensamentos, das melhores ideias.
Não há um Brasil fora do Brasil, tão grande quanto este em que vivemos. O Brasil é especial.
Foi no Brasil que nasceu o maior compositor de todas as Américas: Antônio Carlos Gomes (1836-1896).
Amar o Brasil, é amar quem mais a gente ama: pessoas iguais a nós, de todos os sexos.
No campo da cultura popular, o Brasil não tem igual dentre quase 200 nações catalogadas pela Organização das Nações Unidas, ONU.
Eu andei por aí, procurando Luiz Gonzaga em tudo quanto é lugar. E eu achei o Brasil em todo canto.
O Brasil é único, nos seus mais de 8,5 milhões km².
Os capitães idiotas passam, e o Brasil fica.
Tudo isso, até aqui dito, tem uma razão: Luiz Gonzaga (1912-1989).
O brasileiro Luiz Gonzaga do Nascimento corneteiro 122 do Exército brasileiro transformou-se no Rei do Baião, do Xote, do Xaxado, da Marchinha Junina e do Forró.
Luiz Gonzaga e o seu conterrâneo José  Dantas , o Zé Dantas (1921-1962) inventaram o forró. Isso aconteceu, historicamente, no dia 10 de novembro de 1949.
O Forró, como gênero musical, está completando, pois, 70 anos de vida.
No próximo dia 8, estarei junto com o Brasil contando a história do forró no Centro Cultural Santo Amaro. O endereço é este: Av. João Dias, 822, Santo Amaro.
É coisa bonita o que ocorrerá nesse 8 de outubro, a partir das 19h. Lá estaremos com a fabulosíssima Laia, cantora por todos os astros a nós enviada e o menino-mestre Marquinhos Mendonça (do violão, incrível).
Nessa noite de 8 de outubro de 2019 estarão comigo, além de Laya e Marquinhos, o caboco forte das Alagoas Ibys Maceioh.
Isso tudo tem a ver com Luiz Gonzaga: Na Eternidade dos 30.
É muita história.
Ou a gente redescobre o Brasil e o ama ou estaremos perdidos.

Atenção: A visitação pública a essa exposição ocorrerá a partir de quarta feira 9, até o dia 7 de novembro.

https://soundcloud.com/user-779693455/radio-usp-programa-vira-e-mexe-assis-angelo-5-10-2019

https://tvuol.uol.com.br/video/bem-da-terra-homenagem-aos-30-anos-de-morte-de-luiz-gonzaga-04024E19316CC0B96326


segunda-feira, 30 de setembro de 2019

SETEMBRO MÊS DOS REIS CHICO MANÉ...







No dia, mês e ano em que o cantor Francisco de Morais Alves, o Chico Alves, também conhecido como o Rei da Voz, partia em direção ao céu depois de um a cidade automobilístico na via Dutra, região de Taubaté e Pindamonhangaba, eu desembarcava neste-mundinho-de-meus-Deus-do-céu também, para poucos, conhecido como inferno. E cá estou eu chiando, mas vivo desde a madrugada do dia 27 de setembro de 1952.
Chico Alves morreu aos 54 anos, uma semana e um dia de idade, deixando 983 músicas gravadas em disco de 78 RPM, nos mais diversos ritmos.
Em 1919, Chico gravou em Disco Popular a primeira música (ai ao lado) do seu amplo repertório: O pé de anjo, marcha carnavalesca de Sinhô (José Barbosa da Silva;1888-1930).
Sem dúvida, Chico é uma lenda. Até porque diziam ser ele um grande “comprositor”. Mas essa é outra história.
Chico partiu para a Eternidade no dia em que também nascia Manuel Pereira de Araújo (ai comigo, na foto), pernambucano da cidade de Cabo de Santo Agostinho e que o tempo o transformaria no Rei da Embolada. Mané nasceu no ano de 1910 e foi-se dia 23 de maio de 1993, deixando aqui a gente chorando por ele. Para amenizar a dor eu chamei uma semana depois Teo Azevedo, Rolando Boldrin e outros amigos para um canto de roda naquela igrejinha que há ali por perto da rua Frei Caneca, bairro paulistano de Cerqueira Cesar.
Mané começou a gravar discos em 1933. Ele era admirador quase fanático de Minona Carneiro (1902-1936). Minona era um embolador arretado!
Quem descobriu Manezinho para a música foi o violonista Josué de Barros (1888-1959), também descobridor da portuguesinha Carmem Miranda (1909-1955).
Eu guardo com muito carinho, na memória, a imagem e a voz do Rei da Embolada. Eu costumava frequentar a sua casa na rua Augusta, cá em Sampa. Muitas vezes o querido colega de profissão e amigo Audálio Dantas (1929-2018) ia comigo abraçar o Mané. Quanta história!


67 ANOS, UMA ETERNIDADE...

Até aqui, pelas minhas contas, eu já vivi 804 meses, 3500 semanas, 25 mil dias e pelo menos 580 mil horas. É tempo, não é? Pra comemorar esse tempo, a minha filha Ana e a santa Ivone resolveram chamar amigos para eu comer e beber com eles. Foi sábado, 28. Tem um registro ai, que abre este texto. 
Agradeço a Deus por ter me dado pessoas tão queridas como essas que ai estão, na foto. 

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

A TRAGÉDIA BRASILEIRA EM REVISTA



Para lembrar:

Comédias e tragédias da política nacional se acham registradas em fotos e charges desde o Império. O pioneiro do traço satírico Angelo Agostini (1843-1910) deitou e rolou fazendo graça e irritando os poderosos do seu tempo.
No final de 1897, o presidente civil Prudente de Morais (1841-1902) foi atacado por um soldado do Exército, que errou o alvo e matou o Marechal Carlos Machado Bittecourt, ministro da Guerra.
Esses dois casos ganharam grande repercussão na imprensa, como repercussão também ganhou o assassinato do super senador gaúcho Pinheiro Machado, que segundo os observadores da época era quem mandava no presidente Hermes da Fonseca (1855-1923). Machado foi apunhalado pelas costas por um padeiro no hall do chiquérrimo Hotel dos Estrangeiros, no Rio.
Tivemos muitas revistas semanais de crônica e crítica à política, importantíssimas.
O Malho, surgida em 1902 e finda em 1954, deixou nas suas páginas um legado incrível sobre o comportamento e vida dos bambambans que mandavas e desmandavam no Congresso, como ainda hoje.
Em 1929, o deputado federal Idelfonso Simões Lopes (1866-1943) matou com dois tiros o seu colega de Câmara, Souza Filho.
Em 1928, surge no Rio de Janeiro a revista de maior tiragem da época: O Cruzeiro, que também deixou um material de extrema importância para o estudo da História. Essa revista durou 47 anos ininterruptos. A Manchete, outra revista também importante, surgiu em 1952 e ficou nas bancas durante 48 anos.
Em 1954, depois de duramente atacado por Carlos Lacerda, o presidente Getúlio Vargas decidiu encerrar seus dias com um tiro no próprio peito. A consternação foi geral.
Em 1963 o senador Arnon de Melo (1911-1983), pai do ex-presidente Fernando Collor, sacou o revólver e disparou vários tiros contra um desafeto. Isso no Senado. Os tiros atingiram o suplente de senador José Kairala, do Acre, que morreu na hora.
A revista semanal de maior duração é, hoje, Veja (11 de setembro de 1968).
Curiosidade: o assassino do Marechal Carlos Machado Bittencurt tinha Bispo no nome (Marcelino Bispo de Melo), como o cara (Adelíno Bispo de Oliveira) que partiu armado de faca pra matar o candidato militar reformado Jair Bolsonaro.
No acervo do Instituto Memória Brasil, IMB, há centenas de títulos de revistas brasileiras, incluindo Fon-Fon, Cena Muda, Vida doméstica etc.

PROVOCAÇÕES


José Hamilton Ribeiro, jornalista dos bons, estará amanhã 24 no programa Provocações, apresentado pelo provocador Marcelo Tas. Esse Zé tem muito o que dizer. E ele vai dizer muita coisa ao Tas ali pelos começos das 22h. Fiquem ligados. O Tas que se cuide, pois o Zé é bom de papo.


PROGRAMA PAIAIÁ

O jornalista e biógrafo de Geraldo Vandré, Vitor Nuzzi participou nesse fim de semana do programa Paiaiá, apresentado pelo craque baiano Carlos Silvio. Foi uma conversa muito gostosa. Confiram:



sexta-feira, 20 de setembro de 2019

O SEPARATISMO NO BRASIL



O dia 20 de Setembro marca o início da mais duradoura revolução brasileira. Foi no Rio Grande do Sul, notadamente em Porto Alegre e Santa Catarina, que a coisa eclodiu. Duas centenas de homens armados declararam guerra contra o Império. Queriam a separação do Rio Grande, sua independência. Tudo começou quando o imperador passou a cobrar altos impostos dos produtores gaúchos, privilegiando os produtores argentinos e uruguaios. Mas o que isso tem a ver com música brasileira?
No começo do século passado, surgiu no Rio Grande a 2a. mais importante fábrica de discos do País: A Elétrica.
No correr do tempo, os gaúchos registraram parte de sua história musical nos discos de A Elétrica, através do selo Gaúcho. Mas foi na já extinta gravadora Continental que os artistas do Rio Grande encontraram guarida para dar prosseguimento a sua história musical.
São do Rio Grande do Sul o conjunto Farroupilha, surgido em 1948 e extinto no início dos anos de 1970. Fez história.  E fizeram história também muitos outros grupos musicais. É dessa região também Paixão Côrtes, Teixeirinha (Coração de Luto), Gildo de Freitas, Gaúcho da Fronteira e tantos e tantos mais.
A revolução Farroupilha também chamada de Guerra dos Farrapos  começou em 1835 e terminou em  Março de 1845. Dez anos, portanto. Morreram 3.400 pessoas, mais ou menos.
Foram muitos os movimentos separatistas no Brasil. Muitos desses movimentos continuam em Brasília, São Paulo, Rio Grande do Sul e até na Paraíba.Voltarei ao assunto. Ah! ia-me esquecendo: a expressão Farroupilha surgiu no Rio de Janeiro, nos anos 20 do século 19.


No acervo do Instituto Memória Brasil, IMB, se acha uma grande quantidade de discos registrando a musicalidade da terra de Bento Gonçalves, que nasceu no dia 23 de Setembro de 1788  e morreu, como herói, em 18 de julho de 1847. Ele foi presidente da República Farroupilha. Essa República contou com brasão, hino e bandeira. A bandeira do RGS tem as cores verde, vermelha e amarela representando, respectivamente, as florestas, as revoluções e as riquezas minerais. Além disso, exibe a data: 20 de setembro de 1835.

SEMANA FARROUPILHA

Terminou hoje a Semana Farroupilha, que existe desde o início da segunda metade dos anos de 1940. A semana conta, tradicionalmente, com uma ampla programação e lembra os grandes personagens da Revolução. Detalhe: o personagem de destaque dessa semana foi o folclorista Paixão Côrtes (1927-2018). Côrtes deixou muitos livros sobre a cultura do RGS. Foi ele um dos criadores do CTGs. De sua autoria, deixou o hino do Rio Grande do Sul. Há uns sete anos eu o entrevistei para um programa de rádio em São Paulo. Ouça:








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