Seguir o blog

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

TERÇA GORDA DE CARNAVAL

Há muito tempo não ouço a expressão "terça-feira gorda". Essa terça-feira que chamávamos de gorda talvez não exista mais, pelo menos no tocante à expressão.
Eu era menino quando ouvia minha avó falar dessa expressão: "Meu netinho, vamos comer que hoje é terça-feira gorda!".
Essa terça antecede a Quarta de Cinzas, início da Quaresma de 40 dias que finda na Páscoa.
Pois bem, a terça é o único dia de Carnaval marcado no calendário católico. E não é feriado no calendário festivo do País. Muita gente pensa que é, mas não é.
Esta terça-feira de hoje será marcada historicamente pela pandemia que ora assusta o mundo. Assusta e mata.
O vírus do novo Corona já pegou, só no Brasil, 10 milhões de pessoas.
Triste, muito triste é essa terça-feira que vivemos.
Dizer mais o quê?
Os brasileiros precisam reagir contra a desgraça que o Brasil ora vive, a partir do governo que se aboletou no Planalto.
Está tudo errado, presidente e seu governo.
Amanhã 17 é Quarta de Cinzas.
Cinzas que vivemos já a pouco mais de 2 anos. Triste.

VIVA O BRASIL, BRASILEIROS!

Claro que gostaríamos de saber o que se passa na cabeça do homem mais representativo do Brasil, politicamente falando.
Claro que gostaríamos de saber o que sente o homem mais representativo do Brasil quando o povo o classifica de tirano, canalha...
Claro que gostaríamos de saber o que pensa o mais importante figurão da República quando sabe que o povo o detesta.
Claro que gostaríamos de saber tanta coisa que não sabemos, especialmente de alguém que foi eleito equivocadamente para governar um país.
Claro que gostaríamos...

DESFALQUE NO GRUPO DEMÔNIOS DA GAROA

Estou triste. O motivo é a morte repentina do músico Izael Caldeira, que durante mais de 20 anos integrou o grupo musical Demônios da Garoa.
O Demônios da Garoa é um dos grupos musicais mais antigos do mundo. Tem mais de 70 anos de atividade.
Sobre esse grupo escrevi o livro Pascalingundum, Os Eternos Demônios da Garoa, capa acima.
Quando esse grupo completou 50 anos de atividade, ou quase, fui convidado pela direção da extinta gravadora Warner/Continental a escrever a contracapa. Leia:
https://assisangelo.blogspot.com/2009/06/pascalingundum.html
Numa noite qualquer de um ano que já não me lembro, o grupo participou de um programa que eu apresentava na AlTV. Ficou registro. Confira.
Ah, sim, Izael foi mais uma vítima da Covid-19. Ele partiu, mas deixou uma multidão de fãs e amigos. 



BOLSONARO QUER POR FOGO NO BRASIL

Triste é o país que tem um presidente parecido com o que o Brasil tem.
Nunca, em tempo algum, o Brasil teve um presidente tão mixuruca e espiritualmente violento como Bolsonaro.
Nem Floriano Peixoto, nem Hermes da Fonseca, nem Epitácio Pessoa, nem Getúlio Vargas, nem Médici e Figueiredo juntos foram tão antidemocráticos quanto o atual presidente da República Federativa do Brasil. 
Desde que assumiu a cadeira de presidente, Bolsonaro tem se mexido para assumir o cargo vazio de ditador. 
O sonho desse lamentável paulista é fechar a Imprensa, incluindo, principalmente, a Folha, o Estadão e a Globo, que considera seus inimigos particulares, pessoais.
Há menos de 24 horas, Bolsonaro ocupou as redes sociais pra disparar contra o Facebook e a Imprensa. Textualmente disse: "O certo é tirar de circulação, não vou fazer isso porque eu sou um democrata, Globo, Folha de S. Paulo, Estadão, Antagonista… que são fábricas de fake news. Agora, deixa o povo se libertar. Logicamente que, se alguém extrapolar em alguma coisa, tem a Justiça para recorrer”.
O atual presidente da República está extrapolando todos os níveis razoáveis do bom viver em uma sociedade democrática. 


Da imprensa ele não gosta
Da justiça também não
O bicho é invocado
Só gosta de confusão
Anda com fogo no bolso
E gasolina na mão

O que vai fazer com isso
Tacar fogo na Nação
Dizer que é bicho macho
Como macho Lampião
Que na hora derradeira
Levou chumbo no Sertão?

O Capitão é muito louco
Esse bicho é anormal
Se pudesse fecharia
O Supremo Tribunal
Mas isso ele não pode
Nem se fosse General

Jornalistas levam pau
De graça do presidente
Que adora bater forte
No lombo de sua gente
Que a Deus pede rezando
Um futuro diferente

Esse cara fala mal
Todo dia do seu povo
Caia chuva, faça sol
Ele grita que nem corvo
Alisando aquela cobra
Que tranquila choca ovo...

Trecho do cordel Serpente Quer Por Ovo no Coração do Brasil

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

CAUBY COMEÇOU NUM CARNAVAL

Muita gente boa nasceu num dos dois meses de Carnaval.
O Carnaval cai em fevereiro ou março, pois é uma festa móvel que depende da Páscoa.
Este ano, por exemplo, o Carnaval caiu num fevereiro de pandemia braba. Ai, ai. 
O cantor niteroiense Cauby Peixoto nasceu no dia 10 de fevereiro de 1931. Embora tranquilo de comportamento, não teve tempo para comemorar seu 90° aniversário, pois morreu em maio de 2016. 
Eu acompanhei algum de seus espetáculos na sala São Paulo e no Bar Brahma. A última vez que o vi foi num restaurante onde eu jantava, no Cambuci. Ele chegou, nos cumprimentamos e ponto. 
Cauby era de uma família de músicos, a parte do pai. 
Em 1949, levou a voz aos microfones da rádio Tupi como calouro. Gostou.
Dois anos depois de experimentar os microfones foi levado por amigos à uma gravadora e logo estreou com duas músicas num disco de 78 RPM: Saia Branca e Ai que Carestia, respectivamente de Geraldo Medeiros; Victor Simon/Liz Monteiro.
No decorrer da carreira Cauby Peixoto gravou muitas músicas nos mais diversos estilos, de samba à toada etc. 
Gravou também e várias línguas, em inglês, inclusive. 
Chegou até a viver nos EUA, por algum tempo. Lá gravou dois discos de 78 RPM sobre o pseudônimo de Ron Coby. Aventuras à parte, foi com o samba canção Conceição, de Dunga e Jair Amorim, que alcançou a glória. 
A letra da marcha Ai que Carestia é atualíssima, confira.
Detalhe: essa música foi lançada em fevereiro de 1951.


ACOMPANHEM-ME NO INSTAGRAM: 

assisangelo_imb

domingo, 14 de fevereiro de 2021

HOJE É DIA DE AUGUSTO DE CAMPOS. PARABÉNS!

O amigo radialista Carlos Sílvio telefona pra dizer que não tem o que fazer. E por não ter o que fazer está atualizando leituras. Um dos livros cuja leitura está concluindo é Balanço da Bossa e Outras Bossas, do poeta Augusto de Campos. Rápido como um raio pergunta: você conhece esse poeta?

Bom, vamos falar sobre o poeta contextualizando sua história.

Muita gente boa nasceu e nascerá em fevereiro de Carnaval. O santista José Ramos Tinhorão nasceu no dia sete de fevereiro de 1928.

O paulistano Augusto de Campos nasceu no dia 14 de fevereiro de 1931.


Augusto, irmão de Haroldo (1929-2003), é um intelectual de respeito. Poliglota, o escambau. 

Tinhas uns vinte anos quando foi às livrarias o seu primeiro livro, de poesia. 

Aparentemente Augusto de Campos é um poeta normal, com traços de fina ironia. Nesse ponto, faz par com Tinhorão.

Tinhorão e Campos têm textos primorosos. Só que Tinhorão sempre acreditou ser possível ter o Brasil uma identidade cultural própria, pura sem estigmas. 

Ainda muito cedo, começos dos anos de 1950, Campos juntou-se ao irmão Haroldo e a Décio Pignatari(1927-2012). Os três mexeram profundamente na estrutura da poesia tradicional brasileira. 

Enquanto Tinhorão fazia-se presente no País através do textos brilhantes que publicava no Jornal do Brasil, os três os poetas detonavam a poesia como tal conhecemos e inventavam o Concreto, a poesia concreta.

Quem faz poemas concretos é poeta concretistas.

A poesia movimentou-se nas águas do Naturalismo, do Realismo, do Romantismo, do Simbolismo e do Parnasianismo.

Aloísio de Azevedo foi Naturalista. Esse movimento começou ali pela metade do século 19. 

Castro Alves foi um representante fortíssimo do Romantismo como fortíssimo fora no Simbolismo Alphonsus de Guimarães (1870-1921)e o paraibano Augusto do Anjos(1884-1914).

Olavo Bilac, que além de poeta foi jornalista, representou muito bem o Parnasianismo.

Pra quebrar a monotonia dos versos presos por rimas, os Campos e Pignatari chutaram o pau da barraca que resultou no Concretismo.

Para os tradicionalistas, foi um Deus nos acuda.

Um dos primeiros seguidores desse movimento, o paulista de Cajobi, Mário Chamie(1933-2011), achou esse movimento chato. E também chutou o pau da barraca. Resultado: Praxis.

O movimento Praxis foi inventado pra demolir com toda energia possível, o Concretismo. 

O primeiro livro que marcou esse movimento foi Lavra Lavra, de 1962. 

Chamie, que chegou a gravar um CD declamando seus poemas(CPC Umes) morreu emburrado com os poetas concretistas, especialmente Augusto.

E Tinhorão, hein?


Os concretistas continuaram achando o contrário do que sempre achou Tinhorão, em termos culturais.

Para os Concretistas a Bossa Nova, a Jovem Guarda e o Tropicalismo são a essência da essência do nosso Patropi, mesmo sem a pureza perseguida por Tinhorão.

Augusto de Campos acha João Gilberto(1931-2019) um gênio da raça, por exemplo.

O livro Balanço da Bossa e Outras Bossas(Ed. Perspectiva, 1978) trás nas suas trezentas e tantas páginas uma geral sobre o que representou a Bossa Nova no Brasil e no Exterior. Além disso, o autor não se omite de expor seu pensamento sobre o Tropicalismo e dos festivais de música popular. 

É um livro bom, sem dúvida. E ainda legível, principalmente pra quem não viveu os movimentos musicais a parti da Bossa Nova.

Sílvio conta que os livros de Tinhorão são livros necessários à compreensão do Brasil desde o  achamento pelos portugueses e outros povos que pisaram o nosso solo."Não li tudo do Tinhorão, mas eu acho esse cara fundamental pra todos nós", ressalta o radialista.

O poeta Augusto Luís Browne de Campos está completando hoje 90 anos de idade. 

Ao poeta, meu respeito e admiração. 



sábado, 13 de fevereiro de 2021

CARNAVAL DA PANDEMIA

 Oficialmente, as ruas e avenidas de São Paulo e Rio de Janeiro estão em silêncio. Motivo: a Pandemia provocada pelo Novo Coronavírus.

Apesar disso, os brasileiros que gostam de sambas de enredo não vão dormir cedo. Motivo: a TV Globo vai retirar dos seus arquivos pérolas de antigos carnavais do Rio e São Paulo.

Ao todo, serão 28 enredos escolhidos a dedo pelas ligas das escolas de samba e RJ e SP.

Caso queiram, os mais apressados podem acompanhar aqui alguns dos sambas que irão ao ar hoje 13 e amanhã 14 na telinha da plin, plin:

Liberdade ! Liberdade! Abre as asas sobre nós

https://www.youtube.com/watch?v=vtItwpeTqmk

Salgueiro: Peguei um Ita no norte





HISTÓRIA

Se o amigo e a amiga clicarem aqui, saberão como e quando começaram a ser feitos os sambas de enredo:

http://assisangelo.blogspot.com/2014/02/o-fim-dos-sambas-de-enredo.html

A RAINHA DO BAIÃO ERA DE SAMBA ENREDO

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwyC9M2XHMdZf2461kA2bh9JnYAMoi2lmNk6i6dbXJTU3WegY_FuF_4rU0MbeeWT0ig1O-RXSKLWLQu-58l2xei7ltDjmMErkWaHnpqYS0tvc9PytoSFHzsfi6l1MLiC7lZUPV1DcKFS8/s1600/car.png
Assis junto com Marinês (rainha do xaxado), Carmélia (rainha do baião)
e Anastácia (rainha do forró), foto feita num estúdio da Rádio Capital

É certo, certíssimo, que pouquíssimas pessoas sabem que Carmélia Alves, a Rainha do Baião, foi a primeira mulher na história da nossa música a gravar um disco (LP) inteiro com sambas de enredo. Pois é.
Isso aconteceu em 1969 e o seu parceiro de empreitada foi um cabra incrível nascido em São Paulo chamado Geraldo Filme (1927-95).
Era paulistano, descendente de escravos. Gente fina, bonita, respeitosa, um cidadão do tamanho de Deus. Amigo e parceiro de Osvaldinho da Cuíca. Dele é, por exemplo, o samba Silêncio no Bixiga. Ouça: SILÊNCIO NO BIXIGA
Em 1969, Geraldo e Carmélia se juntaram pra gravar sambas de enredo. Coisas bonitas, que tratam da nossa história.
A voz de Carmélia tinha a beleza do rufar dos tambores de África, embora fosse ela de pele branca. Era grandona, que nem a nossa Aparecida.
O amor não é cor. Melhor: o amor tem, traz e mostra todas as cores da vida, da natureza.
O disco Sambas Enredo das Escolas de Samba de São Paulo é uma pérola. Clique: 

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

MESTRES DE FEVEREIRO: MARTINHO DA VILA, OSVALDINHO DA CUÍCA...

Meu amigo, minha amiga, você já ouviu falar de Américo Jacomino?
Martinho, Osvaldinho e Dominguinhos.
Dos três, José Domingos de Moraes é o mais novo. Já está no céu tocando sanfona pra Deus e seu filho Cristo e todo mundo que gosta de alegria e ama. Deixou uma obra incrível, iniciada em 1964 com a gravação do LP Fim de Festa (Cantagalo; Direção de Pedro Sertanejo).
Martinho José Ferreira, da Vila, é o mais velho, nascido em 1938.
Osvaldo Barro, o Osvaldinho da Cuíca, nascido em 1940, acaba de trocar a Capital paulista por Atibaia, SP, lugar onde viveram seus últimos dias Noite Ilustrada (Mário de Souza Marques Filho; 1928-2003) e Sílvio Caldas (1908-1998). Começou a gravar discos pela extinta Marcus Pereira, nos anos 70.
Osvaldinho tem uma obra fenomenal e fundamental para que o Brasil seja melhor visto através da música, naturalmente.
No decorrer de todos os anos que até aqui tem vivido, Osvaldinho acompanhou Adoniram Barbosa, Nelson Gonçalves, Ângela Maria, Ismael Silva, Nelson Cavaquinho, Cartola, Zé Keti, Nelson Sargento, Elton Medeiros, Clementina de Jesus, Beth Carvalho, Toquinho e Vinícius de Moraes, Paulinho da Viola, Martinho da Vila…
A história de Osvaldinho da Cuíca, como a história de Martinho da Vila e Dominguinhos, não cabe neste espaço. É grande demais.
Os três artistas aqui lembrados nasceram no mesmo dia e mês: 12 de fevereiro.
Um testemunho: vivi de perto com Dominguinhos (1941-2013), que chegou a prefaciar um livro meu (Eu Vou Contar pra Vocês; Ed. Ícone, 1990) e a gravar uma música que fiz em parceria com Gereba, Hino ao Céu. Ouça: 

Pra Osvaldinho compus Batuque pra Cuíca, este:

Em São Paulo tem batuque
Digo e provo, sim senhor!
E muita gente bonita,
Demonstrando seu valor

Osvaldinho da Cuíca
Do pandeiro e do tambor
É um grande ritmista
Do batuque, professor!

Mas pra ele tanto faz
O pandeiro ou o tambor
Importante no batuque
É o que vem da sua cor

O batuque vem de longe
Vem da alma, vem da dor
Vem dos olhos, vem das mãos
E dos pés do dançador

Todo mundo bate palmas
Pra quem é batucador
Quem batuca também dança
Ao som livre do tambor

Osvaldinho da Cuíca
Também é batucador
Ele toca ele encanta
Abraçado a bom tambor

Osvaldinho da Cuíca
Do batuque é professor…

Sobre Martinho e Dominguinhos, mais Osvaldinho, já escrevi tanta coisa e temendo repetir, sugiro que vocês acessem os links: OSVALDINHO DA CUÍCA, 80JOSÉ DOMINGOS DE MORAES, 70. VIVA!O HISTÓRICO DIA DO FICO
Martinho da Vila vocês vão encontrar no programa São Paulo Capital Nordeste. Aqui: SÃO PAULO CAPITAL NORDESTE, parte 4
Ia-me esquecendo: Américo Jacomino foi um violonista nascido em São Paulo no dia 12 de fevereiro de 1889. Era canhoto. E por ser canhoto ganhou o apelido “Canhoto”. Gravou o primeiro disco em 1912. O tempo foi correndo e ele encantando quem o ouvia. Morreu em 1928. A sua obra é fabulosa. Dela consta
Abismo de Rosas. Ouça: ABISMO DE ROSAS, por Canhoto

CARMÉLIA DE BAIÃO TAMBÉM ERA DO FREVO

Você já ouviu falar de Carmélia Alves?
Carmélia Alves era uma mulher arretada, filha de cearense com carioca. Cheia de graça. Risonha o tempo todo. Cativante.
Muita gente pensa que Carmélia era nordestina. Pois é, não era não.
Carmélia nasceu em 1923, no Rio de Janeiro.
Era uma grande intérprete, composição não era com ela. Mas ela sabia distinguir o bom do não bom. E foi assim que ela conheceu Luiz Gonzaga e suas músicas e seus parceiros, como Zé Dantas e Humberto Teixeira.
Virou Rainha do Baião, com coroa e tudo posta na sua cabeça pelo, rei Luiz Gonzaga.
Carmélia foi minha amiga. Ela vinha a minha casa e eu à casa dela, em Teresópolis, RJ.
Carmélia Alves começou a carreira imitando Carmen Miranda (1909-1955).
O primeiro disco de Carmélia, um 78RPM, foi gravado de modo independente na RCA. Final dos 40. Nelson Gonçalves e outros bambas participaram do coro.
De voz possante, ela gravou de um tudo. Até música de Carnaval. Ouça:


FOME COM VONTADE DE COMER. EITA!

Sarcástica, com sorriso no canto da boca, Anninha da Hora pergunta sobre a possibilidade de Bolsonaro se reeleger nas próximas eleições. Hummm dois mil e vinte e dois está ai, batendo à porta. 
Nesta semana que termina, muitas incógnitas surgiram no mundo político. De repentemente. 
Começou com o imbróglio na Câmara e no Senado que resultou no quebra pau entre ACM Neto e Rodrigo Maia.
Maia é, até o momento, do DEM. 
ACM Neto é o presidente do DEM, ex-prefeito de Salvador e herdeiro político de Antônio Carlos Magalhães, o Toninho Malvadeza. Uma raposa.
Esse quebra pau acabou ressoando no MDB e no PSDB. 
O MDB abandonou a candidatura da senadora Simone Tebet à presidência do Senado para apoiar de corpo inteiro o candidato de Bolsonaro, Rodrigo Pacheco (DEM). 
Na Câmara, quase todos os partidos de esquerda, centro e centro-esquerda apoiaram o candidato de Bolsonaro, Arthur Lira.
E o causo não parou ai, pois o governador psdebista João Doria enfureceu-se. Ora pois, como pode, hein, hein?
E foi fundo: gritou pela expulsão do deputado Aécio Neves, que desde que foi pego com a mão na cumbuca anda escondido na moita. 
E a coisa não parou ai.
Fulo da vida com ACM Neto, Rodrigo Maia ameaçou deixar o DEM. Dito isso, rapidamente Dória chamou Maia pra engrossar as fileiras do seu partido. Detalhe: o convite a Maia caberia fazer o presidente do PSDB, Bruno Araújo.
Dória é candidato declarado à sucessão de Bolsonaro. Daí o rolo.
Cuidemo-nos.
E o pau continua a cantar na ribalta política. 
E quem ganha com isso? Claro, Bolsonaro. 
Se os partidos de esquerda não se juntarem, Bolsonaro papará as próximas eleições. 
Ah sim: puta velha, Lula mandou Haddad botar o bloco na rua. Ai, ai, ai...
Comentário da Anninha: "Poxa, eu não tinha pensado nisso". 
E ainda tem a pandemia da Covid-19 que exige do governo federal que se dê o mínimo de grana (auxílio emergêncial) para o pobre viver: é a fome com vontade de comer. 

É CARNAVAL. E AS MARCHINHAS?

A primeira marchinha de carnaval foi composta em 1899 pela carioca Chiquinha Gonzaga (1847 - 1935), você sabia disso? Leia: https://assisangelo.blogspot.com/2010/02/chiquinha-gonzaga-em-revista-no-sesc_6665.html
Chiquinha esteve muitos anos a frente do seu tempo. Muitos carnavais se passaram desde que ela compôs Ó Abre Alas. 
A marchinha de Chiquinha pode ser classificada como marcha rancho. 
A última grande marcha rancho foi máscara Negra, de Zé Keti. 
Antes de Zé Keti, inúmeros compositores se aventuraram nesse gênero. Um deles foi José Roberto Kelli, que emplacou na história do carnaval Cabeleira do Zezé (abaixo). 
Os carnavais marcaram a vida de muita gente boa no Brasil. Sem saudosismo, é possível dizer que nos tempos de ontem as letras das marchinhas tinham um sabor mais gostoso do que as "marchas" improvisadas. Aliás, já não há mais espaço para marchinhas. Pena. 


HISTÓRIA DA CABELEIRA

Conta-se que o autor de Cabeleira do Zezé estava de olho na namorada de um cara que ele bebericava à mesa de um bar. O cara era, digamos, pra frentex. Cabeludo e tal. Cheio de graça. E o compositor na dele... Olha a cabeleira do Zezé... Enquanto ele improvisava a letra que se tornaria sucesso nos fins do 60, a namoradinha do cara pra frentex caia na risada. O final dessa história eu não sei, a não ser que a marchinha virou um tremendo sucesso. 

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

HISTÓRIA VIVA, MEMÓRIA MORTA. PAÍS SEM MEMÓRIA

Não é de hoje que se ouve a expressão "somos um país sem memória".
Somos um país sem memória porque somos um país com grande número de analfabetos.
Os números indicam que somos um país com 12% de analfabetos totais e 30 não sei quanto porcento de analfabetos funcionais.
No quesito história, somos praticamente zero.
É como não nos interessássemos pela vida que vivemos e pela vida do nosso País.
Em andamento no STF, mas já com maioria alcançada, o Brasil não terá juridicamente direito ao esquecimento.
Esse é um assunto importantíssimo, pois tem a ver com censura e impedimento do trabalho do jornalista. Se isso passa, estaríamos historicamente todos fritos.
Fatos são fatos.
Fatos contam histórias e a história do Brasil não pode nunca ser esquecida, jamais apagada.
Apesar dos pesares fato algum pode ser levado ao esquecimento. Se assim fosse, nada saberíamos da presença dos invasores estrangeiros no território brasileiro, as revoltas populares, a escravidão e por aí vai.
A conclusão a que chegou a maioria dos ministros do STF deveu-se a um processo provocado por uma família do Rio de Janeiro que teve um dos seus integrantes morto violentamente. No caso, uma jovem de 25 anos chamada Aída Cury. Esse caso aconteceu em 1958 e foi amplamente noticiado pela Imprensa da época.

FOLCLORE DA CACHAÇA



O filólogo Antonio Houaiss, autor do dicionário de língua portuguesa que traz o seu nome, era chegado às curiosidades, mistérios e prazeres do álcool. Era fino. Bebia com finesse. 
Houaiss, que também era um craque da gastronomia, chegou a escrever livros a respeito. 
Outro bom cidadão chegado às curiosidade que marcaram Houaiss foi o potiguar Luís da Câmara Cascudo.
Cascudo deixou um livro de leitura obrigatória sobre o tema: Prelúdio da Cachaça (1968). 
Conheci de perto Cascudo e também um de seus seguidores, Mário Souto Maior. 
Maior deixou publicados uns 50 livros, entre os quais o Dicionário Folclórico da Cachaça (1980). 
É enorme o leque de curiosidades entorno da cachaça ou cana, como fala o homem do povo. 
Tem piadas, causos, músicas e tudo mais. E personagens no teatro, na TV, no cinema, em todo o canto. 
Você lembra daquele personagem do Chico Anísio, o João Cana Brava? Estava sempre de porre. 
E do caso do cara que chega a delegacia, sem saber porque lá estava?
Diz que o delegado perguntou ao cidadão por que ele estava ali, se ele se envolvera em algum crime ou confusão de rua. Depois de arrotar uma arroto cana brava, disse o cidadão: 
- Dotô, eu num sei não. 
- Como não sabe?
- Eu estava na rua, um monte de gente de lado, quando a polícia chegou gritando: cana pra todo mundo!
E tem essa também:
Dois bêbados estão na rua praticamente abraçados, cai aqui cai acolá. De repente um dele se abaixa para pegar uma nota de 50 reais que estava dando sopa, perdida. Aí diz o sortudo, ao colega: 
- 50 paus! Vamos comprar 45 de cachaça e 50 de pão. 
- Você é louco? Porque tudo isso de pão?






quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

A CACHAÇA NA MÚSICA POPULAR


O amigo Vito Antico diz que a bebida mais consumida no Brasil não é a cachaça, é a cerveja. 
O Vito não bebe, mas sabe os segredos que rondam o álcool. 
Mas a cachaça, ainda segundo ele, "é consumida cinco vezes mais do que o Whisky". No Brasil.
Ufa! E eu, coitado de mim, que pensei ser a agua a bebida mais consumida.
Eu estava no século passado quando ouvi no rádio uma mulher cantando um verso que me chamou atenção: "Não confie em ninguém com mais de 30 anos/ Não confie em ninguém com mais de 30 cruzeiros". 
É o caso de dizer: não confio em ninguém que não tome uma, ou duas...
Tomei umas e boas com Nelson Cavaquinho, Nelson Gonçalves, Zé Keti, Chico Anísio, Teo Azevedo, Luiz Wilson, Cadu (Gato com Fome), Luiz Gonzaga (foto acima) Waldick Soriano, Antonio Carlos e Jocafi, Fagner, Inezita Barroso, Adoniram, João Nogueira, Nelson Cavaquinho, Arthur Lil Reis, Vital Farias e outros mais. Eita!
Paulo Vanzolini, verdade seja dita: não tomava cachaça, mas o tanto que tomava de cerveja, nem uma esponja seria capaz de fazer o mesmo.
A cachaça, diz a história, surgiu no Brasil através do trabalho escravo. Leia: https://assisangelo.blogspot.com/2017/02/historias-de-cachaca-e-cachaceiros.html
O tempo me deu vários amigos e colegas de profissão que nunca rejeitavam ou rejeitam uma boa branquinha ou amarelinha, da Paraíba, Pernambuco e de Minas. 
A cachaça é atendida por centena e meia de nomes, entre os quais malunga, jabiraca, xaropada, zombeteira, quebra-goela, mé, maçaranduba.
Muito cabra bom sucumbiu perante a força da cana. O compositor Ary barroso foi um deles. O escritor Lima Barreto, outro. 
Cachaça mal tomada não faz bem, como não faz bem tomar demais e apressadamente a agua nossa de todo dia.
Não é heresia dizer que até Jesus era chegado a um alcoolzinho na língua. Não foi a toa que ele um dia transformou um ou dois tonéis de água, em vinho. Não é mesmo?
O álcool em boas doses, em doses contidas, faz-nos relaxar. 


E MAIS: 

https://www.youtube.com/watch?v=XUOgpSlMH7w&list=RDXUOgpSlMH7w&start_radio=1&t=0
https://www.youtube.com/watch?v=DU6TwSbxFp4
https://www.youtube.com/watch?v=WmZn96PKfxQ
https://www.youtube.com/watch?v=jcHwEwjCn90
https://www.youtube.com/watch?v=ZxxM261ddhI
https://www.youtube.com/watch?v=BFOO-HFoMSg

ROBERTO PAIVA, 100 ANOS

 Pouca gente sabe, mas o violonista Laurindo de Almeida (1917-95) era sambista e bom letrista.
Em 1938, o cantor Roberto Paiva estreou na Odeon gravando um disco de 78RPM com Último Samba, de autoria de Almeida.
Paiva não alcançou sucesso imediatamente.
O primeiro sucesso dele foi o samba O Trem Atrasou, de Estanislau da Silva, Artur Vilarinho e Paquito, pseudônimo de Francisco da Silva Fárrea Júnior (1915-75).
O Trem Atrasou é um clássico do samba. Conta a história de um operário que perde o trem que o levaria ao trabalho (abaixo). Foi gravado em 1941.
A carreira artística do carioca Roberto Paiva foi coroada de sucessos. A sua discografia é ampla. Ele gravou vários discos de 78RPM, compactos, simples e duplos e LPs.
Eu conheci Paiva, um cara elegantíssimo, numa de suas vindas à Capital paulista. Quem me apresentou a ele foi o sambista paulistano Osvaldinho da Cuíca, que completará depois de amanhã 81 anos de idade.
Simples e desembaraçado, o intérprete de O Trem Atrasou apresentou-se em público até poucos meses antes de morrer no dia 1º de agosto de 2014, aos 93 anos.
Laurindo de Almeida deixou uma enorme discografia construída, basicamente, nos EUA. Curiosidade: num ano qualquer da década de 70, ele gravou Baião, de Luiz Gonzaga, que aparece no disco como parceiro de um cidadão que um dia chamou-se Bud Shank. A isso dá-se o nome de apropriação indébita. É crime previsto em lei.
O nome verdadeiro de Roberto Paiva era Herlim Silveira Neves.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

E DEPOIS DA INTERNET, HEIN?

A televisão chegou ao Brasil em setembro de 1950, pelas mãos do paraibano Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello (1892-1968).
Chatô foi o primeiro grande empresário das comunicações no País.
Era tudo feito ao vivo, não tinha VT.
Quando a televisão chegou até nós o grande questionamento era: o rádio vai acabar.
O tempo mostrou que a TV não acabou com o rádio.
Mas o tempo continuou a passar e as pessoas crendo que a TV iria nos emburrecer.
A TV brasileira é considerada a 5ª melhor do mundo, pela sua grade de programação.
Dizem as pesquisas, que televisão alguma faz a novela que o Brasil faz. Leia-se: Globo.
A TV Globo é um demônio para a direita e para a esquerda, politicamente falando.
O rádio tem, e sempre teve, bons e maus programas. A TV, também.
O rádio não acabou e a TV continuará, como continuarão o jornal, a revista e os livros.
Se o rádio, a TV, os jornais, as revistas e os livros acabarem será porque acabará a curiosidade humana pelo conhecimento.
E a Internet? Tomará conta de tudo?
Certamente isso ocorrerá se morrer a curiosidade humana pelo desconhecido. E aí tudo se banalizará.
A banalização é a morte do conhecimento, do ser que pensa, pensante.
Detalhe: mais do que o rádio, a TV engorda. E a internet, mais ainda.
Torço pela imortalidade do conhecimento.
Na Internet já é possível ouvir rádio e TV, mas a história não parará por aí. Daqui a pouco, nos seres humanos, nós, serão implantados chips. E aí seremos tudo isso, além da Internet.
Quem viver, verá.

VALORES PERDIDOS

Um jovem como eu dizer que o tempo está mudado, é porque está. E está, eu sei porque:
Pela preguiça mental.
Pela falta de leitura.
Pela não vontade de pensar por si próprio.
Pela falta de curiosidade pelo desconhecido.
Aos jovens mais jovens do que eu, falta amor por si próprio e pelo outro.
Aos jovens mais jovens do que eu, falta vontade de saber o que é a vida no sentido mais simples, que é viver com naturalidade. Sem ódio, nem agressão.
A ignorância leva à violência. Sempre foi assim.
O estudo leva ao saber, à reflexão, à sabedoria.
Viver intensamente, não é viver em baladas badaladas.
Viver intensamente é conhecer o espaço em que vivemos, pois conhecendo esse espaço fica mais fácil conhecer o tamanho da vida.
Mais do que uma aventura, a vida é um desafio ao conhecimento.
Dependendo do ponto de vista, a vida é bela.
Graças ao conhecimento, um cego pode ver a vida tão bem quanto alguém que não é cego.
Mas os valores estão mudando de lugar.
Como é que um menino de 12 anos pode ser pai com uma menina de 13?
Estudantes adolescentes batem em seus professores. E isso não é fato isolado, é notícia corrente.
E desse modo, rapidamente, a vida vai perdendo o sentido...
Jovens, jovens mais jovens do que eu: leiam!
A leitura é uma porta que se abre contra a ignorância.

BIRITA MATA, POIS TUDO DE MAIS É MUITO

Você já ouviu falar em Ary Barroso?
Pois bem, Ary era mineiro de Ubá e um dos maiores compositores do Brasil.
É dele a invenção do gênero musical samba exaltação. Exemplo é Aquarela do Brasil, uma obra prima.
Essa música foi lançada em 1939 pelo cantor carioca Chico Alves (1898 - 1952).
Chico entrou para a história da nossa música como o artista que mais gravou músicas: quase um milhar. 
O povo o chamava de Chico Viola e Rei da Voz. 
Ary Barroso compôs sozinho ou em parceria cerca de 270 músicas, muitas das quais viraram clássicos.
O autor de Aquarela do Brasil deixou sua pequena Ubá para ganhar o mundo, fama e dinheiro, a partir do Rio de Janeiro. 
A princípio, estudou para formar-se em Direito. Porém, ao entrar em contato com os boêmios do Rio, virou também boêmio, e logo trocou o direito por direitos autorais, como compositor. 
Ary morreu num dia de carnaval, aos 65 anos de idade. Ele nasceu em 1903, com quantos anos morreu Ary Barroso?
Ary era chegado a birita, que o matou no dia em que a Império Serrano entrava na avenida cantando um samba em sua homenagem. 
Certa vez uma fã perguntou a Ary porque ele nunca fizera uma música em homenagem à cidade onde nasceu. Sarcástico, respondeu: "Fiz, ouça Risque".
Risque foi gravada pela primeira vez em 1952 pela cantora Linda Batista (1919 - 1988).




LEIA MAIS SOBRE ARY BARROSO:
https://assisangelo.blogspot.com/2014/02/ary-barroso-uma-lembranca.html
https://assisangelo.blogspot.com/2018/11/hoje-e-dia-de-ary-barroso.html


segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

CAPETA NÃO TEM LADO BOM

Segundo o dito popular, todo mundo tem um lado bom. Então tá. 
O alagoano Floriano Peixoto, que entrou para a história como o Marechal de Ferro, era ruim que só!
Não fez bem nem a sim próprio. 
Nasceu em abril de 1839 e virou vice presidente da República em fevereiro de 1891. Em novembro do mesmo ano assumiu o cargo de presidente no lugar de Theodoro, que renunciou. E já pelos idos de 1894, deixou o Governo sem transmiti-lo ao sucessor, Prudente de Moraes. Aos 56 anos, morreu em uma fazenda, de morte morrida. E nunca mais se ouviu falar dele. 
Pois é, lado bom que é bom nada. 
E o capeta?
Depois que caiu mole mole nos braços do Centrão, Bolsonaro assinou. Está falando fino que só. E não se espante se ele continuar nessa, pois esse é o seu jeito franco de ser quando cai no canto dos outros. 
O Centrão é um grupo de políticos encapetados, com vistas no mais fácil. 
Os capetas do Centrão já estão se movimentando. 
No Senado, aprovaram uma trolha obrigando a Anvisa a aprovar as maravilhas da vacina Sputnik V, em cinco dias. Eita! 
O presidente da Anvisa, Barra Torres, subiu nos tamancos e agora já ameaça ir ao STF contra a decisão dos capetas.
Sobre esta questão, Bolsonaro aparentemente colocou-se ao lado da Avisa. Cascata. Jogo de cena.
Mas é jogo, não se iludam.
E o presidente da Câmara, hein?
Um ministro do STF veio à tona para dizer que Arthur Lira não pode assumir a presidência da República em momento algum, pois pegaria muito mal, já que o sujeito é réu por corrupção e formação de quadrilha. Que tal hein?
Em termos de violência, o governo do Marechal de Ferro foi imbatível na história da nossa República. 
Conclusão da ópera: não há capeta bom, tampouco bonzinho.

domingo, 7 de fevereiro de 2021

AH! VAI TE CATAR!

 Até eu que sou cego vi que o Palmeiras pisou na bola na cidade da educação, no Katar.

Jogou pouco nos primeiros minutos e quase nada no decorrer do resto do jogo. 

O Palmeiras tentou reverter o ritmo da partida nos acréscimos dados pelo juiz holandês.

O mexicano do brasileiro Tuca Ferreti foi "show de bola", como diria o amigo Carlos Sílvio, que sabe tudo de futebol.

Enquanto o Palmeiras do português Abel Ferreira tentava se achar, os mexicanos aproveitaram a parada deixando o nervosismo de lado e partindo para os finalmente.

Para facilitar o propósito dos mexicanos, Luan palmeirense inventou de agarrar González, que recebera um passe mágico do lateral Rodrigues. Pênalti. 

Desgraceira à vista. E pimba!

O pânalti foi convertido em gols Gignac, aos sete minutos do segundo tempo.

O gol calou fundo os palmeirenses.

Mas poderia ter sido pior, se não fosse a garra do periquito Éverton.

Éverton conseguiu, milagrosamente, desviar três chutes certos a gol.

Pois é, futebol é isso: surpresa.

Bom, a coisa boa disso tudo é que o Palmeiras continua invicto na sua caminhada de preservação de não pôr nas suas prateleiras a taça de mundial de clubes. 

O problema é que tem os piadistas de momentos.

O cantor e compositor Sílvio Caldas, palmeirense "doente", certamente responderia a alguém que lhe perguntasse sobre a derrota sofrida do seu time para os "Tigres" mexicanos: ah!vai te catar(1908-1998).

O Palmeiras já foi Palestra e o Sílvio o cantor.

Ouça:


sábado, 6 de fevereiro de 2021

O AUTO DA COMPADECIDA, UMA OBRA PRIMA

 Ouvir há pouco na TV adaptação para cinema do clássico O Auto da Compadecida, do paraibano de Taperoá Ariano Suassuna (1927-2014).

É uma obra magnífica essa do Ariano,  levada ao palco em três atos em 1956 no teatro Santa Isabel, na Capital pernambucana. Nesse mesmo teatro, a paulistana Inezita Barroso iniciou a carreira profissional pelas mãos do compositor e instrumentista Capiba, mas as essa é outra história.

Escrito originalmente para teatro, o Auto é cheio de graça. Começa com um padre sendo convencido a benzer um cachorro da mulher do padeiro de uma povoação. 

Cenas depois o cachorro morre e deixa um "testamento". 

Nesse testamento é revelado que o cão deixara para o padre e para o bispo uma boa grana. Essa foi a forma que Ariano achou para mostrar corrupção até na igreja.


E por aí segue a história. 

O enredo traçado pelo autor trás em destaque João Grilo e Chicó, personagens oriundos do imaginário português.

Grilo e Chicó são dois miseráveis muito astutos e engraçados, que vivem das mentiras que plantam nas pessoas de posses da região. No caso, Taperoá.

Ao fim e ao cabo, quase todos morrem e vão prestar conta no ceu. A mãe de Cristo, atendendo a um apelo de Grilo aparece de repente e o salva. E assim, João Grilo volta à terra para surpresa do amigo, Chicó.

O filme dirigido por Guel Arraes é muito bom. Foi rodado em 2000 e no ano seguinte faturou um monte de prêmios mundo a fora.

Recomendo a leitura do livro(capa ao lado).

PANDEMIA

A Pandemia provocada pelo novo Coronavírus continua matando gente no mundo inteiro. Já passa de 2 milhões o número de mortos. No Brasil o número já passa dos 230 mil. Hoje foi a vez do cantor manauara Zezinho Corrêa da banda Carrapicho. Zezinho e sua banda alcançaram sucesso nacional e internacional. Um dos seus maiores sucesso foi Tic, tic tac.



sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

POLÍTICA COM "P" MINÚSCULO

Uma antiga cantiga infantil, que eu ouvia desde o meu tempo de menino na minha Paraí-bê-a-bá, dizia da necessidade de os soldado se comportarem a altura da farda: 

Marcha, Solado
Cabeça de Papel 
Se não marchar direito 
Vai preso no quartel...

Assim mesmo, com ameaça velada e tudo mais que o tema abrange.
O ex-militar que galgou o cargo de Presidente da República nas últimas eleições, verdade seja dita, nunca primou pela farda que usou, tanto que foi preso no quartel e tudo mais, até ser reformado como capitão. 
Ex-vereador e ex-deputado pelo Rio de Janeiro, esse ex-militar ganhou as eleições para governar todos os brasileiros. Não fez e nem faz isso, o que faz é preparar terreno para se reeleger no próximo pleito. Contradição. 
Na sua caminhada como candidato à Presidência, ele dizia que se fosse eleito não se recandidataria ao mesmo cargo. Incompetente e grande mentiroso, como se vê.
Tanto fez que atirou-se nos braços do Centrão, com a alma dorida pelo abandono do seu ídolo norte americano, Trump.
Nessa semana que finda, o presidente ganhou, para pagar depois, a fatura que lhe deram os novos presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco. 
Para que isso acontecesse, Rodrigo Maia e ACM Neto quebraram o pau, e aparentemente, estão rompidos até o próximo embate, pelo menos. 
Pelo tom da gaita, o Brasil marcha pra trás.
Isso é política.
Política?

CAMINHONEIROS

Os caminhoneiros estão indóceis. O motivo é o alto custo do diesel na bomba. Esse problema vai sobrar para os governadores, e de tabela, para os contribuintes.



PROCURA-SE TINHORÃO


O jornalista e historiador José Ramos Tinhorão faria, ou fará, 93 anos de idade no dia 7 de fevereiro de 2021. 
Digo “faria” porque não sei por onde ele anda. 
Um dia antes do aniversário de fundação do município de São Paulo, em janeiro de 2019, Tinhorão sofreu um AVC no banheiro do apartamento onde morava, ou mora. 
O dia ainda raiava. 
Depois de ser socorrido às pressas por Maria Rosa, a esposa, Tinhorão perdeu a fala e, provavelmente, noções do mundo que o trouxe até nós. 
Muita gente guarda a imagem de um Tinhorão raivoso, ranzinza, rabugento etc. Nada disso. 
Tinhorão sempre foi um gozador. Mais de uma vez me disse que já cumprira a missão de fazer o que fez. Portanto, já passava da hora de ir-se embora. “Estou aqui só ocupando o lugar de outros”. 
Por onde andará Tinhorão? 
Tinhorão nasceu em Santos, SP. Aos nove anos foi morar no Rio de Janeiro, junto com pai, mãe e irmãos. 
Começou a carreira fazendo freelas para jornais e revistas, nos fins dos anos 1940. 
Deslanchou no jornalismo como redator do Diário Carioca e seguiu em frente no Jornal do Brasil, entre outros. 
Tinhorão é marca muito forte do jornalismo e da História do Brasil. 
Foi um dos primeiros jornalistas de quem me aproximei ao trocar João Pessoa por São Paulo, em fins de 1976 ou 1977. Viramos amigos. Nos víamos sempre. 
Depois que perdi a visão dos olhos, Tinhorão passou a frequentar a minha casa duas vezes por semana. Quartas e sextas. Conversávamos muito. Foi a maneira que ele encontrou, acho, pra me distrair dos momentos tão difíceis que enfrentava. 
Tinhorão “ganhou” muitos inimigos, principalmente no meio musical. 
Sempre foi pública e notória a birra dele com a Bossa Nova, que assim definia: “A Bossa Nova é uma variante americana do samba, tão brasileira como um carro montado no Brasil”. Uma vez disse que o melhor de João Bosco era Aldir Blanc. Ganhou uma música e muitas críticas. A música, Querelas do Brasil (Bosco/ Blanc), foi sucesso na voz de Elis Regina. Ouça! 
Já pedi a muitos colegas e amigos que tentassem localizar o paradeiro de Tinhorão. Mas, até agora, nada. Pra ele compus estes versos: 

Nessa nossa terra tem 
Xote, xamego e canção 
Frevo e maracatu 
Samba, batuque e baião 
E poeta popular 
Tirando verso do chão. 

É uma terra bonita 
Que dá vida, dá lição 
Ensinando a sua gente 
A ter mais educação 
A ler para entender 
O Brasil de Tinhorão 

Esse mestre logo pôs 
A cultura em discussão 
Pra depressa entender 
Sua origem e formação 
Ora juntos aplaudamos 
J.R.Tinhorão.

Escrevi muito a respeito de Tinhorão e o entrevistei para jornais como o Diário Popular, já extinto. Matérias enormes, de uma ou duas páginas. Mas ele preferia matérias opinativas sobre suas obras do que entrevistas pessoais. 
Ele também escreveu bastante a meu respeito. Até prefácio de livro meu ele assinou. E em jornais chegou a dizer que foi no meu acervo que encontrou a prova em disco que tanto procurava pra registrar a existência de um tipo de música e dança de Portugal, o Rasga. Quando lhe pus nas mãos o disco de 78 rpm com uma gravação do Rasga, feita pelo cantor Franco d’Almeida Lisboa, os olhos dele brilharam. Se fosse grego, teria dito: Eureka! 
No livro O Rasga, foi inserido um CD com a música contida no disco que lhe presenteei. 

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

QUE NÃO NOS ESQUEÇAMOS DE BRUMADINHO

Figurões da Vale do Rio Doce fecharam hoje 4, bilionário acordo com o governo de Minas.
O valores envolvidos chegam a R$37,6 bilhões e serão direcionados à recuperação da região destroçada pelo estouro da barragem de Brumadinho.
O estouro da barragem, ocorrido no dia 25 de janeiro de 2019, também resultou na morte de 270 pessoas.
Esse acordo é o maior da história, do Brasil pelo menos.
A Vale do Rio Doce foi fundada por Getúlio Vargas, em 1942.
Em 1997, a empresa foi pri-va-ti-za-da. O governo era o de Henrique Cardoso.
Meu amigo, minha amiga, você sabe por quanto foi privatizada a Vale do Rio Doce? Pois bem, segure-se aí: por R$3,3 bilhões. E só pra se ter uma ideia, as reservas da Vale do Rio Doce estavam na casa dos R$100 bilhões. E mais, os figurões que "compraram" a Valle usaram ainda dinheiro emprestado do BNDS.
Pois é, essa é a história.
E o que restou de empresas estatais o Bolsonaro vai levar a leilão para a privatização. É mole?
Ao fim e ao cabo, voltaremos à andar de tanga.
Às vítimas de Brumadinho, compus os versos que você pode ouvir. Clique:

POSTAGENS MAIS VISTAS