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domingo, 12 de novembro de 2017

WAACK E RACISMO

O preconceito, a discriminação e o racismo andam lado a lado, juntos como irmãos siameses. São terríveis. 
No começo, bem no começo, o Brasil era habitado por índios que falavam inúmeras línguas, sendo a mais conhecida, o Tupi. E aí vieram os portugueses e outros povos de terras distantes... que acabaram com os índios e suas línguas, escravizando-os. Corria o ano de 1500 quando Cabral aportou na Costa baiana.
Entre 1539 e 1542 começaram a desembarcar em Salvador, Recife e São Luís, os primeiros negros caçados a laço na África. 
Conta a história que 5,2 milhões de africanos foram obrigados a trabalhar no Brasil até o advento da abolição, em 1888.
Europeus, negros e índios se misturaram, resultando no que somos hoje: uma população fortemente miscigenada, cantada em verso e prosa.
Depois da escravidão negra veio a escravidão branca, geral, praticada ainda hoje sob a batuta do capitalismo selvagem.
É comum a imprensa noticiar casos de exploração humana, no Brasil e em boa parte do mundo.
Pois bem, a Imprensa e redes sociais têm noticiado rumoroso caso envolvendo o apresentador de tevê William Waack. "Isso é coisa de preto", ele teria dito ao ser incomodado por um buzinaço ocorrido diante da sede do governo norte-americano, há um ano. Esse comentário, gravado por um ex-funcionário da Globo, foi tornado público na madrugada do último dia 8.
Se Waack disse o que dizem ter dito, é lamentável.
A escravidão é uma coisa horrorosa, independentemente da cor da pele. E muito já se falou sobre isso e certamente muito ainda se falará.
O preconceito, a discriminação e o racismo são males que devem ser combatidos por todo mundo, em todo canto e em todos os tempos. No Brasil é crime que dá cadeia.
Será que a Globo afastou Waack para provocar polêmica e aumentar a atenção dos telespectadores para a nova novela das nove, O Outro Lado do Paraíso? Aliás, nesse folhetim global há uma personagem que fica doida da vida ao saber que seu filho está apaixonado por uma empregada doméstica negra -"Eu não vou ter um neto preto", declara . A personagem não se diz preconceituosa, diz querer apenas o melhor para o filho. 
A Globo já enfocou várias vezes o racismo em suas novelas. Quem não lembra da Escrava Isaura, de Bernardo Guimarães?
O tema também foi muitas vezes abordado pelos compositores de música popular. Quem não lembra de Nega do Cabelo Duro, de Lamartine Babo?
Outros títulos da MPB que foram lançados há quase cem anos pela indústria fonográfica: Pai João de Almirante e Luiz Peixoto; Abolição de Wilson Batista e Orestes Barbosa, Geme Negro de Synval Silva e Ataulpho Alves; Olha o Jeito desse Negro, de Custódio Mesquita e Evaldo Ruy e Terra Seca, samba de Ary Barroso (ouça abaixo com Ângela Maria), entre outras.



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