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segunda-feira, 12 de outubro de 2020

CADÊ OS CORDELISTAS

Onde estão os cordelistas da minha terra?
Cordelista é o poeta de bancada.
Poeta de bancada é o poeta que escreve no silêncio do tempo, em casa.
Onde estão os cordelistas da minha terra?
Sou de um tempo recente, mas de um tempo em que os poetas de bancada agiam com rapidez ante os fatos acontecidos ouvidos no rádio.
O poeta de bancada sempre foi, naquele tempo, poeta altamente respeitado.
O povo ouvia rádio, mas ouvia com mais atenção o que os poetas de bancadas contavam nos seus folhetos.
O folheto de cordel mais ou menos como inda hoje conhecemos surgiu na Europa no século 16. Por ali. Ao Brasil, o cordel chegou com a família Real, no começo do século 19.
Os primeiros poetas cordelistas, ou de bancada, começaram a publicar no início da última década do século 19. Silvino Pirauá de Lima e Leandro Gomes de Barros foram os primeiros a levar à praça os primeiros folhetos.
O tipo de poeta que me refiro sempre usou da imaginação os temas que desenvolvem. Temas fantásticos, de reis, rainhas etc.
Os fatos do dia a dia também sempre foram matéria-prima dos poetas.
O povo do fundão brasileiro custou a acreditar no suicídio do presidente Getúlio Vargas. Precisou que o assunto fosse levado a cordel. Só assim foi possível o povo crer na morte do chamado "Pai dos Pobres". 
Faço esse arrodeio todo para dizer que os fatos no Brasil e no mundo se sucedem com a rapidez de um raio.
Getúlio e Lula foram os presidentes do Brasil mais tematizados pelos cordelistas. E onde estão os cordelistas que não falam das agruras e amarguras ora vividas por todos nós?
Eu que não sou cordelista inventei de fazer, com rigor e métrica, quatro folhetos sobre a peste pandêmica que ora atinge o mundo e que o presidente-sem-noção que é esse último eleito por nossas urnas, esnoba. Igualzinho aquele da América do Norte, Trump.
Os três poderes, no Brasil, estão com o moral baixíssimo.
Agora mesmo o ministro Marco Aurélio, do STF, acaba de libertar um dos maiores traficantes do País. Um tal de não-sei-que-lá Rap. Figura forte do PCC. Baseou-se no Art. 316 do CPP (Código do Processo Penal). Esse artigo foi criado recentemente para beneficiar corruptos presos. Quem o chancelou foi TAM TAM TAM TAAAAAAM... Bolsonaro. 
Meus amigos, minhas amigas, vamos encerrar dizendo que os mortos na pandemia no Brasil e a soltura do tal traficante cabem perfeitamente no colo do Sr. Presidente da República.
Mas, cá pra nós, se eu fosse o Marco Aurélio pediria renúncia do cargo de ministro.
Enquanto isso, o Brasil continua em chamas.

7 comentários:

  1. Os cordelistas, boa parte deles é conformista, e uma outra é bolsominion mesmo, uma vergonha.

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    1. Grande Allan! Meus amigos, minhas amigas, Allan Sales é dos mais talentosos e inspirados cordelistas que conheço. E como pessoa é incrível. Você Allan, tem razão no que diz. Muita gente parece ter medo de expor suas opiniões políticas. Os bolsonaristas de plantão estão sempre detonando pessoas do bem. Isso é mal. Gostaria de ver os cordelistas de volta à atividade de criar e opinar. Um abraço. Saudade.

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    2. Aproveite e clique para conhecer nosso Instituto: https://institutomemoriabrasil.com.br/

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  2. Kydelmir Dantas12 outubro, 2020 17:43

    Mestre Assis Ângelo. Muiitos cordelistas já publicaram sobre este descalabro que ora grassa no Brasil. Acontece que estamos num País continental e nem sempre tomamos conhecimento do que foi feito e impresso em Cordéis. às vezes, sequer sabemos de cordéis publicados em Pernambuco, quando moramos vizinhos de estado, na Paraíba. Da mesma forma os do Rio Grande do Norte. que publicam lá e não tomamos conhecimento. Os poetas Cordelistas continuam escrevendo e publicando... O que falta é divulgação.
    Kydelmir Dantas - Nova Floresta-PB

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    1. Pois é, o nosso blog está sempre a disposição dos cordelistas e dos artistas em geral. Agora mesmo acabo de receber dois folhetos, os únicos, que tratam da pandemia da Covid-19. Recebi-os de Rouxinol do Vinaré. Os títulos: A CONSPIRAÇÃO CHINESA NUMA VISÃO THRUMPEANA, de autoria de Chico Fábio. E o outro: O DIA EM QUE A TERRA MUDOU, de Evaristo Geraldo e Stélio Torquato Lima. É isso aí meu amigo Kydelmir. Sempre, sempre, à disposição.

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  3. Tem muita razão meu irmão Assis Ângelo. Eu não sei, mas creio que a pandemia mexeu também com a inspiração dos poetas...
    Grande abraço.

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    1. Perfeito, Valdeck. Como sempre você continua econômico e rico nas palavras. Um abraço do seu amigo.

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