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quarta-feira, 10 de março de 2021

MORRE O JORNALISTA HÉLIO FERNANDES

Ouvi há pouco Maju dizer no seu jornal da Plim Plim que o jornalista Hélio Fernandes (foto ao lado) havia morrido. Morreu em casa de morte natural.
No decorrer da fala de 1 hora e 23 minutos, Lula falou pra todo mundo sobre a vida difícil que vivem os brasileiros das periferias e do fundão do Brasil. 
Na sua fala, Lula disse que cinema, salas de exposição e parques não são para o povão. O povão trabalha, não se diverte.
Esse foi um jeito dele falar sobre cultura.
Lula incentivou a cultura brasileira no decorrer dos seus 2 governos. Fez o que um bom presidente faria: olhar para os pobres e apostar no desenvolvimento do País.
Incentivos à cultura começaram a ser levados avante no início do governo Vargas, paralelamente ao embrião do Ministério da Educação.
Os artistas da nossa música frequentavam com assiduidade o Catete. E lá cantavam, brincavam diante do presidente. Era uma festa.
Em março de 1985, o maranhense José Sarney criou o Ministério da Cultura. O primeiro titular desta pasta foi o mineiro José Aparecido de Oliveira (1929-2007). Um craque, um mestre da política. Depois teve mais um e o terceiro foi o paraibano Celso Furtado (1920-2004). Outro mestre.
O Coiso que se acha aí aboletado na cadeira de presidente acabou com o Ministério da Cultura, transformando-o numa insignificante secretaria vinculada ao Ministério do Turismo. Também quer acabar com a Educação e o Meio-Ambiente. Os Direitos Humanos pra ele nada valem. É um Coiso, com eu disse.
O Ministério da Cultura é possível acabar, mas a cultura nunca.
Lula incentivou a cultura, popular inclusive. 
Vargas foi o presidente mais lembrado pelos cordelistas, na história. Não, o presidente mais lembrado pelos cordelistas na nossa história foi Lula. Sobre ele, umas três centenas de folhetos foram escritos e publicados.
Nenhum presidente do Brasil inspirou tantas composições musicais como Lula.
Brisola foi muito cantado, mas o número de músicas a Brisola é inferior ao número de músicas a Lula.
É a cultura popular que dá identidade a um país. Eu já disse isso.
Houve um tempo que muitos jornais brasileiros traziam nas edições de fins de semana suplementos culturais, literários, como o Diário Popular, O Estadão e tal.
As edições de fins de semana do jornal A Tribuna da Imprensa traziam um encarte intitulado Suplemento Literário. Anos 70, por aí. Fui colaborador desse suplemento durante bastante tempo. Muitos textos meus eram cortados pela Censura. Aquele tempo, o editor do jornal era o carioca Hélio Fernandes, um profissional que jamais temeu os poderosos de plantão. Pagou por isso, respondendo a muitos processos.
O jornalista Hélio Fernandes era irmão do consagradíssimo Millôr Fernandes (1923-2012). 
Com Millôr só não aprendia quem não quisesse.
Hélio iria completar 100 anos de idade no próximo dia 17 de outubro.
E não custa lembrar: A Tribuna da Imprensa foi um jornal criado pelo ex-governador da Guanabara Carlos Lacerda (1914-1977), que levou Vargas ao suicídio.
 

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