Os poetas nascem dos sonhos.
Os sonhos existem para revigorar a vida. Sem poemas e poetas a vida seria uma
merda.
Os poetas nos mostram, normalmente, o que não vemos nessa vida doida. Nos seus
detalhes, formas e cores.
O poeta baiano Fernando Coelho, de Conceição do Almeida, jornalista de
definição racional, faz da vida sonho e do sonho poesia.
Eu conheci Fernando num ano qualquer do século passado. Na TV Globo.
Trabalhamos juntos. Ele, na Chefia de Reportagem e eu, na produção
jornalística.
Depois dos exaustivos dias úteis, finalmente chegavam os sábados e domingos. E
feriados, às vezes. Era quando saíamos para bebericar nas igrejas de
boa-fé.
Conversa vai, conversa vem, a noite ficava pequena para tantas palavras
bonitas ouvidas por mim do poeta Fernando.
O tamanho da poética coelhense é sem tamanho. Desenvolta e bela.
Falávamos sobre tudo, incluindo desigualdade social, discriminação,
preconceito e tudo mais.
Sempre foi cidadão sem papas na língua.
O que diria Fernando Coelho sobre o governador Eduardo Leite, do Rio Grande do
sul?
O governador declarou-se gay. E daí?
Tivemos muitos encontros por aí afora. Em Salvador, inclusive.
O compositor e cantor de voz arrastada Nélson Cavaquinho entusiasmou-se uma
vez quando lhe apresentei o poeta. Perguntou-me: “Quem é esse rapaz que só
agora você me apresenta?”
Foi bom ouvir os dois cantarem. Nélson, ao violão.
Flores em vida, não é mesmo?
No panteão dos poetas, Fernando Coelho vive à vontade.
Ele é o próximo entrevistado do radialista Carlos Sílvio. Será nesta
sexta-feira (9/7), ao vivo, às 20h30, pelo canal de YouTube
Paiaiá na Conectados.
Fernando já preencheu em livros todos os meses do ano: 12.
Não custa lembrar aos esquecidos que o poeta até já disponibilizou versos pra
música. Coube a Zeca Bahia (1950-2018) a tarefa de melodiar os versos. Foi daí
que surgiu a canção Estrela Reticente, gravada pelo cantor de muitos timbres
Jessé (1952-1993).
Carlos Sílvio tem feito belíssimas entrevistas com jornalistas, entre os quais
José Hamilton Ribeiro, Eduardo Ribeiro, Bill Hinchberger, Ignácio de Loyola Brandão, Paulo Caruso, Ricardo Kotscho, Ricardo Soares, Júlio Ottoboni,
Gabriel Priolli, Helvídio Mattos, Jota Jr, Silvio Lancellotti, Victor Nuzzi e
Sérgio Martins.
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