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sábado, 5 de outubro de 2024

LICENCIOSIDADE NA CULTURA POPULAR (135)

Margaret Atwood

Ainda seguindo a linha distópica de Huxley e Orwell, a canadense Margaret Atwood publicou em 1985 o livro O Conto de Aia. Esse livro trata de um golpe com características teocráticas dado nos EUA. Esse país passa a se chamar República de Gileade, na qual há uma onda crescente de mulheres estéreis. As mulheres não estéreis são raptadas, sequestradas, pelo poder então vigente e obrigadas a reproduzir filhos com os poderosos mandantes da tal república. Quem tentar fugir, morre.

O norte-americano Sidney Sheldon (1917-2007), um dos mais celebrados autores de ficção, tem livros que falam disso.

O Ditador, de 1995, é um livro cuja história se passa num país fictício da América do Sul: Amador, próximo à Colômbia e tal. A população vive sob o cabresto de um violento sujeito chamado Coronel Ramón Bolívar. Há um momento que o sujeito é obrigado a se submeter a uma cirurgia no coração. Morre não morre, o cara é representado por um sósia que chega de Nova Iorque integrando uma companhia de teatro. Seu nome é Eddie Davis, um ator sem expressão que de uma hora para outra vira astro.

Essa história de Sheldon é fantástica. Como fantásticas são muitas de suas histórias. O Reverso da Medalha (1991), por exemplo, que teve continuação assinada por Tilly Bagshawe, no livro A Senhora do Jogo (2009).

Bagshawe, uma inglesa, era fã de Sheldon e na continuação do Reverso da Medalha a matriarca da família Blackwell, Kate, volta à cena e ao desaparecer deserda uma de suas filhas. E o pau canta alto entre amor, ódio, inveja, drogas e mortes.

Pois é, tudo isso se acha lá.

O Reverso da Medalha é uma expressão encontrada no belo e original conto O Último Dia de um Poeta, de Machado de Assis, publicado originalmente em maio de 1867 no Jornal das Famílias. Esse conto foi assinado por Max, um dos vários pseudônimos de Machado. É leitura de hora e meia. Aliás, Machado de Assis era um grande leitor de Shakespeare. Lia-o no original. E no original também lia autores franceses. Foi ele o primeiro a traduzir para o português Victor Hugo, Edgar Allan Poe, Dante Alighieri, La Fontaine e tantos outros.

Machado também enveredou pela literatura grega, inspirando-se em tragédias verdadeiras ou inventadas.

Em 1903, o autor de Dom Casmurro publicou no Almanaque Brasileiro Garnier uma história intitulada Pílades e Orestes.

Orestes matou a mãe, que matou o esposo degolando-o. A irmã dele, Electra, casa-se com seu melhor amigo: Pílades.

No texto de Machado, Orestes é Quintanilha e Pílades, Gonçalves. Quintanilha é deputado e Gonçalves o advogado. Surge de repente uma jovem muito bonita e não digo mais nada. É muito bom!

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